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Campo Grande: Vereador pede intervenção municipal no Consórcio Guaicurus

Integrante da CPI do Ônibus, Maicon Nogueira também quer autonomia da Agereg na administração municipal e enquadramento de ex-diretores do consórcio e das agências em improbidade e até peculato

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O vereador de Campo Grande, Maicon Nogueira (PP), apresentou um voto em separado ao relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Coletivo, a CPI do Ônibus.

Em seu voto, Nogueira pede medidas mais radicais que as presentes no relatório apresentado na sexta-feira (2), como a intervenção do poder público na concessionária do transporte, o Consórcio Guaicurus.

No relatório da semana passada, a intervenção foi apenas mencionada, mas não sugerida como medida a ser imposta imediatamente. Para além da intervenção, Nogueira é explícito ao afirmar a omissão de dirigentes do consórcio e ex-diretores da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg) e pedir o indiciamento dos diretores da concessionária por improbidade administrativa e investigação por crime de peculato.

Mesmo sendo do partido da prefeita Adriane Lopes, o PP, Nogueira pede uma mudança na reforma administrativa realizada no início do segundo mandato da prefeita.

Ele recomenda que o município cumpra a lei federal das agências reguladoras, desvincule a Agereg da Secretaria da Casa Civil do município e lhe assegure autonomia administrativa, financeira, técnica e decisória, vedando qualquer subordinação hierárquica a outros entes da administração, nos moldes do que já ocorre com outras agências reguladoras, como a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), por exemplo.

A intervenção

A justificativa de Nogueira para pedir intervenção no Transporte Coletivo de Campo Grande é o descumprimento do contrato de concessão pelo Consórcio Guaicurus.

“Diante das inúmeras intercorrências constatadas na prestação dos serviços pelo Consórcio Guaicurus, afigura-se cabível a adoção da medida extrema de intervenção na concessão por parte do Poder Concedente, com o objetivo de assegurar a adequação do serviço e o cumprimento das obrigações contratuais”, afirmou.

Ele ainda complementa em seu voto apresentado separadamente nesta terça-feira (16): “A CPI apurou descumprimentos reiterados pelo concessionário, tais como: manutenção de frota envelhecida acima do limite contratual; ausência de contratação do seguro obrigatório; falhas na manutenção preventiva e na acessibilidade; e precariedade operacional, com atrasos, quebras e superlotação”, alegou.

“Essas condutas configuram deficiência grave na execução do serviço público essencial, autorizando o Poder Concedente a adotar a intervenção como medida de caráter saneador e protetivo do interesse coletivo”, acrescentou.

Indiciamento

Maicon Nogueira cita uma operação mal explicada envolvendo um bem de R$ 14,4 milhões da Viação Cidade Morena, uma das integrantes do Consórcio Guaicurus, e a transferência injustificada de R$ 32 milhões do Consórcio Guaicurus para a empresa Viação Cidade dos Ipês, sem qualquer vínculo societário ou contratual com o concessionário do serviço público em Campo Grande.

Por isso, ele pede o indiciamento de João Rezende, ex-diretor do Consórcio Guaicurus, e de Paulo Vítor Brito de Oliveira, diretor de operações do consórcio, por improbidade. Ele também solicita investigação de possível crime de peculato nessas operações.

O vereador do PP ainda pede o indiciamento do ex-diretor da Agereg, Odilon de Oliveira Jr., e do ex-diretor da Agência Municipal de Transporte e Trânsito, Janine Lima Bruno, por improbidade administrativa e crime de prevaricação. A justificativa seria a omissão desses agentes públicos.

O relatório

A CPI do Ônibus da Câmara de Campo Grande apresentou na sexta-feira (12) o relatório final de seus trabalhos, trazendo recomendações duras contra o Consórcio Guaicurus, responsável pela operação dos ônibus na capital.

O documento cobra a substituição imediata de 197 veículos que ultrapassaram a idade máxima contratual e chega a sugerir intervenção municipal na concessão, caso as irregularidades persistam.

O relatório, com aproximadamente 800 páginas, foi elaborado após seis meses de investigação e aponta falhas graves na prestação do serviço e na fiscalização por parte da prefeitura. Entre os principais problemas listados estão: frota envelhecida, ausência de seguro obrigatório, precariedade na manutenção, falhas de acessibilidade, atrasos, quebras constantes e superlotação.

A comissão, composta pelos vereadores Dr. Lívio (presidente), Ana Portela (relatora), Luiza Ribeiro, Junior Coringa e Maicon Nogueira, também recomenda o indiciamento de todos os diretores e ex-diretores do Consórcio desde 2012, além de ex-dirigentes da Agetran e da Agereg, sob suspeita de omissão e descumprimento de deveres legais.

Sugestão de intervenção

No encaminhamento ao Ministério Público, o relatório destaca que a prefeitura pode recorrer a instrumentos previstos em lei e no contrato de concessão para garantir a continuidade do serviço. Entre eles, a medida extrema da intervenção, que permitiria ao município assumir temporariamente a operação para assegurar o cumprimento das obrigações legais.

A relatora Ana Portela afirmou que o Consórcio deixou de investir na renovação da frota apesar de dispor de recursos.

“O que vimos é que o dinheiro existe, mas foi destinado a empresas ligadas ao quadro societário. Não dá para aceitar que a população fique sem ônibus novos enquanto se prioriza outros pagamentos”, disse.

O presidente da CPI, vereador Dr. Lívio, reforçou que os indícios de irregularidades financeiras precisam ser apurados pelo Ministério Público e que a troca imediata dos 197 ônibus é imprescindível.

“Foi um trabalho longo, técnico e transparente. Agora cabe às instituições fiscalizadoras e à prefeitura agir”, declarou.

Indiciamentos e falhas de fiscalização

Além da intervenção, o relatório pede o indiciamento de diretores do Consórcio por possíveis crimes de peculato e improbidade administrativa, bem como de ex-gestores da Agetran e da Agereg por prevaricação. A CPI aponta que a omissão dessas agências permitiu que o transporte coletivo chegasse ao atual estado de deterioração.

Também foi solicitada a investigação de operações financeiras, como a venda de imóveis e movimentações contábeis suspeitas. A CPI fala em indícios de fraude contra o erário e sonegação fiscal, que podem ter causado prejuízos à União.

Frota fora do prazo

Atualmente, a idade média dos ônibus em circulação é de 8,59 anos, acima do limite contratual de 5 anos. O relatório exige a substituição imediata dos veículos em desacordo e a adoção de um plano rigoroso de manutenção preventiva e corretiva. Também cobra a atualização da Matriz Origem-Destino, fundamental para o planejamento do transporte.

A comissão adverte que o descumprimento dessas determinações poderá levar à aplicação de multas, à intervenção ou até à caducidade da concessão.

Participação popular

Durante os seis meses de apuração, a CPI analisou documentos, realizou inspeções técnicas, promoveu audiências públicas e recebeu 644 denúncias por meio de um canal de ouvidoria, informou o relatório.

Ao final, os vereadores destacaram que o relatório será encaminhado a diversos órgãos de controle, incluindo o Ministério Público, Tribunal de Contas e Prefeitura.
“Defender o interesse público e garantir transporte coletivo de qualidade é inegociável”, conclui o documento.

Medidas cobradas no relatório

Substituição imediata de 197 ônibus que ultrapassaram a idade máxima contratual (idade média atual: 8,59 anos; limite: 5 anos).

Plano rigoroso de manutenção preventiva e corretiva em toda a frota, garantindo conservação, funcionamento dos elevadores de acessibilidade e segurança operacional.

Elaboração imediata da Matriz Origem-Destino atualizada, essencial para o planejamento técnico-operacional.

Regularização de todas as pendências contratuais e irregularidades constatadas.

Assunção efetiva da fiscalização pela prefeitura, com mudanças administrativas na Agetran e Agereg.

Aplicação de sanções contratuais, incluindo multas, intervenção e, em último caso, a caducidade da concessão.

Investigação de operações financeiras suspeitas, como a venda do imóvel da Viação Cidade Morena e movimentações com a Viação Cidade dos Ipês.

Apuração de indícios de fraude, peculato e sonegação fiscal, incluindo retiradas disfarçadas de lucros e possíveis desvios para fins particulares.

Possibilidade de intervenção municipal na concessão, caso a situação não seja resolvida por arbitragem ou medidas consensuais.

Realização de concurso público para fortalecer a fiscalização exercida pelas agências reguladoras.

Indiciados sugeridos pela CPI

Do Consórcio Guaicurus (todos os diretores e ex-diretores desde 2012):

  • Indiciamento por indícios de improbidade administrativa, peculato e exposição da vida/saúde de usuários a perigo.

Ex-dirigentes da Agetran:

  • Luís Carlos Alencar Filho (ex-diretor-presidente).
  • Janine de Lima Bruno (ex-diretora-presidente).

Ex-dirigentes da Agereg:

  • Odilon de Oliveira Junior (ex-diretor-presidente).
  • Vinícius Leite Campo (ex-diretor-presidente).

 

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Trilha de Hermes

Operação investiga grupo criminoso que matou informante da polícia

O homem identificado como colaborador policial era Aldevan Pontes de Jesus, de 32 anos, que se encontrava sob monitoramento eletrônico

04/12/2025 17h45

A Polícia Civil apreendeu armas, munições, veículos de alto valor, aparelhos celulares e R$ 8 mil em espécie

A Polícia Civil apreendeu armas, munições, veículos de alto valor, aparelhos celulares e R$ 8 mil em espécie Divulgação: Polícia Civil

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A Operação Trilha de Hermes, deflagrada pela Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira (DEFRON) e da Delegacia Regional (DRP) de Naviraí, investiga a morte de Aldevan Pontes de Jesus, de 32 anos, que era monitorado com tornozeleira eletrônica. O homem foi identificado por um grupo criminoso como sendo um informante da polícia.

Por este motivo, Aldevan foi sequestrado pela quadrilha e possivelmente morto, de acordo com a Polícia Civil, perdendo o sinal de seu equipamento na área rural de Itaquiraí, de onde partiram as investigações.

A DEFRON e a DRP de Naviraí identificaram uma estrutura organizacional criminosa armada, com estruturada cadeia de comando e divisão de tarefas. As prisões temporárias e a busca domiciliar em desfavor dos suspeitos ocorreram durante a terça (2) e quarta-feira (3).

A Operação Trilha de Hermes resultou no cumprimento de cinco mandados de prisão temporária, duas prisões em flagrante, além da apreensão de veículos de alto valor, armas, munições, dinheiro em espécie e diversos outros objetos.

A quadrilha criminosa é investigada pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver, sequestro, lavagem de dinheiro e organização criminosa armada. As investigações prosseguem para apuração de outros envolvidos e para localização de ativos financeiros que o grupo criminoso auferiu durante sua atividade ilícita.

Balanço

No primeiro dia, foram realizados o cumprimento de cinco mandados de prisão temporária e o cumprimento de 12 mandados de busca domiciliar. A operação ocorreu nas cidade de Itaquiraí, Naviraí e Porto Velho (RO), onde um dos alvos estava no momento da operação.  Duas pessoas foram presas em flagrante pelo crime de posse de arma de fogo e de munições. 
 
Já na quarta-feira, foram realizadas diligências em áreas rurais, com o cumprimento do mandado de prisão de um dos alvos que se mantém foragido. As autoridade utilizaram os meios de locomoção fluvial e aéreo para esta etapa da operação, com apoio do Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo (CGPA).
 
Ao todo, a operação resultou no cumprimento da prisão de sete pessoas, entre elas os três líderes do grupo, apreensão de armas, munições, seis veículos de alto valor, dez celulares, R$ 8 mil em espécie e documentos a serem analisados.

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Cidades

Polícia barra contrabando na entrada de Campo Grande

Ação compõe a Operação Protetor das Divisas e das Fronteiras

04/12/2025 17h30

Foto: Divulgação / Policia Civil

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A Policia Civil por meio do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Dracco) interceptou 4 caixas grandes de óculos, 2 pneus de caminhão, bolas de pneus e 12 caixas de cigarros, fiscalização realizada na  Avenida Gunter Hans, saída para Sidrolândia na manhã desta quarta-feira (3).  

A ação compõe a Operação Protetor das Divisas e das Fronteiras e combate ao contrabando e descaminho no Estado, mercadoria encontrada em uma Fiat/Doblo. 
O material apreendido foi encaminhado diretamente à sede da Polícia Federal de Campo Grande.Dois indivíduos foram conduzidos em flagrante.

A ação faz parte da 3ª etapa da Rede Nacional de Enfrentamento das Organizações Criminosas (Renorcrim), iniciativa nacional de enfrentamento ao crime organizado.

Em todo o país, a organização e preparação da operação envolve ao menos 18 ações estratégicas, que abrangeram desde o encaminhamento de demandas originadas na reunião de alinhamento até a preparação de sistemas e o treinamento de usuários.

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