Nesta terça-feira (3), várias cidades de Mato Grosso do Sul registraram índices extremos de umidade relativa do ar, sendo o recorde a cidade de Três Lagoas, onde a umidade chegou a 7%, prejudicial à saúde e com risco de morte. Segundo informações meteorológicas, o calor não dará trégua nos próximos dias, pois o estado de Mato Grosso do Sul está em uma bolha de calor, e a situação deve se agravar.
Segundo dados do meteorologista da Uniderp, Natálio Abrahão, quatro cidades de Mato Grosso do Sul registraram umidade relativa do ar abaixo de 10%, estabelecendo novos recordes.
- Três Lagoas- 7%
- Água Clara- 8%
- Paranaíba- 8%
- Chapadão do Sul- 9%
Outras sete cidades também registraram umidade relativa do ar abaixo de 12%.
- Campo Grande-10%
- Camapuã-10%
- Ribas do Rio Pardo -10%
- Sidrolândia -11%
- Dourados -12%
- Maracaju -12%
- Aquidauana-12%
“Estamos em situação de emergência devido à umidade crítica, que representa risco de vida para idosos, gestantes e aviários. Por isso, precisamos ter muito cuidado e nos proteger, pois estamos enfrentando situações de risco extremo para a saúde humana”, relatou o meteorologista.
Risco
A baixa umidade relativa do ar pode causar ou agravar algumas doenças e trazer sintomas ao corpo humano.
O sistema respiratório é o mais afetado, pois, segundo médicos especialistas, o ar seco favorece o ressecamento das vias aéreas e a mucosa não consegue proteger o organismo de diversas infecções. Além disso, o período de queimadas deixa o ar com mais agentes particulados e poluição, que também causam alergias.
É comum o desencadeamento de crises de asma, sinusite e rinite.
O ar seco também mantém suspensos vírus e bactérias, que podem causar inflamações na garganta, gripes e resfriados, além de desencadear crises de asma, sinusite
Até pessoas que não tem doenças ou predisposições podem ser afetadas por sintomas como dor de cabeça, cansaço, coriza, sangramento no nariz e pressão na face.
A pele também sofre com ressecamento e podem surgir dermatites, crises de coceira e vermelhidão.
Nos olhos, os sintomas incluem ressecamento, inflamação, coceira, vermelhidão e dor, podendo ocorrer também conjuntivite alérgica.
Quando os índices estão abaixo de 10%, a situação é considerada de emergência, pois há riscos graves para a saúde, podendo levar à morte.
Entre os riscos, está o aumento de casos de acidente vascular cerebral (AVC), já que a falta de umidade deixa os brônquios mais fechados, o que atrapalha o fluxo sanguíneo em direção aos pulmões e força o bombeamento de sangue pelo coração.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o sangue fica mais espesso e torna mais fácil o entupimento dos vasos sanguíneos, o que pode causar o AVC.
Há também risco para pessoas com problemas cardíacos e hipertensos.
Situação deve piorar
Segundo dados do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), a previsão para os próximos dias é de tempo firme e muito sol.
A previsão indica a continuidade do tempo firme em todos os municípios de Mato Grosso do Sul. Essa situação ocorre devido à atuação de um sistema de alta pressão atmosférica, que age como um bloqueio e inibe a formação de nuvens, favorecendo um clima quente e seco no Estado.
Ainda segundo informações meteorológicas, no período da tarde, a umidade relativa do ar deve variar entre 8% e 20%.
Segundo os dados meteorológicos, as condições previstas de tempo quente e seco tornam o ambiente propenso à ocorrência de incêndios florestais. Portanto, recomenda-se que a população não ateie fogo em nenhuma situação.
Preocupados com a saúde humana, recomenda-se beber bastante líquido e umidificar os ambientes.
- Não praticar exercícios físicos durante as horas mais quentes do dia
- Evitar exposição ao sol das 9h às 17h
- Usar protetor solar
- Beber muita água
- Usar roupas finas e largas, de cores claras e tecidos leves (de algodão)
- Não fazer refeições pesadas
- proteger-se do sol com chapéus e óculos de proteção
- Manter o ambiente arejado, com umidificador de ar, ventilador, toalhas molhadas, baldes cheios d’água e ar condicionado