Cidades

Cidades

Prefeitura encarece mais um contrato da iluminação pública em Campo Grande

Termo aditivo para compra de postes chega a R$ 3 milhões enquanto Executivo aponta para alta demanda, como pela troca desses equipamentos quebrados em acidentes

Continue lendo...

Na Cidade Morena mais um contrato da iluminação pública do município acaba de ficar mais caro, como mostra a edição desta quarta-feira (11) do Diário Oficial de Campo Grande, com a publicação de extrato do primeiro termo aditivo ao contrato para compra de postes, que chega agora à mais de R$ 3 milhões. 

Conforme o texto do Diogrande, o acréscimo fez o então contrato saltar de cerca de R$ 2,5 milhões para R$ 3.124.528,00, somando R$ 624.348,00 ao acordo firmado entre a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) e Empresa Triunfo Iluminação Ltda. 

Assinado em 02 de dezembro 2024, a vigência do contrato foi inicialmente estipulada entre 28 de novembro do ano passado pelo período de um ano e, conforme contrato, sobre os reajustes, os preços iniciais são fixos e irreajustáveis por 12 meses contados a partir da data do orçamento estimado. 

Como detalhado no Portal da Transparência da Prefeitura de Campo Grande, o aviso de abertura da licitação foi publicado em 30 de agosto, com o edital de licitação e respectivas propostas de preços e valores máximos aceitáveis, tendo data de preparação pouco antes no mesmo mês. 

Além disso, fica claro que a fonte desses recursos é justamente a taxa da chamada Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (COSIP). 

Pelo contrato original com a Triunfo estava relacionada a compra de 980 postes e 376 suportes, pelo valor inicial de R$ 2.500.180,00,  com a empresa podendo ou não usar toda a quantia e o pagamento sendo feito mediante os serviços devidamente executados. 

O que diz a Prefeitura

Na manhã de hoje (11) a Prefeitura de Campo Grande foi contatada para que apontasse as justificativas para reajuste contratual. 

Segundo o Executivo, houve necessidade da compra de mais postes e suportes, graças ao aumento no uso desses materiais em ruas e avenidas "e também nas praças e campos de futebol nos bairros", além daqueles equipamentos que precisam ser trocados em caso de acidentes de trânsito. 

Ainda em nota de retorno, a Prefeitura aponta para a alta demanda desse tipo de troca, citando por exemplo 11 postes atingidos que precisam ser trocados Avenida Lúdio Coelho, conforme levantamento feito nesta semana. 

"É importante ressaltar que não se trata de reajuste ao contrato. O valor que consta no aditivo é o máximo que poderá ser utilizado, e a empresa só recebe pelas aquisições feitas pela Secretaria", defende o Executivo.

Iluminação de Campo Grande

Em março deste ano, outros contratos da iluminação pública foram reajustados pelo Executivo, sendo três atualizações de quase 25% que  somadas representam cerca de 2,7 milhões de reais em acréscimos aos contratos firmados com a Empresa Construtora B&C Ltda.

À época o Correio do Estado buscou dados da Secretaria de Finanças (Sefin), referentes à 2024, mostrando um aumento de 28,2% na tarifa de iluminação pública em Campo Grande, já que os campo-grandenses pagavam R$ 153,46 milhões à Prefeitura em 2023 e R$ 196,86 milhões no ano passado. 

Questionada nesse reajuste de março, a Sisep informou em março que foi notada necessidade de adequação dos valores previstos, já que a demanda também apresentava uma crescente notória. 

"Por conta do crescimento da cidade e ampliação da necessidade de atendimento às solicitações recebidas da comunidade, seja com relação à implantação da iluminação pública ou de manutenção", justificou o Executivo. 

Vale lembrar que a Contribuição para o Custeio dos Serviços de Iluminação Pública (Cosip) apareceu na Capital quando André Puccinelli ainda era prefeito, como forma de  "legalizar" a antiga taxa por esse serviço e gerar arrecadação. 

Com isso, as elevadas arrecadações por meio da Cosip em Campo Grande fazem a Cidade Morena angariar com a contribuição mais do que Curitiba, por exemplo, que possui o dobro da população campo-grandense. 

 

Assine o Correio do Estado

Após oito anos

Justiça fixa pensão até 2075 para família de rapaz morto com mangueira de ar

Valor mensal da pensão é de R$ 1.012,00 e será pago retroativamente desde a data da morte de Wesner

16/12/2025 16h30

Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

Continue Lendo...

Dupla condenadada por introduzir uma mangueira de ar comprimido – equipamento automático para lavagem de carros –  no ânus de Wesner Moreira, por “brincadeira”, no lava-jato em que trabalhavam, Thiago Giovanni Demarco Sena e Willian Enrique Larrea terão de pagar pensão à família do jovem até 2075, ano em que o garoto completaria 75 anos. 

O valor mensal da pensão é de R$ 1.012,00, conforme cálculo homologado nos autos, e será pago retroativamente desde a data da morte de Wesner, em fevereiro de 2017. A ação de perdas e danos tramita na 16ª Vara Cível da Comarca de Campo Grande e engloba os danos morais, danos materiais e as pensões vencidas, valor que gira em torno de R$ 1,32 milhão.

A Justiça manteve a condenação dos réus ao pagamento de indenização por danos morais, fixada em R$ 500 mil, além de danos materiais referentes às despesas de funeral, no valor de R$ 1.149,97, ambos acrescidos de correção monetária e juros legais.

Neste mês, a Justiça realiza o processo de intimações para pagamento de custas, expedição de ofícios e pedidos de informações patrimoniais, com o objetivo de localizar bens passíveis de penhora da dupla, para garantir o cumprimento da decisão judicial. 

Condenação

A dupla foi condenada a 12 anos de cadeia em júri popular realizado em 30 de março de 2023, mas recorrereu da decisão do juiz, e saiu em liberdade. 

Após o crime, ambos não ficaram presos um sequer dia, prestaram depoimentos e foram liberados.

Em fevereiro do ano passado, sete anos após a morte de Wesner, o juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Júri de Campo Grande, mandou prendê-los e recolhê-los

Júri Popular 

Em júri popular realizado em 30 de março de 2023, Thiago Giovanni Demarco Sena, dono do lava-jato e Willian Enrique Larrea, funcionáriodo estabelecimento, negaram que havia intenção de matar o jovem e alegaram que a tragédia resultou de uma “brincadeira de mau gosto”.

Primeiro a depor entre os acusados, Thiago Giovanni Demarco Sena disse não saber do potencial destrutivo da mangueira de ar comprimido, que teria sido introduzida na região do ânus da vítima.

Segundo ele, todos eram amigos e nunca tiveram desavença. Ele afirma ainda que não era a primeira vez que brincavam com a mangueira, direcionando o jato de ar para o rosto ou outras partes do corpo.

No dia do crime, ele afirma que Wesner e Willian estavam brincando com o compressor e que a vítima teria iniciado.

Thiago, que estava fazendo a lavagem embaixo de um carro, também entrou na suposta brincadeira.

"Eu com a mangueira na mão, em tom de brincadeira falei 'de novo você fazendo isso Wesner'. Peguei e direcionei a mangueira na bunda dele por cima do short, com ar do compressor aberto, que eu já vinha usando, encostei, pressionei por nem três segundos", disse o réu na ocasião.

"Na hora ele reclamou e pediu para parar, falou que tava doendo, na hora eu desliguei a mangueira", afirmou ainda.

Questionado se tinha consciência que o compressor de ar pudesse causar danos graves e levar a morte, Thiago disse que não sabia do risco.

"Eu nunca imaginei que pudesse acontecer o que aconteceu com ele, se eu soubesse jamais teria brincado com ele com o compressor", afirmou.

Na sequência, o outro acusado,Thiago Giovanni Demarco Sena depôs e, chorando, também afirmou que o caso se tratou de uma brincadeira que deu errado.

Ele confirmou a versão de Willian, de que todos eram amigos e estavam brincando quando a mangueira foi direcionada a Wesner.

Eles falaram ainda que as brincadeiras com o compressor de ar eram comuns, mas não com direcionamento para as partes íntimas e nunca na maldade.

Em juízo, os réus destacaram que os três estavam “brincando” com a mangueira de ar, direcionando o jato de ar para o rosto ou outras partes do corpo, quando ambos pegaram Wesner no colo, o seguraram e apontaram o compressor em direção ao ânus do garoto. 

Wesner foi levado ao hospital, alegando dores na barriga, vômito e inchaço abdominal. Permaneceu internado por 11 dias no Hospital Santa Casa de Campo Grande e morreu em 14 de fevereiro de 2017.

Assine o Correio do Estado

transporte coletivo

Prefeita contrapõe Consórcio, apresenta recibos de pagamento e diz que greve é ilegal

Adriane disse que Município tem cumprido todas as obrigações contratuais e que já tomou medidas administrativas e judiciais para encerrar a greve

16/12/2025 16h00

Prefeita apresentou comprovantes de pagamento ao Consórcio Guaicurus

Prefeita apresentou comprovantes de pagamento ao Consórcio Guaicurus Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

Continue Lendo...

Contrapondo as declarações do Consórcio Guaicurus, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), que já havia negado estar devendo o concessionário de transporte coletivo, apresentou, nesta terça-feira (16), comprovantes de pagamentos realizados. Adriane também afirmou que a greve dos ônibus é abusiva e que, caso não haja solução em audiência nesta tarde, o problema será resolvido na Justiça.

Conforme reportagem do Correio do Estado, o Consórcio Guaicurus afirma ter dívida de R$ 15,2 milhões, conta que vai de débitos com fornecedores a funcionários. Pela falta de pagamento aos funcionários, a greve foi iniciada nessa segunda-feira (15).

A prefeita disse que todos os repasses devidos ao consórcio estão em dia.

"Todas as verbas que são contratuais, que tem relação do Município com o Consórcio Guaicurus foram feitos os repassos, ou seja, a subvenção de R$ 19 milhões, pagamento de vale-transporte de R$ 16 milhões, o Governo do Estado transferiu R$ 7 milhões, ele fez um acordo de R$ 13 milhões neste ano e R$ 4 milhões ficou para o ano que vem, acordado com o consórcio, então todas as verbas que implicam o Poder Público foram transferidas", disse o secretário municipal de Governo, Ulisses Rocha.

"O que existe é o Consórcio discutindo na Justiça um reequilíbrio da tarifa, aí ele aponta que há uma distorção de x milhões de reais, que isso está sendo apurado e discutido. Ele [consórcio] quer que o município aumente o preço da tarifa técnica para ele poder receber mais valores, essa é a discussão. Então não tem cadê o dinheiro, o dinheiro foi pago. Se o dinheiro foi repassado para funcionários e tem funcionários sem receber, o que a prefeitura pode fazer diante disso?", acrescentou.

Conforme os documentos apresentados pela prefeita, neste mês foram pagos R$ 3.005.705,19 líquidos ao Consórcio Guaicurus.

Além disso, com relação às subvenções das gratuidades do vale-transporte, de janeiro a dezembro foram repassados mais de R$ 19,5 milhões ao concessionário pela prefeitura, além de mais R$ 7,3 milhões pelo Governo do Estado.

A subvenção das gratuidades são referentes aos estudantes da Rede Pública municipal e estadual, pessoas com deficiência (PCD) e idosos.

"Além das gratuidades, o Município aporta também o vale-transporte dos nossos servidores, que são adquiridos e utilizados pelos servidores do município e, rigorosamente está em dia esse repasse. As questões judiciais serão discutidas na justiça, dentro da legalidade e da realidade, tanto do Consórcio como do Município", disse a prefeita.

Adriane disse ainda que, além das gratuidades, o Consórcio Guaicurus recebe dinheiro de pessoas que utilizam o transporte coletivo e pagam por ele e questionou ainda onde o Consórcio Guaicurus estaria investindo o dinheiro.

"O dinheiro que é a responsabilidade do Município foi pago e, se o Município está rigorosamente em dia, a empresa também teria que estar rigorosamente em dia com os pagamentos dos seus funcionários", disse.

Por fim, a prefeita disse que há um processo em andamento na Justiça do Trabalho e que uma audiência a ser realizada nesta tarde pode por um fim na greve, que ela classifica como ilegal, pois houve a paralisação total dos ônibus.

Greve

A greve dos motoristas foi deflagrada nessa segunda-feira, ocasionada pelo não pagamento do salário dos funcionários do Consórcio Guaicurus, que deveria ter sido depositado no quinto dia útil do mês. Outro motivador é o anúncio das empresas do consórcio de que também não devem honrar o pagamento do 13º salário, que deve ser depositado até o dia 20 deste mês.

O Consórcio Guaicurus afirma que o não pagamento salarial se deve à dívida do poder público com a concessionária. Conforme o grupo de empresas, não teriam sido pagos valores referente ao subsídio das gratuidades e do vale-transporte dos servidores, que totalizaria R$ 13,2 milhões.

A informação, no entanto, é negada tanto pela Prefeitura de Campo Grande quanto pelo governo do Estado, que também contribui com o subsídio.

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou, em decisão judicial, que 70% dos motoristas trabalhem durante a paralisação, por se tratar de um serviço essencial de transporte coletivo urbano.

O valor da multa diária era de R$ 20 mil, mas, após nova decisão do Desembargador Federal do Trabalho, César Palumbo, subiu para R$ 100 mil.

Ele exige que os motoristas cumpram com urgência a decisão, que tem caráter de mandado judicial.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).