Integrantes do MST mantém manifestação na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Campo Grande
Após as ações que buscam chamar atenção das autoridades para assuntos de reforma agrária, os bloqueios feitos por integrantes do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra do MS foram retirados e as rodovias de Mato Grosso do Sul amanheceram desbloqueadas.
O bloqueio em trecho da rodovia BR-060 começou após desocupação da área que pertence à empresa JBS, no município de Dourados, com interdição total do km 414 ontem (28), próximo ao acesso para o Capão Seco.
Informações atualizadas indicam que esse ponto de bloqueio na rodovia federal foi liberado ainda na noite de segunda-feira (28), conforme repassado ao Correio do Estado pelo núcleo de comunicação social da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Na manhã de hoje (29), porém, a concentração de integrantes do MST na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Campo Grande, "exigindo Reforma Agrária Popular e reivindicando os direitos sociais", segundo o grupo.
O MST Mato Grosso do Sul diz denunciar a falta de compromisso do atual governador, Eduardo Riedel, para com os assuntos de reforma agrária, chamando ainda atenção para as ameaças e violências "com qual esse governo tem tratado movimentos sociais e comunidades indígenas através da única linguagem que os poderosos compreendem, a luta".
"Viemos mostrar à sociedade que existem milhares de Trabalhadores Sem Terra no MS que são diariamente esquecidos, invisibilizados e anseiam por um direito constitucional que não é exercido há mais de 10 anos no MS", cita Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra do Mato Grosso do Sul.
Relembre
Nas primeiras horas de sábado (26), o grupo de cerca de trezentos integrantes das famílias do MST começaram uma ampliação do Acampamento Esperança, localizado à beira da rodovia MS-379, onde cerca de 270 famílias vivem há cerca de dois anos.
Com a movimentação de sábado (26), houve cerco policial ao acampamento ainda na primeira noite de ocupação, com o grupo acuado ao serem vigiado por drones e visitado por agentes, que diziam que a partir de domingo (27) haveria ação de desocupação, tendo dois trechos de acesso pela rodovia bloqueados.
Imagens feitas do local da ocupação, que circulam pelas redes sociais, mostravam ônibus da Polícia Militar junto de caminhões, viaturas e escavadeiras que trancaram o acesso da rodovia.
Na manhã de domingo, equipes da Polícia Militar, Tropa de Choque e Departamento de Operações Especiais da Fronteira (DOF) começaram a ação de despejo, que terminou no uso de disparos de bombas de efeito moral.
A negociação aconteceu após chegada de integrantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que ajudaram a apaziguar os ânimos.
Segundo o Governo Federal, a área é alvo de negociação com a empresa proprietária, com o intuito de destinar a terra improdutiva há mais de uma década para a Reforma Agrária.
Segundo o MST, pelo menos três incêndios criminosos atingiram a área de famílias assentadas em 2024, como o caso que aconteceu na noite de 03 de agosto do ano passado, quando fazendeiros incendiaram os arredores do acampamento Esperança.
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