Cidades

INVESTIGAÇÃO

Na mira do Ministério Público, Conselho Tutelar busca se isentar da responsabilidade no caso Sophia

Pai da menina procurou o órgão pelo menos três vezes para denunciar maus-tratos. Conselho também não compareceu ao UPA quando foi Sophia deu entrada na unidade já morta

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Diante das constantes denúncias de que o Conselho Tutelar Norte foi negligente com o atendimento oferecido à Sophia Ocampo, morta aos dois anos de idade, e ao seu pai, Jean Carlos Ocampo da Rosa, que compareceu três vezes no órgão para denunciar os maus-tratos sofridos pela filha, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MP/MS) protocolou um inquérito civil para apurar a responsabilidade da instituição na morte da menina. 

No processo, assinado pelo promotor de Justiça Paulo Henrique Camargo Iunes, estão reunidos documentos que mostram os procedimentos tomados pelo Conselho quando Jean denunciou Stephanie de Jesus da Silva por maus-tratos. A mulher está presa preventivamente acusada de participação na morte da menina. 

Em um dos relatórios, o Conselho afirma que foi chamado para ir à Unidade de Pronto Atendimento do Coronel Antonino, no dia 26 de janeiro, local em que Sophia já chegou sem vida. Mas, de acordo com o documento, o conselheiro que atendeu ao telefone da polícia afirmou que a instituição não poderia intervir neste caso porque a criança já estava morta.

Contudo, muito antes dos serviços do Conselho serem solicitados pelos policiais que atenderam ao caso no UPA, o órgão já havia sido notificado sobre as condições em que a vítima vivia, com mais duas crianças, uma de 04 anos, enteado de Stephanie e uma de oito meses, fruto de seu relacionamento com Christian Leitheim, padrasto de Sophia e um dos acusados por sua morte. 

A primeira visita feita por conselheiros na casa onde a criança vivia foi em 22 de março de 2022, quando foram atendidos por Stephanie, na casa em que vivia com a filha. De acordo com o parecer do conselheiro, o caso seria encaminhado para que tomassem "as medidas que entendessem necessárias". 

Ainda no mesmo relatório, que apresenta apenas as alegações de Stephanie sobre as acusações e as únicas impressões do conselheiro registradas são sobre a desordem do local e que a carteira de vacinação da menina estava atrasada. 

Em contrapartida, fica registrado que Stephanie acusa sua mãe, afirmando que ela teria feito a denúncia por não aceitar seu relacionamento com Christian, mas que Sophia era bem alimentada e não sofria qualquer tipo de violência. 

Além disso, o profissional afirma que não viu qualquer marca aparente no corpo da menina que poderia indicar agressões e a menina não expressou qualquer queixa "por ter pouca idade". 

Conforme os documentos juntados para a abertura do inquérito, Stephanie só compareceu ao Conselho Tutelar apenas em maio do mesmo ano, dia em que afirmou ter atualizado a carteira de vacinação da menina, mas, coincidentemente, esqueceu de levá-la para comprovar que a imunização da criança estava em dia. 

O mesmo relatório aponta que a mãe de Sophia afirmou que a menina estava bem, apenas se recuperando de uma gripe, incluindo que a vítima estava indo à escola e se alimentando regularmente. 

Stephanie apenas foi orientada a deixar a carteira de vacinação atualizada e zelar pela integridade física de sua filha, mas, em momento nenhum, apresentou provas de que a Sophia estava vivendo bem sob sua guarda. 

Outras duas vezes, o Conselho tentou realizar mais duas visitas à casa onde a menina vivia com a mãe e o padrasto, mas ninguém foi encontrado e os vizinhos não sabiam informar onde os moradores estavam. 

Após todas as denúncias, o Conselho Tutelar não realizou qualquer outro procedimento para verificar se as condições de vida da menina haviam melhorado ou se Stephanie estava mantendo a integridade física e psicológica de sua filha, conforme foi orientada na visita anterior ao Conselho. 

A investigação segue na 46º Promotoria de Justiça e os envolvidos, incluindo o pai de Sophia, Jean Carlos Ocampo, será intimado para depor no Ministério Público Estadual.

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Com recesso de fim de ano, Detran-MS adota escala diferente de atendimento

Funcionamento ocorre normalmente nos dias 22 e 23 de dezembro e também em 29 e 30 de dezembro

21/12/2025 09h00

Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS) manterá o atendimento presencial nas agências de todo o Estado somente entre as segundas e terças que antecedem o Natal e o Ano-Novo.

Conforme a escala especial de fim de ano, o funcionamento ocorre normalmente nos dias 22 e 23 de dezembro e também em 29 e 30 de dezembro, no horário regular das unidades: das 7h30 às 11h30 e das 12h30 às 16h30, com exceção das agências instaladas em shoppings, que seguem horários diferenciados.

De acordo com o Decreto “E” nº 2, de 16 de janeiro de 2025, não haverá expediente nas repartições públicas estaduais nos dias 24 (quarta-feira), 25 (quinta-feira) e 26 de dezembro (sexta-feira), em razão do feriado de Natal e de pontos facultativos. Também não haverá atendimento presencial no dia 31 de dezembro (quarta-feira).

Já o Decreto “E” nº 46, de 24 de novembro de 2025, que estabelece os feriados e pontos facultativos de 2026, define o dia 1º de janeiro (quinta-feira) como feriado nacional e o dia 2 de janeiro de 2026 (sexta-feira) como ponto facultativo.

Durante os dias sem expediente presencial, o Detran-MS seguirá oferecendo serviços digitais à população. Será possível realizar consultas e emitir guias por meio do Portal de Serviços Meu Detran, do aplicativo Meu Detran MS e da atendente virtual Glória, disponível via WhatsApp pelo número (67) 3368-5000.

O órgão alerta ainda para o funcionamento do sistema bancário no período. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), no Natal de 2025 os bancos não abrem no dia 25 de dezembro e, no dia 24, funcionam em horário reduzido, até as 11h. No fim de ano, as instituições financeiras não terão expediente no dia 31 de dezembro e no dia 1º de janeiro, retomando o atendimento normal nos dias úteis entre os feriados.

A orientação do Detran-MS é que os usuários se programem com antecedência para pagamentos e cumprimento de prazos, evitando transtornos durante o período de recesso.

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"Mais louco do Brasil" recebe ultimato para combater megaerosão

Justiça impôs multa diária de R$ 100 mil caso o prefeito de Ivinhema e a Agesul não tomarem providências para combater erosão

20/12/2025 19h30

Água de dois bairros sem drenagem provou erosão de 3,8 quilômetros na margem de rodovia na saída de Ivinhema para Angélica

Água de dois bairros sem drenagem provou erosão de 3,8 quilômetros na margem de rodovia na saída de Ivinhema para Angélica Ivinotícias

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Apesar de uma gigantesca erosão estar ameaçando destruir uma rodovia estadual, a MS-141, que está sob a responsabilidade do Governo do Estado, o prefeito Juliano Ferro, que se autodenomina "o mais louco do Brasil, também recebeu um ultimato da Justiça para que tome providências para tentar acabar com o problema. 

Segundo denúncia do Ministério Público acatada pela Justiça, a erosão ocorre porque falta drenagem no conjunto habitacional Salvador de Souza Lima e no Residencial Solar do Vale. A água destes dois bairros acabar descendo pela margem da MS-141, na saída de Ivinhema para Angélica, e provoca a erosão que se estende por cerca de 3,8 quilômetros.

E, por conta do risco de acidentes e por causa do grande volume de terra que foi arrastado para propriedades rurais vizinhas, a Justiça determinou multa diária de R$ 100 mil para a prefeitura, a Agesul (resposponsável pela manutenção da rodovia) e ao Governo do Estado caso não adotem medidas imediatas para conter a erosão. 

Mesmo com liminar anteriormente deferida, as fortes chuvas das últimas semanas agravaram o cenário e ao longo da última semana a promotoria realizar novas diligências no local e voltou à Justiça para exigir a imposição da multa, no que foi atendida..

Durante as vistorias, foram identificadas valas com cerca de 10 metros de largura e até dois metros de profundidade às margens da rodovia, além da exposição de tubulações de esgoto, que ficaram vulneráveis a rompimentos. 

De acordo com a promotoria, a situação representa risco concreto e iminente de acidentes de grandes proporções, inclusive com possibilidade de vítimas fatais, em um trecho por onde trafegam diariamente ônibus, veículos leves e caminhões pesados.

Diante dos novos fatos, o Promotor de Justiça Allan Thiago Barbosa Arakaki peticionou nos autos destacando a piora do quadro e a ameaça à segurança viária, à saúde pública e ao meio ambiente.

Ao analisar os documentos e fotografias apresentados pelo MPMS, o juiz Rodrigo Barbosa Sanches acolheu os pedidos e determinou que os requeridos iniciem, em até cinco dias, ações emergenciais para conter o escoamento das águas pluviais, realizem a manutenção dos sistemas de drenagem e apresentem, em até 60 dias, relatório técnico com as providências adotadas e os resultados obtidos.

Além da atuação judicial, o MPMS também dialogou com proprietários rurais afetados pelos danos, esclarecendo que prejuízos patrimoniais individuais poderão ser objeto de reparação específica.

Por conta desta terra e de outras erosões, o Córrego Piravevê, que desemboca no Rio Ivinhema e separa os municípios de Angélica e Ivinhema, praticamente desapareceu. O leito foi completamente tomado pela terra e a promotoria também já recorreu à Justiça para tentar obrigar a prefeitura e o Governo do Estado a fazerem a recuperação.

O Correio do Estado procurou o prefeito Juliano Ferro em busca de informações para saber se alguma providência já foi adotada nos dois bairros que dão origem à erosão, mas ele não deu retorno. 

 

 

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