A geração de empregos formais, melhor termômetro da economia para o trabalhador, não desapontou em 2009. Apesar do temor causado pela crise internacional – sim, ela existiu mundo afora e em alguns setores do Brasil –, o saldo de empregos fechou o ano positivo em 12.900 vagas em Mato Grosso do Sul, resultado 3,4% superior a 2008. As informações constam no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgadas ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Em todo o País, mais de 995 mil vagas foram criadas, resultado 31% inferior a 2008. O Governo federal prefere outro ângulo, e aponta maior o maior crescimento entre os países do G-20 e a criação de oito milhões de novos postos desde 2003. Atualmente, 510 mil pessoas têm carteira assinada no Estado. Quase 50% nos setores de serviços e administração pública. “O ano passado foi bom porque esperávamos que a crise afetasse a geração de empregos, mas ela não se manifestou nesse sentido”, avalia o economista da Fundação Social do Trabalho (Funsat), Áureo Torres. No balanço do ano anterior, 229.386 foram admitidos, enquanto 216.486 perderam sua vaga no mercado de trabalho. A indústria foi a responsável pela maior geração de empregos. O setor criou 7,6% mais vagas do que em 2008, incremento de 5.337 oportunidades de trabalho. “A indústria teve bom desempenho, principalmente a da cana- de-açúcar, que empregou pelo menos 4 mil dos novos contratados pelo setor industrial”, analisa o economista. Seguindo as indústrias, empresas prestadoras de serviços também aumentaram suas contratações em 4% – 4.582 mais empregos que em 2008. Crescimento também nas contratações no comércio (4%) e agropecuária (3%). Em contrapartida, a construção civil foi a que mais demitiu no Estado: 1.801 trabalhadores dispensados não voltaram ao setor, representando queda na contratação de 8,5% em comparação com 2008. Os desligamentos na mineração somaram 654, contra 448 admitidos, saldo também negativo em 206 pessoas, o que significou 10,3% de retração em 2009.