Cidades

PROTESTO

Em carreata contra feriadão, manifestantes fazem buzinaço perto de hospital

Comerciantes, empresários e motoristas de aplicativo são contra fechamento de serviços não essenciais

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Uma carreata organizada por representantes de  alguns setores da economia, contra medidas mais restritivas, causou buzinaço perto dos Hospitais Unimed e Cassems, na manhã desta quinta-feira (25), em Campo Grande.

De acordo com artigo 227 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), é proibido buzinar em frente à hospitais, escolas ou em túneis, podendo gerar multa e pontos na carteira. 

A Câmara de Dirigentes Logistas (CDL), uma das organizadoras da manifestação, contestou as buzinas ouvidas pela equipe do Correio do Estado, e também por moradores da região. 

Eles disseram que chegaram a rezar um Pai Nosso em memória às vítimas da Covid-19 na Capital, e que orientou os participantes a não buzinarem quando passassem pelas imediações dos hospitais. 

A concentração do movimento ocorreu no estacionamento do restaurante Yotedy, localizado a 200 metros do Hospital Unimed, que tem 40 pessoas internadas com Covid-19 em suas unidades de tratamento intensivo (UTI). 

Durante a concentração, e quando a carreata saiu, vários carros buzinaram em protesto às medidas restritivas decretadas pela prefeitura de Campo Grande. 

Moradora do Bairro Carandá Bosque, nas imediações do Hospital Unimed, a leitora do Correio do Estado, Kátia Fraga, testemunhou o buzinaço. 

O grupo chegou a ser recebido na prefeitura de Campo Grande, pelo prefeito Marcos Trad (PSD), e mais tarde na governadoria, pelo secretário de Governo e Gestão Estratégica, Sérgio Murilo. 

Durante encontro com o prefeito Marcos Trad, em frente a prefeitura, alguns dos manifestantes estavam sem máscara, como por exemplo, Rafael Tavares, que é acusado pelo Ministério Público de racismo por propapagar o ódio contra índios e homossexuais nas redes sociais, e é ligado ao PSL. 

Últimas notícias

Motoristas de aplicativo, comerciantes, empresários e autônomos se reuniram em um estacionamento de um salão de festas em Campo Grande para protestar contra o decreto da Prefeitura Municipal de Campo Grande (PMCG) e medidas mais duras tomadas pelo governo do Estado.

A categoria é contra o fechamento do comércio e outros segmentos considerados como não essenciais, como academias, bares, conveniências, lojas varejistas, entre outros. 

A constância no aumento do preço de combustíveis também motivou a carreata.

Marcos Silveira de Lima, gerente de uma autoescola na Capital, pontua que o lockdown de nada adianta se aglomerações por festas e outros motivos não param. 

“O lockdown é a última forma de conter o contágio do vírus. O comércio é o único prejudicado. O impacto para nós é gigantesco”.

Rosemeire Rodrigues Rocha Provásio, assistente de uma loja de louças e metais sanitários, se posiciona contrária ao fechamento da cidade. 

“O comércio não é responsável por essas mortes que estão acontecendo”, opina.

Para ela, as providências mais efetivas para se combater o vírus são as medidas sanitárias que o comércio já toma, como distanciamento social, uso de máscara e disponibilização de álcool gel. 

“Tem várias formas de se combater a pandemia não fechando o comércio, não tirando o nosso direito de ir e vir e ganhar nosso sustento”, disse.

Marcelo Zaninello Ghizani, proprietário de lojas na Capital, manifesta que o feriado antecipado na cidade tem o efeito inverso. 

“Quando se decreta feriado, eles soltaram milhões de pessoas para circular, passear. Feriado é passeio, não é lockdown. Muitas pessoas se deslocaram para os interiores”.

“Dá impressão que fizeram uma coisa de propósito para aumentar a Covid. Eles fizeram o contrário. Condenaram a nossa categoria para tampar o sol com a peneira”, finaliza.

O empresário afirma que o comércio está seguindo à risca todas as normas de biossegurança contra a Covid-19. 

“A gente não suporta mais todos os custos, todos os débitos e nenhuma ajuda do governo. Eles não tem posse sobre o cidadão, tem posse sobre o nosso CNPJ”, reivindica.

Caio Vinícius Caldas de Jesus, motorista de aplicativo, acredita que deve haver um equilíbrio entre a saúde e a economia. 

“As pessoas não podem ficar totalmente paradas, elas tem que trabalhar. As pessoas precisam se alimentar. Tem gente que depende exclusivamente de sair de casa e produzir seu pão de cada dia”, expressa.

Além disso, também expõe revolta contra o preço da gasolina, pois afeta diretamente no seu orçamento mensal. 

“Nós rodamos pelo mesmo valor do que era a gasolina antes. Os passageiros pagam o mesmo valor e o motorista tem que pagar mais caro pela gasolina”, explica.

O infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Julio Croda, se pronunciou desfavorável à carreata em suas redes sociais. 

O profissional expressa que não acha justo organizar um protesto em um momento que falta leitos, tanto na rede privada, como na rede pública.

"Acredito que temos que negociar ações compensatórias para o setor como corte de impostos, financiamento e pacote de apoio com compromisso de manter os empregos", destaca. 

Restrições

O governo de Mato Grosso do Sul publicou em edição extra no Diário Oficial desta quarta-feira (24) um novo decreto contendo medidas mais duras no enfrentamento da pandemia, tendo em vista a situação caótica de saúde pública e privada no Estado. 

O toque de recolher das 20h às 5h foi prorrogado e, aos sábados e domingos, essa restrição passa a ser das 16h às 5h. Serviços não essenciais devem permanecer fechados até 4 de abril, domingo de Páscoa.

Além disso, o distanciamento de 1,5 metros de uma pessoa à outra e a capacidade máxima de 50% em locais de serviços considerados como essenciais devem ser respeitados. 

De acordo com o decreto, eventos; reuniões e/ou festividades, sejam em espaços públicos ou privados, que possam acarretar em aglomeração de pessoas, estão proibidos.

Campo Grande está na bandeira cinza do mapa PROSSEGUIR, o que significa grau extremo da Covid-19. 

Esse mapa de risco leva em consideração a disponibilidade de leitos UTI, busca por contatos de casos confirmados e redução da mortalidade por Covid.

Redução de novos casos, necessidade de expansão de leitos, disponibilidade de testes, quantidade de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) e redução de casos entre profissionais da saúde também entram na lista.

Boletim

Mato Grosso do Sul registrou recorde de mortes nesta quinta-feira (25). São 60 novos óbitos e 1.256 casos confirmados no Boletim Epidemiológico de hoje. 

Ao todo, o Estado já tem 3.975 óbitos por Covid-19 e 206.968 confirmações. Em isolamento domiciliar encontram-se 12.712 doentes, recuperados somam em 189.163.

De ontem para hoje, Campo Grande registrou 353 novos casos; Três Lagoas 232; Dourados 72; Sidrolândia 57; Corumbá 52; Eldorado 40; Naviraí 38; Rio Verde de Mato Grosso 38; entre outros municípios. 

  • Campo Grande
  • Sidrolândia,
  • Aquidauana,
  • Novo Horizonte do Sul,
  • Naviraí,
  • Rio Verde de Mato Grosso,
  • Caracol,
  • Pedro Gomes,
  • Água Clara,
  • Porto Murtinho,
  • Ponta Porã,
  • Três Lagoas,
  • Guia Lopes da Laguna,
  • Dois Irmãos do Buriti,
  • Coxim,
  • Bonito,
  • Aparecida do Taboado,
  • Paraíso das Águas,
  • Maracaju,
  • Nioaque,
  • Rochedo,
  • Bataguassu,
  • Nova Andradina,
  • Selvíria,
  • Dourados,
  • Sidrolândia,
  • Alcinópolis,
  • Tacuru e
  • Santa Rita do Pardo são as cidades do Estado que apresentaram mortes nas últimas 24 horas.

Existem 1.118 pessoas internadas, sendo 649 em leitos clínicos (434 público; 215 privado) e 469 em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) (337 público; 132 privado). 

Os dados são do Boletim Epidemiológico da SES de hoje. 

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Previsão do tempo

Confira a previsão do tempo para hoje (28) em Campo Grande e demais regiões de Mato Grosso do Sul

Grande parte do estado terá chuva

28/11/2024 04h30

Tempo nublado em Campo Grande

Tempo nublado em Campo Grande Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Nesta segunda-feira (25), a previsão indica tempo com sol e, ao longo da tarde/noite de quinta e durante o próximo final de semana, espera-se aumento de nebulosidade e chuvas de intensidade fraca a moderada.

Pontualmente, podem ocorrer chuvas mais intensas e tempestades acompanhadas de raios e rajadas de vento. Essa situação meteorológica ocorre devido ao intenso transporte de calor e umidade, aliado ao deslocamento de cavados. Além disso, a atuação de uma área de baixa pressão atmosférica sobre o Paraguai e a aproximação de uma frente fria favorece a formação de instabilidades no estado de Mato Grosso do Sul.

Os ventos atuam do quadrante norte (norte/noroeste) com valores entre 40 km/h e 60 km/h. Pontualmente, podem ocorrer rajadas de vento acima de 60 km/h.

Confira abaixo a previsão do tempo para cada região do estado: 

  • Para Campo Grande, estão previstas temperatura mínima de 26°C e máxima de 36°C. 
  • A região do Pantanal deve registrar temperaturas entre 26°C e 36°C. 
  • Em Porto Murtinho é esperada a mínima de 28°C e a máxima de 39°C. 
  • O Norte do estado deve registrar temperatura mínima de 24°C e máxima de 36°C. Há previsão de chuva.
  • As cidades da região do Bolsão, no leste do estado, terão temperaturas entre 24°C e 37°C. Pode chover.
  • Anaurilândia terá mínima de 25°C e máxima de 37°C. Irá chover.
  • A região da Grande Dourados deve registrar mínima de 25°C e máxima de 37°C. Chove.
  • Estão previstas para Ponta Porã temperaturas entre 25°C e 34°C. Pode chover.
  • Já a região de Iguatemi terá temperatura mínima de 25°C e máxima de 35°C. H´previsão de chuva.

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Antigo Twitter

Juiz de MS livra empresa de Elon Musk de pagar R$ 190 milhões

Pedido da Adecon-MS para indenizar consumidores pela eliminação da verificação em duas etapas no X não foi aceito por magistrado de Campo Grande

28/11/2024 04h25

Elon Musk comprou o Twitter e mudou de nome para X

Elon Musk comprou o Twitter e mudou de nome para X Arquivo

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O juiz da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, Marcelo Ivo de Oliveira, rejeitou o pedido da Associação de Defesa do Consumidor de Mato Grosso do Sul (Adecon-MS) que pleiteava uma indenização de R$ 190 milhões do X, antigo Twitter, rede social do bilionário Elon Musk.

A sentença, assinada na terça-feira, veio oito meses após o ajuizamento da ação, que ocorreu em março. O magistrado discordou da Adecon-MS e também do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS), entendendo que o fim da autenticação em duas etapas para a verificação do usuário ao conectar na plataforma não deixou os usuários do X desamparados no que se refere à segurança.

Quando Elon Musk adquiriu o Twitter, a autenticação em duas etapas, oferecida gratuitamente na maioria das redes sociais, passou a ser paga. O serviço foi incluído no pacote Twitter Blue, disponível mediante assinatura.

O juiz Marcelo Ivo de Oliveira destacou a existência de métodos alternativos de autenticação.

“Mesmo o requerido [X] tendo passado a cobrar por um serviço, não colocou a segurança dos usuários em risco, uma vez que a rede social ainda permite que os usuários ativem a autenticação de dois fatores [2FA] por outros métodos, tais como aplicativos de autenticação, como Google Authenticator, Microsoft Authenticator, Authy, Duo Mobile e 1Password, os quais são seguros, gratuitos e simples de serem utilizados”, afirmou o magistrado.

Ainda cabe recurso da decisão do juiz de Campo Grande. Quando o X apresentou sua defesa, em abril, a rede social de Elon Musk ainda não havia fechado seu escritório no Brasil. Em maio, para não cumprir decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o X Brasil fechou suas operações no País. Posteriormente, por conta da desobediência à ordem judicial, a plataforma foi retirada do ar no Brasil nos meses de setembro e outubro, até que a decisão fosse cumprida.

Entenda o caso

A Adecon-MS ajuizou a ação civil pública no dia 22 de março. Na ocasião, a associação alegou que a demanda surgiu com a implantação do serviço Twitter Blue (ou X Blue) no Brasil e o fim da verificação em duas etapas oferecida de forma gratuita.

O serviço começou a ser oferecido em 20 de março de 2023, com assinatura mensal de R$ 60. A Adecon-MS e o MPMS entendem que, ao restringir a autenticação em duas etapas apenas para assinantes do Twitter Blue, a rede social viola o direito do consumidor, deixando os usuários não pagantes mais vulneráveis a clonagens e a ataques de hackers.

“O que causa maior revolta na nova política de segurança da requerida é que a citada autenticação sempre foi disponibilizada para todos os usuários do Twitter e agora, apenas quem tiver condições de pagar o plano Blue é que terá a manutenção de sua segurança na plataforma requerida”, argumentou a Adecon-MS na ação.

A associação também afirmou que os custos com a segurança do usuário deveriam ser arcados pela empresa de Elon Musk, e não transferidos ao consumidor.

“A segurança dos consumidores durante o uso da plataforma da requerida [X] é parte típica e essencial do negócio, risco da própria atividade empresarial que visa o lucro e integrante do investimento necessário que deve ser aportado pela requerida”, defendeu a entidade.

A Adecon-MS estimou o valor da indenização por danos morais coletivos em R$ 10 por usuário do X no Brasil. Segundo um relatório divulgado pela empresa no ano passado, a plataforma tem aproximadamente 19 milhões de usuários no País, justificando o pedido de R$ 190 milhões em indenização.

Por se tratar de uma ação civil pública, a associação praticamente não corre risco de arcar com honorários sucumbenciais em caso de derrota, o que contribui para a justificativa do pedido de alto valor.

Em parecer, o MPMS divergiu da defesa do X Brasil, afirmando que a causa envolve direitos difusos e coletivos, por conta da indivisibilidade do interesse e da proteção de consumidores futuros e virtuais.

O promotor de Justiça Luiz Eduardo Lemos de Almeida destacou que, antes da introdução do Twitter Blue, a autenticação de dois fatores era gratuita e incentivada pela empresa, tornando a cobrança por esse serviço uma violação dos direitos do consumidor.

“O dano moral coletivo não precisa ser irrefutavelmente comprovado, pois a lesão decorre imediatamente dos eventos lesivos”, argumentou o promotor, que considerou o pedido de R$ 190 milhões “irrazoável” e sugeriu que a indenização fosse fixada em R$ 10 milhões.

O MPMS também recomendou que, em caso de condenação, a indenização fosse destinada ao Fundo Estadual de Defesa dos Direitos dos Consumidores, e não ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, conforme solicitado pela Adecon-MS. Nenhuma das solicitações foi atendida, e o magistrado rejeitou o pedido. Agora, cabe recurso à segunda instância.
 

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