Política

ELEIÇÕES 2021

Trutis tem pedido de candidatura indeferido

Dos 16 candidatos a prefeito que se inscreveram em Campo Grande, 13 já foram aprovados

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Dos 16 candidatos que se inscreveram na Justiça Eleitoral para a disputa pela prefeitura de Campo Grande nas eleições do próximo dia 15, 13 tiveram seus pedidos deferidos, dois ficarão de fora das urnas eletrônicas, e um deles, Sérgio Harfouche (Avante) ainda terá seu pedido julgado.

Neste fim de semana, a Justiça Eleitoral indeferiu os pedidos de candidatura do deputado Loester Trutis (PSL) e de Thiago Assad (PCO). Ainda cabe recurso das decisões em primeira instância.

Com o indeferimento da candidatura de Trutis, o PSL terá como único candidato o vereador Vinícius Siqueira. 

Ambos travaram uma luta judicial, e também nas redes sociais, para ver quem disputaria a prefeitura de Campo Grande pelo partido. Thiago Assad, do PCO, que já havia registrado sua candidatura tardiamente, não cumpriu os requisitos da Justiça Eleitoral.

A indefinição fica, por enquanto com a candidatura do procurador de Justiça Sérgio Harfouche. 

No processo de registro de candidatura dele há dois pedidos de impugnação, ajuizados pelas chapas de Marcos Trad (PSD) e Esacheu Nascimento (PP).

Em ambos os pedidos a argumentação utilizada é que Harfouche teria de ter deixado a carreira no Ministério Público, ou ter se aposentado para poder se candidatar. O candidato do Avante, porém, afirma que tem precedente: sua candidatura ao Senado em 2018, que foi autorizada pela Justiça Eleitoral.

Há expectativa é que o registro de candidatura de Harfouche seja julgado nesta semana. O atraso no julgamento ocorreu devido a um pedido do próprio candidatura, que não quis ser julgado pelo juiz Roberto Ferreira Filho e reclamou a suspeição dele. 

Ferreira Filho não se deu por suspeito ou impedido, julgamento que foi mantido pelo Tribunal Regional Eleitoral.

Os demais candidatos a prefeito em Campo Grande: Cris Duarte (PSOL), Dagoberto (PDT), Delegada Sidnéia (Podemos), Esacheu Nascimento (PP), Guto Scarpanti (Novo), João Henrique (PL), Marcelo Bluma (PV), Marcelo Miglioli (SD), Márcio Fernandes (MDB), Marcos Trad (PSD), Paulo Matos (PSC) e Vinícius Siqueira (PSL) tiveram seus pedidos deferidos.

Leia Mais: 

Juiz acolhe pedido de impugnação e indefere candidatura de Sérgio Harfouche

INQUÉRITO

Tenente Portela foi o 'embaixador' da tentativa de golpe em MS, revela PF

No fim de 2022, ele era um frequentador assíduo do Palácio da Alvorada, visitando constantemente o então presidente

27/11/2024 08h02

Tenente Portela ainda acreditava no sucesso de um golpe de Estado

Tenente Portela ainda acreditava no sucesso de um golpe de Estado Reprodução

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Relatório da Polícia Federal (PF), divulgado ontem, após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirar o sigilo, revelou, depois das análises dos telefones celulares apreendidos, que o presidente do PL em Mato Grosso do Sul, Aparecido Andrade Portela, mais conhecido como Tenente Portela, primeiro-suplente da senadora Tereza Cristina (PP), atuou como um intermediário entre o governo do então presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL) e os “financiadores” das manifestações antidemocráticas residentes em Mato Grosso do Sul. 

Segundo a PF, no fim de 2022, Tenente Portela era um frequentador assíduo do Palácio da Alvorada, visitando o então presidente constantemente. No dia 26 de dezembro de 2022, em diálogo pelo aplicativo WhatsApp entre Portela e o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, então ordenança de Bolsonaro, ambos tratavam da concretização do golpe de Estado.

“Mauro Cid é cobrado pelo Tenente Portel sobre a ‘realização de um churrasco’. Diz: ‘O pessoal q colaborou com a carne, estão me cobrando se vai ser feito mesmo o churrasco’. ‘Pois estão colocando em dúvida, a minha solicitação’.

A contextualização da mensagem com os demais elementos de prova indica que Portela utilizou o codinome ‘churrasco’ para se referenciar ao golpe de Estado.

Nesse sentido, o investigado repassa a Mauro Cid que, possivelmente, pessoas que financiaram os atos antidemocráticos com a ‘colaboração da carne’ estariam cobrando a consumação do ato de ruptura institucional pelo presidente Jair Bolsonaro”, trouxe o relatório da PF.

Dando esperança

Em resposta ao Tenente Portela, Mauro Cid disse o seguinte: “Vai sim. Ponto de honra. Nada está acabado ainda da nossa parte”. Ou seja, conforme a PF, Mauro Cid estava alimentando a esperança do suplente de senador de que ainda era possível o golpe de Estado. 

A sequência do diálogo reforça que estavam tratando da possibilidade de uma ruptura institucional. “Mauro Cid ainda se oferece para intermediar uma possível solução ‘se quiser eu falo com eles...para tirar da sua conta’.

Tenente Portela responde: ‘Se eles vier aqui em casa, eu ligo, por viva vós (sic) p o sr.’ E completa: ‘Vamos vencer de alguma forma’”.

Ainda no relatório, a PF contextualizou que Tenente Portela era amigo próximo de Bolsonaro desde o período em que ambos serviram na cidade de Nioaque, na década de 1970. 

“Conforme notícias veiculadas em fontes abertas, Tenente Portela, como é conhecido, foi indicado pelo ex-presidente para ser suplente da senadora Tereza Cristina. De acordo com os registros de entrada e saída de pessoas no Palácio da Alvorada (Ofício n° 38/2023/GAB/GSI), o investigado Tenente Portela realizou ao menos 13 visitas no mês de dezembro de 2022 ao então presidente Jair Bolsonaro, o que evidencia a proximidade de ambos”, reforçou.

É nesse contexto que a PF identificou os diálogos entre Tenente Portela e o então ajudante de ordens e atual colaborador Mauro Cid, fazendo com que a conversa ganhasse relevância para a investigação. 

“Considerando que o Tenente Portela possui residência em Campo Grande-MS, onde é suplente de senador, a cobrança do mesmo a Mauro Cid no dia 26/12/2022, apenas 2 dias após estar junto ao então presidente no Palácio da Alvorada, para que ‘ocorra um churrasco’ e que, segundo ele, pessoas que teriam ‘contribuído com a carne’ o estariam cobrando, revela que ambos tinham objetivos em comum”. 

Os diálogos, realizados por meio de mensagens cifradas, técnica comum no meio militar, demonstram que os interlocutores ainda tinham a esperança de concretizar o plano que estava em ação desde o fim do segundo turno das eleições presidenciais de 2022.

“Ao ser cobrado por uma ação mais contundente do então presidente Jair Bolsonaro (‘realização de um churrasco’), Mauro Cid tenta manter o ânimo do aliado, ao dizer que ainda tem esperança de que seja desencadeada alguma ação: ‘Nada ainda está acabado de nossa parte’”.

Intento golpista

No relatório, fica evidenciado o intento golpista dos diálogos no dia 29 de dezembro de 2022, quando Tenente Portela volta a enviar mensagens para Mauro Cid pelo aplicativo WhatsApp, questionando: “Alguma esperança ainda?. Ou podemos aceitar a derrota?”.

É então que Mauro Cid responde: “zero...”. No dia seguinte, 30 de dezembro de 2022, Tenente Portela envia uma mensagem, mas a apaga, porém, mais tarde, no mesmo dia, tenta realizar uma chamada de voz para Mauro Cid, mas ele responde que estaria em voo – nesse horário Mauro Cid estaria voando para os Estados Unidos da América no avião presidencial.

*Saiba

“Churrasco” era código para golpe de Estado

No relatório, a Polícia Federal apontou que, na contextualização da troca de mensagens entre Tenente Portela e Mauro Cid com os demais elementos de prova, o suplente de senador utilizou o codinome “churrasco” para se referenciar a golpe de Estado. “O pessoal que colaborou com a carne, estão me cobrando se vai ser feito mesmo o churrasco”, escreveu Portela para Cid.

Já no dia 9 de janeiro de 2023, evidenciando preocupação após a tentativa de golpe de Estado no dia anterior, na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), Tenente Portela envia a Mauro Cid diversas mensagens de usuários da rede social X, que estariam reconhecendo pessoas de Mato Grosso do Sul que teriam participado dos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro de 2023.

“Pessoal está em cima de mim aqui, infelizmente vou ter que devolver a parte desse pessoal, minha vida está um inferno”, disse o suplente de senador, acrescentando ainda que tentaria pagar os valores de forma parcelada, mas que não teria cargo nenhum e que tentou pegar um empréstimo consignado, mas não teria margem suficiente.

Mauro Cid então informa que enviou a resposta no aplicativo Signal, o que indica o cuidado que ambos teriam para não serem descobertos.

“Diante dos diálogos identificados, restou claro que o investigado Tenente Portela atuou de forma direta na solicitação e arrecadação de recursos financeiros entre apoiadores do plano de ruptura do Estado Democrático de Direito. Verificou-se também que os investigados tinham confiança de que os atos antidemocráticos ocorridos no 8/1/2023 desencadeariam ações concretas das Forças Armadas para executar um golpe de Estado”, trouxe o relatório da PF.

Temor

Ainda de acordo com o documento, além de arrecadar recursos e sugerir linhas de ação, Tenente Portela também apresentava a preocupação de que pudesse ser identificado por outros usuários de redes sociais como um organizador dos atos criminosos ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023. 

“A preocupação dele com as denúncias com relação aos ataques de 8 de janeiro fica clara quando envia mensagens com prints para Mauro Cid. As mensagens partiram do perfil @camilajarams, da candidata a deputada federal Camila Jara (eleita) no X (Twitter).

Ela buscava informações sobre ‘golpistas’ e pedia para que enviassem dados por mensagem direta”, relatou a PF.

Já no dia 12 de janeiro de 2023, em função da resposta eloquente dada pelas instituições para combater os atos antidemocráticos, o investigado passa a se desesperar, no sentido de que teria de ‘‘devolver a parte desse pessoal’’. 

“Os diálogos demonstram a atuação do mesmo [Tenente Portela] como agente intermediário de arrecadação e financiamento de ações antidemocráticas que resultaram no episódio do 8/1/2023.

Assim, tem-se que a gravidade das condutas identificadas em relação ao investigado Aparecido Portela (Tenente Portela) são relevantes do ponto de vista penal, uma vez que atuou como elo de financiamento entre apoiadores da causa golpistas e os interesses do núcleo mais próximo do então presidente Jair Bolsonaro.

A extração pericial, formalizada no Laudo nº 1522/2023, do telefone celular apreendido em poder de Jair Messias Bolsonaro, identificou trocas de mensagens, por meio do aplicativo WhatsApp, entre Aparecido Portela e o ex-presidente, evidenciando uma relação subjetiva entre ambos”.

A reportagem tentou contato com Tenente Portela, mas, até o fechamento desta edição, não obteve sucesso. O espaço continua aberto para posterior declaração do presidente estadual do PL.

 

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Tentativa de golpe

Golpe de Estado fracassou por falta de apoio militar, revela investigação da PF

Além do Exército, a Aeronáutica também se recusou a participar da tentativa de golpe

26/11/2024 21h00

Palácio do Governo

Palácio do Governo Antônjo Cruz/ Agência Brasil

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A Polícia Federal (PF) concluiu que o plano de golpe de Estado articulado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados não se concretizou devido à falta de apoio do Exército. O relatório, que indiciou Bolsonaro e outras 36 pessoas por tentativa de golpe, teve seu sigilo removido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo a investigação, o golpe estava previsto para 15 de dezembro de 2022, três dias após a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Nessa data, Bolsonaro se reuniu no Palácio da Alvorada com figuras-chave, incluindo o então ministro da Justiça, Anderson Torres, e os generais da reserva Braga Netto e Mario Fernandes.

A PF afirma que uma operação clandestina para prender o ministro Alexandre de Moraes estava em andamento no mesmo dia. No entanto, o plano foi abortado quando os conspiradores souberam que não teriam o apoio das tropas comandadas pelo general Freire Gomes.

"Apesar de todas as pressões realizadas, o general Freire Gomes e a maioria do alto comando do Exército mantiveram a posição institucional, não aderindo ao golpe de Estado", declara o relatório da PF.

A investigação também revelou que, além do Exército, a Aeronáutica se recusou a participar da tentativa de golpe. Por outro lado, o comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, e o ministro da Defesa, Paulo Sérgio, teriam aderido ao plano.

O fracasso do golpe está diretamente ligado à falta de confiança do grupo em avançar sem o apoio militar necessário. Isso teria impedido Bolsonaro de assinar a minuta golpista encontrada durante as investigações.

Este episódio ocorreu em um contexto de tensão política, com tentativas de invasão à sede da Polícia Federal em Brasília e incêndios em ônibus nas proximidades, horas após a diplomação de Lula e Alckmin pelo Tribunal Superior Eleitoral.

A revelação desses detalhes pela Polícia Federal lança nova luz sobre os eventos que se seguiram às eleições de 2022, demonstrando a importância da postura institucional das Forças Armadas na manutenção da democracia brasileira.

*Com informações de Agência Brasil

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