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Regulamentação de apostas esportivas amplia preocupação com resultados

Regulamentação de apostas esportivas amplia preocupação com resultados

AGÊNCIA BRASIL

10/10/2019 - 10h16
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A lei 13.756/2018, que autoriza apostas esportivas no Brasil, está em fase de regulamentação no Congresso Nacional. A minuta do decreto esteve liberada para consulta pública até o fim de setembro e recebeu mais de 2.600 contribuições. A expectativa é que o mercado, legalizado, possa movimentar até R$ 4 bilhões no país, segundo relatório da empresa Gambling Compliance.

Enquanto o modelo que norteará as apostas é desenvolvido, entidades ligadas ao esporte, como clubes, ligas e federações, discutem meios de enfrentar um dos desafios desse universo: as tentativas de manipulação de resultados. A Liga Nacional de Basquete (LNB), por exemplo, ampliou a parceria com a Genius Sports, empresa britânica que desenvolverá um sistema para preservação da integridade de apostas ligadas ao Novo Basquete Brasil (NBB). O contrato terá validade de cinco anos.

"Eles trazem a experiência de atuarem em grandes ligas, como a NBA e a Premier League (Campeonato Inglês de futebol). Para nós, será ótimo buscar esse caminho. Dá seriedade e competência para a liga ser reconhecida como idônea no meio esportivo", diz o presidente da LNB, Kouros Monadjemi.

"Vamos proporcionar análises das mais prováveis situações de jogo. Quando há diferenças entre o previsto e o que está acontecendo, nove em dez casos têm explicação. É algum jogador que estava fora, alguém doente, clima... Mas, se há um incidente em potencial que não está previsto, e que parece particularmente questionável, vamos prestar atenção e reportar diretamente à liga", explica o diretor de comunicação da Genius, Chris Doughan.

Futebol na mira

A maior preocupação no mercado brasileiro é o futebol. Uma pesquisa realizada na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), aponta que entre 70% e 85% do investido em apostas esportivas é na modalidade.

Um dos casos analisados pela pesquisa é a Operação Game Over, desencadeada em 2016 e que prendeu sete pessoas em quatro estados, acusadas de manipular resultados nas divisões de acesso (A2 e A3) do Campeonato Paulista de futebol e nos torneios estaduais de Rio Grande do Norte, Maranhão e Ceará. A investigação, à ocasião, identificou apostadores asiáticos como líderes da quadrilha.

"Eles não têm nem a necessidade de vir ao Brasil. Acabam enviando emissários que, geralmente, são pessoas com boa circulação no meio esportivo. Ex-atletas, ex-técnicos, amigos de jogadores. São pessoas que darão credibilidade à oferta dos apostadores", detalha Felippe Marchetti, responsável pelo estudo, primeiro do gênero na América do Sul.

Potenciais alvos

Um dos casos mais famosos de manipulação de resultados foi em 2005. No escândalo da Máfia do Apito, 11 jogos da Série A do Campeonato Brasileiro, apitados por Edílson Pereira de Carvalho, acabaram anulados pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e posteriormente remarcados. O árbitro foi acusado de ter influenciado essas partidas para beneficiar apostadores.

Já os exemplos mais recentes envolvem torneios de divisões inferiores, como as Séries A2 e A3 do Campeonato Paulista ou Série B do Carioca. Em comum, clubes de pouca expressão e visibilidade e um calendário restrito a alguns meses — que, segundo a tese da UFRGS, representam 52% dos times. O estudo cita, ainda, levantamento da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), de 2016, indicando que 82,4% dos jogadores profissionais do país recebem até R$ 1 mil por mês.

"A gente identificou, na Game Over, que para um jogo ser manipulado, eles [apostadores] pagavam cerca de US$ 20 mil. São valores muito elevados que, muitas vezes, são a folha salarial de um clube pequeno para uma temporada inteira", destaca Marchetti, que identifica dois tipos de alvos dos apostadores.

"O primeiro grupo é o de atletas experientes. Eles estão mais próximos do fim de carreira, então uma provável punição — como o banimento do esporte — acaba não sendo tão pesada. E há um segundo grupo, que é daqueles com algum tipo de problema com jogo, vício, bebida... Não só jogadores, mas também dirigentes ou árbitros. Esse tipo de pessoa está muito mais vulnerável tanto financeira como psicologicamente", conclui.

Combate ao mercado ilegal

Para Chris Doughan, da Genius, a normatização das apostas no Brasil é parte do combate ao mercado ilegal — que, segundo ele, representa pelo menos 75% da indústria.

"Não há visibilidade sobre quem está apostando, o que acontece no esporte, não há contabilidade... E, importante: não há taxação. O país não ganha nenhum benefício (com apostas ilegais)", analisa.

"Quem é fã de esporte não tem interesse de arranjar resultados. Mas há quem deseje isso, e que movimenta muito dinheiro. É nessas pessoas que temos que prestar atenção, não no cara que vai apostar cinco, dez dólares. A educação é parte disso, então é importante que operadores e reguladores entendam como o sistema funciona", completa.

Marchetti, por sua vez, lembra que jogos do futebol brasileiro, antes mesmo da lei, já eram oferecidos em apostas pelo mundo, e que serviços de monitoramento, a priori, estão focados no mercado legal. Ele, porém, crê que a legalização do mercado por aqui pode ajudar a melhorar a comunicação entre casas de apostas, federações, ligas e polícia.

"Isso ajudaria a criar, justamente, canais que sejam capazes de coibir esse tipo de prática [manipulação de resultados] no Brasil. Ou, se não for possível coibir, ao menos tentar prevenir de forma mais efetiva, finaliza.

REGIONAL

A menos de 30 dias do Estadual, Corumbaense não tem técnico

Semifinalista neste ano, equipe se apresenta em 2 de janeiro, 17 dias antes da estreia

21/12/2024 09h30

Diretoria ainda não definiu se jogadores que atuaram pelo Corumbaense nesta temporada retornam

Diretoria ainda não definiu se jogadores que atuaram pelo Corumbaense nesta temporada retornam Foto: Eduardo Melo

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Eliminado neste ano na semifinal contra o Dourados, o Corumbaense vai se apresentar apenas 17 dias antes do começo do Campeonato Sul-Mato-Grossense de Futebol e segue sem técnico definido para a próxima temporada, além de contar com um elenco recheado de lacunas a menos de um mês de sua estreia na competição.

Em entrevista ao Correio do Estado, o gerente de Futebol do clube, Renê Rodrigues, afirmou que a formação do elenco já está em análise.

“Vai ser uma mistura de jogadores de fora com jogadores pratas da casa. O Corumbaense neste ano contou com todas as categorias de base, sub-17, sub-15, sub-20 e até sub-13. Então, vamos fazer uma mescla”, declarou.

Sobre a contratação do treinador, Rodrigues reforçou que está em negociação com um nome, mas que ainda faltam os “últimos detalhes” para concretizar o acordo. É esperado que nos próximos dias o clube anuncie o responsável por comandar a equipe no próximo Estadual.

Neste ano, quem treinou a equipe no campeonato foi o jovem técnico Luiz Henrique Tosta, 39 anos, ex-zagueiro do Corumbaense na campanha marcante de 2017, que definiu o fim do jejum de mais de três décadas sem vencer o Sul-Mato-Grossense.

Mesmo sendo uma das equipes presentes na semifinal do Estadual 2024, o time de Corumbá não impressionou tanto em números quanto em atuação. Na fase de grupos, se classificou para o mata-mata com apenas 9 pontos conquistados dos 24 possíveis.

Nas oitavas de final, não tomou conhecimento do Coxim e aplicou sonoros 6 a 3 no placar agregado. Porém, parou na semifinal, sendo eliminado para o Dourados, por 2 a 0.

Diante disso, Rodrigues garantiu que pretende, pelo menos, repetir o feito deste ano e chegar entre as quatro melhores equipes do Estado.

“Sempre o objetivo maior é ser finalista e campeão. A gente sabe que o Corumbaense não está entre as equipes com maiores investimentos no campeonato, mas neste ano fizemos uma boa campanha. Se possível, [podemos] até melhorar [isso]”, disse Rodrigues.

O gerente de Futebol do clube de Corumbá também destacou o processo de reestruturação após a pandemia de Covid-19. No Estadual de 2020, o clube desistiu de participar do Sul-Mato-Grossense, alegando dificuldades financeiras e foi punido pelo Tribunal de Justiça Desportiva de Mato Grosso do Sul (TJD-MS) por dois anos, não podendo disputar competições oficiais, retornando apenas no ano passado, na segunda divisão. 

Além do Corumbaense, o Maracaju também sofreu as mesmas sanções.

“Conseguimos o acesso em 2023 e neste ano já chegamos na semifinal. Então, estamos vindo de um processo de reestruturação e reconstrução, para poder voltar a brigar pelo título, como em 2017 e 2018, quando [o clube] foi campeão e vice, respectivamente”, explicou Rodrigues ao Correio do Estado.

O Corumbaense estreia no Campeonato Sul-Mato-Grossense em 19/1/2025, às 15h, contra o Naviraiense, fora de casa. A equipe de Corumbá caiu no mesmo grupo do Operário (atual campeão), do Dourados, do Pantanal SAF e do Ivinhema.

SAF?

Em cerimônia realizada na Câmara Municipal de Corumbá para homenagear jogadores, dirigentes e demais colaboradores que integraram o time campeão estadual de 1984, o presidente do clube, Luís Bosco Delgado, afirmou que faria uma reunião com o ex-diretor do Vasco da Gama Julio Brant, a fim de talvez transformar o Corumbaense em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF).

Rodrigues explicou que essa reunião já ocorreu, mas ressaltou que foram apenas conversas preliminares.

“O Corumbaense tem em mente que o caminho é a transformação em SAF pela dificuldade financeira, mas ainda é um processo embrionário que precisa evoluir e chegar na parte final desse processo, que seria a captação de investidores e que talvez seja a parte mais difícil”, comentou.

Ainda, o gerente de Futebol detalha que o Sul-Mato-Grossense de 2025 pode ser o último do clube antes de se tornar clube-empresa.

“Pode ser sim, e eu acredito que ao longo do ano [que vem] isso pode acontecer, pelo potencial que o Corumbaense tem, de ser um time muito histórico. Então, acho que no próximo ano podemos estar consolidando essa parte de virar uma SAF”, complementou.

SAIBA

Em julho, Julio Brant assumiu a responsabilidade de repaginar o futebol de Mato Grosso do Sul, com planejamento estratégico e governança, por indicação do governo do Estado. Em novembro, durante anúncio do mais novo clube-empresa de MS – o Futebol Clube Pantanal SAF –, Estevão Petrallás, presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), divulgou que as cinco primeiras equipes que virarem SAF no Estado estarão isentas das taxas dentro da entidade.

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Esportes

The Fifa Best: Marta vence 1º Troféu Marta de gol mais bonito do ano

Gabi Portilho foi única brasileira escolhida para o time ideal

17/12/2024 23h00

Foto: Divulgação / FIFA

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A atacante Marta voltou a ser destaque no Prêmio Fifa The Best ,Football Awards, realizado nesta terça-feira (17), ao receber a primeira edição do troféu que leva eu próprio nome, concedido ao gol mais bonito do mundo nesta temporada.

A cerimônia de entrega da premiação ocorreu em Doha (Catar), mas não contou com a presença da camisa 10, que enviou um vídeo agradecendo. O nome do troféu é uma homenagem da Fifa à alagoana, de 38 anos, eleita seis vezes a melhor jogadora do mundo. O gol premiado ocorreu durante a vitória da seleção brasileira em amistoso contra a Jamaica, em 1º de junho.

A camisa 10 do Brasil concorreu com outras 10 atletas pelo Troféu Marta, que levou em conta os gols marcados no período entre 21 de agosto até 10 de agosto deste ano.  

Os outros gols foram de Delphine Cascarino/ Lyon) - Lyon x Benfica (27/3/24);  Marina Hegering/Wolfsburg – Essen x Wolfsburg (29/1/24); Sakina Karchaouri/seleção francesa - França x Suécia (12/7/24); Paulina Krumbiegel/Hoffenheim – Duisburg x Hoffenheim (2/2/24);  Nina Mateljic/Sérvia – Sérvia x Inglaterra (17/7/24); Beth Mead/Arsenal) – Arsenal x West Ham (26/11/23); Giuseppina Moraca/Lazio) – Lazio x Bologna (15/10/23); Asiat Oshoala/Barcelona) – Barcelona x Benfica (14/11/23); Mayra Pelayo/México) – (27/2/24) e Trinity Rodman/Estados Unidos) – Estados Unidos x Japão (3/8/24).

Quem também brilhou no The Fifa Best foi outra atacante da seleção, Gabi Portilho, única brasileira escolhida para integrar o time ideal da Fifa, formado pelas melhores jogadoras do mundo em 2024.  A atleta de 29 anos, que defende o Corinthians, foi um dos destaques da  seleção brasileira vice-campeã olímpica nos Jogos de Paris.

Time ideal da Fifa


GOLEIRA:  Alyssa Naeher
ZAGUEIRAS:  Irene Paredes e Naomi Girma
LATERAIS: Lucy Bronze e Ona Battle
MEIAS: Horan, Gabi Portilho, Aitana Bonmatí e Guijarro
ATACANTES: Salma Paralluelo e Graham Hansen

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