Mas com tanta novidade sobre alimentos na mídia, como é possível adequar os benefícios de cada um ao dia-a-dia para não sermos seduzidos pelos modismos alimentares? “O primeiro princípio de uma alimentação saudável e promotora da saúde é que esta seja equilibrada, ou seja, que contenha todos os nutrientes nas qua nt idades necessárias. Mesmo a l imentos saudáveis, quando consumidos em excesso, podem sim ser prejudiciais à saúde, uma vez que podem estar sendo usados em detrimento de outros alimentos, também necessários, privando o organ ismo de todos os nutrientes ou interagindo negativamente com outros”, descreve a nutricionista Osvaldinete Lopes de Oliveira, do Departamento de Tecnorepetelogia de Alimentos e Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). As fibras, cita a nutricionista, são nutrientes excelentes para o nosso corpo, porém, quando ingeridos em excesso, podem diminuir a absorção de vitaminas e minerais causando deficiências. Volta e meia aparecem produtos alimentícios com promessas miraculosas, contendo misturas de nutrientes já conhecidos ou mesmo novidades. “Estamos vendo atualmente a onda da chamada ‘ração humana’, que promete ser eficaz no emagrecimento. É a mistura de alimentos ricos em fibras dietéticas, vitaminas e minerais, como a aveia, a soja, o gérmen de trigo, a gelatina e outros alimentos mais novos, como as sementes de linhaça, gergelim, abóbora e também a quinoa (grão rico em proteína)”, aponta a nutricionista. A ração humana está à venda em praticamente todas as casas de produtos naturais e também no Mercado Municipal de Campo Grande. “É só aparecer alguma coisa na mídia e no outro dia a loja está lotada. Hoje em dia, a moda é consumir a ‘ração humana’, mas já tivemos época da linhaça, do chá verde, do amaranto, da quinoa”, diz Cida Vieira, proprietária de uma loja especializada. “Esses modismos são bons para os comerciantes porque acaba todo mundo atrás de uma mesma coisa e a gente vende igual água”, diz. Bom senso A nutricionista relata que a maior parte das pessoas, quando entra nos consultórios, quer milagres para emagrecer, ou dicas de alimentos que queimem calorias. “Isso não existe. O que faz aumentar a queima de calorias é a prática de exercícios e uma vida ativa”, pondera. Alguns alimentos, porém, ajudam a emagrecer por conterem poucas calorias e darem mais saciedade. São eles frutas, verduras, legumes e os ce- reais integrais. Todos os alimentos ricos em fibras, especialmente as solúveis, ajudam a emagrecer por darem saciedade mais rápida e por mais tempo. É o que faz a ração humana, por exemplo. O bom senso e, principalmente, a orientação de um profissional nutricionista é o indicado para orientar uma alimentação saudável e equilibrada para cada pessoa. “O excesso de informação, no entanto, pode às vezes confundir e levar a exageros. Uma regra que nunca falha é aumentar o consumo de alimentos de origem vegetal e diminuir os industrializados e alimentos de origem animal ricos em gorduras”, aconselha a nutricionista.