Cidades

SAÚDE

Campo Grande é a capital com a maior queda na vacinação

Pesquisa do Centro de Liderança Pública aponta que o índice de imunização geral da Cidade Morena está em apenas 56,9%

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Após ser a única do País a atingir a meta de 100% de cobertura vacinal geral em 2020, Campo Grande ocupa atualmente o primeiro lugar do ranking de maior queda dos índices de vacinação, considerando os imunizantes de rotina preconizados pelo Programa Nacional de Imunização (PNI). 

Conforme pesquisa divulgada pelo Centro de Liderança Pública (CLP), em 2021, a cobertura vacinal geral no município caiu para 67,6%, e neste ano, considerando os dados compilados pela organização, os índices gerais de imunização estão em 56,9%.

Em seguida, os dados do CLP apontam que a capital Boa Vista (RR) vacinou 35,4% a menos, João Pessoa (PB) configura com um índice vacinal 35,2% menor. Em Salvador (BA), houve uma redução de 32,7%; em Rio Branco (AC), a queda na imunização geral foi de 27,34%.

REINTRODUÇÃO

Com a queda nos índices de proteção, Julio Croda, infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), destacou o risco de reintrodução de doenças como a poliomielite em Campo Grande.

“A poliomielite é uma doença grave e sabemos que de 10% a 20% das crianças que contraem a pólio podem vir a óbito ou desenvolver sequelas importantes, como a paralisia infantil, que a gente viu muito no passado”, salientou.

Para o especialista, dois fatores justificam a queda na cobertura vacinal: a falta de acesso ao imunizante e a onda antivacina.

“Não temos a busca ativa das crianças que são vacinadas em determinados territórios, e seria um componente importante de estratégia dentro do programa de Saúde da Família. Tem um outro componente que é a hesitação vacinal, que está relacionada à desinformação com a disseminação de fake news e o movimento antivacina”, frisou. 

QUEDA NA COBERTURA

Dados da Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau) apontam que, nos últimos seis anos, a Capital registrou queda acentuada da imunização para a vacina inativada poliomielite (VIP). 

O imunobiológico que protege contra a paralisia infantil atingiu apenas 78,27% de cobertura vacinal em 2021 – ou seja, cerca de 10.988 crianças receberam a dose ao longo do ano passado.

A VIP alcançou a meta de cobertura vacinal pela última vez em 2015, com o porcentual de 101,31% de doses, que foram aplicadas em 13.874 crianças de dois, quatro e seis meses de vida. Em 2016, os índices caíram para 92,8% e no ano seguinte sofreram nova queda, com 85,96% da meta alcançada.

A tendência se repetiu em 2018, quando apenas 85,7% das crianças que deveriam ser imunizadas receberam doses da vacina. A redução foi potencializada em 2019, com 82,70%, decaindo ainda mais em 2020. No primeiro ano de pandemia, 82,7% da meta foi alcançada.

Neste ano, a parcial da cobertura da vacina injetável contra a poliomielite é de 73,93%, segundo a Sesau. A Pasta reforçou que a cobertura preconizada pelo Ministério da Saúde é de 95%.

“Visando ampliar a vacinação de todas as crianças, independentemente da faixa etária e do imunobiológico, a Sesau tem mantido unidades de saúde abertas aos fins de semana e feriados, com intuito único e exclusivo de aplicação das doses, além das unidades de saúde que realizam busca ativa domiciliares e vacinação em todas as Escolas Municipais de Educação Infantil [Emeis] da Capital”, disse em nota.

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ESTADO

Conforme dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES), até o dia 13 de outubro, apenas 55,7% do público-alvo de um a quatro anos havia sido vacinado contra a paralisia infantil.

Ao todo, a estimativa era de que 173.154 crianças fossem imunizadas contra a doença. No entanto, a campanha deste ano contou com a procura pela imunização nos postos de saúde de 96.506 crianças. (Colaborou Beatriz Feldens). 

 

Cidades

Influencers terão que indenizar Caps por debochar de pacientes

Só tem louco" e "criam bebês reborn": criadores de conteúdo entram em acordo com a Justiça por danos morais ao ridicularizar o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas

10/12/2025 13h00

Divulgação: Prefeitura Municipal de Corumbá

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Dois homens que publicaram um vídeo afirmando que no Caps “só tem louco” e que os pacientes levavam “até choques” no tratamento entraram em acordo com a 2ª Promotoria de Justiça de Corumbá.

Como acompanhou o Correio do Estado, no dia 31 de maio, a Secretaria Municipal de Saúde de Corumbá fez denúncia do conteúdo ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) por debochar da unidade que oferece atendimento especializado em saúde mental e a dependentes químicos.

O vídeo, compartilhado no Instagram, foi gravado em frente ao Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) do município.

No conteúdo, chegaram a afirmar que as pessoas internadas no local “criam bebês reborn” e que as bonecas teriam direito até a camisa de força. Na legenda, aparecem os dizeres: “um novo lar para sua família”.

A Secretaria de Saúde fez a denúncia pela ridicularização dos pacientes, dos funcionários e pelos comentários feitos no vídeo, alegando que reforçam estereótipos que a luta antimanicomial combate ao longo dos anos.

A defesa de um dos homens apontou o conteúdo como uma produção de “caráter humorístico” e “artístico”.

O vídeo ficou no perfil dos dois homens por três horas, até ser denunciado por outros usuários da plataforma, que informaram se tratar de conteúdo “sensível demais para cunho humorístico”.

Acordo

O MPMS entendeu que o conteúdo divulgado viola os princípios da dignidade humana e configura discriminação contra grupo social vulnerável.

Com isso, a 2ª Promotoria de Justiça de Corumbá firmou dois Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) com os envolvidos, em busca de reparar os danos morais e de conscientizar sobre os direitos de pessoas que estão em sofrimento psíquico ou em dependência química.

O promotor de Justiça Pedro de Oliveira Magalhães informou que, como parte do acordo, cada envolvido deverá pagar cinco salários mínimos, o que dá um total de R$ 7.590,00.

O dinheiro será destinado ao Fundo Municipal de Saúde, para ser aplicado em ações e projetos do Caps AD, garantindo o benefício à unidade e aos seus pacientes.

Além da indenização, os envolvidos gravaram um vídeo de retratação pública, reconhecendo a conduta inadequada e pedindo desculpas aos pacientes e profissionais da unidade.

Também tiveram que explicar a importância do serviço prestado no local no cuidado de pessoas com problemas de saúde mental ou dependência de álcool e outras drogas.

Antes de ser publicado, o roteiro e a versão final do vídeo passaram pelo crivo do Ministério Público. O material ainda foi divulgado pelo Caps AD, pela Secretaria Municipal de Saúde e pelo próprio MPMS em campanhas educativas, como forma de combater o estigma e promover informação correta sobre a Rede de Atenção Psicossocial (Raps).

** Colaborou: Noysle Carvalho
 

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INTERIOR

Polícia encontra mais de mil 'canetas emagrecedoras' na fronteira em MS

Semelhante à apreensão feita há cerca de uma semana, o dobro do volume dessa vez também teria origem paraguaia e como destino a Capital do Mato Grosso do Sul

10/12/2025 12h49

Além dessas canetas emagrecedoras, os policiais militares rodoviários de Mato Grosso do Sul apreenderam ainda alguns aparelhos eletrônicos e outras substâncias

Além dessas canetas emagrecedoras, os policiais militares rodoviários de Mato Grosso do Sul apreenderam ainda alguns aparelhos eletrônicos e outras substâncias Reprodução/PMR

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Distante cerca de 313 quilômetros da Capital de Mato Grosso do Sul, próximo da região de fronteira onde o território deixa de ser Brasil e passa a ser Paraguai, mais de mil canetas emagrecedoras foram localizadas na noite de ontem (09) por agentes da Polícia Militar Rodoviária (PMR). 

Conforme narrado em boletim de ocorrência, a carga em questão foi apreendida em trecho da rodovia MS-164, como bem publicado pelo portal local Ligado na Notícia, no município fronteiriço de Ponta Porã, cidade vizinha ao território paraguaio de Pedro Juan Caballero (PJC). 

Essa carga em questão foi localizada no interior de um veículo Volkswagen Gol, somando uma quantia estimada de aproximadamente 300 mil reais em toda sorte de produtos contrabandeados, desde as "populares" canetas emagrecedoras até aparelhos eletrônicos que seriam trazidos até Campo Grande. 

Esse tipo de contrabando tem se tornado comum, vale lembrar, por exemplo, as quase 500 canetas emagrecedoras apreendidas pelo Departamento de Operações de Fronteira (DOF) há cerca de uma semana, no último dia 02, também em Ponta Porã. 

Na ocasião passada, o motorista de 36 anos confirmou ter pegado os itens em Pedro Juan, compartilhando a semelhança de ter o mesmo destino: a Capital de Mato Grosso do Sul. 

Mil canetas apreendidas

Agora, o volume encontrado ontem é mais que o dobro do apreendido há uma semana, sendo um total de 256 caixas da chamada Tirzepatida substância, famosa pela marca Mounjaro, transportada em caixas que contêm um total de quatro canetas aplicadoras de uso único. 

Ou seja, tendo em vista que cada caixa é preenchida com quatro aplicadores, as 256 de tirzepatida apreendidas recentemente somariam 1.024 canetas emagrecedoras das mais diversas marcas, como: 

  • TG, 
  • Lipoless, 
  • Tirzec, 
  • Retatrutida e 
  • Mounjaro

Além dessas canetas emagrecedoras, os policiais militares rodoviários de Mato Grosso do Sul apreenderam ainda alguns aparelhos eletrônicos, sendo 23 celulares, 20 tablets, um adaptador sem fio e um pen drive. 

Porém as mais de mil canetas não tratavam-se das únicas substâncias que eram transportadas, já que também foi apreendido: uma ampola de testosterona; uma cartela de drostanolona propionato; um volume de perfumes diversos; um de cremes e sete caixas de botox.

Abordado pela PMR na MS-164, rumo ao distrito de Nova Itamarati, o condutor assumiu a origem dos produtos e também o destino, com o mesmo modus operandi de pegar os itens no Paraguai, em Pedro Juan Caballero nesse caso, e transportá-los até a Capital de Mato Grosso do Sul. 

A Polícia Federal (PF) de Ponta Porã foi contatada pelos agentes da PMR, que foram orientados pelo delegado plantonista a levarem toda a carga, avaliada em R$282 mil, e veículo (de R$45 mil) até a Receita Federal após um agendamento prévio. 

Já o indivíduo foi liberado, sem qualquer lesão aparente, tendo antes que assinar o chamado termo de guarda. 

Nova proibição da ANVISA

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é proibida a fabricação, distribuição, importação, comercialização, propaganda e o uso de alguns medicamentos agonistas de GLP-1, as canetas emagrecedoras. 

Até o momento, os medicamentos que se aplicam às resoluções já divulgadas pelo órgão são o T.G. 5 (RE 4.030); Lipoless (RE 3.676); Lipoless Eticos (RE 4.641); Tirzazep Royal Pharmaceuticals (RE 4.641) e T.G. Indufar (RE 4.641). 

Já os produtos como Mounjaro e Ozempic podem ser utilizados normalmente, por já serem regulamentados pela Anvisa. 

As medidas foram adotadas pelo aumento das propagandas e comercialização irregular das canetas, inclusive na Internet, o que é proibido para medicamentos no Brasil. 

Medicamentos sem registro no País só podem ser importados de forma excepcional e para uso exclusivamente pessoal mediante prescrição médica e cumprimento de requisitos adicionais. 

No Brasil, os medicamentos agonistas de GLP-1 só podem ser adquiridos com prescrição médica e retenção de receita. 

 

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