Márcio Maio, TV Press
A um mês do fim do primeiro semestre, a Band apresenta sua nova grade com poucas novidades se comparada aos anos anteriores. No lugar de grandes contratações, 2010 parece ser mesmo um ano voltado para a exibição da Copa do Mundo e também para uma mudança estratégica que vem sendo usada pelas concorrentes SBT e Record: tentar batalhar pela vice-liderança na audiência com séries importadas às 20h, quando a concorrente Globo exibe a novela das oito. “Nós brigamos com todas por esse espaço, não é com uma e com outra. Acho que as séries já são uma tendência na programação de muitos países e são cada vez mais bem aceitas aqui”, avalia Hélio Vargas, diretor artístico e de programação da emissora.
Os investimentos, da ordem de mais de R$ 400 milhões, garantem, no primeiro semestre, a estreia de dois programas e uma nova temporada do humorístico “É tudo improviso”, que se saiu bem mantendo a audiência de segunda-feira no período de férias do “CQC – custe o que custar”. E por falar neste, dois de seus “Meninos de preto” passam a ter jornada dupla na emissora. Rafinha Bastos encabeça o time de escolhidos para serem quase cobaias dos temas abordados em “A liga”, formato importado da produtora argentina Cuatro Cabezas. No programa, ele, Thaíde, Débora Vilalba e Rosanne Mulholland vivenciam situações como morar na rua e enfrentar problemas derivados de variações climáticas, por exemplo. “Assim que eu vi a versão original, disse para a direção da Band que, se quisessem fazer por aqui, eu queria participar”, entrega Rafinha. Já Marco Luque está escalado para o “talk show” “O formigueiro”, ainda sem definição de estreia. “Não sei ainda o que posso adiantar sobre o projeto”, desconversa.
No pacote de séries para o horário nobre, os grandes destaques são as elogiadas internacionalmente “A família soprano” e “Band of Brothers/Irmãos de Guerra”, superproduções da HBO. Além delas, estreiam na grade “Bones” e “Dark Angel/Gangues da noite”, da Fox; “Complete Savages/Que dureza”, realizada pelos mesmos produtores de “Os Simpsons”; e “Leverage/Acerto de contas” e “Burn Notice/Queima de arquivo”, ambas inéditas na tevê aberta. Mas uma série nacional, gravada no Rio e escrita por Domingos de Oliveira, já está em produção. Trata-se do “sitcom” “Anjos do sexo”. “É um retrato divertido das dificuldades que existem nas relações entre as pessoas”, adianta Carolina Aguiar, que protagoniza o projeto.
A contratação mais relevante feita em 2009 para ser lançada em 2010 parece ser mesmo a do jornalista Marcelo Rezende. Depois de passagens pela Record, Rede TV! e Globo, o apresentador media discussões a respeito de crimes polêmicos e já resolvidos pela Justiça sob o olhar policial. Algo bem semelhante ao que fez em sua passagem pela Globo, à frente do policial “Linha direta”. Mas ele jura que os dois projetos são diferentes, mesmo diante de coincidências como a mistura de dramaturgia com jornalismo para descrever os crimes. “No ‘Linha direta’, os atores nem falavam”, tenta justificar.
Para a Copa, a grande aposta da emissora é a apresentadora Renata Fan. Como só a Band e a Globo têm os direitos de exibição dos jogos mundiais entre as redes abertas, os detalhes que diferenciam a cobertura de ambas ganham cada vez mais importância. E no caso da ex-assistente de palco de Milton Neves, o olhar feminino pode ser um trunfo na hora de ancorar o evento direto da África. “Futebol não é só acompanhar a bola, é um espetáculo maior. Vou tentar trabalhar isso enquanto estiver lá”, analisa a ex-miss Brasil 1999.
Outros novos programas estão previstos, mas também sem definições em relação às datas. “Busão do Brasil” é um “reality” produzido em parceria com a Endemol Brasil que confina 12 jovens em um ônibus, percorrendo o País. Já “Polícia 24 horas” promete explorar o cotidiano da Polícia Militar e Civil de São Paulo. Algo bem parecido com o que a Rede TV! faz no “Operação de risco”, exibido às segundas. Outros três novos projetos serão apresentados a Daniella Cicarelli e Adriane Galisteu e as duas vão escolher qual deles preferem apresentar. Adriane, que só volta à grade da emissora em outubro, depois de dar à luz seu bebê, deve optar pelo game “The Phone”. Já Cicarelli ainda não sabe seu futuro. Só não pretende ficar fora do ar por muito tempo. “É claro que eu não fico confortável, tenho vontade de voltar, mas sei que a empresa está pensando nisso com cuidado”, entrega.