Campo-grandense Éderson entrou aos 39 minutos do segundo tempo e viu uma das maiores derrotas da seleção brasileira contra a Argentina
Convocado após cortes de volantes por suspensão e lesão, o campo-grandense Éderson entrou no finalzinho da partida e participou da goleada sofrida pela seleção brasileira diante da Argentina, na noite desta terça-feira (25).
Com o jogo já perdido, Dorival Júnior fez sua última substituição aos 39 minutos do segundo tempo, colocando Éderson no lugar de André. Com pouco tempo restante no relógio, o volante sul-mato-grossense pouco fez.
Em 10 minutos no campo, o campo-grandense acertou cinco de seis passes dados, cerca de 83% de precisão, além de um desarme. Em contrapartida, perdeu três posses de bola e fez duas faltas. Diante disso, o aplicativo Sofascore, especializado em estatísticas de esportes, deu uma nota 6.3 ao atleta.
Esta foi a terceira vez que Éderson representou a amarelinha em campo, as outras duas vezes foram em meados do ano passado. No dia 09 de junho, ficou 84 minutos em campo no amistoso contra o México, do qual o Brasil venceu por 3x2. Já no dia 03 de julho, pela 3ª rodada da fase de grupos da Copa América 2024, jogou 17 minutos no empate por 1x1 diante da Colômbia.
Agora, o volante sul-mato-grossense volta a Atalanta, da Itália, para a continuidade do Campeonato Italiano, onde é um dos destaques positivos, além do seu clube ocupar a terceira colocação, com 58 pontos. No próximo domingo (30), Éderson e companhia enfrentam a Fiorentina, fora de casa, às 9h (horário de MS), pela 30ª rodada.
Sobre o Brasil, a seleção estagnou na quarta colocação nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, com 21 pontos. Na próxima Data FIFA, que acontece em junho, a canarinho enfrenta o Equador, fora de casa, e o Paraguai, como mandante. Dependendo dos resultados, pode garantir vaga no Mundial contra a albirroja.
Vitória monumental
Com três minutos de jogo, dois terços da partida teve a Argentina com a bola no pé. Nesse mesmo tempo, o Brasil fez duas faltas. Prestes a fechar o quarto minuto, uma bola invertida para Almada permitiu que o camisa 11 encontrasse Julián Álvarez dentro da área brasileira. O atacante passou entre Murilo e Arana e tirou de Bento para abrir o placar.
Junto dos erros dos brasileiros, no pouco tempo que eles tinham a bola, isso foi suficiente para que as arquibancadas já cantassem "olé", logo aos sete minutos de jogo. Tinham razão. O Brasil apenas assistia ao adversário jogar.
Em jogada semelhante ao primeiro gol, os argentinos inverteram a bola de lado novamente. De Paul abriu na direita, e o cruzamento encontrou Enzo Fernández, um dos muitos jogadores de azul e branco que ocupavam a área brasileira e que ampliou.
Após o gol, os brasileiros fizeram uma 'reunião expressa' antes de sair com a bola novamente. A segunda conferência foi quando todos os jogadores de linha foram até a casamata ouvir Dorival, graças a uma queda de Bento para receber atendimento médico em campo.
Não houve mudança. Enquanto Scaloni tinha construção com De Paul, MacAllister, Enzo e Almada, o Brasil apresentava quatro jogadores de frente sem conseguir sequer trocar passes, assim como André e Joelinton, presos no círculo central. Era um baile, e os brasileiros não sabiam dançar.
O desconto de Matheus Cunha foi quando os defensores erraram o passo. O atacante pôde conduzir e bater no canto de Dibu Martínez e recolocou o Brasil no jogo. A marcação brasileira encaixou um pouco melhor e complicou a saída da Argentina, mas não impediu que os argentinos chegassem. Almada obrigou Bento a saltar para grande defesa.
Pouco depois, contudo, Enzo Fernández que fez o lançamento, buscando pelo menos um dos quatro companheiros dentro da área. Quem finalizou, na verdade, foi o quinto argentino, MacAllister, ao infiltrar e fazer o terceiro.
A volta do intervalo, com três mudanças, fez o time melhorar. Entraram, em uma fogueira, Endrick, João Gomes e Léo Ortiz. Mas a melhora ainda era pouco e se resumia a apenas não tomar sufoco da Argentina.
O adversário, aliás, não precisava mais ter pressa. Foi com tranquilidade que encontraram espaço nas costas da defesa brasileira e, mesmo com o cruzamento errado, a bola recompensou, encontrando Giuliano Simeone, que fez o quarto.
A embaixadinha de Dibu Martínez quando recebeu um recuo completou uma humilhação, que já ia além do placar. O "olé" voltou a ser cantado, ainda com mais propriedade. Os argentinos foram, até o fim, donos do jogo.
Trajetória - Éderson
Aos 13 anos, Éderson começou a ser construído como jogador na escolinha de futebol do bairro Tiradentes, na região leste de Campo Grande. Pouco tempo depois, foi levado para o clube Desportivo Brasil (SP), para então seguir a sua carreira profissional.
Em julho de 2019, o Cruzeiro (MG) se interessou pelo jogador e pagou cerca de R$ 1,6 milhão pelo futebol do volante. Em apenas sete meses no clube mineiro, Éderson se transferiu para o Corinthians (SP) a custo zero.
No clube alvinegro, atuou em 25 jogos e marcou 3 gols, fazendo parte do elenco vice-campeão do Campeonato Paulista em 2020. Em março de 2021, foi emprestado ao Fortaleza (CE), sendo um dos destaques do Campeonato Brasileiro naquele ano.
Em janeiro do ano seguinte, por necessidade financeira, o Corinthians deu fim ao empréstimo e acertou a venda do atleta ao Salernitana (Itália) por 6,5 milhões de euros.
No clube italiano, se destacou rapidamente e em menos de seis meses no clube, despertou o interesse da Atalanta, também da Itália, que pagou cerca de 22,9 milhões de euros pelo jogador. Até então, ainda veste as cores da equipe azul e preta.
De acordo com o Transfermarkt, site especializado em mercado de transferências, Éderson vale 50 milhões de euros (R$ 309,5 milhões na cotação atual).
Saiba
Das 10 seleções sul-americanas que disputam as eliminatórias, as seis primeiras se classificam diretamente para a Copa do Mundo de 2026 e a sétima colocada vai para a repescagem com seleções de outros continentes. Restam apenas quatro rodadas para a definição das classificadas, previsto para acabar dia 09 de setembro deste ano.
*Com algumas informações do Estadão Conteúdo
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