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De onde vem o dinheiro do Bolsa Família?

Apesar de suas falhas, é reconhecido como um programa que de fato contribuiu tanto para a distribuição da renda quanto para a redução da pobreza

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O Bolsa Família, apesar de suas falhas, é reconhecido como um programa que de fato contribuiu tanto para a distribuição da renda quanto para a redução da pobreza.

Dito isto, é consenso a necessidade de programas de redução da pobreza, principalmente no Brasil, onde o cenário pandêmico acentuou históricos problemas socioeconômicos.

O grande questionamento recai sobre o financiamento desse auxílio e seu impacto sobre as finanças do País. Entre as diversas questões, é válido discutir a construção do Orçamento e o efeito do aumento do endividamento sobre os juros.

Tentativas de contornar o Orçamento ou a Lei de Responsabilidade Fiscal não são novas. No governo Itamar, por exemplo, receitas sociais já foram desvinculadas do Orçamento para manter o funcionamento de programas sociais.

Tais discussões orçamentárias também permearam os governos de FHC, Lula, Dilma, Temer e Bolsonaro.

Durante as negociações, vários novos termos são formados, como PEC Kamikaze e, agora, a PEC de Transição.

Será que todos esses governos faltavam com a responsabilidade fiscal e/ou a construção do Orçamento pode evoluir?

Na esteira da redemocratização, a proclamação da Constituição de 1988 foi marcada por significativos avanços sociais.

Entretanto, a criação de novos direitos/deveres não foi acompanhada de compensações pelo lado fiscal.

Criou-se um desequilíbrio na despesa, no qual os governantes são compelidos/obrigados a gastar mais do que arrecadam.

Mas, na prática, o aumento dos gastos para outros fins, além de programas sociais.

Mais do que discutir a elevação da despesa, faz-se necessário rever a construção desse orçamento e suas fontes de receita.

Muito usado no meio empresarial, a construção de um Orçamento Base Zero pode ser uma alternativa para reavaliar a prioridade dos gastos.

Do lado da receita, a discussão se mostra ainda mais espinhosa. A complexidade tributária brasileira expõe um empecilho ao crescimento do País, além do seu caráter extremamente regressivo.

Inúmeras propostas de reforma tributária tramitam na câmara há décadas, mas apenas ajustes marginais foram realizados até então. 

O grande temor do “mercado” reside no impacto da elevação da dívida no comportamento dos juros. Dentro do Orçamento executado pelo governo federal em 2021, metade foi destinada ao pagamento de juros e amortizações.

Essa preocupação é justa. Na prática, quanto maior o “furo no teto”, maior a dívida e, no futuro, ainda maior a despesa com juros.

Além disso, quanto maior o grau de endividamento, maior ainda o juro cobrado, tornando ainda mais complexa a rolagem dos débitos já contraídos. 

Esse aumento do endividamento impacta a gestão intertemporal do Orçamento público, ao gastarmos mais hoje podemos comprometer o gasto de amanhã. Não existe almoço grátis.

A Lei de Responsabilidade Fiscal e o teto de gastos foram criados pelo viés de endividamento do setor público, e não como medida para penalizar a parcela mais pobre da população.

Nesse sentido, a reorganização das receitas ante o ajuste da despesa se mostra imperativo para a liberação de recursos, como os requeridos para a manutenção do Bolsa Família.

 

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Claúdio Humberto

"STF faria bem se prolongasse seu recesso"

Senador Eduardo Girão (Novo-CE) ao citar recentes decisões da suprema corte

23/12/2025 06h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Governo quer 200 cargos para entupir nova agência

No último dia de efetivo funcionamento do Legislativo, o governo Lula mandou ao Congresso pedido para colocar na conta do pagador de impostos a criação de mais um cabidão com mais de duas centenas de cargos, com fartos postos em comissão e funções de confiança, claro. O pedido é assinado pelos ministros Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) e Esther Dweck (Gestão e Inovação). As boquinhas são para preencher a Agência Nacional de Proteção de Dados.

Peso de ouro

Só 26 comissionados e cargos de confiança terão impacto de R$2,13 milhões a contar deste ano e mais R$ 5,11 milhões dois anos seguintes.

Glow up

A novíssima agência era uma “autoridade nacional”, que vivia sob guarda-chuva do ministério de Ricardo Lewandowski.

Invenção de moda

Para bombar a agência, os ministros querem a criar a carreira de “Especialista em Regulação de Proteção de Dados”, com 200 cargos.

Eles juram

Apesar do exército de aspones, os ministros garantem que a criação das boquinhas, além de não aumentar os gastos, ainda gera economia...

Tragédia comove diplomatas e agita o Itamaraty

O caso de um jovem diplomata encontrado morto na quinta (18) comove o Ministério das Relações Exteriores. Colegas afirmam que o rapaz, um Terceiro Secretário, cargo inicial da carreira, não suportou o afastamento por 60 dias, pela corregedoria do Itamaraty, e a instauração de um temido Processo Administrativo-Disciplinar (PAD). No caso dele, ainda em estágio probatório, poderia significar o fim prematuro da carreira. A coluna optou por omitir o nome do falecido, em respeito à dor da família.

Vias de fato

O rapaz teria se sentido ofendido com palavras sugerindo injúria racial, durante a COP30, e foi às vias de fato contra um superior hierárquico.

‘Altercação física’

Em nota, o Itamaraty garante que os “relatos da altercação física” foram apurados “e tratados à luz do direito administrativo disciplinar.”

Outro motivo?

Sem se referir a autoextermínio, a nota do Itamaraty diz ainda que o PAD no qual o diplomata era acusado “não está relacionado a esses fatos.”

Só piora

Repercutiu a revelação do Globo de que o ministro do STF Alexandre de Moraes procurou por quatro vezes o presidente do Banco Central em defesa do Banco Master, cliente da sua esposa. “E o Senado continuará sem fazer nada?”, cobrou o deputado Carlos Jordy (PL-RJ).

Palanque

Lula não vai deixar de tentar faturar com a quebradeira do 8 de janeiro de 2023 no ano eleitoral, claro. O destacado para bater bumbo é Guilherme Boulos, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República.

Meio de campo

Quem está na luta para desanuviar a relação entre Lula e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), é o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP).

Lacra ou lucra

Após a propaganda lacradora das Havaianas ser veiculada, ofendendo metade da clientela, a empresa tem sido “cancelada” e viu suas ações despencarem mais de 2,5% na bolsa de valores, ontem (22).

Petrobras refém

Hoje é o 9º dia da greve dos petroleiros afeta 9 refinarias, 2 usinas de biodiesel, 28 plataformas offshore, 16 terminais operacionais, 2 bases administrativas, 4 termelétricas e 10 instalações terrestres operacionais.

Em casa

Foram quase 30 dias até que Alexandre de Moraes (STF) autorizasse prisão domiciliar para o general Augusto Heleno, com Alzheimer e idade avançada. O militar tem 78 anos.

Cargo pegou mal

O eleitorado traz mais uma resposta ruim para um ministro de Lula. Levantamento do Paraná Pesquisas mostra que, hoje, Silvio Costa Filho (Portos) não conseguiria se eleger senador por Pernambuco.

Não atoa

Corre no Planalto que Lula tem até uma data favorita para anunciar o veto ao projeto de dosimetria, que reduz a pena dos condenados pela quebradeira em Brasília. É justamente 8 de janeiro.

Pensando bem...

...sandálias também podem apertar o calo.

PODER SEM PUDOR

Cláudio Humberto

As belas da tarde

Debatia-se na Câmara os meandros do regimento interno sobre questões de quórum, sessão chatíssima, quando o então presidente da Câmara, Aldo Rebelo, interrompeu a ladainha para saudar um grupo de belas estudantes que se acomodavam nas galerias. “Sejam bem-vindas!”, disse Rebelo ao microfone, com simpatia.

No microfone de apartes na meiúca do plenário, de costas para as galerias, Pauderney Avelino (PFL-AM) protestou: “Um monte de mulher bonita e eu tendo de olhar para o senhor, presidente!...”.

CLAÚDIO HUMBERTO

"Temos o dever moral de suspender o recesso e sequenciar CPI's"

Senador Eduardo Girão (Novo-CE) ao citar escândalos do INSS e do Banco Master

22/12/2025 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Código de conduta resgata norma rejeitada no STF

É perto de zero a chance de mudar alguma coisa no Supremo Tribunal Federal o tal código de conduta de ministros que a esquerda trombeteou ao protocolar o projeto de lei sobre o tema. Boa parte do texto já está em vigor. Eventual mudança é até sobre atuação de ministros em causas que têm parentes atuando na defesa. Esta regra já existia, mas caiu após decisão do próprio Supremo. A votação, longe do escrutínio público, foi no plenário virtual e terminou com folga pela liberação: 7 votos a 4.

Meu pirão

A norma caiu no STF em agosto de 2023. Dos 11 ministros à época, sete tinham parentes e cônjuges que trabalham em escritórios de advocacia.

Só exemplos

Vigorando, a norma impediria, por exemplo, Alexandre de Moraes de atuar no processo do Banco Master, que contratou a esposa do ministro.

Montada na grana

O contrato do escritório Barci de Moraes Advogados, comandado por Viviane Barci de Moraes, esposa de Moraes, totalizava R$129 milhões.

MP também

Iniciativa da deputada Adriana Ventura (Novo-SP) é mais dura. Obriga a criação do código de conduta e ainda estende para o Ministério Público.

Greve de petroleiros ganha ares de sabotagem

À boca miúda, cresce na Petrobras a certeza de sabotagem no vazamento de gás na plataforma P-40, na Bacia dos Campos, na quinta (18). A estrutura opera com equipe de contingência, já que os petroleiros estão em greve. Um dos chefões da paralisação é o pelego Deyvid Bacelar, coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP). Mesmo com a greve prejudicando a Petrobras, orgulho dos brasileiros, Lula mantém o sindicalista com cadeira cativa no Conselhão.

Tática de guerrilha

O suspeitíssimo vazamento, raridade no volume registrado, deflagrou shutdown da plataforma, ou seja, parou tudo.

Dupla face

Enquanto fala cobras e lagartos da Petrobras, na “TvPT”, Bacelar é só elogios para a petroleira, sempre associando Lula a benfeitorias. Aham...

Recesso antecipado

Os pedidos dos grevistas são vazia como a paralisação e trazem baboseiras como “reconhecimento da Pauta pelo Brasil Soberano”.

Wolney teve sorte

Lula queria na Previdência Wolney Queiroz (ou “o filho do Zé Queiroz”, seu amigo) desde o início, mas Carlos Lupi reagiu: “Seria ruim, sou o presidente do PDT”. Lula fez de Queiroz o secretário-executivo e Lupi o isolou, não tinha papel algum. Os amigos dizem que isso salvou Wolney.

Governo investigado

No total, 175 deputados e 29 senadores (somando 204) prorrogaram a CPMI do INSS por 120 dias. O Regimento Interno do Senado permite a prorrogação mediante assinaturas de um terço dos senadores.

Uma ninharia

O agronegócio francês, que boicota o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, pouco representa no PIB da França, menos de 1,5%. Também não é um grande gerador de empregos, só aproximadamente 2%.

É o Planalto

Tem muita gente que desconfia que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), vai, na verdade, disputar uma vaga ao Senado. Ele nega e diz que vai mesmo disputar a Presidência da República.

Subiu

Enquanto Lula patina na avaliação positiva, até a Câmara conseguiu melhorar a imagem, de acordo com pesquisa Genial/Quaest. Subiu cinco pontos percentuais em dois meses e chegou a 20% em dezembro.

Bem na fita

Mauro Mendes (União Brasil) está bem na fita com o eleitor do Mato Grosso. O governador tem a gestão aprovada por 82% da população. O resultado foi registrado no último levantamento do Paraná Pesquisas.

Deu ruim

O último levantamento do Paraná Pesquisas traz más notícias para Carlos Fávaro. O ministro da Agricultura de Lula não seria eleito para o Senado por Mato Grosso em nenhum cenário apurado pelo instituto.

Agro cresce

O agronegócio resiste bravamente e alavancou em 50% as exportações brasileiras de carne bovina em novembro deste ano, quando comparado com o mesmo mês do ano passado. Exportou US$ 1,874 bilhão.

Pergunta no Planalto

Quando é o fim do recesso do governo Lula?

PODER SEM PUDOR

Cláudio Humberto

Nobre malvadeza

Os senadores discutiam o projeto de recriação da Sudene, na Comissão de Desenvolvimento Regional, quando o tucano Tasso Jereissati (CE) passou a palavra “ao senador Antônio Carlos de Magalhães”. Explicou que a preposição foi usada, no passado, para designar nobres, “e não há político mais nobre que ACM”. O velho babalaô falou e depois provocou risadas:” Agora devolvo a palavra ao senador Tasso de Jereissati...”

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