Alvo da Operação Vostok da Polícia Federal, desencandeada durante as eleições de 2018 na qual foi reeleito, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB)n voltou a falar sobre a nova fase de atuação dos trabalhos, na qual até seu irmão, Roberto Silva, e mãe, Zulmira Azambuja Silva, foram intimados a prestar depoimento como testemunhas, na última terça-feira (3).
Azambuja, que teve cumpridos em sua casa e gabinete mandados de busca e apreensão no ano passado, reafirmou sua inocência e usa a vitória no pleito contra Odilon de Oliveira (PDT) para mostrar que as ações da PF não lhe deram prejuízo, seja no cunho particular ou político.
"Operação Vostok, ano passado iniciaram em plena campanha eleitoral, politicamente a população referendou o apoio ao nosso nome e nos reconduziu, agora recentemente ouviram inúmeras pessoas, mas o que eu tenho dito sempre na minha vida pública é que a verdade sempre prevalece. A mentira, tentaram mostrar uma mentira lá atrás e não conseguiram, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) arquivou por 11 a 0 uma denuncia contra mim e essa vai pelo mesmo caminho", disse o governador na manhã deste sábado (7), durante os desfiles de comemoração pela Independência do Brasil, no Centro da Capital.
Apesar de garantir a inocência, Azambuja valorizou também a atuação da PF no caso.
"Se você tiver acesso aos depoimentos das pessoas, das mais de 110 você vai ver que nenhuma fala algo sobre o governador, então estou muito tranquilo com isso. Agora, o dever da policia é investigar qualquer um, não só o governador, como qualquer cidadão e se tiver culpa tem que punir. Eu to muito tranquilo, porque tentaram ano passado e não conseguiram e agora eu não tenho dúvida que a verdade vai prevalecer", apontou.
Quem também aproveitou os desfiles para falar da operação foi o prefeito Marcos Trad (PSD), já que seu irmão, o senador Nélson Trad Júnior (PSD) foi intimado a depor, como testemunha.
"Ser intimado como testemunha até você pode ser, existem pessoas no meio da imprensa, que além de testemunha são reus e enquanto não tiver o transito em julgado e nenhuma decisão, a gente tem que aguardar o principio da inocência da Constituição", ponderou o prefeito.
Trad diz que não conversou com ninguém sobre a operação. E que defende a prerrogativa da inocência por, segundo ele, ter sido alvo de ataques durante a campánha que o conduziu à Prefeitura, em 2016.
"Eu respondo por mim, com a consciência absolutamente tranquila, por mais que queiram armar, o que deve acontecer agora, em época de eleição, principalmente para aqueles que se expõe a serem do Executivo, como foi da vez passada, inventaram que eu era várias coisas, que mexia com mulheres, hora era afeminado, hora não declarei contas de 2010 como empresário, hora eu era fantasma, hora eu mexia com criança, às vezes chega a ser nojento. Não conversei com ninguém porque não tenho porque me interessar", disse.
O CASO
A Polícia Federal intimou 14 investigados e quase 100 testemunhas durante a última semana para prestar depoimentos no inquérito que apura o pagamento de R$ 67,7 milhões em propinas pela JBS no Estado.
O mutirão teve oitivas realizadas na terça e quarta-feira na Capital e nos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Ceará.