Em audiência na Câmara dos Deputados, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, e representantes do Ministério da Defesa e da Aeronáutica não trouxeram informações adicionais, em suas exposições iniciais, sobre o caso do sargento da Força Aérea Brasileira preso com cocaína na Espanha em tripulação de aeronave que acompanhava a comitiva do presidente Jair Bolsonaro no dia 25 de junho passado
Sem prestar informações sobre a investigação, Augusto Heleno disse que o caso está sendo apurado e será solucionado. O general se disse triste pelo episódio porque a tripulação normalmente é escolhida "a dedo". "É lamentável o fato porque as populações que trabalham e transitam com as aeronaves são escolhidas a dedo", disse o ministro, na manhã desta quarta-feira, 10, na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.
"Teremos condições de dizer que o problema foi saneado e não acontecerá de novo", disse o general. "Medidas de prevenção são adotadas regularmente e elas serão reforçadas. Ninguém está se excluindo da responsabilidade. Sabemos que a responsabilidade é nossa, conjunta, do GSI e do Comando da Aeronáutica. E vamos enfrentar o que aconteceu com transparência e vontade de que não se repita", disse o ministro.
Em sua exposição, o tenente-brigadeiro do Ar Carlos Augusto Amaral Oliveira, representando a Aeronáutica, disse que medidas vêm sendo tomadas como aumentar o nível de segurança e "reduzir a vulnerabilidade" de procedimentos de embarque e desembarque e controle de operações da FAB".
"A conduta desse tripulante é inaceitável nas fileiras de nossa Força Aérea. Repudiamos o acontecido nesse processo que nos envergonha bastante. Tomaremos ações administrativas e disciplinares para prevenir novas ocorrências", disse Oliveira.
O tenente-brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Junior, que, por sua vez, representou o Ministério da Defesa, prometeu punição exemplar dos culpados, disse que o ocorrido é uma exceção aos valores das três Forças militares. Também afirmou que é importante analisar a situação das drogas como um todo no País.
"É bastante importante nós também nos ombrearmos com a população brasileira e fazer reflexão sobre as drogas no País. Esta é uma chaga que tem assolado nosso país nos últimos 30, 40 anos de forma muito importante. É um problema que os três Poderes e a sociedade como um todo deve combater, nas áreas de saúde, educação, direitos humanos, e justiça também. Pensamos que o triste fato que ocorreu é oportunidade para pensarmos nas nossas ações e prol do combate à droga", disse Baptista Junior.
Após as exposições, foi aberta uma rodada de perguntas para deputados presentes à sessão.