Política

ALÍVIO

Pagamento do salário de abril dos servidores públicos está garantido

Estado e prefeitura de Campo Grande confirmam; municípios do interior podem atrasar

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Os servidores públicos de Mato Grosso do Sul receberão em dia o salário de abril (pago no início de maio). A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) trouxe queda da arrecadação com impostos em todo o Estado e gerou incertezas quanto ao pagamento salarial dos servidores. Mas tanto a gestão estadual quanto a de Campo Grande garantem que vão cumprir os compromissos com a folha, porém, os municípios do interior ainda não sabem se o pagamento sairá em dia.

A administração estadual afirmou em entrevista ao Correio do Estado que fornecedores e servidores serão pagos em abril. “Nós estamos honrando os compromissos”, disse o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) sobre a folha dos mais de 81 mil servidores estaduais, que somados ativos e inativos, como aposentados e pensionistas, custam mais de R$ 469 milhões mensais.

A Prefeitura de Campo Grande informou que apertou os cintos, mas vai garantir o pagamento de servidores com recursos próprios. Mesmo com a redução na arrecadação do último mês, a prefeitura cravou para o quinto dia útil o pagamento dos seus 27 mil funcionários.  

Com folha salarial de R$ 130 milhões mensais,

o titular da Secretaria Municipal de Finanças e Planejamento (Sefin), Pedro Pedrossian Neto, disse que o salário de abril está garantido pela gestão municipal. “Nós vamos pagar no quinto dia útil, não vamos precisar de ajuda do governo federal para a folha deste mês; talvez no próximo mês dependendo da situação. Vamos pagar com recursos próprios”, afirmou.  

INTERIOR

O presidente da Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomassul) e prefeito de Bataguassu, Pedro Caravina, informou ao Correio do Estado que muitos municípios dependem do repasse do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e serviços (ICMS) para arcar com as despesas mensais.

Segundo Caravina, todas as cidades do interior estão preocupadas. “Estamos esperando o repasse do ICMS, porque para muitas cidades, assim como em Bataguassu, o imposto é a maior receita do município. E a gente acredita em uma queda de 30%, mas estamos aguardando para definir o que será feito”.

O representante dos municípios de Mato Grosso do Sul disse ainda que algumas cidades já cortaram gratificações, adotaram medidas para enxugar as despesas e mesmo assim podem atrasar os salários.  

“Aqueles que não tiverem uma reserva vão sofrer. Quanto mais demorar para termos uma resposta sobre a votação federal que trata da reposição das perdas do ICMS para os estados, mais ficará difícil. Sabemos que todos os municípios precisam fazer cortes, mas que podem atrasar os salários já neste mês, dependendo do repasse”, considerou Caravina.

ARRECADAÇÃO

As administrações estadual e municipal já apontam queda na arrecadação. No início do isolamento social, com todos os segmentos de atividade econômica fechadas, a prefeitura teve queda de 80% na arrecadação diária.  

Com a retomada gradual de algumas atividades, como a reabertura do comércio, a arrecadação municipal registra 35% de redução em relação ao período anterior à paralisação da atividade comercial.

Enquanto isso o governo do Estado anunciou queda de R$ 70 milhões na arrecadação do ICMS de abril, com uma projeção de perdas na ordem de R$ 280 milhões em maio.

O secretário de Finanças e Planejamento, Pedro Pedrossian Neto, disse que em dias normais, quando não há vencimento dos tributos, a arrecadação da prefeitura é de cerca de R$ 2 milhões.  

“No primeiro momento, de 15 a 30 de março, nossa arrecadação caiu para R$ 300 mil diários. Com a retomada parcial das atividades, estamos arrecadando cerca de R$ 1,3 milhão por dia, em dias normais a média é de R$ 2 milhões”, considerou.

Estados e municípios de olho em ajuda da União

Apesar de ainda conseguir honrar com as contas de abril, a administração pública prevê que em maio os prejuízos devem ser maiores. Para amenizar o problema, estados e municípios aguardam ajuda da União.

“A gente defende uma compensação nos estados que tenham como base da receita o ICMS, e no caso dos municípios, o ISS [Imposto sobre Serviços]”, sustenta o governador Reinaldo Azambuja.  

Conforme o governador, a primeira ajuda anunciada pelo governo federal em março favoreceu mais os estados das regiões Norte e Nordeste, os quais são mais dependentes do Fundo de Participação dos Estados (FPE). Na ocasião, o Ministério da Economia recompôs 77% dos fundos de participação aos valores de 2019.  

“No Sul, no Sudeste e no Centro-Oeste, os estados vivem com base na receita de ICMS, por isso é muito importante o ressarcimento das perdas”, explicou o governador.  No dia 13 deste mês, a Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei complementar que determinava a recomposição das perdas de ICMS para os estados.  

O impacto seria de R$ 89 bilhões para a União. Mato Grosso do Sul, em seis meses, receberia R$ 1,3 bilhão de recomposição de perdas, isso se a proposta fosse aprovada pelo Senado da forma que a Câmara enviou e sancionada posteriormente pelo presidente. 

Mais dinheiro no comércio pelos aposentados

A garantia do pagamento dos salários dos servidores públicos estaduais, e mesmo os de Campo Grande, é um alívio para o setor de comércio e serviços, que estão animados com mais essa injeção de dinheiro na economia. Isso porque aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começaram a receber na sexta-feira (até o dia 8 de maio) a primeira parcela do abono anual – o 13º salário. O pagamento, que geralmente acontece em julho, foi antecipado para mais de 311 mil beneficiários em Mato Grosso do Sul. 

A medida faz parte das ações do governo federal para enfrentar a crise causada pela disseminação do novo coronavírus (Covid-19). De acordo com as informações do INSS, nesta primeira etapa, o montante chega a R$ 238,6 milhões em Mato Grosso do Sul. A primeira etapa corresponde a 50% do valor total do décimo terceiro sem descontos. A segunda parcela, paga em dezembro, será antecipada para o fim de maio, início de junho, a depender do número do benefício dos aposentados e pensionistas. Essas antecipações devem dar uma esperança maior na projeção das vendas para o Dia das Mães, já que as da Páscoa foram afetadas pela pandemia.

PREFEITURA DE CAMPO GRANDE

Vereador derrotado nas urnas e fora do alto escalão consegue "cargo alto"

Fora da política campo-grandense e do secretariado, o que sobrou para eles foram cargos comissionados especiais, especificados como "DCA-1", com salários de até R$ 15 mil

15/01/2025 09h45

Tiago Vargas, ex-vereador e ex-policial civil

Tiago Vargas, ex-vereador e ex-policial civil DIVULGAÇÃO

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Vereadores, derrotados nas eleições 2024 e fora do alto escalão do secretariado municipal, foram nomeados para exercer grandes cargos comissionados de assessoria na Prefeitura Municipal de Campo Grande, para o mandato 2025-2028.

Fora da política campo-grandense e do secretariado, o que sobrou para eles foram cargos comissionados especiais, especificados como “DCA-1”. Nesta categoria, os salários podem alcançar os R$ 15 mil.

Os cargos altos na prefeitura são os de direção, chefia e assessoramento, que são ocupados por servidores em comissão.

Os cargos de comissão são: 

  • Secretário Municipal
  • Secretário Especial
  • Subprefeito
  • Secretário-Adjunto
  • Secretário-Executivo Adjunto
  • Chefe de Gabinete Pessoal do Prefeito
  • Chefe de Gabinete Pessoal do Vice-Prefeito
  • Chefe de Gabinete

É o caso de Tiago Henrique Vargas, mais conhecido como Tiago Vargas, ex-vereador de Campo Grande e ex-policial civil de Mato Grosso do Sul.

Vargas foi vereador de Campo Grande de 2021 a 2024 e Policial Civil de Mato Grosso do Sul de 2014 a 2020. Ele foi expulso da corporação após “peitar” o ex-governador do Estado, Reinaldo Azambuja, xingando-o de "canalha e corrupto".

Tentou a reeleição para vereador em 2024 pelo Partido Progressistas (PP), mas, com 6.202 votos, foi derrotado nas urnas.

Agora, foi nomeado como assessor especial na Secretaria Especial de Articulação Regional. 

Confira o trecho redigido em Diário Oficial:

ADRIANE BARBOSA NOGUEIRA LOPES, Prefeita de Campo Grande, Capital do Estado de Mato Grosso do Sul, no uso de suas atribuições legais, resolve:

NOMEAR THIAGO HENRIQUE VARGAS, para exercer o cargo em comissão de Assessor Especial, símbolo DCA-1, na Secretaria Especial de Articulação Regional, em conformidade com a Lei n. 6.774, de 3 de fevereiro de 2022, com efeito a contar de 2 de janeiro de 2025.

A prefeita da Capital, Adriane Lopes, anunciou, na segunda-feira (13), que iria conceder cargos a alguns políticos que perderam nas eleições do ano passado.

“Com certeza. Eles foram grandes parceiros de gestão. Eles têm como prioridade melhorar a qualidade dos serviços para Campo Grande e estarão conosco também nessa caminhada”, disse a prefeita, durante coletiva de imprensa realizada na Câmara Municipal de Campo Grande.

Os vereadores que não conseguiram reeleição são Ayrton Araújo (PT), Betinho (Republicanos), Coronel Vilassanti (União Brasil), Dr. Loester (MDB), Tiago Vargas (PP), Dr. Sandro Benites (PP), Edu Miranda (Avante), Gian Sandim (PSDB), Gilmar da Cruz (PSD), Prof. João Rocha (PP), Marcos Tabosa (PP), Valdir Gomes (PP), William Maksoud (PSDB), Zé da Farmácia (PSDB), mas, até agora, foram nomeados Tiago Vargas, Valdir Gomes e Sandro Benites, todos do Progressistas, partido da prefeita.

Valdir Gomes está no alto escalão da gestão, como secretário de Cultura. Sandro Benites também está no alto escalão, como secretário do Esporte, apesar de ser médico.

LEVANTAMENTO

Deputados de MS gastam metade da verba de gabinete com autopromoção

Enquanto Dagoberto Nogueira lidera em gastos da cota parlamentar, Geraldo Resende é quem mais gastou com divulgação

15/01/2025 08h00

Dagoberto Nogueira (à esquerda) é o que mais gasta com cota palamentar e Geraldo Resende (à direita) é o que mais gasta com divulgação

Dagoberto Nogueira (à esquerda) é o que mais gasta com cota palamentar e Geraldo Resende (à direita) é o que mais gasta com divulgação Foto: Montagem

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Os deputados federais de Mato Grosso do Sul gastaram em 2024, ano das eleições municipais, metade da cota parlamentar em autopromoção. 

É o que indica o levantamento realizado pelo Correio do Estado com o Portal da Transparência da Câmara dos Deputados.

Durante todo o ano passado, os oito representantes sul-mato-grossenses na Casa de Leis, em Brasília (DF), gastaram R$ 3,37 milhões de cota parlamentar. Desse valor, R$ 1,76 milhão foi destinado à autopromoção ou à “divulgação da atividade parlamentar”, como é chamada a rubrica desse tipo de gasto.

O campeão de gastos na cota parlamentar foi o deputado federal Dagoberto Nogueira (PSDB), que usou R$ 569,5 mil do dinheiro destinado à manutenção do gabinete.

Quando se trata em gastos com divulgação da atividade parlamentar, porém, o líder foi o deputado federal Geraldo Resende (PSDB), que representa a região da Grande Dourados e que usou R$ 286,1 mil da cota disponível em seu gabinete.

O deputado federal de Mato Grosso do Sul que menos usou sua cota parlamentar no ano passado foi Marcos Pollon (PL): foram R$ 392,1 mil utilizados, conforme o Portal da Transparência da Câmara. 

No que diz respeito à divulgação, quem menos gastou com esse tipo de verba foi o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL), com R$ 165,7 mil.

Para 2024, as regras da Câmara dos Deputados estabeleceram que cada parlamentar de Mato Grosso do Sul poderia gastar por mês o montante de R$ 46.336,64 com uma das 13 modalidades de ressarcimento da cota parlamentar.

A cota mensal, contudo, é uma média anual, o que não significa que os valores possam ultrapassar essa cota em um único mês.

O deputado federal Beto Pereira (PSDB), candidato derrotado a prefeito de Campo Grande, por exemplo, não gastou com divulgação nos 120 dias anteriores às eleições municipais, conforme determinação da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados.

Em dezembro do ano passado, porém, Beto Pereira gastou R$ 85,5 mil com divulgação, a maior parte desse valor (R$ 55,5 mil) na Tavares & Penedro Gráfica e Editora Ltda.

O mesmo fez a deputada federal Camila Jara (PT), a qual também concorreu à Prefeitura de Campo Grande e foi derrotada. A petista não gastou com divulgação da atividade parlamentar entre julho e outubro, entretanto, em novembro, usou R$ 63,9 mil da cota e, no mês seguinte, mais R$ 51 mil.

Há parlamentares que mesmo não tendo se candidatado gastaram bastante com divulgação em novembro. É o caso do deputado federal Dr. Luiz Ovando (PP).

O maior gasto foi com a Gráfica Globo Ltda. (R$ 35 mil). Ovando ainda ajudou a financiar, entre novembro e dezembro, o site de notícias MS Conservador, com R$ 10 mil em cada mês.

O site pertence ao advogado Danilo Assis Azambuja, ex-assessor parlamentar de Rafael Tavares quando ele ainda era deputado estadual pelo PRTB, antes de Tavares ter sido cassado pela Justiça Eleitoral, migrado para o PL e saído candidato a vereador (eleito) por Campo Grande.

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