Quando há respeito, seja pela casa, seja pelo patrimônio público, também há harmonia, porque não se faz necessário ser enérgico para fazer com que as coisas ocorram conforme determina a lei.
A educação “concorre” com a saúde, como os setores da vida cotidiana do cidadão brasileiro e sobretudo do poder público, que dependem de soluções no curto, médio e longo prazo para fazer com que a qualidade de vida das pessoas suba de patamar. São inúmeras pessoas nas filas dos postos de saúde, ao passo que a evasão escolar e a superação de desafios, como melhorar a cognição e o entendimento dos brasileiros, ainda são missões consideradas dificílimas.
Ainda não há um consenso sobre qual área é a mais importante, certamente porque as duas demandam soluções para ontem. O que é correto afirmar é que uma boa educação tornaria os problemas em outras áreas da administração pública e do cotidiano das pessoas bem menores. É certo que cidadãos bem informados, conscientes de seu papel na sociedade, têm condições melhores para cuidar da própria saúde e usam o conhecimento que têm – pelo menos é esse o propósito – para melhorar o bem-estar coletivo.
Ocorre que há um problema na abordagem do tema educação. Nos últimos anos, a população terceirizou o papel de educar às instituições de ensino. A educação de costumes, como o respeito às pessoas e ao patrimônio público, que cabe aos pais, aos responsáveis e também a que provém do meio onde a pessoa vive, foi entregue ao poder público. Boa educação é o melhor caminho para manter uma sociedade, ou mesmo uma casa, devidamente organizada, sem que seja preciso o uso da força ou do poder coercitivo do Estado. Quando há respeito, seja pela casa, seja pelo patrimônio público, também há harmonia, porque não se faz necessário ser mais enérgico para fazer com que as coisas ocorram conforme determina a lei.
Nesta edição, trazemos mais um problema crônico, que é o furto de fiação. Quem trabalha na área da construção civil sabe que isso é algo recorrente. Até mesmo a população é alvo de ações de marginais, que invadem suas residências para roubar fios.
É caso de polícia e vigilância, mas também um problema de educação. Não se deve permitir qualquer ato criminoso, seja o furto, seja o vandalismo. O caso que mostraremos adiante ganhou repercussão por ter ocorrido na obra de revitalização da Rua 14 de Julho, destino comum a centenas de milhares de moradores da cidade. Se houvesse mais rigidez na fiscalização e mais punição para os que cometem crimes, certamente esse ato criminoso não teria ocorrido e o destaque desta edição seria outro.