“A posse das improváveis”. Foi assim, ao lado da vice, Camila Nascimento, que a prefeita Adriane Lopes (PP) resumiu seu rápido discurso de posse no auditório do Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo na tarde desta quarta-feira (1) em Campo Grande.
E o tom de “azaronas” e desacreditadas existente antes da eleição não foi somente dela. Seu marido, o deputado Lídio Lopes, que falou em nome da presidência da Assembleia Legislativa, fez questão de bater na mesma tecla. Segundo ele, as pesquisas e até a classe política faziam questão de afirmar que ela não tinha chances, mas, segundo ele, “o Deus que a gente ouve”, dizia o contrário, e por isso que ela insistiu na candidatura e chegou à vitória.
O deputado Luiz Ovando, que discurso em nome da bancada federal, bateu na mesma tecla e convocou vereadores, demais políticos e a população para que apoiem a primeira mulher eleita para assumir o comando do Executivo de Campo Grande.
O pedido foi feito diante de um plenário lotado (teve gente que não conseguiu entrar), mas sem a presença da senadora Tereza Cristina, principal “madrinha política” da prefeita Adriane. Apesar de ausente, ela foi lembrada uma série de vezes tanto pela prefeita quanto pelos demais políticos que fizeram uso da palavra.
Outra ausência foi a do governador Eduardo Riedel, que apoiou Adriane no segundo turno. Oficialmente, Riedel entra de férias somente nesta quinta-feira (2), deixando em seu lugar o vice, Barbosinha, até o próximo dia 12. Mesmo assim, mandou uma representante para a posse. Outro que mandou representante foi o presidente da Assembleia Legislativa, Gerson Claro.
E foi exatamente por conta disso que a Assembleia Legislativa foi representada pelo marido de Adriane, o deputado Lídio Lopes. O chefe do Poder Judiciário, Sérgio Martins, que iniciou a vida pública como vereador de Campo Grande e chegou ao TJ ocupando uma das vagas pertencentes à OAB, porém, fez questão de prestigiar a posse “das improváveis”, como falou Adiane Lopes mais de uma vez.
POSSE DOS VEREADORES
Adriane Lopes foi empossada no mesmo evento em que tomaram posse os 29 vereadores, que logo na sequência foram à sede da Câmara para eleger o comando da Casa pelos próximos dois anos. Conforme deixou claro o vereador Carlão, a presidência pelos próximos dois anos ficará nas mãos do vereador Papy (PSDB).
Resquícios do isolamento político anterior à eleição parece que segue na Câmara, pois os vereadores do PP, partido da prefeita, ficaram sem vaga no comando da Casa de Leis. Eles chegaram a ensaiar um confronto, mas recuaram ao perceberem que não teriam apoio suficiente para enfrentar os tucanos.
Dois 29 vereadores, 15 estavam na Casa nos últimos quatro anos e 14 serão novatos. Porém, cinco destes novatos são figuras “velhas” na política. O mais conhecido é o vereador Marquinhos Trad, que já foi vereador, deputado e prefeito de Campo Grande.
Herculano Borges, Chico do CCZ, André Salineiro e Doutor Lívio são outros quatro “novatos” que já haviam passado em outras épocas pela Câmara e agora estão de volta. Dos 29 empossados aparecem somente duas mulheres, a reeleita Luíza Ribeiro e Ana Portela.