Política

Bancada de MS

Energia: votação teve bolsonarista com Lula e petistas derrubando veto

Ao derrubar veto do presidente, Congresso pode elevar conta de luz nos próximos anos; veja como votou a bancada de Mato Grosso do Sul

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Seis deputados federais e dois senadores sul-mato-grossenses da oposição e da base de apoio do Governo federal votaram no final da tarde de hoje (17) a favor da retomada de trechos de projeto de lei do setor energético que podem aumentar em 3,5% a conta de luz para os consumidores do Estado. 

Estes parlamentares votaram pela derrubada de vetos do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva em texto que tinha como objetivo inicial o marco regulatório das eólicas offshore, mas que na votação do projeto em plenário acabou recebendo dos parlamentares federais artigos com conteúdo que acrescentaram outros temas ao projeto original, chamados de “jabutis”.

Em alguns momentos da votação aos vetos de Lula, Rodolfo Nogueira (PL), o “Gordinho do Bolsonaro”, concordou com Lula e manteve o veto, e petistas, como Vander Loubet e Camila Jara, impuseram uma “derrota” ao desejo do presidente e correligionário. 

Segundo estimativa da consultoria de energia PSR, feita por entidades do setor elétrico, como a Frente Nacional dos Consumidores de Energia (FNCE) e a Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace Energia), a derrubada dos vetos vai causar impacto de 3,5% na conta de energia dos consumidores ao causar aumento de custos de R$ 197 bilhões até 2050.

Na votação da noite desta terça-feira (17), o Congresso Nacional restabeleceu trechos que tratam da prorrogação de contratos do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas (Proinfa) por até 20 anos ; da contratação de energia gerada por pequenas centrais hidrelétricas, eólicas e usinas a biomassa; e da contratação de projetos regionais, como usinas de hidrogênio a partir do etanol no Nordeste e eólicas no Sul do País.

Os parlamentares também retomaram trecho do texto vetado que obriga o governo a contratar 4,9 gigawatts em PCHs distribuídas pelas cinco regiões do Brasil, mesmo que não haja demanda imediata.

Os votos

Os parlamentares sul-mato-grossenses que votaram a favor da derrubada dos vetos foram os deputados Beto Pereira, Geraldo Resende, os dois do PSDB; Camila Jara e Vander Loubet (ambos do PT); Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira (os dois do PL); e as senadoras Soraya Thronicke, do Podemos; e Tereza Cristina (PP).

O deputado Dagoberto Nogueira (PSDB) e o senador Nelsinho Trad (PSD) não votaram nos 11 trechos que tratavam do setor energético.

A senadora Tereza Cristina se absteve e o deputado Pollon votou em branco em alguns vetos, como o que trata da contratação de energia proveniente do hidrogênio líquido a partir do etanol na Região Nordeste e de energia proveniente de eólicas na Região Sul.

No veto que abordou acumuladores elétricos e seus separadores, o deputado Rodolfo Nogueira foi a favor do veto de Lula, enquanto os demais parlamentares do Estado votaram pela derrubada

Já no veto que barrava a prorrogação por 20 anos dos contratos envolvendo PCHs, centrais de biomassa e centrais eólicas, todos foram a favor da derrubada do veto.

Estimativa

A estimativa de 12 associações do setor elétrico é que todos os jabutis incluídos no texto do marco regulatório vão gerar um impacto de R$ 545 bilhões até 2050, bem acima do impacto dos R$ 197 bilhões já retomados pelos deputados e senadores na votação de hoje. Falta votar ainda outros trechos.

Ao receber um documento com esta estimativa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou os pontos que provocariam o aumento.

 

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Um pé em MS, outro em BSB

Primeira-dama de cidade de MS ganha cargo no Senado com salário de R$ 12 mil

Kelly Aborízio, primeira-dama da cidade de Três Lagoas, foi nomeada em cargo de comissão no gabinete da senadora Tereza Cristina, em Brasília

16/07/2025 16h45

Primeira-dama de Três Lagoas é funcionária à distância de Tereza Cristina

Primeira-dama de Três Lagoas é funcionária à distância de Tereza Cristina Divulgação

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A primeira-dama da cidade de Três Lagoas, Kelly Carla Abonízio faz parte, desde abril, da equipe da senadora Tereza Cristina, tendo sido nomeada para um cargo comissionado, em Brasília.

De acordo com o Portal da Transparência do Senado, em abril deste ano, Kelly ingressou na equipe com o cargo de auxiliar parlamentar pleno, com funções de auxílio na elaboração de projetos de lei, pesquisa, atendimento ao público, além do auxílio em atividades administrativas. 

O salário bruto da primeira-dama é de R$ 12.360,33 e o líquido chega a R$ 9.180,04 após os descontos. 

A situação levanta questionamentos sobre o uso de recursos públicos, já que, ao mesmo tempo em que o nome de Kelly aparece nos registros do gabinete da senadora, paralelamente ela aparece participando de eventos e campanhas em Três Lagoas, onde o marido Cassiano Maia é prefeito.

Isto porque o Senado Federal tem sede em Brasília, mas a atuação da primeira-dama é diária na cidade sul-mato-grossense, sem qualquer publicação de afastamento oficial ou licença, o que levantou questionamento da população de que o salário da “auxiliar parlamentar” não condiz com o trabalho efetivamente realizado. 

Primeira-dama de Três Lagoas é funcionária à distância de Tereza CristinaA primeira-dama de Três Lagoas aparece como funcionário ativo no site do Senado.

Polêmicas

No mês passado, Kelly foi flagrada utilizando um veículo oficial da prefeitura para ir às compras. Segundo a legislação, os veículos oficiais devem ser usados apenas para cumprir as funções públicas.

O uso para outras finalidades configura crime de improbidade administrativa. 

Em maio, a primeira-dama foi palco de aplausos ao lançar a campanha do agasalho “Três Lagoas unida contra o frio”, juntamente com lojas e estabelecimentos parceiros para a arrecadação de roupas e sapatos. 

Ao seu lado, Maia, como marido orgulhoso, elogia o coração bondoso da esposa e seu empenho em “fazer a diferença para quem mais precisa”. 

Enquanto isso, as denúncias de cidadãos três-lagoenses são de falta de medicamentos na rede pública, serviços sobrecarregados e dificuldades em setores essenciais como a saúde municipal. 

Condições precárias foram relatadas à Procuradoria de Justiça em um hospital da cidade.

Cadeiras desconfortáveis, goteiras e a falta de profissionalismo de médicos não especialistas, adotando “condutas paliativas” em tratamento de câncer, por exemplo. 

E um detalhe: Cassiano Maia é médico, mas a gama de denúncias dos cidadãos da cidade perpetua, em grande escala, no setor da saúde. 

POLÍTICA

Em resposta a Eduardo Bolsonaro, Tereza Cristina diz que anistia é "problema interno"

Em entrevista ao Globo News, a senadora afirmou que Eduardo está agindo em defesa do pai 'perseguido e injustiçado'

16/07/2025 15h00

Senadora Tereza Cristina

Senadora Tereza Cristina FOTO: Andressa Anholete/Agência Senado

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Nesta quarta-feira (16), em entrevista ao Globo News, a senadora de Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina avaliou a anistia ampla defendida pelo deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), aos envolvidos no atos golpistas do 8 de janeiro, tratam-se um "problema interno".

Na opinião dela, é importante colocar-se no lugar do outro para entender a reação, e no caso de Eduardo Bolsonaro, está agindo em defesa do pai, o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. "Ele está agindo como o filho, preocupado com o pai, se sentindo perseguido e injustiçado, então ele está colocando a anistia, mas eu acho que isso é um problema interno", disse ela.

Tereza ainda ressaltou que, nesse momento é importante discutir como esse asunto será tratado no Brasil. "Como é que vamos tratar esse assunto da anistia e do julgamento de todos os que estão aí, que foram indiciados anteontem pelo Supremo e pela PGR. Então esse é um assunto interno”, opinou a senadora que foi Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil entre 2019 e 2022, durante o governo de Bolsonaro.

Além disso, a ex-ministra ainda ressaltou que misturar os dois temas pode prejudicar o país. “Nós temos que começar a separar o assunto da anistia e do comércio e o Eduardo está fazendo essa vinculação, na intenção de defender o pai, mas isso pode ir contra o nosso país", afirmou Tereza na entrevista.

LEI DA RECIPROCIDADE

Vale lembrar que, a recentemente, a senadora Tereza Cristina foi criticada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e saiu em defesa da Lei de Reciprocidade, matéria da qual foi relatora durante a tramitação no Congresso Nacional. Segundo ela, a lei deve ser usada apenas como “último recurso”..

Em seu “autoexílio” nos Estados Unidos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), criticou os aliados de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e a senadora de Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina. 

O deputado federal que está morando no Texas, e é apontado como um dos principais articuladores com o presidente dos EUA, Donald Trump, do tarifaço de 50% de produtos brasileiros, disse que a Lei da Reciprocidade, que foi regulamentado na segunda-feira (14) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para reagir às medidas de Trump, é uma “lei inócua” e lembrou que a iniciativa da matéria é da senadora sul-mato-grossense, Tereza Cristina. 

"O Congresso aprovou uma lei inócua. E me causa estranheza gente da direita apoiar o projeto de lei da reciprocidade, porque ainda dá a oportunidade de o Lula dizer que está agindo em nome das instituições brasileiras, do povo brasileiro inteiro, porque foi um projeto aprovado com o apoio de muita gente da direita. Um projeto que teve a iniciativa da senadora Tereza Cristina”, disse Eduardo Bolsonaro em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

Em contrapartida, ao Globo News, Tereza disse não saber o nível de interlocução que o Eduardo Bolsonaro tem com o governo Trump. "Eu sei que ele é amigo da família, mas o Trump está tratando esse assunto com todo mundo, não é só com o Brasil. Aqui ele só adicionou uma pitada a mais na relação", concluiu.

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