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Sem pagar salários, transporte público pode entrar em greve a partir de sábado

Consórcio Guaicurus alegou que não tem dinheiro para fazer o pagamento de dezembro e que não recebeu repasse da União

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Alegando falta de receita, o Consórcio Guaicurus não repassará o salário deste mês aos funcionários, e o sindicato dos motoristas se organiza para iniciar nova paralisação do transporte público.

Indicativo de greve no transporte foi comunicado ontem pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande (STTCU-CG), por conta de uma reunião com o presidente do Consórcio Guaicurus, João Resende, quando foi informado aos funcionários que as empresas que administram o transporte em Campo Grande não têm condições financeiras de realizar o pagamento de salários.

“Nesta reunião pela manhã, informaram que, até as 16h, eles teriam um comunicado oficial a passar sobre o pagamento dos salários, e, no horário informado, o presidente do consórcio me disse que não conseguiriam pagar os funcionários neste mês”, declarou o presidente do sindicato, Demétrio Freitas.

Durante a conversa com a concessionária, houve um pedido por parte da administradora do transporte coletivo para que os funcionários aguardassem um novo posicionamento até o dia 12 deste mês, porém, o sindicato negou o pedido.

“Pediram para a gente aguardar o pagamento até o dia 12, mas não vamos esperar. Era para o Consórcio depositar o salário aos funcionários hoje [ontem]. Em cima disto, vamos abrir um edital e discutir em assembleia a paralisação”, explicou Freitas.

Ainda, segundo Demétrio, a data marcada para a assembleia, na qual haverá a votação para paralisação do transporte, será realizada nesta sexta-feira, com início às 9h.

“No dia da assembleia, não haverá paralisação porque os ônibus já estarão em circulação no horário, mas, se a votação for a favor da greve, no sábado, será decidia a greve em tempo indeterminado, e os ônibus não vão sair mais da garagem”, disse.

CONSÓRCIO

A reportagem do Correio do Estado entrou em contato com presidente do Consórcio Guaicurus, João Resende, para que comentasse sobre a reunião em que comunicou ao sindicato a falta de dinheiro da empresa para o pagamento da folha salarial.

Segundo João Resende, o Consorcio Guaicurus passa por um momento de dificuldades financeiras, que foram agravadas nos últimos anos, resultando na falta de recurso para o pagamento de funcionários.

“Estamos com um desequilíbrio financeiro histórico, que não ocorria antes do período pandêmico, a ponto de atrasar o pagamento da folha salarial”, declarou Resende.

João Resende também confirmou que a concessionária pode conseguir o recurso necessário para o pagamento de salários nos próximos dias, porém, vai depender do recebimento de uma “verba extraordinária repassada pelo governo federal”.

“Temos ainda para receber um recurso federal, que está sendo passado para empresas que administram o transporte público de 569 cidades, com intuito de socorrer o transporte, que está quebrando em todo o País”, destacou.

Esse valor, que chega a R$ 14.700.000 e é referente à gratuidade dos idosos, está nas mãos da prefeitura desde outubro, porém ainda não foi repassado para o Consorcio Guaicurus.

“Esta verba extraordinária, não é o único, mas é um dos motivos do não pagamento aos funcionários. Estamos para receber da prefeitura essa verba que veio do governo federal desde outubro, porém, segundo a prefeitura, por causa de trâmites legais, o dinheiro ainda não foi repassado para o Consórcio”, disse João Resende.

A verba federal, segundo o presidente do Consórcio Guaicurus, será utilizada para fazer o pagamento dos funcionários. “Pedimos para o sindicato aguardar até o dia 12 de dezembro o recebimento do salário, porque temos uma previsão de receber esta verba da prefeitura até esta data”, declara João Resende.

GREVE SURPRESA

Motoristas do transporte coletivo de Campo Grande chegaram a aderir greve e paralisação dos serviços no dia 21 de julho. Os usuários do transporte ficaram “na mão” ao serem pegos de surpresa pela greve. Terminais de ônibus amanheceram fechados e veículos não saíram das garagens.

A greve prejudicou aproximadamente 100 mil usuários do transporte coletivo, que dependem da condução diariamente.

Cinco milhões de pessoas utilizam o transporte coletivo por mês em Campo Grande.

Os motoristas alegaram, na época, que não tinham recebido a antecipação do pagamento do mês e que a greve era por tempo indeterminado.

Naquela época, o diretor-presidente da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg), Odilon de Oliveira Júnior, afirmou que a Prefeitura Municipal de Campo Grande estava em dia com as contas e que foi o Consórcio Guaicurus que não repassou o pagamento aos motoristas.

A paralisação durou apenas um dia, foi suspensa pela Justiça e também por intermédio do governo do Estado, que aceitou subsidiar o valor da passagem de ônibus dos estudantes da Rede Estadual de Ensino (REE).

Saiba: A reportagem do Correio do Estado procurou a Prefeitura de Campo Grande para falar sobre a demora no repasse da verba federal a qual o Executivo Municipal deve destinar para o Consorcio Guaicurus, como meio de subsídio do transporte coletivo da Capital.

Até o fechamento desta matéria, porém, não recebemos a resposta, mas seguimos abertos a qualquer posicionamento que a prefeitura possa vir a dar sobre o assunto.

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Rodovia da morte

Motorista bêbada bate em ponte, capota e idosa morre afogada em MS; veja vídeo

Carro era ocupado por três pessoas, duas foram socorridas e encaminhadas para o hospital de Rio Brilhante; a condutora foi presa

08/02/2025 09h33

Com o impacto da batida, veículo ficou completamente destruído

Com o impacto da batida, veículo ficou completamente destruído Reprodução, Rio Brilhante em Tempo Real

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Uma idosa de 61 anos, identificada como Terezinha Ezidio de Brito, morreu no começo da noite dessa sexta-feira (7), em Rio Brilhante, a 164 quilômetros de Campo Grande.

Terezinha estava junto com outras duas pessoas em um Fiat Pálio, que capotou após perder o controle e colidir contra a barreira lateral da ponte do Rio Brilhante, na rodovia BR-163.

Depois da batida, a idosa teria sido ejetada para fora do carro, e caiu nas águas do Rio Brilhante. Em razão da dinâmica do acidente, a idosa não resistiu e morreu. O corpo de Terezinha foi localizado a cerca de 300 metros do local do acidente.

Já a condutora, de 27 anos, foi socorrida com ferimentos leves juntamente com a outro passageiro. Ambos foram encaminhados para o hospital de Rio Brilhante, onde receberam atendimento médico e realizaram exames.

Bafômetro constatou forte embriaguez

Após receber alta, a motorista foi conduzida pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) de Dourados, para realização do flagrante por dirigir embriagada.

Isso porque o teste do bafômetro apontou um total de 0.79 mg/L de álcool no organismo da motorista. O índice é 19,75 vezes maior do que o limite permitido no teste, que é de 0,04 mg/L de álcool. Nesse sentido, o teste constatou o consumo de grande quantidade de álcool pela condutora antes de dirigir o veículo.

A motorista relatou em depoimento que seguia no sentido Dourados a Campo Grande, quando ao se aproximar da ponte, um carro teria invadido a pista contrária e, para não bater de frente, ela jogou o carro contra a proteção lateral da ponte. O caso segue em investigação pela Polícia Civil.

Em vídeo publicado pelo site Rio Brilhante em Tempo Real, é possível identificar a força da batida. A frente e as laterais do Fiat Pálio ficaram completamente destruídas. Confira o vídeo completo:

 

 

Confira mais imagens do local do acidente:

 
Reprodução, Rio Brilhante em Tempo Real

Terceira morte em cinco dias

Conhecida como "rodovia da morte", a BR-163 foi palco de outras duas mortes apenas nesta semana. Na última quarta-feira (5), uma idosa de 77 anos, identificada como Leidir Pereira Reis de Oliveira, morreu após capotamento na na altura do quilômetro 550, zona rural de Campo Grande.

Segundo informações do boletim de ocorrência, a vítima seguia junto com o marido em um veículo Toyota Hilux CS4X4 de cor branca.

Quando, por volta por volta das 11h36, um caminhão teria obrigado o casal a sair da pista, situação que ocasionou um capotamento e o falecimento da idosa.

Apenas dois dias antes da morte de Leidir, na última segunda-feira (3), um menino de apenas 8 anos também morreu na rodovia após ser atropelado por uma motocicleta.

O acidente ocorreu em Rio Verde do Mato Grosso - localizado a 203 km de Campo Grande - no final da manhã.

O menino estava na beira da estrada quando escapou da mão de sua mãe, tentou atravessar a via correndo e acabou sendo atingido pela moto.

A criança chegou a ser encaminhada para o Hospital Geral Paulino Alves da Cunha (HGPAC) em estado gravíssimo e seria transferida para Campo Grande. No entanto, também não resistiu aos ferimentos.

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ASSISTÊNCIA

Programa quer indígenas gerando renda na agricultura

Parceria entre o IFMS e o Ministério dos Povos Indígenas tem o objetivo de promover a autonomia financeira das comunidades

08/02/2025 09h30

Cacique Alder lidera um projeto de piscicultura na Aldeia Água Bonita

Cacique Alder lidera um projeto de piscicultura na Aldeia Água Bonita Foto: Saul Schramm

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Com o objetivo de dar autonomia financeira aos indígenas, além de garantir sua segurança alimentar, será executado, por meio de uma parceria entre o Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) e o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), o programa Teko Porã: Fortalecimento do Bem Viver do Povo Guarani-Kaiowá, que fomentará geração de renda na agricultura e na piscicultura.

Para tirar do papel a iniciativa, que contém 9 metas, o IFMS abriu, nesta quinta-feira, um processo seletivo para montagem da equipe de interessados em ajudar a implementar o programa. 

Será feito um cadastro dos profissionais de diversas áreas para atuar como bolsistas e colaboradores nas atividades que serão realizas nas comunidades indígenas do Estado.

Entre as metas está o fomento à piscicultura sustentável, que tem como objetivo a implementação de tanques elevados para a criação de peixes nas comunidades indígenas, contribuindo para a segurança alimentar e a geração de renda, além de promover práticas de manejo sustentável e participação comunitária.

Também está nas metas a implementação de quintais produtivos, que pretende promover a agricultura sustentável nas comunidades indígenas por meio da criação de espaços para cultivo que fortaleçam a segurança alimentar, resgatem tradições alimentares e estimulem a autonomia econômica das famílias.

O programa voltado para a etnia guarani-kaiowá surgiu por meio das diligências da coordenação do Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Fundiários Indígenas (Demed) do MPI, que instituiu um gabinete de crise, no dia 22 de setembro de 2023, com a finalidade de propor ações concretas em função da violação de direitos humanos do povo guarani-kaiowá na região sul do Estado. 

“O MPI realizou três diligências no sul do Estado, totalizando 51 visitas a localidades habitadas pelos guarani-kaiowá, em 20 municípios. Diante desse contexto, o gabinete propôs o programa Teko Porã, com investimento de cerca de R$ 6 milhões, composto por um conjunto de seis iniciativas voltadas à efetivação de direitos do povo [indígena]”, afirmou o secretário-executivo do MPI, Eloy Terena.

PROCESSO SELETIVO

De acordo com o Ministério dos Povos Indígenas, estão sendo ofertadas 47 bolsas para profissionais de diversas áreas interessados em participar do projeto. As bolsas têm valores mensais que variam de R$ 700 a R$ 3.900, dependendo da categoria. 

As inscrições começaram na quinta-feira e seguirão até o dia 16 de fevereiro, no site do IFMS. O início das atividades do projeto está previsto para março.

O edital selecionará profissionais e estudantes para compor as equipes das diferentes metas do projeto. As funções incluem, mas não se limitam a: antropólogos, engenheiros (ambiental, civil, elétrico e agrônomo), arquitetos, economistas, psicólogos, sociólogos, técnicos especializados em piscicultura, eletrotécnica, audiovisual e informática, intérpretes de guarani, jornalistas/documentaristas, fotógrafos e técnicos audiovisuais e estudantes de diversas áreas, como técnico em meio ambiente, agropecuária, eletrotécnica e engenharia de pesca.

FONTE DE RENDA

Em Mato Grosso do Sul, já existem algumas iniciativas dentro de comunidades indígenas de projetos agrícolas por meio de quintais produtivos e de piscicultura, porém, a proposta é de disseminar a ideia e o conhecimento das práticas dessas atividades para a comunidade guarani-kaiowá.

Em Campo Grande, na Aldeia Urbana Água Bonita, localizada na região do Nova Lima, começou em setembro de 2020 um projeto de piscicultura, idealizado pelo cacique Alder Romeiro Larrea.

O projeto já rendeu centenas de quilos de tilápia para as 10 famílias responsáveis pelos tanques. Nos tanques, é utilizado um sistema que funciona com duas bombinhas de máquina de lavar roupas e que permite reutilizar a mesma água desde quando o projeto começou. 

“Com a criação de peixes, a tendência da gente é de colocar a maior quantidade possível de pessoas da aldeia para se ocupar nos projetos, ter um complemento de renda ou mesmo uma fonte principal de renda”, explicou Alder. 

Na Terra Indígena (TI) Buriti, localizada no município de Sidrolândia, a prática da piscicultura, apoiada pela prefeitura, também rendeu à comunidade terena uma boa fonte de renda, porém, segundo o cacique Arildo Terena, o projeto foi paralisado recentemente.

Por meio do governo do Estado, o projeto Quintal Produtivo, criado em 2023, atende cerca de 2 mil famílias indígenas, que produzem e usufruem do cultivo em suas terras. O objetivo é incentivá-las, com materiais, ferramentas, mudas, sementes e instruções técnicas, para fazer o preparo do solo e o plantio.

O projeto realiza a entrega de mudas nas aldeias das regiões de Aquidauana, Nioaque, Dourados e Caarapó. As mudas são de alimentos tradicionais indígenas, como mandioca, maxixe, quiabo, cana-de-açúcar, batata e algumas mudas frutíferas.

SAIBA

Conforme informado pelo Correio do Estado, o MPI prepara um pacote de políticas públicas voltadas para o povo guarani-kaiowá que deverá ser divulgado na entrega da posse oficial da Terra Indígena Ñande Ru Marangatu, em Antônio João.

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