Com a tranquila vitória por 3 a 0 sobre Senegal, ontem (4), a Inglaterra selou a classificação para as quartas de final da Copa do Mundo do Catar para enfrentar os atuais campeões do mundo. Horas antes, a França havia despachado a Polônia por 3 a 1.
Os ingleses passaram décadas ironizando a inabilidade dos franceses para ganhar qualquer coisa em campo, apesar de apresentarem futebol bonito. A Inglaterra havia conseguido o título mundial em 1966. Só que o jogo virou. A França venceu as Copas de 1998 e 2018. Ficou com as Eurocopas de 1984 e 2000.
A Inglaterra se notabilizou por sempre ficar pelo caminho e falhar no momento decisivo. Foi assim em 2018, quando dominou a Croácia no primeiro tempo da semifinal do torneio da Rússia. Poderia ter goleado. Mas só fez um gol e perdeu na prorrogação. Se vencesse, enfrentaria a França na decisão.
Ontem, no estádio de Al Bayt, em Al Khor, demoraram a impor seu domínio sobre Senegal. Ismalia Sarr perdeu chance aos 21, com grande defesa de Jordan Pickford. Mas no momento em que Jordan Henderson abriu o placar aos 38, a partida só poderia ter um ganhador.
A Inglaterra tomou conta do jogo e ampliou nos acréscimos da etapa inicial com Harry Kane. Bukayo Saka completou aos 12 do segundo tempo.
A seleção tem batido na trave na sua busca por um troféu de expressão. Perdeu na semi em 2018 e foi finalista da Eurocopa do ano passado. Acabou derrotada nos pênaltis pela Itália.
A equipe chega à fase que foi a grande vilã em Mundiais passados, especialmente quando teve o que ficou conhecida como sua geração de ouro.
O time que tinha David Beckham, Paul Scholes, Michael Owen, Wayne Rooney, Steven Gerrard e Frank Lampard perdeu nas quartas em 2002 para o Brasil e 2006 para Portugal.
“Eu nunca fiquei tão frustrado em uma partida de futebol. Sabia que se ganhássemos seríamos campeões”, disse Michael Owen em 2019, referindo-se ao placar de 2 a 1 para a seleção brasileira na Copa da Coreia e Japão.
O confronto com a França pode representar um divisor de águas para o futebol inglês. O típico jogo decisivo tem o potencial para mudar a história e contra o país que é o seu maior rival fora dos gramados.
Inglaterra e França já estiveram envolvidas uma contra a outra em 29 guerras diferentes. A primeira iniciada em 1109. A mais famosa ficou conhecida como a Guerra dos Cem Anos (1337-1453).
Os franceses tentaram intervir na Guerra das Rosas (1455-1487), a série de batalhas civis que mudaram a história inglesa e estabeleceram a dinastia dos Tudors.
Mesmo nos tempos modernos, ingleses e franceses não param de se estranhar.
Em lados opostos no Brexit, a separação do Reino Unido da União Europeia, têm discussões e trocas de acusações sem fim sobre a passagem pelo canal entre Calais e Dover, usado por refugiados para chegar ao lado inglês.
Derrotado o Senegal, a Inglaterra poderá ter pela frente o jogo de maior glamour do Mundial até agora. Será a disputa entre opostos, como sempre acontece entre os dois países. O artilheiro Harry Kane, referência do ataque inglês, contra Kylian Mbappé, já candidato a ser o melhor da Copa do Mundo e autor de cinco gols.
Saiba: A partida entre Inglaterra e França, pelas quartas de final da Copa do Mundo do Catar, será disputada no sábado (10), às 15h (horário de Mato Grosso do Sul, no estádio Al Bayt, em Al Khor, no Catar.