Política

Eleições 2022

Em decisão definitiva, justiça nega pedido de Capitão Contar contra o Correio do Estado

Procuradoria Regional Eleitoral julgou improcedentes as acusações, afirmando que matérias têm apenas cunho jornalístico

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O juiz eleitoral José Eduardo Chemim Cury julgou improcedente, em decisão definitiva, as acusações realizadas pela coligação Mudança de Verdade, na qual o candidato Capitão Contar (PRTB) concorre ao governo de Mato Grosso do Sul, contra o Correio do Estado, na qual o candidato tentava a remoção de duas reportagens.

O pedido já havia negado liminarmente e foi rejeitado também no mérito.

Contar alegava que reportagens geravam "cenário negativo, com acusações infundadas".

O Ministério Público Eleitoral através da Procuradoria Regional Eleitoral julgou que as matérias veiculadas pelo veículo possuem apenas cunho jornalístico e não ultrapassaram os limites de liberdade de expressão. 

Além disso, não houve intenção ferir a imagem do candidato, apenas informar a população sobre fatos que são de interesse público. 

Os representantes da coligação acusaram o Correio do Estado de compartilhar informação falsa, acusações em desfavor ao candidato, interesse em divulgar fato negativo e pediram a remoção das matérias: “Dívida do QG de Capitão Contar na prefeitura passa dos R$ 3,8 milhões” e “Partido denuncia caixa 2 na campanha de Capitão Contar”. 

Especificamente sobre segunda matéria citada, a decisão julgou que, “[...] em consulta à matéria, verifica-se que, em nota emitida pela coordenação política do capitão Contar, candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo PRTB, acusado pelo comando estadual do Cidadania de promover o chamado Caixa 2 durante a campanha, o representante tão somente rejeitou o conteúdo da denúncia, mas não questionou a autenticidade da notícia, sendo que o representante poderia ter se utilizado da oportunidade para indicar eventual inexistência de procedimento perante o Ministério Público Eleitoral, conforme afirma na presente representação”. 

Concluiu-se também que o veículo apenas divulgou informações sobre a denúncia realizada pelo partido Cidadania ao Ministério Público Eleitoral, “não sendo possível concluir que contém elementos suficientes à configuração de qualquer transgressão comunicativa, uma vez que não se depara com inverdade inconteste e patente”.

Além disso, a decisão também julgou que o candidato concorre a um cargo público, e está suscetível a sofrer críticas em relação à sua vida pública.”[...] lembrando-se ainda que, mesmo em casos de emissão de opiniões severas e críticas, quando não houver inverdade no que se alegou bem como quando estivermos diante de fatos amplamente divulgados nos meios de comunicação, não há que se falar na ilícito eleitoral”, conforme trecho da decisão. 

Ainda na conclusão da Procuradoria fica claro que a livre circulação de ideias e informações possui relevância social e se mantém como uma dos pilares de uma sociedade democrática.

Além disso, a liberdade de expressão possui papel fundamental na manutenção da democracia,  pois é por meio do livre compartilhamento de informações que os eleitores podem decidir suas preferências no meio eleitoral.

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Política

Soberania do país tem que ser resguardada, diz Lula sobre Meta

Presidente criticou mudanças em regras de moderação de redes sociais

09/01/2025 22h00

Presidente Lula

Presidente Lula José Cruz / Agência Brasil

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (9) que fará uma reunião para discutir as novas regras anunciadas pela multinacional Meta, empresa de tecnologia que controla o Facebook, Instagram e WhatsApp, para o funcionamento dessas redes sociais.Presidente LulaPresidente Lula

"O que nós queremos, na verdade, é que cada país tenha sua soberania resguardada. Não pode um cidadão, não pode dois cidadãos, não pode três cidadãos acharem que podem ferir a soberania de uma nação", afirmou Lula no Palácio do Planalto, enquanto visitava a galeria de ex-presidentes, que fica no térreo do prédio, e foi reinaugurada há poucos meses.

Na última terça-feira (7), o dono da Meta, o bilionário norte-americano Mark Zuckerberg, anunciou as novas diretrizes de moderação de conteúdo das redes sociais e ressaltou que vai se aliar ao governo do presidente eleito dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, para pressionar países que buscam regular o ambiente digital. Entre as alterações, estão o fim do programa de checagem de fatos que verifica a veracidade de informações que circulam nas redes, o fim de restrições para assuntos como migração e gênero, e a promoção de "conteúdo cívico", entendido como informações com teor político-ideológico.

"Eu acho que é extremamente grave as pessoas quererem que a comunicação digital não tenha mesma responsabilidade de um cara que cometa um crime na imprensa escrita. É como se um cidadão pudesse ser punido porque ele faz uma coisa na vida real e pudesse não ser punido porque ele faz a mesma coisa na digital", comentou Lula sobre o impacto das mudanças.

Até o momento, a nova política de moderação da Meta vale para os EUA, mas deverá se estender para outros países.

Antes do comentário do presidente, o novo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Sidônio Palmeira, já havia criticado as novas regras, que na sua avaliação causarão prejuízo à democracia.

Na mesma linha, o secretário de Políticas Digitais da Secom, João Brant, afirmou que a decisão da Meta sinaliza de forma explícita que a empresa não aceita a soberania dos países sobre o funcionamento do ambiente digital, em uma antecipação de ações que serão tomadas pelo governo de Donald Trump, que toma posse no dia 20 de janeiro.

Ainda na quarta-feira (8), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou que a Corte “não vai permitir que as big techs, as redes sociais, continuem sendo instrumentalizadas, dolosa ou culposamente, ou ainda somente visando lucro, instrumentalizadas para ampliar discursos de ódio, nazismo, fascismo, misoginia, homofobia e discursos antidemocráticos”. 

*Com informações de Agência Brasil

Pente-fino

CGU indica falta de transparência em obra com emenda PIX em Dourados

Reforma da Colônia Paraguaia custa R$ 1,8 milhão; dinheiro de emenda PIX foi enviado ao governo e depois à entidade

09/01/2025 18h45

Colônia Paraguaia de Dourados está em obra e deve ser concluída em maio

Colônia Paraguaia de Dourados está em obra e deve ser concluída em maio Divulgação

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Como parte do “pente-fino” determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para que a Controladoria-Geral da União (CGU) investigasse a destinação dos recursos das emendas parlamentares por transferência especial, também conhecidas como “emendas PIX”, o órgão federal realizou uma análise na execução das obras da Colônia Paraguaia de Dourados, localizada a 230 quilômetros de Campo Grande.

Embora a CGU não tenha identificado desvios de recursos públicos na execução da obra, constatou irregularidades legais no repasse dos R$ 1,85 milhão.

Segundo o órgão, o valor foi destinado sem a realização de um chamamento público que permitisse a participação de outras organizações interessadas no projeto.

Além disso, a CGU apontou a falta de prestação de contas adequada e transparente sobre o uso do dinheiro público. A Associação da Colônia Paraguaia de Dourados não possui página oficial na internet, restringindo as informações sobre a reforma a postagens em sua página no Facebook.

“Ainda assim, divulgaram-se apenas fotos da execução da obra, sem detalhar a origem dos recursos recebidos, valores gastos, prazos de execução, cronogramas, etc.”, ressaltou a CGU.

O relatório do órgão federal é categórico ao criticar a falta de transparência.

“Portanto, com efeito, inexiste transparência adequada na divulgação dos recursos recebidos por parte da Associação da Colônia Paraguaia de Dourados/MS”, afirmaram os fiscais.

A verba destinada à reforma tem origem em uma emenda PIX indicada pelo deputado federal Geraldo Resende (PSDB) ao governo de Mato Grosso do Sul.

Após o dinheiro ser transferido ao caixa do governo estadual, foi repassado diretamente à Colônia Paraguaia por meio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS).

Em novembro de 2023, a reforma foi anunciada com grande destaque pelo deputado Geraldo Resende, pelo ex-prefeito Alan Guedes (PP) e pelo governador Eduardo Riedel.

Monitoramento

Apesar da ausência de transparência por parte da Colônia Paraguaia, que recebeu os recursos, o monitoramento da obra está sendo realizado, conforme a CGU, pela Agência Estadual de Empreendimentos (Agesul).

Embora a contratação da obra tenha sido feita diretamente pela Colônia Paraguaia, a CGU não encontrou indícios de irregularidades na aplicação dos recursos.

A execução está a cargo da empresa Planew Engenharia, que apresentou a melhor proposta em um processo que contou com a participação de outras duas empresas. 

“O contrato foi assinado em 9 de julho de 2024, no valor de R$ 1.825.089,37. No que diz respeito a este contrato, não foram identificados elementos evidentes que indicassem direcionamento da contratação”, detalhou a CGU.
 

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