Esportes

mundial no catar

De Corumbá para a Copa, torcedora ganhou viagem

Raquel Bruneli foi sorteada para conhecer o Catar e ver dois jogos da competição

Continue lendo...

Acostumada a não atender ligações de números de telefone que ela não reconhece e de prefixos que sugerem spam, Raquel Bruneli perdeu várias oportunidades que reservavam do outro lado da linha uma surpresa incrível. A mensagem que queriam repassar era que ela precisava se preparar, agora, no fim de novembro, para ir ao Catar acompanhar a Copa do Mundo, com tudo pago. 

Foi a gerente do banco dela que enviou mensagem via aplicativo para alertar: “É melhor atender o telefone”. A flamenguista sul-mato-grossense, que mora em Corumbá, foi sorteada para uma viagem para assistir a dois jogos da Copa, com direito a um acompanhante.

A vontade de assistir à Copa do Mundo era grande. Além disso, conhecer o Catar e poder torcer pela seleção brasileira era um sonho latente da servidora pública, mas distante de se tornar realidade por conta dos custos, algo em torno de R$ 50 mil, necessários para garantir assento em vários jogos e visitar o país do Oriente Médio pelos 29 dias de disputa.

Um pouco de sorte e fé, dois ingredientes necessários no futebol e muito presentes no dia a dia do brasileiro, ajudaram Raquel a garantir o lugar em dois jogos da Copa do Mundo: México x Arábia Saudita, pelo Grupo C, que terminou em vitória dos mexicanos, por 2 a 1, no dia 30 de novembro; e Camarões e Brasil, que teve vitória da seleção camaronesa, por 1 a 0, no dia 2 de dezembro. 

Além de acompanhar as partidas, ela conseguiu visitar diferentes partes do Catar e conhecer e ter uma bola autografada por seu ídolo Zico, que estava em evento na competição.

“Sobre a Copa, a organização é visivilmente muito grande. Tem pessoas demais dando orientação. Nos metrôs, por exemplo, sempre tem gente ajudando. A comunicação visual é bem legal, em todo lugar tem algo, cria um ambiente superinteressante. Realmente, houve um investimento muito grande. E tudo tão limpo! Você entrava em um banheiro público e, logo que saía, já tinha alguém limpando”, contou a flamenguista, ao comentar sobre os US$ 229 bilhões gastos para a organização da competição, valor 16 vezes maior do que o gasto pela Rússia, US$ 11,6 bilhões, para a Copa de 2018. 

No Brasil, o gasto foi de US$ 15 bilhões para 2014, enquanto a África do Sul investiu US$ 3,6 bilhões para 2010.

Durante os cinco dias que passou no país, Raquel ainda pôde levar a mãe dela, Analice Brunelli d’Avila. Além delas, outras 10 pessoas também foram premiadas pelo mesmo concurso que ela venceu e viajaram em grupo. 

O concurso envolveu um dos patrocinadores da Copa, por isso, o hotel onde se hospedaram, o Mondrian Doha, está recebendo gente do mundo todo que foi premiada. Além disso, foi lá também que Raquel conheceu o ex-jogador e treinador Zico.

Em conversa com guias que a conduziram, a servidora comentou que as transformações no Catar para a Copa do Mundo começaram há cerca de cinco anos, com construção de prédios, estádios, vias e outras estruturas. 

“É tudo muito impactante. Os prédios, a questão de ser uma cidade nova, tudo moderno. O metrô é incrível e foi construído para a Copa. Tudo tem ar-condicionado e é grandioso. Durante a noite, a iluminação chama muita atenção”, contou.

A flamenguista ainda pontuou que o futebol era um dos grandes ingredientes da Copa do Mundo, mas as atrações vão mais além.

“Em termos culturais, é algo que você nem sabe para que lado você vai, de tanta coisa. Tem atrações no Katara Cultural Village, tem o Fifa Fan Festival, tem também no mercado local [Souq Waqif]. Além disso, em toda a estação de metrô que você desce tem alguma atração, algo rolando – e tudo de graça. E quem foi para a Copa do Mundo não pagava metrô nem ônibus”.

O mercado local, Souq Waqif, por ser o principal ponto turístico antigo de Doha e a parte histórica da cidade, é um grande ponto de encontro de torcidas pré ou pós-jogo.

“Ali você via de tudo, todas as torcidas iam para lá. Contaram para a gente que era ali que as embarcações faziam as trocas e toda a comercialização no passado. Virou o ponto de encontro de todo mundo”.

E o calor que vem atrapalhando algumas seleções também era percebido nas arquibancadas, mesmo com todo o sistema de ar-condicionado, que funciona o tempo todo. Mesmo Raquel, que está acostumada a viver em Corumbá, comentou que a temperatura é alta. 

“É inverno, mas eu peguei 33ºC, uma sensação de calor. O sol é muito ardido. E o shopping, por exemplo, cada um tem uma temática. E, principalmente no verão, que é muito mais quente, é ali que eles têm como passear. E eles recriam um ambiente, com céu e tudo, para não parecer que estão em um lugar fechado. O ar-condicionado tem em tudo, do banheiro ao ônibus e também no estádio”, disse.

Para refrescar, só mesmo o ar-condicionado, porque para comprar uma cerveja dentro do estádio era preciso desembolsar em torno de R$ 100 ou 64 rials catarianos (1 rial catariano equivale a cerca de R$ 1,45). Já para turistas que têm dólares ou euros para gastar, a conversão ajuda: 1 rial catariano é igual a US$ 0,27 ou 0,26 euro.

Mas, com a camisa do Brasil nas ruas de Doha ou no estádio, Raquel relatou que o reconhecimento era instantâneo e deixava qualquer um famoso. 

“Dentro do estádio, quando você estava com roupa do Brasil, todo mundo vinha pedir foto, queria posar do lado. Eles gritavam: ‘Brazil, Brazil, photo, photo!’. Eram famílias inteiras fazendo isso. E, além de brasileiros, os que tinham mais com camisas do Brasil eram os indianos. Eles foram para dar apoio de verdade”, contou.

Já sobre o jogo que conseguiu assistir do Brasil contra Camarões, o resultado não foi o esperado: derrota por 1 a 0, nos acréscimos do segundo tempo. Mesmo assim, a confiança no time por parte de quem estava no estádio se manteve alta. 

“A gente chegou muito animado, a cada tentativa era uma agonia, mas tudo emocionante mesmo. Quando Camarões fez gol, o estádio veio abaixo com a torcida deles, porém, os brasileiros saíram muito animados, porque o time estava classificado. Eu estava na 10ª fileira, muito perto do campo. Um sonho realizado. E agora é toda sorte e fé para o Brasil ser campeão”, finalizou.

Assine o Correio do Estado

Economia

Selic deve subir em 0,25 ponto esta semana, e economistas aumentam projeção do PIB

Segundo o boletim Focus, o mercado prevê que haverá um aumento de 0,25 ponto percentual no patamar atual de 10,50%.

16/09/2024 21h00

Banco Central do Brasil

Banco Central do Brasil Arquivo

Continue Lendo...

Os analistas ouvidos pelo BC (Banco Central) esperam que o Copom (Comitê de Política Monetária) subirá a taxa básica de juros para 10,75% nesta semana. O comitê se reúne nesta terça-feira (17) e quarta-feira (18) para definir a nova Selic.

Segundo o boletim Focus, divulgado nesta manhã de segunda-feira (16), o mercado prevê que haverá um aumento de 0,25 ponto percentual no patamar atual de 10,50%. Economistas ouvidos pela Folha apontam a mesma alta na taxa de juros.

Na semana passada, os economistas já haviam previsto esta elevação da Selic. O mercado também acredita que haverá mais aumentos até o fim do ano e espera que a taxa básica de juros termine o ano a 11,25%, mesmo patamar divulgado na semana passada. A expectativa da taxa de 2025 subiu para 10,50%, ante 10,25% da semana anterior.

O boletim também mostrou um aumento significativo na expectativa do PIB (Produto Interno Bruto) deste ano. Os economistas aumentaram o crescimento econômico do país para 2,96%, uma subida de 0,28 ponto percentual em relação ao último levantamento.

A elevação deve ser reflexo do crescimento acima do esperado no segundo trimestre, que foi de 1,4% entre abril e junho, quando o mercado esperava alta de 0,9%. Os dados foram divulgados há duas semanas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia).

É a quinta semana consecutiva que a previsão do PIB aumenta para 2024. A ascensão começou em 19 de maio, quando o índice foi de 2,2% para 2,23%. Depois disso, ele subiu para 2,43%, 2,46%, 2,68% e, agora, 2,96%.

Outra previsão que subiu, mas pela nona semana seguida, foi a inflação, que saltou a 4,35%, contra 4,30% da semana anterior. O mercado também elevou a expectativa do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para 2025 (de 3,92% para 3,95%) e 2026 (3,6% para 3,61%).

Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que se preocupa que a seca que assola parte do país deve aumentar "um pouquinho" a inflação, e a sua pasta já revisou a expectativa do índice neste ano para 4,25%, contra 3,9% anteriormente.

O dólar também está com uma previsão mais alta nesta segunda-feira, com os economistas projetando a cotação de R$ 5,40 para o término deste ano. Na semana passada, ele estava em R$ 5,35.

 

*Informação da Folhapress 


 

Preocupação

Crise financeira pode forçar o Comercial a deixar o futebol profissional

Com 12 títulos estaduais, nove dos quais conquistados após a divisão do estado em Mato Grosso do Sul, o Esporte Clube Comercial enfrenta problemas financeiros e pede socorro para cumprir seus compromissos.

16/09/2024 17h31

Com nove títulos sul-mato-grossense, o Comercial precisa de ajuda para se reerguer estruturalmente

Com nove títulos sul-mato-grossense, o Comercial precisa de ajuda para se reerguer estruturalmente Divulgação/ Hora MS

Continue Lendo...

Com dívidas milionárias e questões trabalhistas pendentes, o Esporte Clube Comercial, um dos maiores clubes do estado, está em busca de ajuda para evitar o encerramento de suas atividades no futebol profissional. Após uma derrota por 2 a 0 para o Águia Negra no Campeonato Sul-Mato-Grossense da Segunda Divisão, o presidente Cláudio Barbosa desabafou, afirmando que o clube precisa urgentemente de apoio financeiro para reestruturar a parte administrativa.

A situação financeira do Comercial é crítica, de acordo com o presidente do clube, Cláudio Barbosa. Com dívidas milionárias de FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) ultrapassando R$ 3 milhões, o "vermelhinho" enfrenta uma das piores crises financeiras de sua história, com questões trabalhistas impagáveis acumuladas desde a gestão de Walter Magnini até os dias atuais.

"Estamos com 35 dívidas trabalhistas que remontam a 2007, quando Walter Magnini contratou 25 atletas e não pagou ninguém. Outras dívidas vêm de 2009/2010 e de gestões anteriores, e os valores são surreais, impossíveis de quitar integralmente. Até perdemos a Vila Olímpica para a Justiça. A situação é interminável e preocupante. Se querem realmente ajudar o clube, é agora. Amigos e empresários comercialinos, ajudem o clube antes que fechemos de vez”, relatou em entrevista à Rádio Esporte MS.

Questionado sobre o futuro do Esporte Clube Comercial, o presidente Cláudio Barbosa é enfático ao afirmar que a mentalidade atual é transformar o clube, nove vezes campeão estadual, em uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol).

“Somente a SAF mesmo que garantimos o pagamento desta dívida”, lamentou. 

Com nove títulos sul-mato-grossense, o Comercial precisa de ajuda para se reerguer estruturalmente (Foto: Rodrigo Moreira/FFMS)

 


Qual é o futuro do clube? 

Além das numerosas dívidas, atualmente impagáveis, o Esporte Clube Comercial também precisa cumprir suas obrigações esportivas. O clube, que foi rebaixado na temporada de 2023 do Campeonato Sul-Mato-Grossense, mergulhou em um poço sem fim.

Após a queda, o clube direcionou suas atenções para o futebol de base, garantindo estrutura de treinamento no Tênis Clube de Campo Grande e alojamento para os jovens atletas. No entanto, o grande problema é financeiro: assegurar que os garotos permaneçam no clube e que o Colorado consiga pagar alimentação e transporte para eles.

Sem sucesso na base, o Esporte Clube Comercial se viu pressionado no início deste ano a reforçar o elenco para tentar voltar à elite do futebol de Mato Grosso do Sul.

O Colorado anunciou no dia 13 de agosto a contratação de 17 jogadores, incluindo algumas peças conhecidas no futebol sul-mato-grossense, como o goleiro Rodolpho, o meia Juninho Pavi e o lateral Lucas Paulista, entre outros nomes experientes.

Infelizmente, o clube não conseguiu o resultado que tanto almejava. Em dois jogos pelo estadual da Série B, o "vermelhinho" perdeu as duas partidas e afundou na última colocação da tabela.

Como o campeonato estadual da Segunda Divisão é curto, a pressão aumentou. Na manhã de ontem (16), o analista de desempenho Murilo Santos, o preparador de goleiros Michel Correia e o preparador físico Henrique Fortes entregaram seus cargos.

“Temos um compromisso com a Série B e precisamos cumpri-lo. Mesmo com duas derrotas, acredito que conseguiremos o acesso e estamos em busca de nomes para preencher as lacunas na comissão técnica”, relatou o presidente Cláudio Barbosa ao Correio do Estado.

Para colocar o time em campo e bancar salários, luvas e custos de viagens, o Comercial precisa de R$ 800 mil para fechar o mês.

“O campeonato é de quatro meses e preciso de R$ 800 mil para conseguir cumprir os compromissos. Caso não consigamos o acesso, vamos ter que dar mais atenção à base e nos afastar de vez das competições profissionais”, explicou ao Correio do Estado.

Apesar dos esforços para cumprir os compromissos atuais, o futuro permanece uma incógnita. Caso o clube não consiga o acesso à elite do futebol sul-mato-grossense, a preocupação será ainda maior.

“Estou muito desanimado com tudo o que está acontecendo. Estou lutando sozinho e enfrentando problemas de saúde. Vou até 2025 e devo me afastar definitivamente do clube. Espero até lá encontrar alguém sério que queira administrar o clube”, relatou em entrevista à Rádio Esporte MS.

Virar SAF é solução? 

 Em entrevista ao Correio do Estado nesta segunda-feira (16), o presidente Cláudio Barbosa afirmou que vem conversando há meses com empresas de São Paulo e que transformar o Comercial Esporte Clube em uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol) é a única solução para resolver os problemas.

“Nesses últimos meses, conversei com empresários de São Paulo que estavam buscando clubes para investir. Até evoluímos nas conversas, mas não me senti seguro. Eles conseguiram um espaço para investir no Botafogo-PB. Estamos abertos para conversar com empresas e empresários, mas é essencial que sejam sérios, pois o futebol exige investimentos significativos”, explicou.

História 

Fundado em 15 de março de 1943 pelo esportista Etheócles Ferreira, o Esporte Clube Comercial teve seus primeiros jogadores oriundos do Colégio Dom Bosco e permaneceu no amadorismo durante 29 anos. Seu primeiro registro profissional ocorreu em 1972, quando disputou um torneio para determinar o representante do estado no Campeonato Brasileiro de 1973. O Comercial foi campeão, tornando-se o primeiro time a representar o estado de Mato Grosso no Campeonato Brasileiro.

A partir dessa data, especialmente na década de 80, o Esporte Clube Comercial conquistou nove títulos estaduais de Mato Grosso do Sul (1982, 1985, 1987, 1993, 1994, 2000, 2001, 2010 e 2015). O clube já foi campeão em dois estados diferentes: no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, que se tornaram estados separados em 1979. O Comercial foi o primeiro time a representar o Mato Grosso no Campeonato Brasileiro da primeira divisão e o último a representar Mato Grosso do Sul.

Em 1981, foi realizada a segunda edição da Taça de Prata, também conhecida como Campeonato Brasileiro Série B, que contou com a participação de 48 equipes. O Comercial terminou a competição em 4º lugar. Além disso, o clube ficou em 3º lugar na última edição da Copa Centro-Oeste e em 7º lugar na Copa do Brasil de 1994.

Em 2015, o Colorado sagrou-se campeão estadual, conquistando seu 9º título sul-mato-grossense.

 

Assine o Correio Do Estado

 

 

 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).