Após a posse do vereador Gian Sandim (PSDB), para a vaga de Claudinho Serra, o presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, Carlos Augusto Borges (PSD), disse que a decisão de quem deve "herdar" a cadeira cabe ao Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS).
Em conversa com o Correio do Estado, o presidente de Casa de Leis, Carlão, foi reto ao afirmar que a Câmara Municipal "Não quer Lívio e nem ninguém", a definição tem que partir do TRE-MS.
Vale lembrar que na última sessão, Carlão chegou a se pronunciar sobre a situação dizendo que irá até as últimas circunstâncias, podendo até perder, mas seria "chutando a canela de muita gente".
Disputa
Os tucanos entraram na disputa pela vaga de Claudinho Serra (PSDB), que pegou afastamento de 120 dias após se tornar réu por corrupção. Ao ver do partido, a vaga não pertence a Dr Lívio Leite, por entenderem que este cometeu infidelidade partidária ao deixar a sigla durante a janela partidária para ir integrar o quadro do União Brasil.
Mandato por 1 dia
A disputa na Justiça se estendeu ao ponto em que Carlão afirmou que se não recebesse nenhuma liminar, Dr Lívio tomaria posse, o que ocorreu no dia 21 de maio. Curiosamente o mandato durou apenas um dia.
Ocasião em que foi empossado, por decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), Paschoal Carmello Leandro, mesmo após o juízo da 54ª Zona Eleitoral ter sustado a posse de Dr. Lívio e remetido o processo à Justiça Comum.
Dois dias depois, precisamente 23 de maio, desembargador manteve a decisão de 1ª instância, do titular da 2ª Vara de Fazenda e Registros Públicos de Campo Grande, Cláudio Müller Pareja, suspendeu a posse de Dr Lívio, na vaga de Claudinho Serra e concedeu ao colega tucano Gian Sandim.
Saga
Enquanto o União Brasil está centrado com a disputa para o Executivo Municipal, o presidente da Câmara Municipal, está usando a procuradoria jurídica da Casa em favor de Dr. Lívio.
Para a reportagem, Carlão disse que recorrer para que o TRE se manifeste é absolutamente normal.
"A Câmara fez a pesquisa pra chamar o suplente e todos os consultados falaram que era o Lívio porque saiu na janela, então o chamamos. A Câmara tem interesse por não querer ficar com 28 por 4 meses, agora vamos aguardar a volta do titular", pontuou Carlão.
Alegou inocência
Claudinho Serra, quebrou o silêncio, por meio de nota disse estar “seguro da minha inocência, em respeito às autoridades do Poder Judiciário e do Ministério Público, esclareço que irei me pronunciar sobre os fatos que estou sendo acusado apenas dentro do processo, através dos meus advogados. Publicamente, para mim, este assunto está encerrado”.
Embora tenha conseguido 3,6 mil votos em 2020, Claudinho Serra ficou na suplência e só chegou à Câmara em maio do ano passado, depois que João Rocha, do mesmo partido, assumiu um cargo de secretário na prefeitura de Campo Grande.
Mas, com o anúncio de que João Rocha reassumiria sua vaga, um fato inédito aconteceu na Câmara da Capital: misteriosamente o vereador Ademir Santana renunciou ao mandato e a vaga acabou ficando "gratuitamente" para Claudinho Serra, que assumiu em definitivo em sete de março deste ano, menos de um mês antes de ser preso.
Antes disso, porém, ocupou para uma série de cargos de alto escalão na administração estadual, que é comandada pelos tucanos.
** Colaborou Nery Kaspary