Campo Grande é a terceira colocada no ranking de capitais brasileiras com maior índice de mortes em acidentes de trânsito no período de 2005 a 2007, segundo estudo feito pela Confederação Nacional dos Municípios e divulgado nesta semana. A Capital apontou taxa média de 29,6 óbitos para cada grupo de 100 mil habitantes. Em primeiro lugar está Boa Vista/ RR (34,2) e em segundo, Palmas/TO (31,4). Levando-se em consideração o indicador frota, Campo Grande ocupa a 12ª posição no ranking, com índice de 7,85 mortes a cada 10 mil veículos. De acordo com esta análise, as primeiras posições ficam com Macapá/AP (14,77), Boa Vista/RR (12,34) e Porto Velho/RO (11,69). Para o diretor-presidente da Agência Municipal de Transporte e Trânsito, Rudel Espíndola Trindade Júnior, entre os dois indicadores o mais coerente é o da frota porque o que utiliza como base o número de habitantes não reflete a realidade. O melhor indicador seria o da quilometragem percorrida pela frota, no entanto, ele é utilizado apenas por países em desenvolvimento. “As capitais que se desenvolvem mu ito rápido têm crescimento da frota e a infraestrutura hospitalar de resgate, sinalização, fiscalização e educação na formação dos condutores não consegue acompanhar, o que resulta nesse índice. É uma característica do momento econômico”, explicou. Rudel disse ainda que essa também é uma característica das capitais que ocupam os primeiros lugares no ranking e que a partir do momento em que o poder público investe em tecnologia de trânsito a quantidade de morte em acidentes tende a reduzir-se. “Ano passado teve redução de 28% no número de mortes em Campo Grande, se comparado a 2008”, garantiu. O estudo, que durou cinco meses e apurou o número de mortes em todos os estados e municípios brasileiros, teve como base dados de mortalidade por acidentes de transporte terrestre do Ministério da Saúde, do Departamento Nacional de Trânsito e também do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre. Estados Já Mato Grosso do Sul é citado como o segundo Estado com maior índice de mortes em acidentes de trânsito no País, ainda segundo o estudo da confederação. De 2005 a 2007, o Estado registrou 30,4 mortes a cada grupo de 100 mil habitantes, enquanto a média nacional para o mesmo período foi de 19,8 óbitos. A liderança na estatística ficou com Santa Catarina, que registrou 33,1 mortes por grupo. Em terceiro lugar aparece Paraná (29,8), seguido de Mato Grosso (29,6). Já os últimos lugares ficaram com os estados do Acre (14,1), da Bahia (13,1) e do Amazonas (12,1). Conforme a instituição, em 2000, Mato Grosso do Sul registrou 401 mortes em acidente de trânsito. No ano seguinte, este número subiu para 487, saltando para 613 em 2002. Já em 2003, o índice caiu para 562, no entanto, voltou a registrar aumento em 2004, com 656 mortes. Sem grandes oscilações, o Estado computou 682, 693 e 687 mortes nos anos de 2005, 2006 e 2007, respectivamente. Nacional De acordo com a estatística da confederação, em 2008, 30,1 pessoas a cada 100 mil habitantes morreram em acidentes de trânsito em vias públicas ou rodovias brasileiras. Este dado é 2,5 vezes maior do que o registrado nos Estados Unidos (12,5) e 3,7 maior do que o apontado na União Europeia (7,8), lugares onde a frota de veículos e a população são superiores às do Brasil. Com base no perfil traçado pela confederação, de 2000 a 2007, 80% das pessoas que morreram em acidentes de trânsito eram homens. No mesmo período, a taxa de envolvimento das mulheres nessas tragédias foi 4,5 vezes menor. Pessoas com idade entre 20 e 29 são as principais vítimas.