Cidades

OPERAÇÃO ZOLLFREI

PF cumpre mandados por descaminho e lavagem de dinheiro em MS

Ação aconteceu em três endereços de Dourados e outro no interior de São Paulo; a justiça também determinou o bloqueio de contas bancárias dos investigados, totalizando R$ 3,6 milhões

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A Polícia Federal cumpriu quatro mandados de busca e apreensão por suspeita de descaminho, lavagem de dinheiro e organização criminosa, sendo três em Dourados e um em Votuporanga (SP).

Os cumprimentos aconteceram na manhã desta quarta-feira (12) e foi autorizada pela Justiça Federal da 3ª Região. As investigações são realizadas desde 2022, quando um cidadão paraguaio foi preso em flagrante transportando mercadorias internacionais sem estar regularizada, ou seja, caracterizando o contrabando.

A partir deste ponto, foi possível identificar suspeitos e empresas envolvidas no esquema através da análise do material. A conclusão da investigação afirmou que havia uma organização criminosa que utilizava veículos batedores para evitar fiscalizações e, assim, movimentando grandes quantias.

Durante a Operação, denominada de Zollfrei (palavra alemã que significa "sem taxas"), foram apreendidos documentos, quatro aparelhos celulares e um veículo automotor utilizado pelo grupo. Além disso, a Justiça determinou o bloqueio de contas bancárias dos investigados, totalizando, aproximadamente, R$ 3,6 milhões. 

Também foi feita a indisponibilidade de imóveis, quando uma medida judicial impede a venda, doação ou hipoteca de um imóvel, geralmente utilizada para garantir o cumprimento de processos judiciais ou administrativos.

A Polícia Federal afirma que as investigações não terminaram e que busca identificar todos os envolvidos no esquema de importação de produtos irregulares.

Casos de contrabando em MS

No último dia 06, policiais militares do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) apreenderam, dois veículos carregados com cigarros, cigarros eletrônicos, aparelhos de telefone celular, relógios, malas, roupas, perfumes, materiais para pesca, brinquedos, suplementos e vitaminas em Maracaju, produtos avaliados em R$ 2,3 milhões.

A fiscalização ocorreu em um bloqueio policial na rodovia MS-164, área rural do município, após ordem de parada aos motoristas que estavam em um Fiat Uno e uma Van, e seguiam sentido Ponta Porã e Maracaju. Com 21 anos, o condutor do Uno transportava 1,5 mil pacotes de cigarro contrabandeados do Paraguai.

À polícia, ele disse que foi contratado para o serviço ilegal, juntamente com os dois passageiros e uma passageira, por um homem que reside em Campo Grande, e que faz o percurso com produtos ilegais. A ocorrência foi registrada e entregue na Delegacia da Polícia Federal em Dourados.

Em novembro do ano passado, a Polícia Federal (PF) e Receita Federal desarticularam um mega-esquema de fornecimentos de eletrônicos importados de forma clandestina durante a operação Break Off.

Conforme apurado pela reportagem, 76 policiais federais e 20 auditores-fiscais da Receita Federal cumpriram 19 mandados de busca e apreensão em Sonora (MS), Campo Grande (MS), Ponta Porã (MS), Cuiabá (MT), Várzea Grande (MT), Goiânia (GO), São Paulo (SP) e Barra do São Francisco (ES).

A Justiça também determinou o sequestro de bens móveis e imóveis e o bloqueio de valores em contas bancárias dos envolvidos.

Os mandados foram emitidos pela 5ª Vara Federal Criminal de Mato Grosso. Os delitos foram identificados a partir da deflagração da operação Sign Off.

De acordo com a Polícia Federal, as apurações revelaram um intrincado esquema de fornecimento de eletrônicos provenientes do Paraguai e dos Estados Unidos, que eram revendidos no mercado informal em todo o Brasil.

O objetivo é desarticular três grupos de fornecedores que contratava agentes de segurança pública, para realizar o transporte de mercadorias, com o intuito de evitar a fiscalização estatal.

Números

Ao longo do último ano, a Polícia Federal (PF) apreendeu R$ 87.771.190 em cigarros contrabandeados em Mato Grosso do Sul. Conforme a base de dados da PF, as apreensões ocorreram nas cidades de Mundo Novo (6), Ponta Porã (5), Campo Grande (4) e Corumbá (1).

O maior número de apreensões ocorreu no município de Mundo Novo, cidade que faz fronteira com Salto del Guairá, no Paraguai, líder na estatística de valores apreendidos – R$ 37.125.882 em 2024 –, com destaque para a operação realizada em dezembro do ano passado, ocasião em que a Polícia Federal apreendeu R$ 17.272.755 em cigarros contrabandeados.

*Colaborou Naiara Camargo e Alison Silva

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Cidades

Com busca em MS, operação contra fraude no INSS ocorreu em 34 cidades do país, diz Justiça

Operação deflagrada nesta quarta apura esquema nacional de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões

23/04/2025 13h29

Foto: Divulgação PF

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Com mandado de busca em Mato Grosso do Sul, a Controladoria-Geral da União em conjuto com a Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (23) uma operação contra um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), operação realizada em 34 cidades do país,.

Segundo a PF, entidades que representavam aposentados e pensionistas descontaram irregularmente parte de mensalidades associativas aplicadas sobre benefícios previdenciários.

Além do Presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, também foram afastados de suas funções -  o procurador-geral do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho; o coordenador-geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente do INSS, Giovani Batista Fassarella Spiecker; o diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão, Vanderlei Barbosa dos Santos; e o coordenador-geral de Pagamentos e Benefícios do INSS, Jacimar Fonseca da Silva, além de um policial federal. 

As investigações tiveram início em 2023, contudo, o inquérito foi instaurado em junho de 2024 após  a CGU observar a formação de uma organização crimonosa. Ao todo, 29 entidades foram investigadas, destas 11 foram alvos de medidas judiciais -  Ambec; Sindnapi/FS ; AAPB ; AAPEN (anteriormente denominada ABSP); Contag; AAPPS Universo; Unaspub; Conafer ; Apdap prev (anteriormente denominada Acolher); ABCB/Amar Brasil e Caap. 

Cerca de 1,3 mil aposentados foram entrevistados e 97% destacaram não saber da existencia dos descontos junto a suas contas junto à previdência. Atualmente o INSS conta com 40,6 milhões de beneficiários, destes, cerca de 6 milhões possuem algum tipo de associativismo em suas contas. 

“Tudo segue em segredo de justiça, esta é uma operação de proteção dos aposentados, pessoas que estão em uma fase adiantada da vida, foram vitimas faceis de criminosos que se apropriaram de pensões e aposentadorias, e se insere no conjunto de operações qtrafico de pessoas, armas, setor de combustíveis e o setor da corrupção. Não admitimos corrupção, seja qual for, venha de onde vier”, disse o ministro Ricardo Lewandowski. 

A operação contou 620 policiais federais e 80 auditores da CGU no cumprimento de 211 mandados de busca e apreensão, ordens de sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão e seis mandados de prisão temporária no Distrito Federal e em outros 12 estados: Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe. Em um dos locais, a PF encontrou Porsche Taycan azul claro, sem placas, modelo avaliado em quase R$ 1 milhão. 

De acordo com o ministro da Justiça, o dinheiro seguia para uma espécie de folha de recibos das entidades, a medida  em questão, é saber o que estas faziam com esse dinheiro.  "Ilegal ou não, é o que vamos descobrir em função das buscas e apreensões de hoje", complementou.

Conforme o Ministro da CGU, Vinicius de Carvalho, a prática de descontos dos pensionistas e aposentados é observada pelo Governo Federal desde 2016, contudo, foi a partir de 2018, os descontos passam a ser maiores. "Em 2021 tinhamos 15 acordos de cooperação, em 2023 tínhamos 34  firmados.", pontuou.

De acordo com a PF, todos os seis mandados de prisão foram expedidos ao estado do Sergipe, ação que contou com três prisões e três pessoas foragidas.  Pelos cálculos dos investigadores, as entidades cobraram de aposentados e pensionistas o valor estimado de R$ 6,3 bilhões, no período entre 2019 e 2024.

Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa, passiva, violação de sigilo funcional, falsificação de documento, organização criminosa e lavagem de capitais.

BOLETIM ANUAL CPT

MS ocupa 7º lugar no ranking de violência no campo

Mato Grosso do Sul aparece com 93 registros de conflitos por terra em 2024

23/04/2025 12h45

Em análise das situações, houve aumento nos chamados

Em análise das situações, houve aumento nos chamados "não cumprimentos de procedimentos legais" (de 79 para 84) Reprodução

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Quando o assunto é a disputa por terra, os conflitos por propriedade e água em Mato Grosso do Sul em 2024 colocaram MS na sétima colocação do "ranking da violência no campo", conforme balanço anual divulgado pela  Comissão Pastoral da Terra (CPT) hoje (23). 

Os dados trabalhados pelo Centro de Documentação Dom Tomás Balduino (Cedoc) mostram que, no ano passado, 1.768 ocorrências de disputa de terras totais foram registradas, sendo o maior número visto nos últimos dez anos, além de outros 266 conflitos por água. 

Se comparado o período de 12 meses imediatamente anterior, o ano de 2023 foi responsável por registrar, respectivamente, 1.724 e 225 conflitos por terra e água. 

A CPT aponta que as disputas por terra representam 80% de todos os conflitos no campo, que somaram 2.185 casos no total no ano passado. 

As violências contra ocupação e posse predominam entre os casos de conflitos, sendo 1.680 no total, o que envolve ações de expulsões, ameaças de despejos, destruição de itens e roças, além de crimes como grilagem e até "pistolagem". 

Esses casos já envolveram 905,5 mil pessoas em conflitos por terra no Brasil, uma luta constante que parece perder força do lado das ações de resistência, diante da diminuição das ocupações e retomadas (de 124 para 78) e acampamentos (de 18 para 10).

Mato Grosso do Sul aparece com 93 registros de conflitos por terra em 2024, o que coloca o Estado na sétima colocação do ranking, atrás apenas das seguintes Unidades da Federação: 

  1. º Maranhão (363);
  2. º Pará (234); 
  3. º Bahia (135); 
  4. º Rondônia (119);
  5. º Amazonas (117);
  6. º Mato Grosso (102)

Depois, os Estados do Acre (59); Goiás (49) e Amapá (48) fecham esse "top 10" unidades que lideram o ranking de casos de conflito por terra registrados em 2024.

Dados dos conflitos

Conforme boletim da Pastoral, é possível observar um  aumento significativo nos casos de contaminação por agrotóxicos no cenário nacional como um todo, que representa um salto percentual de 762.5% entre os anos de 2023 e 2024. 

Isso porque, a Comissão Pastoral da Terra aponta para um total de 276 ocorrências de contaminação por agrotóxico no ano passado, diante de apenas 32 casos que haviam sido registrados em 2023, com 228 dessas situações observadas no Estado líder dos conflitos, Maranhão. 

A CPT estuda a ligação de parte dessas violências com o grupo de ruralistas autointitulados "Invasão Zero", que teria surgido entre fazendeiros e donos de terras na Bahia, "contando com o apoio de milícias, agentes de segurança privada e forças policiais", expõe o documento.

Segundo a Comissão, há indícios da influência do grupo entre as casas legislativas do Brasil, incitando propostas de lei para criminalizar as ocupações de terras e retomadas de posse por comunidades tradicionais e movimentos sociais.

Enquanto a ação do grupo é comprovada em Estados como Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Pará, Paraná e Pernambuco, por exemplo, os ataques que teriam sido coordenados pela "invasão zero" em Mato Grosso do Sul ainda classificam essa autoria como apenas suspeita. 

Dos causadores das violências, quase metade dos casos é representado pela figura de fazendeiros (44%), que seriam ainda os responsáveis por 47% dos incêndios e 38% dos desmatamentos ilegais, seguidos por grileiros, empresários e madeireiros. 

Do outro lado, os mais violentados são vistos principalmente entre os povos e comunidades, como posseiros (425) e quilombolas (221), por exemplo. 

Por sua vez, a disputa por água é classificada em diferentes tipo, com os seguintes percentuais em 2024: 

  • “Uso e preservação” (71%)
  • “Barragens e açudes” (23%), 
  • “Barragens” (23%) e
  • “Apropriação da água” (7%)

Na luta por água as principais vítimas, em 2024, foram os povos indígenas (71 registros), quilombolas (58), ribeirinhos (28) e posseiros (27), enquanto os principais causadores dos conflitos são apontados como: 

  • Empresários (64 ocorrências) 
  • Fazendeiros (58), 
  • Governo Federal (36), 
  • Mineradoras (34), 
  • Hidrelétricas (31) e 
  • Garimpeiros (14).

Em análise das situações, houve aumento nos chamados “não cumprimentos de procedimentos legais" (de 79 para 84), “destruição e poluição" (de 59 para 69) e “contaminação por agrotóxico” (de 26 para 40 registros).

Sobre os "não cumprimentos de procedimentos legais", na maioria das vezes, significa que o Estado (seja na esfera federal, estadual ou municipal) está diretamente envolvido no conflito como mediador entre as partes, deixando de cumprir com algum ponto durante o processo de compensação de danos. 
 

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