Colunistas

CLÁUDIO HUMBERTO

"Não existe direita sem Bolsonaro"

Governador Tarcísio de Freitas (Rep-SP), sobre a liderança política do ex-presidente

Continue lendo...

Citado no roubo ao INSS fez doação a Rollemberg

Citado no caso do roubo a aposentados, Maurício Camisotti mantém ligações políticas ao menos desde 2014. A Polícia Federal suspeita que ele é sócio oculto da Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec), que a coluna revelou ter crescido 20.000.000% no número de “filiados” em três anos, faturando mais de R$100 milhões. O ex-governador do DF Rodrigo Rollemberg (PSB) é um dos que receberam suas doações. Oficialmente, foram R$25 mil.

 

Um socialista

Maurício Camisotti, que também apareceu na CPI da Covid, injetou dinheiro em campanhas do PSB de Rollemberg e também no PSDB.

 

Tucana financiada

Em 2020, uma doação de R$100 mil de Camisotti foi dirigida a Cínthia Ribeiro (PSDB), que acabaria eleita prefeita de Palmas (TO).

 

Estão sem cargos

Cinthia hoje não exerce mandato, mas preside o PSDB Mulher. Rollemberg tenta no tapetão do STF assumir uma vaga na Câmara.

 

Assinaturas preciosas

A coluna não conseguiu contacto com Rollemberg e Cínthia Ribeiro. Parte do PSB ignorou a pressão do Planalto e apoia criação de CPMI.

 

Dino dá a réu por corrupção o que negou a Bolsonaro

A pedido da defesa do ex-ministro de Lula (PT) Juscelino Filho, deputado pelo Maranhão, o ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino, ex-governador do Estado, suspendeu a ação na qual Juscelino responde por desvio de recursos públicos, fraude em licitações, corrupção e organização criminosa. O motivo: o réu deve ter acesso à íntegra das provas. Há menos de um mês, ele adotou entendimento oposto, negando a Jair Bolsonaro acesso à íntegra das provas no caso da suposto “golpe”.

Esplanada

Dino suspendeu prazos da ação contra Juscelino, que foi ministro das Comunicações de Lula enquanto Dino era ministro da Justiça de Lula.
 

Aliança histórica
Juscelino é deputado pelo União e foi responsável por negociar, em 2018, apoio do seu então partido DEM ao PCdoB de Dino. Não deu.

 

Outro entendimento

Na segunda (12), o ministro Alexandre de Moraes concedeu ao ex-presidente Bolsonaro e outros acusados o acesso às provas coletadas.

 

Caça ao algoritmo

Após viajar cinco dias antes do marido, como no Japão, Janja roubou a cena na China ao interpelar o ditador Xi Jinping. Cobrou atitude contra o TikTok, plataforma onde a esquerda também toma uma surra. Apesar da confusão mental, o desejo é censurar o “algoritmo de direita”.

 

Câmara desmoralizada

“Hoje nós temos saudades do [Arthur] Lira (ex-presidente da Câmara)”, reclama o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) ao citar como a Câmara é desmoralizada, de maneira recorrente, pelo Supremo Tribunal Federal.

 

AntiPT

Após declarar apoio a um candidato do PL ao senado, Ciro Gomes segue costurando apoio contra o PT, no Ceará. A frente costurada pelo cacique do PDT quer atrair os neo-fundidos PSDB e Podemos.

 

Hoje tem?

Kajuru (PSB-GO) exagerou nos detalhes ao dizer como respeitava Soraya Thronicke (Pode-MS). Disse que janta com a senadora toda quarta-feira, que ela dá o remédio dele e ainda o leva para dormir.

 

Carteiro marajá

Com R$2,6 bilhões de prejuízo em 2024, os Correios farão corte de despesas, mantendo o pacotão de maldades contra servidores, mas não mexe no patrocínio de R$4 milhões para Gilberto Gil.

 

Corte na transparência

Outro corte observado, na redução de custos dos Correios, ocorreu na transparência da estatal. Página com tabela que informa os gastos com patrocínio está fora do ar há pelo menos dois dias.

 

Representação

Após quase quatro meses de governo, os EUA têm mais de 100 postos de embaixadores vagos mundo afora. No Lula 3, segundo o Ministério das Relações Exteriores, após dois anos e meio, são 49 postos vagos.

 

Leão é pop

A Topps, empresa especializada em figurinhas (cards) colecionáveis de jogadores e atletas, anunciou que a edição especial do Papa Leão XIV se tornou a mais vendida da História (de um não-atleta): 134 mil cópias.

 

Pergunta no trânsito

A terceira via anda congestionada?

 

PODER SEM PUDOR

Tancredo e as namoradas

Em agosto de 1983, Tancredo Neves promovia reuniões secretas para articular sua vitória no Colégio Eleitoral, e precisava driblar os jornalistas. Combinou com Ulysses Guimarães encontro com dois governadores na casa de um amigo, no Lago Sul, em Brasília. Passou pelos repórteres apressado: “Ulysses e eu arranjamos umas namoradas e vamos encontrá-las.” Uma repórter achou graça: “É mesmo? Onde é o encontro?” Ele informou: “Na QL 8 do Lago Sul.”

Ninguém acreditou e nem seguiu a dupla. Eles se dirigiram sem incômodos, tranquilamente, para a reunião secreta com os governadores. Na QL 8 do Lago Sul.

artigos

A arte faz política

19/06/2025 07h30

Continue Lendo...

O escritor austríaco Hugo von Hofmannsthal dizia que nada aparece na política de um país sem ter antes aparecido na sua literatura. Não é que a literatura crie a realidade política, é que a linguagem poética, na medida em que seja uma síntese artística do real, torna comunicável experiências humanas que, antes, passavam despercebidas para o conjunto da sociedade. E a política só pode operar em cima dessas experiências que fazem parte do imaginário comum. Ou, de outro modo: é preciso primeiro que as pessoas sejam capazes de imaginar e verbalizar os problemas para só então se engajarem em solucioná-los.

Euclides da Cunha escreveu “Os Sertões” para nos dar a conhecer nossos irmãos sertanejos, aqueles fortes embrutecidos pela aridez do ambiente e a ambição dos senhores. Depois dele, pintaram também a vida nesses rincões a Rachel de Queiroz, o Graciliano Ramos, o José Lins do Rêgo e outros.

De posse dessa galeria de imagens, fica-nos impossível ignorar os dramas e agruras daquele povo – dos que retiram e dos que ficam.
O abolicionismo, por exemplo. A causa ganhou vulto, sim, por causa da prosa inflamada de um José do Patrocínio, ou da temperada de um Joaquim Nabuco, mas principalmente pela poesia inescapável de um Castro Alves.

Daí que também por vias literárias é que se deva registrar e divulgar o fracasso sistemático da organização social brasileira no pós-abolição. Foi isso o que fez, por exemplo, Carolina Maria de Jesus. Preta, favelada e semianalfabeta, ela revelou, com sua arte, as condições de miséria – física e moral – em que viviam os descendentes dos alforriados nas periferias da maior cidade do País. Aliás, Audálio Dantas, jornalista que descobriu a escritora e fez a edição dos seus diários, dando-lhes forma de livro (“Quarto de Despejo”), conta que a publicação da obra, um absoluto sucesso de vendas, suscitou debates entre políticos e técnicos e levou à formação de iniciativas como o Movimento Universitário de Desfavelamento (MUD). Como dizia Hofmannsthal: dos livros para a política.

No caso das favelas brasileiras, ainda há muito que se falar. Tivemos nas últimas décadas registros artísticos importantes, como os filmes “Cidade de Deus” e “Tropa de Elite” e os álbuns dos Racionais MC’s. Mas ainda carece, esse tema, de boa literatura. E literatura que não seja exatamente de protesto. Porque a linguagem poética é menos eficaz quando transmutada em deslavada retórica política. Não que a retórica política não tenha o seu lugar – citamos Patrocínio e Nabuco–, é só uma questão de hierarquia.

Daí que a literatura social, que se objetive a falar da vida difícil daqueles que vivem nas periferias, deva ser não uma central de denúncias – como não raro se faz –, mas um mosaico sincero e realista, com cenas, sim, de violência, de abandono e de miséria, mas também de ternura, de heroísmo, de sabedoria e de esperança.

artigos

A infância sequestrada pelas telas

19/06/2025 07h00

Continue Lendo...

O que acontece quando entregamos a uma criança uma chave que abre todas as portas do mundo sem manual, sem filtro e sem companhia? A resposta está diante de nós: infâncias hipervigilantes, corpos exaustos, mentes em colapso. A infância de hoje é digital por natureza, mas segue sendo analógica na forma como é cuidada. E essa dissonância tem um custo.

Há alguns anos, chamávamos a internet de “mundo virtual”. Hoje, para crianças e adolescentes, ela é o próprio mundo. É onde aprendem, brincam, criam, amam, brigam e choram. É onde constroem identidade. Ignorar isso é negar a realidade.

O problema não está no digital em si, mas na ausência de preparo para vivê-lo. Muitos pais entregam um smartphone aos filhos antes mesmo de ensiná-los a atravessar a rua. Sem orientação, os riscos se multiplicam: cyberbullying, vazamento de dados, assédio sexual (o chamado grooming), exposição a conteúdos de ódio, violência, automutilação, pornografia. E ainda há os danos silenciosos: dependência, ansiedade, insônia, prejuízo à autoestima e ao rendimento escolar.

Não faltam ferramentas de controle parental. Mas o equívoco está em confundir controle com proteção. Monitorar sem diálogo é vigiar; orientar com escuta é educar. A tecnologia pode ser aliada – desde que usada com transparência, combinada com regras claras e, acima de tudo, com presença afetiva. Não adianta limitar o tempo de tela, se o adulto não larga o celular na hora do jantar.

Na minha experiência de mais de 30 anos na área de segurança, vejo diariamente pais perdidos entre a culpa e o susto. Alguns só percebem a gravidade quando há uma denúncia formal, quando surgem prints perturbadores ou quando a escola entra em contato. Mas a prevenção começa muito antes: com escuta, confiança e preparo.

Precisamos formar crianças e adolescentes críticos, que saibam reconhecer armadilhas, proteger seus dados, entender o valor da privacidade e resistir à lógica da comparação constante das redes. Isso só se constrói com diálogo. A escola tem papel vital nesse processo – não apenas como transmissora de conteúdo, mas como espaço de formação ética e digital.

O poder público também precisa agir. É urgente investir em políticas de educação midiática e saúde mental para crianças e adolescentes. É preciso regulamentar a atuação de plataformas digitais que direcionam publicidade para menores, coletam dados e estimulam o engajamento a qualquer custo. Proteger a infância on-line é proteger a cidadania.

Cuidar da infância digital é um dever que começa em casa, estende-se à escola e se consolida na esfera pública. Não basta proibir. É preciso entender. Não basta reagir. É preciso prevenir. A infância conectada não está em risco apenas por estar on-line. Ela está em risco por estar sozinha.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).