Política

CONFLITO AGRÁRIO

Parlamentares condenam invasão de fazenda da senadora Tereza Cristina

O grupo de trabalhadores rurais sem-terra acabou deixando a área pacificamente após intervenção da Polícia Militar

Continue lendo...

A invasão à Fazenda Santa Eliza, que pertence à família da senadora e ex-ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina (PP-MS), e está localizada no município de Terenos (MS), por trabalhadores rurais sem-terra mobilizou os parlamentares de Mato Grosso do Sul ao longo da tarde de ontem (30).

No fim do dia, a própria Tereza Cristina divulgou nota oficial informando que a propriedade rural tinha sido desocupada pelos trabalhadores rurais sem-terra após a intervenção da Polícia Militar.

“Na madrugada deste domingo (30), um pequeno grupo de invasores sem-terra tentou ocupar a fazenda da família da senadora Tereza Cristina (PP-MS), localizada em Terenos (MS), a 25 quilômetros de Campo Grande. Eles se retiraram ainda pela manhã, pacificamente, após intervenção da Polícia Militar”, trouxe nota oficial da ex-ministra.

Para a presidente da Comissão de Agricultura e Pecuária do Senado Federal (CRA), senadora Soraya Thronicke, trata-se de um crime gravíssimo, pois atenta contra o direito constitucional de propriedade. 

“Sou absolutamente contra todos os tipos de invasões de propriedades rurais”, declarou Soraya Thronicke ao Correio do Estado mesmo tendo acabado de receber alta da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília (DF), onde passou 10 dias internada após uma crise alérgica aguda depois de fazer procedimentos odontológicos.

A parlamentar sul-mato-grossense reforçou que apoia a regularização fundiária e, principalmente, que invasores sejam punidos com a perda de qualquer direito à reforma agrária.

“A Justiça se faz na Justiça e não com as próprias mãos. Essa não é uma exceção que permita legítima defesa”, assegurou, lamentando o fato de os sem-terra terem invadido a fazenda da ex-ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

OUTROS PARLAMENTARES

Colega de partido de Tereza Cristina, o deputado federal Dr. Luiz Ovando (PP-MS) chamou de “foras da lei” os trabalhadores rurais sem-terra que invadiram a Fazenda Santa Eliza.

“Infelizmente esses cidadãos que se denominam sem-terra, trabalhadores sem- terra, na verdade, são, à luz da constituição, uns fora da lei. Mas aqui em Mato Grosso do Sul felizmente nós temos um governador que age dentro da legalidade e sem confronto já foram retirados da fazenda”, declarou o parlamentar.

Na avaliação de Luiz Ovando, esse é um exemplo para aqueles que vierem atentar novas ações semelhantes, pois não terão êxito de forma alguma.

“Pelo contrário, perderão tempo. É assim que as coisas funcionam dentro da lei aqui em Mato Grosso do Sul”, argumentou.

Em entrevista ao Correio do Estado, o deputado federal Geraldo Resende (PSDB-MS) também condenou a invasão da Fazenda Santa Eliza.

“É condenável esta atitude. Pelo que eu tenho conhecimento é uma fazenda produtiva e que cumpre sua função social. Impressiona a capacidade do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) de produzir inimigos e aglutinar forças do agronegócio contra seu objetivo que é lutar pena reforma agrária”, declarou o parlamentar. 

Para Geraldo Resende, essa estratégia adotada pelos trabalhadores rurais sem-terra é errada. “Ainda mais na antevéspera da abertura de uma CPI que tem objetivos de investigar este movimento.

A senadora Tereza Cristina é liderança nacional do setor do agronegócio e certamente terá apoio unânime de aliados”, pontuou.

Por sua vez, o deputado federal Beto Pereira (PSDB-MS) disse ao Correio do Estado que considerou lamentável a invasão da Fazenda Santa Eliza.

“Lamentável e inadmissível que, no ano de 2023, ainda acontecem esse tipo de coisa. Para mim, não é através de invasões de propriedades rurais que nenhum movimento sem-terra vai ter sucesso e nem respeito da sociedade brasileira”, afirmou Beto Pereira.

Segundo o parlamentar, que já foi prefeito de Terenos, o município não tem muitos movimentos de trabalhadores rurais sem-terra e acredita que a invasão tenha cunho político.

“Para mim, essa invasão foi orquestrada pelos sem-terra para chamar a atenção da mídia em nível nacional, pois a senadora Tereza Cristina é ex-ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e uma voz mundial do agronegócio brasileiro”, assegurou.

O deputado federal acrescentou que as invasões de propriedades rurais por qualquer tipo de trabalhadores rurais sem-terra só enfraquecem esses movimentos sociais.

O deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS) disse ao Correio do Estado que é mais uma invasão criminosa praticada por sem-terra.

“Isso é crime e os invasores terão que ser responsabilizados. Minha solidariedade à senadora Tereza Cristina e também vou pedir para que se abra uma investigação dentro da CPI das Invasões para saber se esse ato foi programado e articulado por alguém ligado a um partido político, com objetivo de ameaçar, amedrontar ou até mesmo silenciar a voz da senadora que defende o agronegócio em Brasília”, pontuou o parlamentar sul-mato-grossense.

Para Rodolfo Nogueira, não podemos “permitir que bandidos a mando de não sei quem, façam este tipo de pressão no parlamento”. 

“É notável que esse governo estabeleceu o agronegócio como inimigo número 1 e, para isso, estão fazendo de tudo para destruir o seguimento mais importante de nosso País, pois além de colocar comida na mesa da população, responde por 30% do PIB {Produto Interno Bruto}, fomentando a agroindústria e o comércio pelo Brasil a fora”, finalizou.

ABSURDO

O deputado federal Marcos Pollon (PL-MS) considerou um grande absurdo a invasão por sem-terra da Fazenda Santa Eliza.

“Isso é um grande absurdo, uma ordem de criminosos, de terrorista que tão levando terror pro campo”, pontuou o parlamentar sul-mato-grossense.

Ele completou que espera “sinceramente que todas as pessoas, que todos os produtores rurais do Brasil se esforcem para conter esse tipo de criminoso”.

“Espero sinceramente que todos sejam presos e identificados e respondam pelos seus atos absurdos”, cobrou Marcos Pollon.

Já  o deputado estadual Coronel David (PL) disse ao Correio do Estado que a invasão da Fazenda Santa Eliza tem “digitais da criminosa ação de aparelhamento engendrada pelo governo Lula de lideranças ligadas ao MST {Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra} na direção dos Incras {Institutos Nacionais de Colonização e Reforma Agrária} nos estados”. 

“É o incentivo dissimulado para as invasões. Ao invadir terras produtivas cai por terra as alegações mentirosas do MST de estar lutando pela reforma agrária e que só invadem terras improdutivas. Mentirosos e criminosos. Para isso, só tem uma solução: cadeia”, afirmou o Coronel David.

Colaboraram Eduardo Miranda e Alison Silva
 

POLÍTICA

Carla Zambelli renuncia ao mandato após STF determinar que suplente assumisse

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal.

14/12/2025 15h00

Deputada Federal Carla Zambelli

Deputada Federal Carla Zambelli Divulgação

Continue Lendo...

Na tarde deste domingo (14), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) renunciou ao cargo parlamentar. A decisão foi tomada após uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o suplente, Adilson Barroso (PL-SP),  assumisse o cargo em até 48 horas.

Em nota, a Câmara informou que a deputada comunicou à Secretaria-Geral da Mesa a sua renúncia. "Em decorrência disso, o presidente da Câmara dos Deputados determinou a convocação do suplente, deputado Adilson Barroso (PL-SP), para tomar posse", informou a Casa em nota.

Em maio, Zambelli foi condenada pela Corte a dez anos de prisão e à perda do mandato por envolvimento na invasão cibernética ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), feita pelo hacker Walter Delgatti Neto. O caso dela transitou em julgado, sem mais chances de recursos, em junho. 

A decisão foi levada para análise do plenário da Câmara. Na madrugada de quinta-feira (11), foram 227 votos a favor da cassação do mandato de Zambelli contra 170 votos pela manutenção. Eram necessários 257 para que ela perdesse o cargo.

Porém, na sexta-feira (12), o STF anulou a deliberação da Câmara e determinou a perda imediata do mandato. A Corte apontou que a votação violava a Constituição no dispositivo que impõe perda de mandato nos casos de condenação com trânsito em julgado.

Estratégia

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal. Segundo aliados de Zambelli, seria uma estratégia para preservar os direitos políticos dela.

“Ao renunciar antes da conclusão da cassação, preserva direitos políticos, amplia possibilidades de defesa e evita os efeitos mais graves de um julgamento claramente politizado”, afirmou o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara.

Carla Zambelli está presa na Itália, desde julho deste ano, depois de fugir do Brasil em decorrência do trânsito em julgado do processo no STF. O Supremo aguarda a extradição.

Assine o Correio do Estado

 

ACEITOU

Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

Continue Lendo...

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).