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FINANCIAMENTOS

Queda da Selic deixa parcelas de imóveis quase 50% menores, aponta especialista

Poder de compra foi ampliado em 40% com a redução das taxas de juros no mercado imobiliário

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortou na semana passada a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto porcentual, de 2,25% para 2% ao ano. 

Foi o nono corte seguido, quinto anunciado em 2020, e este é o menor patamar desde o início da série histórica, em 1996. As operações de crédito e investimentos que refletem no mercado imobiliário ficam mais atrativas. As prestações dos financiamentos podem cair até pela metade do preço.

Segundo a especialista em mercado imobiliário, Yslanda Barros, a taxa de juro média do financiamento imobiliário no Brasil também se encontra com menor patamar da história. 

Dados do Banco Central apontam que em maio ela chegou a 7,16% ao ano, diferentemente do começo de 2019, que apresentava 8,31%, e de 2017, que era 10,90%.

“O momento atual apresenta cenário de ampliação de possibilidades para o consumidor, desde aquisição do imóvel, ampliação para imóvel maior ou redução considerável do valor da parcela e assumir com mais tranquilidade um financiamento”, explica Yslanda.

De acordo com o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 14ª Região (Creci-MS), Eli Rodrigues, é o melhor momento para se investir em imóveis. 

“A Selic em 2% é estimulante para gerar a baixa de juros, consequentemente reduz o custo no financiamento imobiliário por serem a longo prazo e reflete nos valores das prestações. Aproveitando, também, o fato dos valores dos imóveis estarem alinhados com os valores de mercado”, disse.  

O setor estima que a redução de cada ponto porcentual nos juros represente um desconto de 8% na parcela do financiamento imobiliário. 

A especialista explica que se considerarmos uma simulação de um imóvel financiado no valor de R$ 500 mil, com prazo de pagamento de 360 meses (30 anos), a prestação com as mesmas condições seriam 43,77% menor em 2020 do que há cinco anos.

“As mesmas prestações mensais ficariam em R$ 5.892,71 [em 2015] e R$ 3.313,09 no momento atual [agosto de 2020]. 

Ou seja, hoje, com a Selic mais baixa da história, a parcela caiu quase pela metade, e o poder de compra foi ampliado em quase 40%, gerando ótimas oportunidades para negócios”, exemplifica Yslanda, que ainda destaca que o aumento do poder de compra também é visível. 

“Se eu tenho um imóvel financiado no valor de R$ 500 mil em 2015, pagaria uma parcela de R$ 6 mil. Com essa queda, com os mesmos R$ 6 mil, posso migrar para um imóvel maior, talvez um de R$ 800 mil, em 2020”, contextualiza.

Retomada do crescimento do setor

O presidente do Creci-MS explica que o setor imobiliário tem apresentado números melhores que no ano passado. 

“Os resultados apresentados pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança [Abecip] demonstram que o setor imobiliário tem tido um resultado melhor que em 2019. No segundo semestre, a perspectiva é manter ou ser melhor e de que o mercado vai se firmando, mesmo não estando muito acelerado”, contextualizou Rodrigues.

Yslanda explica que 2020 seria o ano do imóvel. Na verdade, era uma previsão com muita demanda reprimida, e com a baixa da taxa de juros isso gera uma expectativa ainda maior. 

“Tivemos reflexo disso, no meses de maio, junho e julho, com bastante busca por imóveis. O perfil do consumidor é que muda um pouco. As pessoas estão voltadas para a aquisição de casas em condomínios e terrenos em condomínios – essa é a bola da vez, é o que está acontecendo. O segmento é muito importante para a retomada econômica da nossa Campo Grande, e estamos extremamente otimistas em relação a isso”, finalizou.

Rodrigues ainda completa que o setor imobiliário sempre foi um fator predominante na economia, “por utilizar bastante mão de obra, ou seja, gera muito emprego e a cadeia produtiva envolve todo o giro econômico do Estado, visto que os maiores incentivos econômicos do governo federal estão voltados para o setor imobiliário”, reforçou.

Construtoras seguem empolgadas

Com a queda da Selic, há o barateamento do crédito e, consequentemente, um incentivo à produção, o que é melhor tanto para a construtora quanto para o cliente, que conseguirá financiamento imobiliário mais facilmente. 

“O setor imobiliário depende dessas taxas de longo prazo e, com a Selic mais barata, o cenário ficou ainda melhor para quem quer investir na compra de imóveis”, explica o diretor executivo da HVM Incorporadora, Rodolfo Luiz Holsback.

Conforme a executiva da SBS Empreendimentos, Phaena Spengler, explicou ao Correio do Estado, o segmento imobiliário oferece os investimentos mais estáveis e promissores. 

“O crescimento patrimonial com o investimento em imóveis já apresenta melhor performance, mesmo antes desta grande queda nos juros. Agora então, com a taxa Selic mais baixa da história, o cliente está aproveitando para realizar o sonho de uma nova moradia e diversificando sua carteira de investimento”, considerou.

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vale da celulose

Preço da celulose dispara e evita tombo maior nas exportações de MS

Cotação média da celulose aumentou quase 61% nos primeiros dez meses deste ano na comparação com igual período do ano passado

21/11/2024 12h30

As exportações de celulose, que passam todas pelo porto de Santos, renderam US$ 2,12 bilhões nos primeiros dez meses de 2024

As exportações de celulose, que passam todas pelo porto de Santos, renderam US$ 2,12 bilhões nos primeiros dez meses de 2024

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O volume das exportações de celulose cresceu 11,4% nos primeiros dez meses de 2024 na comparação com igual período do ano passado. Porém, o faturamento saltou 60,8%. A explicação é a alta no preço médio da celulose neste ano, que passou de US$ 354,9 para US$ 570,9 a tonelada. E por conta disso, o volume exportado por MS neste ano não sofreu queda maior, recuando apenas 3,7%. 

Nos dez primeiros meses do ano passado a Eldorado e a Suzano, ambas instaladas em Três Lagoas, exportaram 3,333 milhões de toneladas. Neste ano, com a ativação da Suzano de Ribas do Rio Pardo, que começou a produzir em julho, o volume exportado passou para 3,716 milhões de toneladas, o que representa aumento de 11,4% na comparação com o ano anterior. 

O faturamento das empresas, por sua vez, aumentou de 1,183 bilhão de dólares para 2,121 bilhões de dólares, conforme mostram os dados divulgados pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semadesc). E, além disso, a cotação do dólar teve alta de 11% no ano,  o que aumenta ainda mais o lucro das duas gigantes da celulose. 

Por conta da ativação do chamado Projeto Cerrado, em Ribas do Rio Pardo, a celulose já representa 24,4% de tudo aquilo que foi exportado por Mato Grosso do Sul neste ano. Por conta deste nova fábrica, o município passou a fazer parte da lista daqueles que mais exportam, ficando em sexto lugar. 

Nos dez primeiros meses do ano passado, as exportações de Ribas do Rio Pardo somaram de 97,8 mil toneladas, ante 431 mil toneladas em igual período de 2024, o que representa aumento de 423%. Em média, a unidade da Suzano está produzindo 90 mil toneladas de celulose por mês desde o dia 21 de julho. 

RECUO NAS EXPORTAÇÕES

Mas, apesar do bom desempenho da celulose, as exportações como um todo recuaram, 3,7% neste ano no Estado, passando de 9,009 bilhões de dólares para 8,680 bilhões. A principal explicação é a estiagem, que provocou quebra na produção de soja e impediu, durante boa parte do ano, o transporte de minérios pelo Rio Paraguai. 

A exportação de minérios caiu de 5,84 milhões de toneladas para 3,14. O faturamento caiu 29%, recuando de 313 milhões de dólares para 220 milhões. No caso da soja, o recuo no faturamento foi parecido, de 22%. 

BOOM

E a importância da celulose tende a aumentar muito. Além da recém-ativada fábrica de Ribas do Rio Pardo, que vai produzir 200 mil toneladas por mês, outras duas indústrias devem entrar em operação nos próximos cinco anos. 

A primeira está em fase de instalação em Inocência, onde a chilena Arauco promete produzir em torno de 300 mil toneladas por mês, a partir do final de 2027. O investimento será da ordem de US$ 4,6 bilhões (R$ 25 bilhões).

Além disso, a empresa indonésia Bracell já anunciou a instalação de uma fábrica do mesmo porte no município de Água Clara. Por enquanto, a multinacional está na fase dos estudos de impacto ambiental da unidade que deve ser instalada às marges do Rio Verde. O investimento também deve ser da ordem de R$ 25 bilhões. 

Um terceiro mega-investimento está sendo aguardado para Três Lagoas, na duplicação da capacidade de produção da Eldorado, que hoje procuz 1,8 milhão de toneladas por ano. 

 

ATÉ 2032

Com mais uma fábrica de celulose, MS estima 100 mil vagas no setor

Bracell alinhou os próximos passos para a construção de uma indústria de celulose de R$ 25 bilhões em Água Clara

21/11/2024 08h30

O governo de Mato Grosso do Sul confirmou o investimento de US$ 4 bilhões (R$ 25 bilhões) na construção de uma fábrica de celulose da Bracell em Água Clara.

O governo de Mato Grosso do Sul confirmou o investimento de US$ 4 bilhões (R$ 25 bilhões) na construção de uma fábrica de celulose da Bracell em Água Clara. Foto: Gerson Oliveira

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O governo de Mato Grosso do Sul confirmou o investimento de US$ 4 bilhões (R$ 25 bilhões) na construção de uma fábrica de celulose da Bracell em Água Clara. Com mais este aporte bilionário, o Estado estima a criação de 100 mil vagas de emprego na cadeia da celulose até 2032.

O Correio do Estado já havia adiantado que as indústrias anunciadas e em construção em MS garantiriam investimentos privados da ordem de R$ 75 bilhões somente no setor. 

A região conhecida como Vale da Celulose compreende atualmente os municípios de Água Clara, Aparecida do Taboado, Bataguassu, Brasilândia, Inocência, Paranaíba, Ribas do Rio Pardo, Santa Rita do Pardo, Selvíria e Três Lagoas.

O secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, apresentou na semana passada um panorama geral dos investimentos já implantados e em implantação na região a empresários do setor imobiliário. 

Durante a apresentação, ele afirmou que, “a previsão é de que até 2032 sejam gerados mais de 100 mil empregos diretos e indiretos nesses municípios, o que pressionará tanto a infraestrutura para atendimento básico em saúde e educação, quanto aumentará muito a demanda por moradias”.

Atualmente, MS tem uma capacidade instalada de 4,9 milhões de toneladas anuais de celulose, produzidas em três linhas operacionais no município de Três Lagoas, sendo duas da Suzano e uma da Eldorado. A capacidade produtiva do Estado foi ampliada em mais 2,55 milhões de toneladas de celulose com a entrada em operação do Projeto Cerrado, da Suzano, elevando para 7,4 milhões de toneladas anuais a capacidade.

No mês passado, conforme adiantou o Correio do Estado, o presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Paulo Hartung, afirmou que mais de 70% dos R$ 105 bilhões de investimentos previstos no setor de celulose para todo o Brasil serão realizados em território sul-mato-grossense. São quase R$ 75 bilhões de investimentos nos próximos três anos em Mato Grosso do Sul. 

A declaração foi confirmada pelo governador Eduardo Riedel (PSDB) na ocasião. “É um setor que tem ajudado a transformar Mato Grosso do Sul. Da nossa parte, vamos criar um ambiente de negócios que fique cada vez mais atrativo para setores em que somos competitivos, e a celulose é, sem dúvida, uma das estrelas desse processo. O setor investe R$ 75 bilhões em MS”, destacou Riedel.

O governo de Mato Grosso do Sul confirmou o investimento de US$ 4 bilhões (R$ 25 bilhões) na construção de uma fábrica de celulose da Bracell em Água Clara.Escreva a legenda aqui

NOVA FÁBRICA

No domingo, durante o Fórum Empresarial entre Brasil e Indonésia, no Rio de Janeiro, o governo de MS se reuniu com a Bracell, que confirmou e alinhou os próximos passos para a construção de uma fábrica de celulose em Água Clara.
A empresa pretende investir US$ 4 bilhões (R$ 25 bilhões) na unidade. O processo de licenciamento ambiental foi iniciado, com estudo previsto para ficar pronto até fevereiro do ano que vem.

Conforme o governo do Estado, a unidade terá capacidade produtiva de 2,8 milhões de toneladas de celulose, em uma área localizada a 15 quilômetros do perímetro urbano. A perspectiva é de gerar 10 mil empregos nas obras e 3 mil na operação.

“Participamos do Fórum Empresarial entre Brasil e Indonésia, em que tivemos uma rodada de negócios com empresários dos dois países. O motivo principal da nossa vinda foi para nos reunirmos com a Bracell, que é uma empresa do grupo RGE, da Indonésia, que discute uma planta industrial no Estado”, afirmou o governador Eduardo Riedel.

Riedel destacou que esses novos investimentos da Bracell no Estado vão gerar empregos e melhorar a renda dos cidadãos. “Foi uma reunião muito produtiva, em que conseguimos alinhar uma série de pontos específicos. Ainda prestigiamos este fórum de negócios, que é mais uma oportunidade para buscar novos investimentos”, completou o governador.

O evento teve a presença do CEO da Bracell, Anderson Tanoto, além do presidente da República da Indonésia, Prabowo Subianto, e empresários dos dois países. 
 

Verruck destacou que a nova fábrica de celulose mostra a força de MS no setor. “O governador aproveitou a oportunidade para apresentar toda a estrutura, em termos de licenciamento ambiental, política de incentivos fiscais e investimentos em logística, que são importantes para essas empresas. Inclusive citou o leilão das rodovias que fazem parte da Rota da Celulose, que vai ocorrer no dia 6 de dezembro, na Bolsa de Valores”, disse o secretário.

Sobre a Bracell, Verruck citou que a empresa já tem investimentos importantes no Estado. “Ela tem sua base de plantio em Água Clara, que já está se expandindo para Santa Rita do Pardo e Bataguassu. Começou no Estado há cinco anos, tem mais de 2 mil empregos aqui e inaugurou recentemente um viveiro, com mais de 250 mulheres contratadas”.

VALE DA CELULOSE

Mato Grosso do Sul já é reconhecido nacionalmente como o Vale da Celulose, tendo 24% da produção nacional da commodity, a segunda maior área cultivada de eucalipto e o primeiro lugar na produção de madeira em tora para papel e celulose. Também é vice-líder em área plantada com árvores, ficando atrás apenas de Minas Gerais.

A cadeia produtiva florestal em MS gera mais de 14,9 mil empregos diretos e 12 mil indiretos e conta com quatro fábricas de celulose em operação, já tendo sido anunciada a quinta (Arauco) e confirmada a sexta (Bracell). Este cenário é fruto de um ambiente positivo de negócios construído pelo governo do Mato Grosso do Sul.

A reportagem do Correio do Estado adiantou, na semana passada, que a Arauco anunciou a expansão de sua capacidade de produção e deve se tornar a maior fábrica de celulose do mundo. A empresa do grupo chileno informou o aumento da capacidade produtiva da planta de Inocência, saindo dos iniciais 2,5 milhões de toneladas para 3,5 milhões de toneladas de fibra de eucalipto por ano. 

O conselho de administração da Arauco aprovou investimento global de US$ 4,6 bilhões (equivalente a R$ 25,1 bilhões) para a construção da unidade em Inocência, a primeira planta do grupo no Brasil. 

Conforme já publicado pelo Correio do Estado, estão planejadas as segundas linhas de produção da Eldorado Celulose, em Três Lagoas (com uma capacidade prevista de 2,3 milhões de toneladas por ano), e da Arauco, em Inocência (2,5 milhões de toneladas anuais).

A reportagem também informou, na edição do dia 4 de maio de 2024, que os municípios de Figueirão e Alcinópolis são apontados como possíveis locais para a instalação de uma nova indústria. A nova unidade seria resultado de negociações com a multinacional Portucel Moçambique, empresa controlada pela The Navigator Company. 

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