A interdição da ponte de madeira sobre o Rio Miranda, no Passo do Lontra, início da Estrada-Parque, dificulta a saída do gado pantaneiro para os frigoríficos e invernadas na parte alta, em época de cheia, e causa prejuízos ao turismo. A balsa contratada pela Agesul (Agência Estadual de Empreendimentos) para a travessia de veículos não comporta o fluxo e filas se formam em ambos os lados do rio. “Quando o turista pergunta das condições de ponte e fica sabendo que a travessia é por balsa quer cancelar a reserva”, afirma o empresário João Júlio Dittmar, dono de pousada no Rio Vermelho, afluente do Miranda. Dittmar participou de uma reunião que tratou da viabilização da Estrada-Parque como produto turístico, nesta semana, em que um dos questionamentos foi o acesso à região. A balsa é pequena, comportando apenas um caminhão e um carro de passeio por travessia, que dura dez minutos. Na segunda-feira, o motorista Vantuir Sabino Júnior aguardou dez horas para atravessar o rio com um lote de bovinos exposto ao forte calor. “Já morreram animais aqui, quem vai pagar a conta?”, questiona ele. Os turistas também reclamam da lentidão do serviço, que se encerra às 18h. A recuperação da ponte ainda não tem previsão. No dia 19 de dezembro passado, o vão central arriou com o excesso de peso de um caminhão transportando uma escavadeira. Somente há duas semanas foi providenciada a retirada dos veículos, que ficaram submersos. Técnicos da Agesul estiveram no local e anunciaram que o serviço de restauração deve ser concluído ainda neste semestre. Os fazendeiros e empresários de turismo vão pedir ao Governo do Estado uma balsa maior para atender ao grande número de caminhões e veículos de médio e pequeno portes que trafegam neste período pela Estrada-Parque, além de estender o serviço no período noturno. Na segunda- feira, pelo menos 15 caminhões aguardavam a travessia e dificilmente conseguiriam embarcar o gado naquele dia.