Economia

GERAÇÃO DE ENERGIA

Energia solar: as vantagens e as desvantagens de usar na sua residência

Conheça como funciona e é gerada a energia que vem do Sol, além de qual é o custo do gerador

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É provável que você já ouviu falar em utilizar a luz do sol para gerar energia elétrica e talvez até conheça alguém que a use. Mas sabia que, comprando um gerador, você não vai pagar conta de luz por pelo menos 20 anos?

Por definição, a luz solar é o espectro total da radiação eletromagnética fornecida pelo Sol. 

Essa luz é filtrada pela atmosfera terrestre e a radiação solar é visível, como por exemplo, a luz do dia quando bate na água reflete essa luz e forma o arco-íris, ou seja, a cor da luz do Sol, perceptíveis pelos nossos olhos, são as cores do arco-íris.

Dentre os tipos de energia (eólica, hidrelétrica, biomassa, combustível fóssil, solar e nuclear), a solar é a mais recente em termos de regulamentação e uso no Brasil. 

Porém, no entendimento do presidente da Associação Movimento Solar Livre, Hewerton Martins, houve uma evolução no uso e entendimento dessa energia. 

Somente em 2012, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) regulamentou o uso dos equipamentos para gerar a energia que usa o Sol como fonte. 

A Resolução Normativa (RN) 482/12 estabelece as regras para este sistema de "compensação de energia" - conhecido também como crédito de energia ou lei de incentivo a energia solar. 

Esta resolução permite que seja feita a "troca" de energia com a rede elétrica.

Antes dessa data, conforme lembrou Martins, havia somente um modelo que utilizava baterias e não tinha conexão com a rede da concessionária de energia elétrica. “Nós trabalhamos com ela desde 2010. Usávamos sistemas com baterias em torres de comunicação, fazendas no Pantanal e bombeamento de água”, contou ele.  

A energia solar, além de sustentável e alternativa, é renovável e pode ser aproveitada, sendo utilizada por aquecimento solar e energia solar fotovoltaica, que são tipos de tecnologias que utilizam a luz do Sol como fonte. 

Entenda como funciona a geração e o uso da energia nas residências, suas vantagens e desvantagens, quanto custa para ter o gerador de energia solar e como está o uso dela no Brasil. 

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Como funciona a energia solar residencial?

Para usar a energia provinda do Sol em casa é necessário ter um conjunto de equipamentos, chamado de Gerador Fotovoltaico, que captará a luz e a transformará em energia elétrica. 

Hewerton explica que dois equipamentos quando reunidos são capazes de fazer esse processo.“[...] Você tem o que o pessoal chama de placa, mas o nome correto é módulo fotovoltaico, que é instalado no telhado e vai para uma outra peça chamada inversor solar. Essa peça transforma a energia do sol, igual a energia da tomada [elétrica]”, disse ele ao Correio do Estado

Ou seja, a “placa” capta a radiação solar e transforma ela em uma energia que não está pronta para consumo. Então, ela é enviada para o inversor solar, que vai transformá-la na energia própria para consumo na residência. 

Segundo Hewerton, esse processo é diferente do usado para aquecer a água da casa. Este usa somente o calor da luz solar e não a radiação. “Tem o aquecedor solar, que é para esquentar água, aqueles que tem os ‘caninhos’ que passam ali dentro. Tem o calor e ele esquenta a água e guarda lá na caixa de água quente”, diferenciou. 

Além de casas, há quem use a energia solar também em comércios e indústrias.

Energia solar: vantagens e desvantagens

Entendendo como a luz solar é transformada em energia elétrica que será usada nas residências, confira as vantagens e desvantagens de utilizar esse tipo de energia, os valores desembolsados para o equipamento.

Valor de investimento

Devido ao aumento da atenção do mundo à energia solar, as indústrias começaram a produzir mais equipamentos, o que reduziu os preços. De acordo com Martins, o preço para investir nos equipamentos varia de acordo com o consumo da família. 

O interessado em investir na geração de energia elétrica deve procurar a empresa que vende estes equipamentos, que irá montar o Gerador Fotovoltaico conforme o consumo mensal da família. 

“Uma casa popular, com uma família de quatro pessoas e que consome cerca de 250 quilowatts/hora por mês vai desembolsar cerca de R$ 8.400 reais”, explicou o especialista, que disse que o equipamento tem vida útil de pelo menos 25 anos. 

“Seguindo a tarifa da Energisa [concessionária de energia em Campo Grande], essa família paga em torno de R$ 220 reais por mês”, continuou, calculando os 8.400 divididos em 220 resulta em 38. 

“Ou seja, em cerca de três anos, você já recuperou todo o investimento e vai ficar mais 22 anos sem pagar nada, só com gastos de manutenção e limpeza esporadicamente”, concluiu. 

 O cenário exposto por Martins é baseado em valores médios e não exatos. Uma pessoa solteira, que mora sozinha, por exemplo, vai pagar um valor bem menor.  

Ainda assim, uma desvantagem apontada por ele é a burocracia no processo para se utilizar equipamento conectado com a rede da concessionária.

Economia a longo prazo

Além dos anos que o equipamento pode ser usado e que o usuário não irá pagar por uma conta de energia, ele ainda vai ajudar o vizinho, conforme Hewerton: “Quem põe energia solar, ajuda o vizinho”.

Ele explica que, considerando uma cidade com 10 mil habitantes em que parte da energia vem de uma termelétrica de carvão, petróleo e gás - ou seja, contas na bandeira vermelha - e outra de uma hidrelétrica, metade dela (5 mil habitantes) comece a usar a energia solar. 

Isto significaria que iria sobrar mais água no reservatório da hidrelétrica. “Então parte da energia que viria da termelétrica, que é mais cara, não foi usada; ela ficou desligada porque tinha água no reservatório. Ou seja, o seu vizinho também foi beneficiado”, explicou.  

Regulamento

A RN 482/12 abriu caminho para a energia solar no Brasil. Ela beneficiou os “consumidores cativos” (aqueles que compram a energia diretamente das distribuidoras), dando a eles a possibilidade de instalar o sistema de energia solar conectado à rede elétrica, tendo direito ao processo de compensação de crédito criado pela agência reguladora. 

No Brasil, praticamente todas as residências e comércios compram a energia das distribuidoras, ou seja, se você é proprietário de uma casa ou um comércio, você pode instalar o sistema de energia solar e aderir ao sistema de créditos, recebendo descontos na conta de luz. 

Porém, em 2018, a Aneel iniciou um terceiro processo de revisão desta normativa, causando polêmica entre os consumidores que já geravam sua própria energia. 

Antes, os consumidores compensavam o mesmo valor produzido e consumido. Esta valoração faz com que o prosumidor (o consumidor que produz a própria energia) deixe, por exemplo, de pagar outras componentes tarifárias que não são referentes efetivamente a eletricidade, dentre elas, a componente que remunera as distribuidoras.

Isto gerou a insatisfação das entidades e consumidores que defendem o uso da energia solar.

A consulta pública foi iniciada em outubro de 2019 e questionava sobre a alteração das regras sobre a energia solar que o consumidor gera a mais ao longo do dia e joga na rede da distribuidora de energia. 

Com a mudança, o mini e o microgerador de energia solar seria taxado em até 63% sobre a energia e passaria a pagar pelo uso da rede da distribuidora e também pelos encargos cobrados na conta de luz.

Para a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a proposta da Aneel, apresentada em 2019, decepciona e vai na contramão da segurança jurídica e regulatória do setor.

“A ABSOLAR defende que a agência honre o compromisso assumido em inúmeras ocasiões por seus dirigentes, de manter as atuais regras por pelo menos 25 anos para os consumidores que acreditaram na geração distribuída e investiram pela regulamentação vigente”, disse, na época, a vice-presidente da entidade, Bárbara Rubim.

Com a indefinição da reguladora, o Projeto de Lei nº 2.215/2020 foi apresentado para regulamentar o desenvolvimento do setor no País.

O deputado federal Beto Pereira (PSDB-MS) é autor do projeto que é tratado como marco regulatório da energia solar. Segundo ele, caso a resolução da Aneel prosperasse, aconteceria a inviabilização do setor, que vinha em franco desenvolvimento. Apresentada em março, a proposta tem o intuito de criar uma regulamentação para a mini e microgeração.  

“O projeto dá garantias de que até que a geração de energia fotovoltaica do País atinja o porcentual de 15%, não haverá nenhum tipo de taxa. Apenas a partir do momento em que alcançar 15,01% por concessionária, ou seja, é mais justo e democrático, respeitando o índice de penetração da Geração distribuída por região de cada concessionária, começará uma progressividade de cobrança na distribuição. Enquanto for até 15%, a distribuição vai ter de suportar sozinha”, explicou Pereira.  

A proposta foi apresentada com requerimento de urgência, mas ainda não entrou em pauta.

Energia sustentável

Esta energia é considerada sustentável porque a sua matéria-prima vem da natureza, ou seja, ela é originada do sol. Além disso, é renovável e pode ser usada de forma abundante, não afetando o meio ambiente. 

Portanto, sua eficiência permite que a geração de energia elétrica seja feita de modo consciente e econômico, não só do ponto de vista financeiro como também ambiental. 

Além de ser uma tecnologia econômica e renovável, também contribui para um país mais sustentável. 

A energia solar e sustentabilidade trazem diversos benefícios para o meio ambiente, como: redução de poluição por fontes contaminadoras (carvão) e de gases do efeito estufa, diminuição do desmatamento e elevação do uso de recursos naturais.

Portanto, através dessas ações, é possível contar com os recursos naturais por muitos anos e utilizá-los de forma responsável.

Capacidade de armazenamento

Há duas formas de armazenagem da energia gerada a partir da luz solar: o “On Grid” e o “Off Grid”.

O primeiro armazena a energia gerada na rede da concessionária. “Imagina que você abre uma conta no banco; você deposita o dinheiro durante o dia e saca durante a noite”, exemplificou Hewerton. Para isso, a concessionária cobra a tarifa mínima. 

No segundo, a energia gerada é armazenada em baterias. “É o caso lá no Pantanal”, disse o especialista, já que nas fazendas mais afastadas não chega a rede elétrica. 

Segundo ele, talvez, em um futuro próximo, o “Off Grid” compense mais para o bolso do proprietário consumidor. “As baterias estão caindo de preço devido aos carros elétricos e eles estão fazendo que os preços das baterias baixem devido a demanda. Então caindo o preço das baterias, há uma tendência que até nas casas a energia seja guardada em baterias”, explicou. 

Ou seja, o valor desembolsado será apenas na compra da bateria, e não a taxa cobrada pela concessionária de energia.

Energia solar no Brasil e Mato Grosso do Sul 

Segundo dados agência reguladora, no Brasil há 279.867 Gerações Distribuídas (GD) - locais que possuem equipamento que geram energia solar - em 4.726 municípios brasileiros. 

Já em Mato Grosso do Sul são 8.658 Gd’s distribuídos em 78 cidades do Estado, com potência instalada de 104.263,67 kW. Os dados são de dezembro de 2008 a 20 de agosto de 2020.

Em Campo Grande, esse número é de 2.463GD’s, com 22.667,38 kW de potência. Porém, na Capital, conforme informou a prefeitura ao Correio do Estado, apesar de já haver um projeto neste sentido, nenhum local público utiliza a energia solar para o funcionamento. A Capital é a quarta no ranking de municípios brasileiros em quantidade de geração solar distribuída quando comparado com número de unidades consumidoras existentes (medidor de energia).

Segundo Hewerton, MS, na quantidade per capita está na terceira colocação no ranking nacional, ou seja, a população tem grande adesão a esse sistema de energia. “Ainda assim, ainda é menos de 1% do total de energia usada em Mato Grosso do Sul; menos de 1% da energia usada vem do Sol”, disse ele.

Já por potência em usinas instaladas - locais com equipamentos geradores - o Estado está na 11º colocação nacionalmente.

Conclusão

Apesar de estar indo bem quando o assunto é energia solar, tanto o Brasil, quanto o Mato Grosso do Sul precisam evoluir mais, já que esta energia é sustentável e econômica, contribuindo tanto para o Meio Ambiente quanto para a economia. 

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CAMPO GRANDE (MS)

Expogrande 2026 será realizada de 9 a 19 de abril

Serão 11 dias de shows, leilões, exposições, atrações e comida típica

20/12/2025 09h45

Exposição de animais na Expogrande

Exposição de animais na Expogrande Gerson Oliveira

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86ª edição da Exposição Agropecuária e Industrial de Campo Grande (Expogrande) ocorrerá de 9 a 19 de abril de 2026, no Parque de Exposições Laucídio Coelho, localizado na rua Américo Carlos da Costa, número 320, vila Carvalho, em Campo Grande.

De acordo com publicação da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), serão 11 dias de shows, leilões, exposições de animais, música e comida típica.

Atrações musicais, estimativa de público e arrecadação/movimentação financeira ainda não foram repassados pela associação.

Polícia Militar (PMMS) e Guarda Civil Metropolitana (GCM) vão marcar presença para realizar a segurança do evento.

Promovida pela Acrissul, a Expogrande é considerada a maior feira agropecuária do Estado e já recebeu o título de 2ª maior feira agropecuária do Brasil, ficando atrás apenas da ExpoZebu, realizada em Uberaba (MG).

A Expogrande 2025 ocorreu de 3 a 13 de abril, com shows de Hugo & Guilherme, Matuê, Matogrosso & Mathias, Chitãozinho & Xororó, Jorge & Mateus e Vh & Alexandre.

No ano passado, o evento recebeu 125 mil pessoas e movimentou R$ 640,7 milhões.

SALDO POSITIVO

Exportação de carne dispara em MS mesmo sob tarifaço

Entre julho e novembro deste ano, o Estado exportou 165,4 mil toneladas, alta de 13%

20/12/2025 08h40

Em relação ao volume financeiro, as exportações de carne bovina aumentaram 51,1% no comparativo com todo o ano de 2024, com a venda de US$ 1,7 bilhão a outros países

Em relação ao volume financeiro, as exportações de carne bovina aumentaram 51,1% no comparativo com todo o ano de 2024, com a venda de US$ 1,7 bilhão a outros países Gerson Oliveira/Correio do Estado

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As exportações de carne bovina seguem em ritmo de crescimento no fim deste ano. Em Mato Grosso do Sul, entre os meses de julho e novembro, o Estado embarcou 165,4 mil toneladas de carne, volume 13% maior que o de todo o primeiro semestre, quando foram embarcadas 145,9 mil toneladas.

Os dados divulgados pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) apontam que o volume também é 18% superior ao resultado do segundo semestre de 2024, quando foram contabilizadas 140,4 mil toneladas destinadas à exportação.

Conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), em relação ao volume financeiro movimentado, as exportações de carne bovina aumentaram 51,1% no comparativo com todo o ano de 2024, com a venda de US$ 1,7 bilhão a outros países.

São US$ 516 milhões a mais que o US$ 1,2 bilhão comercializado nos 12 meses do ano passado.

As vendas de carne bovina aumentaram mesmo com o tarifaço da gestão de Donald Trump, que começou a valer em abril com taxa de 10% e que foi reajustado em mais 40% em agosto. As tarifas foram retiradas em 21 de novembro, e o resultado poderá ter reflexo apenas neste mês.

Em relação ao volume financeiro, as exportações de carne bovina aumentaram 51,1% no comparativo com todo o ano de 2024, com a venda de US$ 1,7 bilhão a outros paísesEstado registrou aumento das vendas ao mercado internacional - Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

A tendência de aumento e resiliência ainda deve permanecer, conforme avaliação da consultora de economia da Famasul, Eliamar Oliveira.

“Mesmo que dezembro tradicionalmente registre leve desaceleração em relação a novembro, a projeção aponta para um fechamento forte, com expectativa de superar 90 mil toneladas no quarto trimestre, repetindo o desempenho do trimestre anterior, que alcançou 94,6 mil toneladas. Esse comportamento confirma a consistência da demanda internacional pela carne produzida no Estado e reforça a importância da pecuária sul-mato-grossense nas exportações do agro brasileiro”, expressa.

Eliamar pontua que a intensificação do confinamento reflete o avanço de sistemas produtivos mais eficientes. São técnicas que reduzem o ciclo de engorda e permitem maior regularidade no abastecimento da indústria, de acordo com a consultora.

“Entre julho e novembro, o abate total em MS cresceu 6%, em relação ao mesmo período de 2024, enquanto o abate de animais jovens, entre 13 e 24 meses, aumentou 7%, evidenciando o efeito direto dessas tecnologias na previsibilidade da oferta, especialmente no segundo semestre”, contextualiza.

“O uso ampliado de instrumentos de gestão de risco, como travas de preços, contribui para mitigar a volatilidade do mercado, garantir maior segurança sobre a rentabilidade e dar equilíbrio financeiro ao produtor, mesmo em cenários de custos elevados”, completa Eliamar.

MERCADO INTERNO

O relatório Agro Mensal do Itaú BBA aponta que, mesmo com as exportações aquecidas em outubro, o forte crescimento dos abates ampliou a disponibilidade interna de carne, acima do normal para a época.

Ainda assim, o boi gordo apresentou reação no início de outubro e avançou cerca de 5,6% até meados de novembro, movimento acompanhado por uma valorização ainda maior da carcaça casada, que subiu 7,9% no período.

Guilherme Bumlai, presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), comenta que, neste fim de ano, o grande fator que tem impedido uma queda nos preços da arroba é justamente o aumento das exportações.

“Se não fosse esse desempenho mais forte no mercado internacional, a pressão seria nitidamente de baixa, porque o ritmo de abates segue elevado e o mercado interno não tem mostrado força suficiente para absorver toda essa oferta. As exportações, portanto, têm cumprido um papel essencial de sustentação da estabilidade atual”, detalha.

Bumlai ainda afirma que houve uma expectativa não realizada de valorização da arroba. “Por outro lado, é verdade que muitos produtores esperavam uma arroba mais valorizada para este fim de ano, algo que não se concretizou. O mercado está firme, porém, sem espaço para altas expressivas enquanto o consumo doméstico não reagir”, observa.

Eliamar corrobora que o desempenho robusto das exportações, ao mesmo tempo em que a produção apresentou crescimento moderado, acarretou menor disponibilidade interna de carne bovina ao longo do ano.

“Como resultado, a oferta doméstica permaneceu mais ajustada, o que se refletiu em valorização dos preços no mercado interno. No atacado paulista, o preço médio dos cortes bovinos ficou cerca de 26% acima do observado no mesmo período do ano anterior”.

FUTURO

Para 2026, os especialistas concordam que o cenário tem forte tendência positiva. O Itaú BBA fala em uma entrada no fim do ano com fundamentos sólidos: oferta elevada, exportações robustas e um mercado interno que, embora pressionado, deve operar com maior equilíbrio com o avanço das chuvas e a melhora das pastagens.

“Com a esperada redução gradual da oferta, fruto da virada do ciclo pecuário, e se houver melhora no consumo interno, aí, sim, teremos condições mais claras para uma recuperação de preços. A combinação de exportações fortes e mercado doméstico mais aquecido deve permitir um início de ano melhor para o produtor. Hoje, estamos em um momento de sustentação, em 2026, podemos entrar em um momento de valorização”, considera Bumlai.

A consultora da Famasul ainda ressalta que a expectativa para o mercado no encerramento deste ano é de manutenção do bom ritmo de exportações, o que ajuda a absorver parte da oferta. 

“No início de 2026, a combinação de pastagens mais estruturadas, oferta gradualmente mais ajustada e demanda externa consistente cria condições para um cenário de preços mais firmes. A tendência é de transição para um período de maior sustentação da arroba, acompanhando o início de um ciclo de oferta mais curta e um ambiente internacional ainda favorável à carne bovina brasileira”, conclui Eliamar.

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