Artigos e Opinião

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Dr. Fábio Augusto: "Arrume suas gavetas"

Médico, escritor, palestrante e compositor – www.fabioaugustooficial.com.br

Redação

07/03/2015 - 00h00
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Aprendi com os mais velhos e sábios que, quando temos um problema difícil de ser resolvido, que nos tira a paz, precisamos nos afastar de tudo e arrumar o ambiente ao nosso redor.

Entendi que o quarto bagunçado, a casa, a bolsa, a gaveta ou o guarda-roupa, o carro, são espelhos da nossa vida interior! E... vice-versa! Ou seja, um ambiente desorganizado  acaba influenciando e dando espaço para que os sentimentos negativos tomem conta dos nossos pensamentos, e, por outro lado, manifesta-se no exterior o que está acontecendo no nosso interior.

Mas, então, você pode estar se perguntando: “E o que explica o meu caso? Sou uma pessoa extremamente organizada e metódica, mas, infelizmente, minha vida pessoal não anda nada bem!”.

Na verdade, muitas pessoas se esmeram em ordenar tudo por fora, tornar o ambiente externo perfeito para compensar e mascarar o seu próprio desequilíbrio interior. Na vida familiar ou social, são assombradas por constantes desentendimentos e conflitos, relacionamentos conturbados e discussões que aparentemente acontecem por qualquer  bobeira ou nenhuma razão.

Então, eu pergunto se, analisando lá no fundo, não há algo bem escondido dentro da sua alma. Algo oculto e que precisa ser revelado. Talvez uma mágoa recente ou muito antiga, talvez até ocorrida na sua infância. Ou então, o coração esteja contaminado pelo orgulho, e tudo isso se manifeste dessa forma tão peculiar na sua vida. Saiba que a  poeira do ressentimento do passado, que se acumula com o passar do tempo, é capaz de roubar o brilho da sua vida e confundir os seus sentimentos! 

São muitas as hipóteses e, sinceramente, não sei qual o seu real motivo. O que eu desejo  apenas é que, nesse momento, você pare, analise e identifique onde está a raiz do problema que está atrapalhando a sua existência. E, então, assuma que seus  pensamentos, palavras e atitudes foram, de alguma forma, responsáveis pelas  dificuldades que hoje você enfrenta. Feito isso... É hora de arrumar suas gavetas!

Você pode se justificar dizendo que possui muitas responsabilidades e que, por falta de  tempo, muitas coisas na sua vida não ficam tão bem esclarecidas ou acertadas, pois você acaba tendo que priorizar alguns assuntos e deixando outros sem solução. Ou então,  pode simplesmente falar que a preguiça e, principalmente, o temor de mexer nos assuntos delicados do passado impedem de resolver o que é preciso.

Não importa! Eu somente digo a você, sem medo de errar, que “arrumar as gavetas” é uma atitude simbólica do seu desejo e esforço em mudar o que está negativo dentro de você,  e também fora!

O universo funciona assim: o que está dentro influencia o que está fora. E, por outro  lado, o que está fora contamina o que está dentro. Por esse motivo, lembre-se sempre  que você tem a chave para iniciar a sua própria organização pessoal.

No momento em que você “limpa a sua gaveta” e, metaforicamente falando, joga fora aquilo que não lhe acrescenta, livra-se das pessoas que não contribuem para o seu crescimento e atrapalham a sua evolução, está reprogramando simbolicamente o seu  interior.

E este é um dos grandes segredos de como alcançar serenidade e respostas para  seus problemas mais difíceis.

Comece perdoando a si mesmo e a todos que lhe fizeram mal. Mude sua atitude em relação às pessoas que estão ao seu redor, sua família, seus amigos e colegas de  trabalho. 

Sorria mais, agradeça mais, elogie mais e... critique menos! Volte-se para o que é simples e essencial, e deixe de lado o que é supérfluo e desnecessário. Permita que  DEUS esteja presente no seu dia e ore mais! Entregue suas dificuldades para Ele, faça a sua parte com o coração limpo e colha os frutos que certamente virão!

Arrume suas gavetas, aclare suas ideias, torne o seu coração mais leve e comece a ser feliz!

Editorial

Ônibus: contrato novo, vida nova

O modelo atual de transporte, desenhado em 2012, ficou obsoleto rapidamente e não atende mais às necessidades da cidade nem às expectativas dos usuários

07/07/2025 07h15

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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada na Câmara Municipal de Campo Grande para investigar o sistema de transporte coletivo coincide com um sinal sensato vindo da direção do Consórcio Guaicurus: apenas um novo contrato pode salvar o serviço. A constatação é dura, mas realista, e vai ao encontro do que o Correio do Estado tem defendido nos últimos anos. O modelo atual, firmado em 2012, não atende mais às necessidades da cidade nem às expectativas dos usuários.    

Desde a assinatura do contrato de concessão, o cenário enfrentado pelo transporte coletivo sofreu reviravoltas consideráveis. Os protestos de 2013 foram um marco. Com forte pressão popular, as autoridades recorreram a um congelamento tarifário populista, que desorganizou a base econômica do sistema e, com o tempo, contribuiu para a sua precarização. A tarifa não acompanhou os custos, e os investimentos em renovação da frota e melhoria da estrutura foram deixados de lado.

Entre 2016 e 2018, outro fator importante agravou a crise: a popularização dos aplicativos de transporte. O que antes era uma distância considerável entre o preço de uma passagem de ônibus e de uma corrida de táxi se tornou uma diferença mínima entre o ônibus e uma viagem por app. Muitos passageiros migraram para essa nova alternativa, impactando diretamente a arrecadação do sistema convencional, que precisa de volume para se sustentar.

A isso se somaram as promessas de melhorias na infraestrutura viária da cidade, como corredores exclusivos e recapeamento de vias estratégicas. Boa parte dessas obras sequer saiu do papel, o que afetou a fluidez dos ônibus e, consequentemente, sua pontualidade e atratividade como opção de transporte diário.

Em 2020, a pandemia da Covid-19 escancarou de vez os limites do sistema. Com as restrições de circulação, as receitas despencaram e a crise já instaurada se agravou. Linhas foram cortadas, a frota foi reduzida e a situação chegou ao ponto em que se encontra hoje: um serviço que mal consegue atender à demanda existente, cuja qualidade segue em queda constante.

O mais grave, no entanto, é que o contrato em vigor, embora não tão antigo, tornou-se obsoleto. As regras e premissas que o sustentam não condizem com a atual realidade econômica, demográfica e tecnológica da cidade. Além disso, a falta de fiscalização ao longo dos anos apenas agravou as distorções e permitiu que o serviço se deteriorasse sem medidas corretivas adequadas.

É preciso, portanto, virar a página. A mobilidade urbana exige investimento e modernização. Mas, para atrair investimentos, é necessário começar do zero, com um novo marco contratual baseado em metas realistas, fiscalização rigorosa, estímulo à inovação e compromisso com o interesse público. A cidade precisa de um transporte coletivo moderno, funcional e eficiente – e isso só será possível com coragem política e disposição para recomeçar.

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ARTIGOS

Uma discussão sobre a proteção dos aplicadores de defensivos agrícolas

05/07/2025 07h45

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Quando surgiu a necessidade de se proteger os trabalhadores que aplicavam defensivos agrícolas, não havia equipamentos específicos desenvolvidos para essa atividade.

Assim, de início, foram recomendadas roupas impermeáveis de PVC (cloreto de polivinila), luvas, respiradores (máscaras), etc., de uso na indústria e no trabalho urbano, portanto impróprios para a atividade agrícola.

Ainda na década de 1980, a empresa Shell, à época produtora de defensivos agrícolas, introduziu no mercado três conjuntos (kits) de EPI, fabricados em TNT (polipropileno) pela primeira vez, introduzindo o conceito de proteção específica para cada tipo de exposição (kits diferentes para preparo de calda, aplicação costal e aplicação com trator).

O TNT, o Tyvek® (microfibra de polietileno) e o PVC se mostraram inadequados para esse tipo de uso.

Surgiram, então, as vestes de algodão com tratamento hidrorepelente (fluorcarbono), que passaram a garantir proteção e maior conforto térmico à medida que permitiam a transpiração.

Vale lembrar que a legislação obriga que o trabalhador use equipamentos de proteção.

Agora fazendo uma análise mais detalhada da atividade que envolve a aplicação de defensivos no campo, nota-se que há várias situações diferentes de exposição em função de variáveis, a saber: a) diferentes equipamentos de aplicação (costal, costal motorizado, trator com barra traseira, turbo aplicador, pulverizador autopropelido, avião agrícola, drone, etc.); b) culturas de porte baixo (alface, morango); porte médio (café, tomate), porte alto (cana-de-açúcar, abacate e citrus); c) diferentes tipos de formulação (iscas peletizadas, formulações líquidas, em pó, fumigação, gases (fosfina), etc.; d) aplicação em ambiente aberto (no campo) e fechado (casas de vegetação e cultivo protegido).

Considerando essas variáveis e, ainda, os estudos de exposição efetuados para diferentes culturas e situações de trabalho, é fácil constatar que não faz sentido recomendarmos uma proteção total e única para todas as situações de trabalho durante a aplicação dos defensivos agrícolas.

Exemplificando, a proteção de quem aplica uma isca peletizada não será a mesma de quem aplica um produto líquido com equipamento costal, a proteção de quem aplica com um equipamento autopropelido não será a mesma daquele que efetua um expurgo com o gás fosfina, a exposição de quem pulveriza um pé de alface será diferente da exposição de quem pulveriza um pé de laranja.

O piloto de um avião agrícola, que é o aplicador, deverá ter uma proteção de acordo com esse tipo de trabalho e exposição e assim por diante.

Considerando tudo isso, a indústria de EPI para a aplicação de defensivos agrícolas tem hoje à disposição conjuntos de proteção específicos para diferentes culturas (tomate, cana-de-açúcar, abacaxi, etc.).

Dessa maneira, hoje é possível garantir que, em função do uso de produtos menos tóxicos, do desenvolvimento de equipamentos de aplicação mais eficientes e da evolução do conceito de proteção do trabalhador com EPI específico para cada situação de trabalho, os trabalhadores do campo podem contar com mais segurança e conforto em suas atividades. 

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