Colunistas

Leandro Provenzano

Taxação do Agro - Avanço ou Retrocesso?

Por que a sanha do Estado em arrecadar é quase sempre maior que seu dever de gastar bem e prestar contas do dinheiro público?

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Quase sempre em que há uma necessidade do Estado - e aqui me refiro a municípios, estados e União - a primeira ideia que vem na cabeça dos nossos representantes é a criação de um novo imposto para fazer frente a essas novas despesas. 

Foi assim com a CPMF, que durou muito tempo a mais que o previsto, e sempre é esse argumento da temporariedade que faz com que o discurso da nova taxação seja mais digesto para o contribuinte.

Como Milton Friedman economista, estatístico e escritor norte-americano já dizia, "Nada é tão permanente quanto um programa temporário do governo."

Os motivos e fundamentações são sempre muito bonitos de serem reproduzidos na mídia, mas a verdade por trás disso é cruel e as consequências são bem diferentes do que o discurso polido de alguns políticos.

Recentemente o governador do estado de Goiás, Reinaldo Caiado usou de argumentos bastante sedutores para fundamentar a taxação do agro.

Ele iniciou seu discurso destacando que não trabalha para setores específicos, deixando claro que não está trabalhando para os interesses do setor do agronegócio - setor este inclusive que já foi bastante defendido pelo atual governador e somou a este discurso a questão da "solidariedade", falando que o dinheiro traria menos desigualdade social.

Quem assiste ou lê um discurso como este já imagina que ou você é a favor da taxação e da igualdade social, ou é contra a taxação e, portanto, seria a favor da desigualdade social, o que não é verdade.

Esse discurso binário de tentar encontrar um inimigo a ser combatido acaba muitas vezes mascarando um problema maior, que por vezes ficará encoberto por um discurso sensacionalista.

Neste caso, por exemplo, antes de falarmos em necessidade de aumentar a arrecadação deveríamos analisar uma prestação de contas governamental para verificar a eficiência do gasto público, uma vez que antes de aumentarmos impostos do cidadão comum, que gera riquezas com seu trabalho, temos que discutir, como sociedade, se gostaríamos de manter alguns privilégios daqueles que são pagos com nosso dinheiro. 

Diversos servidores públicos - concursados e comissionados (escolhidos por indicação política) - possuem uma série privilégios como auxílio alimentação altos, planos de saúde ilimitados, auxílio paletó, carro funcional, celular funcional, motoristas particulares e até mesmo moradia funcional.

Veja que não estou falando aqui do servidor público concursado comum, mas daqueles que realmente possuem privilégios inimagináveis para o cidadão comum.

Diferentemente do trabalhador comum, que, caso aceite um emprego em outra cidade deverá arcar com sua própria moradia, plano de saúde próprio, deverá ir trabalhar no seu próprio veículo, sem a ajuda de um motorista, alguns servidores públicos têm benefícios dignos de reis e rainhas, e tudo isso arcado com os impostos pagos por todos nós, inclusive pelos pobres que vivem abaixo da linha da pobreza.

Não é racional aceitarmos o discurso raso da necessidade de aumento da arrecadação, enquanto alguns servidores de deliciam num banquete de benefícios regado à dinheiro público arcado principalmente pelos mais pobres.

Hoje a "solidariedade" está sendo exigido exigida do setor agrário, amanhã pode ser exigida da advocacia, depois dos trabalhadores celetistas, mas temos que indagar nossos representantes, inicialmente, como está sendo gasto o dinheiro público?

Quem ainda mantém privilégios monárquicos e uma infinidade de assessores com altos salários? Quais setores ainda possuem infinitas passagens aéreas a sua disposição, cota de gasolina e gastos parlamentares para "voltar para sua base" toda semana, sangrando não só os cofres públicos, mas, principalmente usando dinheiro público de uma forma que não volta para o cidadão?

Enquanto engolirmos este discurso raso, não veremos a profundidade com que alguns de nossos representantes se banqueteiam com o dinheiro público, ou melhor, o nosso dinheiro.

CLÁUDIO HUMBERTO

"O Brasil não aguenta mais dois anos de Lula"

Deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) após sucessivas propostas de taxação do petista

15/01/2025 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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PT e centrão disputam o Ministério da Saúde

É quase unanimidade no governo Lula que Nísia Trindade, ministra da Saúde, tem desempenho muito aquém no comando da pasta e tem tudo para sair da Esplanada na reforma ministerial que Lula deve deflagrou ao demitir Paulo Pimenta da Secom. Ao menos dois partidos já estão de olho na cadeira de Nísia: o PT, que sempre quer mais um naco de poder no governo, e o Progressistas, que oficialmente nem mesmo está na composição da base aliada de Lula no Congresso Nacional.

Dilma 3

Com possível saída de Alexandre Padilha das Relações Institucionais, o PT quer acomodá-lo na Saúde, cadeira que ocupou no governo Dilma.

Interesse especial

Com Flávio Dino (STF) travando as emendas parlamentares, o centrão cresceu o olho em ministérios com emendas obrigatórias, como Saúde.

Tudo nosso

O PT não pensa em perder o ministério de Padilha, vai apresentar outro nome para o posto: José Guimarães (PT-CE), líder de Lula na Câmara.

Tem que dividir

A base de Lula até reconhece o bom trânsito de Guimarães, mas já reclamou que não faz sentido manter a articulação política com o PT.

Tributarista prevê mais imposto ao agro em reforma

Especialistas em direito tributário e agrário alertam que a regulamentação da reforma tributária, na agenda do governo Lula em 2025, pode trazer prejuízos ao agronegócio. O risco é de elevação da carga tributária. Tributaristas como Lâmid Porto, Leandro Marmo e Luciano Faria, avaliam que a tributação em cascata sobre a cadeia produtiva e o aumento da burocracia podem prejudicar a competitividade do setor, que é fundamental para o bom desempenho do PIB brasileiro.

Vai apertar

Os tributaristas alertam que grande parte dos produtores que não pagam ICMS, PIS e COFINS, IPI, ISS, terão que pagar o IBS e a CBS.

Crédito escasso 

Com o IBS e a CBS incidindo sobre operações bancárias, há expectativa de dificuldade na hora de tomar crédito para produção rural.

Empregos em risco 

Lâmid explica que a exclusão de benefícios sob bens agrícolas, reduzem lucros de produtores e podem afetar a geração de empregos no campo.

Janjapalooza de milhões

É ainda maior a sangria nos caixas de estatais brasileiras para bancar o Janjapalooza, inicialmente estimado em R$33,5 milhões. O evento contou com injeção de ao menos R$83,45 milhões de empresas públicas

Cota Janjista

Mariah Queiroz, assessora do prefeito do Recife, João Campos (PSB), é quem vai assumir as redes socias na Secom e, consequentemente, o lugar de Brunna Rosa, apadrinhada por Janja e demitida por Sidônio.

Boquinha de siri

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, até foi perguntado por jornalistas sobre a compensação de eventual isenção do imposto de renda para dois salários mínimos. Fez ouvidos moucos e não respondeu.

Foi rápido

Não demorou nem 24h oficialmente no cargo para que o novo ministro da propaganda de Lula Sidônio Palmeira começasse a rezar sob cartilha do PT. Já no discurso de posse, disse que a Meta fomenta “faroeste digital”.

Mudanças do BC

O Banco Central resolveu mudar a data de divulgação das estatísticas fiscais de janeiro. Diz que as instituições financeiras apresentaram “necessidade de prazo adicional” para se adaptarem ao novo sistema.

Linha-dura aprovada

Frustrou a turma que pretendia fazer uso político dos excessos da Polícia Militar de São Paulo o levantamento do Paraná Pesquisas que mostra aprovação dos militares em 53,1%. Os que desaprovam somam 25,7%.

Federação na pauta

Sem muita alternativa diante do fracasso eleitoral, caciques do PSDB, PDT e Solidariedade se reúnem nos próximos dias para discutirem uma federação para 2026. É isso ou o risco de extinção.

Lula lá?

Donald Trump convidou o presidente da China, Xi Jinping, para a cerimônia de posse como presidente dos Estados Unidos, dia 20. Javier Milei (Argentina) também foi convidado. Já Lula... ainda não foi chamado.

Pergunta na Ibovespa

Dólar abaixo dos R$6, só após o Carnaval?

PODER SEM PUDOR

O primeiro milagre de Lula

Ramez Tebet acabara de receber Lula na entrada do gabinete da presidência do Senado. Amassos de todo lado, multidão se espremendo para ver o presidente eleito, câmeras de TV, flashes espocando, empurra daqui, empurra dali. Lula finalmente chega ao gabinete, coalhado de políticos. Um deles, o ex-governador Ronaldo Cunha Lima (PMDB-PB), num esforço muito grande, consegue se levantar da cadeira de rodas que usava habitualmente. Queria cumprimentar Lula de pé. O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) percebe e toma um susto:
- Ronaldo, você está andando?!

ARTIGOS

Quem cuida do cuidador?

14/01/2025 07h45

Arquivo

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Em muitas famílias que têm um membro com Alzheimer ou com alguma condição de dependência, invariavelmente, alguém precisa assumir o papel de cuidador. Esses indivíduos desempenham um papel vital, oferecem suporte emocional, físico e prático a quem mais precisa. Mas, quando o cuidador precisa de cuidados, será que alguém está atento a eles? Principalmente quando o papel de cuidador é entregue a um familiar, este invariavelmente sofre e, por mais que se dedique, não consegue reduzir as perdas do enfermo, principalmente dos portadores de Alzheimer. Este cenário descrevo em “O que Me Falta”, com base em experiências pessoais com a doença. 

Mesmo que os cuidadores sejam profissionais de saúde ou assistentes sociais, todos enfrentam desafios significativos. O desgaste do cuidador ou a síndrome de burnout são realidades preocupantes. Longas horas de trabalho, responsabilidades emocionais e a constante pressão para proporcionar o melhor podem levar à exaustão física e mental.

Sem um suporte adequado, os cuidadores correm o risco de negligenciar a própria saúde e bem-estar. O primeiro passo para apoiar o cuidador é reconhecer a importância do autocuidado. Isso envolve práticas diárias que promovem a saúde física e mental, como alimentação equilibrada, exercícios regulares e momentos de descanso. Além disso, é crucial que eles reservem um tempo para atividades que tragam prazer e relaxamento, como ler um livro, caminhar no parque ou meditar. 

Uma rede de suporte robusta é essencial. Isso pode incluir familiares, amigos e colegas de trabalho que compreendam as dificuldades enfrentadas diariamente. Grupos de apoio e comunidades on-line também desempenham um papel importante, ao oferecer um espaço para compartilhar experiências e trocar conselhos. A sensação de não estar sozinho nessa jornada pode fazer uma diferença significativa. 

O acesso a serviços profissionais de saúde mental é fundamental. Psicólogos, terapeutas e conselheiros podem oferecer orientação e estratégias para lidar com o estresse e as emoções complexas que acompanham o trabalho de cuidado. Sessões regulares de terapia podem proporcionar um espaço seguro para que os cuidadores expressem suas preocupações e encontrem mecanismos de enfrentamento eficazes. 

Empresas e instituições de saúde têm a responsabilidade de implementar políticas que apoiem os cuidadores. Isso pode incluir programas de bem-estar no local de trabalho, horários flexíveis e iniciativas de reconhecimento e valorização. Políticas públicas que garantam acesso a recursos financeiros e serviços de apoio também são cruciais para assegurar que possam continuar seu trabalho essencial sem sacrificar a própria saúde.

Cuidar de quem cuida é uma responsabilidade coletiva. Reconhecer suas necessidades, oferecer suporte e implementar políticas eficazes são passos fundamentais para garantir que aqueles que dedicam suas vidas a dar suporte aos outros recebam o apoio que merecem. Somente assim podemos construir uma sociedade mais equilibrada e compassiva, em que todos, inclusive os cuidadores, possam prosperar.

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