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Especialistas divergem sobre a nova classe média

Especialistas divergem sobre a nova classe média

agência brasil

02/10/2012 - 14h12
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O diagnóstico de ascensão de parte da população pobre à classe média na última década, como defendido por alguns intelectuais e por técnicos do governo não é consenso entre especialistas em desigualdade e estratificação social.

Esses especialistas não negam a diminuição da desigualdade social, a redução da concentração da riqueza, a melhoria da renda dos mais pobres e o incremento das perspectivas desse setor da população. Entretanto, consideram que a renda não é o único fator a ser levado em conta – pesquisa divulgada pelo governo na semana passada classifica como classe média os que vivem em famílias com renda per capita mensal entre R$ 291 e R$ 1.019 e tem baixa probabilidade de passar a ser pobre no futuro próximo.

“Essa classe média é uma fantasia que está se criando”, critica Eduardo Fagnani, do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “Não se define a classe média pela renda, mas pela posição na estrutura populacional”, explica o economista que também participa do núcleo de estudos Plataforma Política Social. Segundo ele, o conjunto da população em ascensão ainda depende muito do sistema público de saúde, previdência e ensino e não tem entre as suas despesas o pagamento de escola particular para os filhos, a manutenção de previdência complementar, acesso a plano de saúde privado ou o costume de fazer viagens ao exterior.

Ele lembra que a noção de classe média é associada a determinados padrões de consumo e de formação educacional “que não temos no Brasil, como amplo acesso ao curso superior”, disse mencionando a situação da Europa Ocidental, anos após a Segunda Guerra Mundial (1939-1956), quando a maior parte da população se torna classe média.

Em linha semelhante, o sociólogo Jessé Souza, autor do livro Os Batalhadores Brasileiros e professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), prefere chamar a população em ascensão econômica no Brasil de “nova classe trabalhadora” e critica o ponto de vista estritamente econômico que não considera “condições sociais, morais e culturais”, repassados em família, que permitem a “apropriação” de hábitos e comportamentos considerados como de classe média.

Além da conceituação equivocada, Eduardo Fagnani assinala que atribuir basicamente às políticas sociais (como o Programa Bolsa Família) a razão da ascensão também é um erro. “A meu ver, há uma super valorização das políticas focalizadas. O governo está batendo no bumbo errado”, disse à Agência Brasil. “O principal legado do governo Lula (2003-2010) foi articular mais positivamente a economia com o social. É um erro não atribuir o êxito a aspectos relacionados à política econômica”.

Segundo ele, “a partir de 2006 houve uma melhor articulação entre os objetivos econômicos e sociais. Isso é o ponto central. Houve uma atenção maior no sentido de retomar o papel planejador do Estado, e este coordenar o investimento público e privado (...) As políticas fiscais e monetárias passaram a ser menos restritivas, o crédito aumentou muito, teve o aumento real do salário mínimo; isso caindo o desemprego e reduzindo o trabalho precário”.

Assim como Fagnani, a economista Sônia Rocha, ligada ao Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS) relativiza a importância das políticas sociais e o uso da expressão “classe média".

Ela elogia a “surpreendente” diminuição da desigualdade e elogia o programa Bolsa Família “que não se 'esgarçou' ou se ajustou às necessidades clientelísticas tradicionais, o que é uma excelente notícia e absoluta novidade em termos de mecanismo de política social no Brasil”. Para a economista, entretanto, foi o mercado de trabalho - responsável por 3/4 das rendas das famílias brasileiras - que exerceu o papel fundamental para redução da pobreza e da desigualdade.

Ela lembra ainda da crise econômica mundial que pode ter reflexos na dinâmica da economia nacional. “O que ia bem numa conjuntura externa favorável começou a virar, deixando evidente o dever de casa não feito: investimento cronicamente baixo, deficiências enormes de infraestrutura, despesas elevadas e ineficientes da máquina pública e nível educacional lamentável. Com a crise externa, não tem como o mercado interno segurar o tranco. E a crise externa vai durar... Qualquer coisa que façamos internamente também vai levar tempo para maturar”, destacou. 

NOVA MODALIDADE

MS registra R$ 60,2 milhões em empréstimos no consignado CLT

Mato Grosso do Sul contabilizou 8.952 contratos negociados entre 21/3 e 3/4 no Crédito do Trabalhador

29/04/2025 08h30

A modalidade foi criada com o intuito de reduzir o endividamento

A modalidade foi criada com o intuito de reduzir o endividamento Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O Estado registrou 8.952 contratos negociados entre 21/3 e 3/4 no novo consignado Crédito do Trabalhador, disponível por meio da Carteira de Trabalho Digital.

Em Mato Grosso do Sul, 8.923 trabalhadores contrataram a nova modalidade, que oferece taxas de juros mais baixas.

O total emprestado ultrapassa R$ 60,2 milhões, com valor médio por empréstimo de R$ 6.726,81 e parcelas e prazo de pagamento médios de R$ 371,11 e 18 meses.

Esse consignado é destinado a empregados domésticos, trabalhadores rurais e funcionários de microempreendedores individuais (MEI), desde que não tenham outro empréstimo consignado vinculado ao mesmo vínculo empregatício.

Conforme o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em todo o País, R$ 3,3 bilhões já foram concedidos em empréstimos consignados aos trabalhadores com carteira assinada nas 27 unidades da Federação.

No total, 532.743 contratos foram firmados, com um valor médio de R$ 6.209,65 por trabalhador. Atualmente, o Brasil conta com mais de 47 milhões de trabalhadores assalariados com carteira assinada.

O mestre em Economia Eugênio Pavão avalia que a economia brasileira tem trazido diversos desafios para os trabalhadores.

“Na macroeconomia, temos a inflação, a valorização do dólar e os desafios da política fiscal. Na microeconomia, temos as questões de endividamento das famílias. Diante desse quadro, a possibilidade de um empréstimo para os trabalhadores da iniciativa privada e pública se torna uma opção frente aos altos juros das modalidades de créditos existentes no mercado”, comenta.

Para titular do MTE, ministro Luiz Marinho, o novo consignado inaugura um novo horizonte e uma nova cultura em torno dos empréstimos bancários. “O Crédito do Trabalhador traz uma nova cultura de crédito e a cada dia tem se consolidado com sucesso, com novos bancos entrando, oferecendo taxas mais baixas e reduzindo dívidas dos trabalhadores”, comemora.

A Pasta alerta que os trabalhadores precisam ter calma e esperar pelas 24 horas para receber todas as propostas e, com isso, optar pela mais vantajosa.

A medida provisória (MP) que criou o Crédito do Trabalhador foi assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 12 de março, em solenidade ocorrida em Brasília (DF). Na ocasião, Lula enfatizou que a intenção não é endividar brasileiros, mas sim gerar oportunidades, tirar os mais vulneráveis dos juros caros, promover inclusão produtiva e gerar qualidade de vida.

TROCA

Desde o dia 25, trabalhadores com carteira assinada foram autorizados a migrar dívidas de empréstimo consignado ou crédito direto ao consumidor (CDC) para o Crédito do Trabalhador, que oferece juros mais baixos. As 70 instituições financeiras habilitadas já estão autorizadas a realizar a troca em seus aplicativos e sites.

Conforme o MTE, a migração ainda não está disponível na Carteira de Trabalho Digital e, nessa etapa, só pode ser realizada no mesmo banco onde o empréstimo foi contratado.

A troca é vantajosa apenas se o novo crédito – lançado há um mês – oferecer juros menores. Enquanto o CDC tem taxas de 7% a 8% ao mês, o Crédito do Trabalhador oferece taxas em torno de 3%, chegando a 1,6% em alguns bancos. No Banco do Brasil, por exemplo, a taxa oferecida está entre 1,46% e 3% mensais. Já na Caixa, as taxas oferecidas estão entre 1,60% e 3,17% ao mês.

A MP que criou o programa determina que a redução dos juros é obrigatória na troca de dívida. O trabalhador contrata o novo consignado e quita a dívida anterior; se houver margem consignável, pode solicitar novo crédito.

A obrigatoriedade da redução das taxas vale até 21/7. Bancos podem oferecer a migração diretamente aos clientes, porém, se as condições não forem vantajosas, o trabalhador pode optar pela portabilidade para outra instituição.

“Para tomar esse empréstimo, é vantajoso ao trabalhador trocar uma dívida mais cara por essa em consignação. O trabalhador tem que simular os juros e os encargos, comparando a dívida atual e a nova”, considera Pavão.

O economista ainda ressalta que é necessário avaliar bem antes de tomar o empréstimo.

“Em caso de necessidade do empréstimo, parte do salário será retido no contracheque, reduzindo a renda líquida disponível, sendo necessário muito cuidado para não aumentar o desconforto econômico”, finaliza.

REGIÕES 

O Sudeste lidera as operações do programa, com 234.863 empréstimos fechados por 234.130 trabalhadores, totalizando R$ 1,44 bilhão em crédito. Em seguida, vêm as regiões Nordeste (111.081 empréstimos), Sul (88.174), Centro-Oeste (49.303) e Norte (49.170).

Para obter o crédito, as instituições financeiras analisam fatores como tempo de trabalho, salário e garantias oferecidas, podendo o trabalhador usar até 10% do saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), 100% da multa rescisória como garantia ou optar por não oferecer nenhuma.

O valor das parcelas não pode ultrapassar 35% da renda mensal. O trabalhador tem até sete dias corridos após o recebimento do crédito para cancelar o empréstimo e devolver o valor integral.

Desde o dia 25, é possível transferir um empréstimo com juros mais altos para outro com taxas mais baixas. Se encontrar uma oferta melhor após contratar o Crédito do Trabalhador, o optante pode migrar para a nova condição.

Até o dia 24, a linha estava disponível apenas na Carteira de Trabalho Digital. Desde então, passou a ser oferecida também nas plataformas digitais das instituições financeiras.

PASSOS

1 - Como ter acesso? 

Na página da Carteira de Trabalho Digital na internet ou no aplicativo de mesmo nome, o trabalhador pode autorizar o compartilhamento dos dados do eSocial para pedir a proposta de crédito.

2 - Quanto tempo levará para receber as ofertas?

Após a autorização de uso dos dados, o trabalhador recebe as ofertas em até 24 horas, analisa a melhor opção e faz a contratação no canal eletrônico do banco.

3 - Qual o desconto no salário?

As parcelas do crédito consignado serão descontadas na folha do trabalhador mensalmente, por meio do eSocial, até a margem consignável de 35% do salário bruto, incluído comissões, abonos e demais benefícios. Depois da contratação, o trabalhador acompanha mensalmente as atualizações do pagamento.

4 - Quem tem direito à nova modalidade de crédito?

Qualquer trabalhador com carteira assinada, empregados domésticos e rurais, assim como funcionários de microempreendedores individuais (cada MEI pode contratar um trabalhador).

5 - O trabalhador precisa ir ao banco?

Não, pois a contratação é feita por meio da Carteira de Trabalho Digital e diretamente no site ou no aplicativo dos bancos.

6 - Como fica o pagamento das parcelas em caso de demissão?

No caso de desligamento, o valor devido será descontado das verbas rescisórias, observado o limite legal de 10% do saldo do FGTS e de 100% da multa rescisória. Se o valor descontado for insuficiente, o pagamento das parcelas é interrompido, sendo retomado quando o trabalhador conseguir outro emprego CLT.

7 - Como fica o pagamento em caso de mudança de emprego?

Se o trabalhador trocar de emprego, o desconto em folha passará a ser feito pelo novo empregador por meio do eSocial.

8 - Quem aderiu ao saque-aniversário pode contratar o novo consignado?

Sim, e inclusive tanto quem fez o saque-aniversário como quem antecipou esse saque nos bancos pode ter acesso ao consignado para CLT. Esses processos, portanto, são independentes.

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LOTERIA

Resultado da Lotofácil de ontem, concurso 3378, segunda-feira (28/04): veja o rateio

A Lotofácil é uma das loterias mais populares no Brasil, com sorteios realizados seis vezes por semana, de segunda a sábado; veja números sorteados

29/04/2025 08h25

Resultado da Lotofácil

Resultado da Lotofácil Divulgação

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A Caixa Econômica Federal realizou o sorteio do concurso 3378 da Lotofácil na noite desta segunda-feira, 28 de abril de 2025, a partir das 20h (de Brasília). A extração dos números ocorreu no Espaço da Sorte, em São Paulo, com um prêmio estimado em R$ 1,8 milhão. Duas apostas dividiram o prêmio máximo.

  • 15 acertos -2 apostas ganhadoras (R$ 707.016,36 cada);
  • 14 acertos - 388 apostas ganhadoras (R$ 1.091,64 cada);
  • 13 acertos - 10.556 apostas ganhadoras (R$ 30,00 cada);
  • 12 acertos - 115.164 apostas ganhadoras (R$ 12,00 cada);
  • 11 acertos - 600.606 apostas ganhadoras (R$ 6,00 cada);

Nove apostas de MS acertaram 14 números.

Confira o resultado da Lotofácil de ontem!

Os números da Lotofácil 3378 são:

  • 01 - 13 - 18 - 14 - 12 - 25 - 17 - 15 - 09 - 24 - 04 - 06 - 07 - 03 - 19 

O sorteio da Lotofácil é transmitido ao vivo pela Caixa Econômica Federal e pode ser assistido no canal oficial da Caixa no Youtube.

Próximo sorteio: 3379

Como a Lotofácil tem seis sorteios regulares semanais, o próximo sorteio ocorre na terça-feira, 29 de abril, a partir das 20 horas, pelo concurso 3379. O valor da premiação vai depender se no sorteio atual o prêmio será acumulado ou não.

Para participar dos sorteios da Lotofácil é necessário fazer um jogo nas casas lotéricas ou canais eletrônicos.

A aposta mínima custa R$ 3,00 para um jogo simples, em que o apostador pode escolher 15 dente as 25 dezenas disponíveis, e fatura prêmio se acertar 11, 12, 13, 14 ou 15 números.

Como apostar na Lotofácil

Os sorteios da Lotofácil são realizados diariamente, às segundas, terças, quartas, quintas, sextas-feiras e sábados, sempre às 19h (horário de MS).

O apostador marca entre 15 e 20 números, dentre os 25 disponíveis no volante, e fatura prêmio se acertar 11, 12, 13, 14 ou 15 números.

Há a possibilidade de deixar que o sistema escolha os números para você por meio da Surpresinha, ou concorrer com a mesma aposta por 3, 6, 12, 18 ou 24 concursos consecutivos através da Teimosinha.

A aposta mínima, de 15 números, custa R$ 3,00.

Os prêmios prescrevem 90 dias após a data do sorteio. Após esse prazo, os valores são repassados ao Tesouro Nacional para aplicação no FIES - Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior.

É possível marcar mais números. No entanto, quanto mais números marcar, maior o preço da aposta.

Probabilidades

A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada.

Para a aposta simples, com 15 dezenas, que custa R$ 3,00, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 3.268.760, segundo a Caixa.

Já para uma aposta com 20 dezenas (limite máximo), a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 211, ainda segundo a Caixa.

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