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Bolsonaro: "pretendo respeitar a Lei da Anistia"

Bolsonaro: "pretendo respeitar a Lei da Anistia"

AGÊNCIA BRASIL

30/07/2019 - 12h55
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O presidente Jair Bolsonaro disse hoje (30), em Brasília, que vai respeitar a Lei da Anistia de 1979 e não pretende “mexer no passado”. Perguntado por jornalistas se vai contestar a versão oficial da Comissão Nacional da Verdade (CNV) sobre a morte do advogado Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, Bolsonaro questionou o trabalho realizado pelo grupo.

“Você acredita em Comissão da Verdade? Foram sete pessoas indicadas pela Dilma [Rousseff, ex-presidente, que também foi presa durante a ditadura militar]. Não é contestar. Se gastou mais de R$ 5 bilhões, dinheiro público do povo que trabalha para dar para quem nunca trabalhou. Você acha justo que a gente tem que continuar? Eu não pretendo mexer no passado, eu pretendo respeitar a Lei da Anistia de 79”, disse.

[O Presidente Jair Bolsonaro fala com a imprensa ao deixar o Palácio da Alvorada.]
  Presidente Jair Bolsonaro afirma que não vai "mexer no passado". (Antonio Cruz/ Agência Brasil)

Relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV) aponta que o corpo de Fernando Santa Cruz foi transportado da chamada Casa da Morte, um centro clandestino de tortura e assassinato, localizado em Petrópolis (RJ), para a Usina Cambahyba, no norte fluminense, local onde teria sido incinerado, junto com corpos de outros militantes políticos contrários ao governo militar. A informação estaria baseada no depoimento do ex-delegado do DOPS/ES, Cláudio Guerra, em 23 de julho de 2014. Segundo a CNV, Santa Cruz foi preso por agentes do DOI-CODI/RJ em 23 de fevereiro de 1974, no Rio de Janeiro, mas os órgãos oficiais do regime não admitiram sua prisão alegando que o advogado estava foragido.

Bolsonaro afirma que o militante de esquerda durante a ditadura militar (1964-1985) foi morto por integrantes da Ação Popular (AP), um grupo de luta armada contra o regime, e não pelas Forças Armadas.

Grampos

Sobre a invasão de telefones de autoridades, o presidente Jair Bolsonaro reafirmou que trata-se de um crime e que o jornalista norte-americano Glenn Greenwald é o responsável por dar publicidade a essa ação.

“A invasão foi por terceiros. Mas quando você pega uma informação dessa, não sei nem se é verdade o que tirou lá dentro, e começa a passar para frente você está dando repercussão a um crime, que você tem obrigação de tentar desvendar”, disse.

Greenwald é fundador do site The Intercept, que divulgou mensagens atribuídas a procuradores da Lava Jato e ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, então juiz que comandava as ações da Lava Jato, em Curitiba.

O principal suspeito de invadir as comunicações privadas de autoridades, Walter Delgatti Neto, afirmou, em depoimento, que foi ele quem entregou voluntariamente o conteúdo das mensagens a Greenwald e que não foi pago para isso. Os quatro presos temporários suspeitos de invadir os celulares de Moro, do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, e outras autoridades brasileiras, serão ouvidos novamente hoje em audiência de custódia, na 10ª Vara Federal, em Brasília.

No fim de semana, Bolsonaro disse que o jornalista não deve ser deportado, mas"talvez pegue uma cana aqui no Brasil". Ontem (30), o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, disse que as declarações tratam-se de uma "percepção pessoal" do presidente.

Congresso

As declarações foram dadas na manhã de hoje (30), quando Bolsonaro deixou o Palácio da Alvorada, após se reunir com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). No encontro com Maia, o principal assunto foi a tramitação texto da reforma da Previdência, que será votada em segundo turno na Câmara, e é uma prioridade do governo.

O presidente também comentou sobre a proposta de legalização do garimpo em terras indígenas, em elaboração pelo Ministério de Minas e Energia. “A gente quer regularizar esse negócio para evitar o que sempre há. Às vezes conivência dos índios, às vezes invasão de garimpeiros”, disse.

A Polícia Federal investiga a supostainvasão de garimpeiros na terra indígena do povo Waiãpi, no Amapá, e a morte do chefe da aldeia Waseity, Emyra Wajãpi, de 62 anos, assassinado a golpes de faca na semana passada.

negociações

Federação entre PP e União Brasil pode nascer rachada em Mato Grosso do Sul

Ex-deputada federal Rose Modesto promete continuar cobrando as promessas feitas em campanha pela prefeita Adriane Lopes

14/03/2025 08h00

A prefeita Adriane Lopes (PP) e a ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil), durante debate

A prefeita Adriane Lopes (PP) e a ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil), durante debate Reprodução

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Com provável desfecho na próxima semana, a possível federação entre dois dos maiores partidos do Brasil – PP e União Brasil – pode já nascer rachada em Mato Grosso do Sul, em razão da disputa pelo comando do Executivo municipal de Campo Grande nas eleições do ano passado entre a atual prefeita Adriane Lopes (PP), que acabou reeleita, e a ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil).

Caso seja consolidada essa federação, o bloco, que funcionaria como um único partido por pelo menos quatro anos, colocaria no mesmo barco as duas adversárias, que travaram uma disputa acirrada, principalmente no segundo turno das eleições municipais, quando os ânimos de ambas ficaram mais exaltados, atingindo o ápice no último debate televisivo.

Procurada pelo Correio do Estado para comentar a convocação feita pelo presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (Piauí), aos deputados federais, senadores e presidentes de diretórios da legenda que não sejam parlamentares para uma reunião na terça-feira, em Brasília (DF), para trata da possível federação com o União Brasil, Rose Modesto não deixou de marcar posição.

“Não tenho problemas com o PP, até porque no PP tem muita gente. Se isso acontecer, terei uma boa relação com todos os partidos da federação, porém, vou manter minha independência de continuar cobrando as melhorias e as promessas de campanha que foram feitas nas eleições do ano passado”, adiantou a presidente estadual do União Brasil, referindo-se à gestão da prefeita Adriane Lopes.

A ex-deputada federal ainda deixou claro que não é porque possivelmente os dois partidos vão caminhar juntos pelos próximos quatro anos que vai esquecer tudo o que se passou durante as eleições municipais do ano passado em Campo Grande. “Meu compromisso maior será sempre com os meus eleitores”,
argumentou.

A prefeita Adriane Lopes foi procurada pelo Correio do Estado, mas, até o fechamento desta edição, não retornou as ligações. No entanto, o espaço continuar aberto para a chefe do Executivo municipal.

NACIONAL

Em nível nacional, já há consenso entre Ciro Nogueira e o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, sobre a união dos dois partidos, e a ideia é dividir os comandos estaduais da federação entre as siglas, seguindo o critério de tamanho das bancadas no Legislativo.

Já a presidência nacional seria exercida de forma intercalada, e não há objeção para que esse esquema se inicie pelo PP, com o comando do ex-presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL), um desejo de Nogueira. “Se a federação acontecer, a presidência vai ser um rodízio”, afirmou. 

Falta, porém, consenso entre as bancadas dos partidos, pois uma ala do União Brasil, por exemplo, reclama de que não foi ouvida por Rueda. Na última reunião do grupo, realizada na Câmara dos Deputados, o líder do partido, deputado federal Pedro Lucas Fernandes (Maranhão), foi instado a trazer o presidente da sigla para o próximo encontro.

Além de União Brasil e PP, a nova federação pode ter ainda o reforço do Republicanos, pois Ciro Nogueira e o presidente nacional republicano, Marcos Pereira, encontraram-se nesta semana, em Brasília, para debater se a sigla do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Paraíba), faria parte do novo bloco. Ficou decidido que os partidos devem caminhar juntos nas eleições de 2026, mas, neste momento, a conversa sobre federação vai seguir apenas entre União Brasil e PP.

PRESIDÊNCIA

Uma aresta que precisará ser resolvida entre os três partidos é o candidato de consenso para disputar o cargo de presidente da República nas eleições gerais do próximo ano. O Republicanos tem entre seus quadros o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, um dos mais bem colocados para ser o candidato da direita.

Enquanto isso, o União Brasil conta com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que vai lançar uma chapa, no dia 4 de abril, ao lado do cantor sertanejo Gusttavo Lima. 

Para não abrir mão da candidatura, aliados de Caiado têm se colocado contra a federação com o Republicanos, temendo que o governador de Goiás seja preterido em uma disputa de forças interna.

Paralelamente, Ciro Nogueira tem sinalizado apoio a uma candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ou do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), para depois tentar se viabilizar como vice de um dos dois filhos de Bolsonaro.

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Na bronca

Não sou contra emendas parlamentares, mas neste patamar sou contra, diz Simone Tebet

Segundo Tebet, em nenhum outro lugar do mundo o Parlamento tem tantos recursos quanto o Executivo para investimentos

13/03/2025 23h00

Simone Tebet, Ministra do Planejamento e Orçamento

Simone Tebet, Ministra do Planejamento e Orçamento Foto: Divulgação

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A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, fez críticas ao crescimento descontrolado das emendas parlamentares, que podem virar "um caso de polícia".

"Eu já vi essa história antes, eu já vi esse filme antes. Não sou contra as emendas parlamentares, acho que elas são saudáveis Neste patamar que sou contra", afirmou a ministra, em entrevista exibida pela GloboNews na noite da quarta-feira, 12.

Segundo Tebet, em nenhum outro lugar do mundo o Parlamento tem tantos recursos quanto o Executivo para investimentos.

É preciso, segundo a ministra, encontrar um maior equilíbrio em relação às emendas, sob o risco de a situação atual levar a um cansaço da população brasileira com a classe política.

Nesse sentido, Tebet disse que sua maior preocupação para as eleições do ano que vem é com o surgimento de candidatos de fora da política tradicional. "Não tenho medo da direita ou da esquerda tradicional, tenho medo de um outsider, que vem com ideias mirabolantes de um mundo totalmente distópico."

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