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Com queda de 12%, Mato Grosso do Sul tem menor registro de divórcios desde o isolamento social

Os dados são da Associação dos Notários e Registradores (ANOREG) que indicam que é o menor número registrado desde 2019

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Em Mato Grosso do Sul, houve uma queda de 12% no número de divórcios registrados em Cartórios neste ano. Os dados são da Associação dos Notários e Registradores (ANOREG) e indicam que é o menor número registrado desde 2019. 

Ainda conforme a Associação, essa diminuição pode ser atribuída ao fim do isolamento social causado pela Covid-19, bem como devido ao retorno das famílias à normalidade de suas rotinas de trabalho e estudo, cenário que contribuiu para que a quantidade de divórcio caísse cerca de 12,8% nos 11 primeiros meses de 2022 em comparação e atinge seu menor número desde o ano de 2019.

A Anoreg aponta que os números absolutos, foram cerca de 716 divórcios em Cartórios de Notas entre janeiro e novembro desde ano.

Já em 2021, houve 821 divórcios registrados, 2021 ano que marcou o auge da pandemia no Brasil e que acarretou na adoção de medidas de isolamento social por boa parte dos governos em território nacional, os meses que apresentaram maiores quedas foram em novembro, setembro e janeiro, informa a Associação.

Os dados constam da Central Notarial de Serviços Eletrônicos Compartilhados (Censec), base de dados administrada pelo Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal (CNB/CF) e que reúne as informações dos 8.354 Cartórios de Notas do país, responsáveis pelos atos de escrituras públicas, procurações, testamentos, atas notariais, autenticações e reconhecimento de firmas.

“A pandemia e o isolamento social trouxeram o aumento dos números de divórcios, agora, estamos vendo uma estabilização nesses números, retornando ao patamar existente antes da pandemia”, comentou o presidente do CNB/MS, Elder Dutra. 

Na comparação entre os 11 primeiros meses deste ano com o mesmo período de 2020, primeiro ano da pandemia no Brasil, quando foram registrados 908 divórcios (marca recorde na história sul mato-grossense), a queda foi de 21,1%.

Os meses de outubro, setembro e novembro foram aqueles com maior diminuição. Já entre o primeiro e o segundo ano da crise sanitária da Covid-19 houve queda de 9,6% nas dissoluções de casamentos no estado.

Dados Nacionais

Entre janeiro e novembro de 2022, o Brasil registrou 68.703 de divórcios em cartórios. O número representa uma queda de 10% nos casamentos dissolvidos em comparação com o mesmo período de 2021, quando houve 76.671 de divórcios.

Os números são da Central Notarial de Serviços Eletrônicos Compartilhados, base de dados administrada pelo Colégio Notarial do Brasil e que reúne as informações dos 8.354 Cartórios de Notas do país.

Segundo os cartórios, a queda dos divórcios está ligada ao fim do isolamento social causado pela pandemia da Covid-19 e o retorno às atividades presenciais. Foi durante a crise sanitária que o Brasil teve um recorde de casamentos encerrados.

Neste ano, os cerca de 69 mil divórcios representam o menor número a partir de 2018, quando até novembro 69.458 casamentos acabaram. As menores taxas foram registradas em janeiro, julho, outubro e novembro de 2022.

Os estados que tiveram as maiores quedas do ano foram Rio Grande do Norte (24,9%), Acre (22,6%), Ceará (18,2%), Rondônia (15,7%) e Tocantins e Maranhão (15,6% cada um).

Em abril de 2020, durante a pandemia, a plataforma e-Notariado foi lançada para permitir que as separações pudessem ser oficializadas virtualmente. O processo é realizado por videochamadas e conduzido por um tabelião.

Na avaliação da entidade, a ferramenta digital pode ter contribuído para o aumento, além dos problemas conjugais que se intensificaram devido ao intenso contato durante o período de isolamento.

Com todos reclusos, os divórcios chegaram a despencar nos primeiros meses de quarentena. Por exemplo, o mês de abril de 2020 registrou 3.166 divórcios ante 6.553 no mesmo período de 2019. Os números, porém, começaram a subir a partir de junho do primeiro ano da pandemia.

No Google, buscas relacionadas à palavra divórcio dispararam no segundo trimestre de 2020 em relação ao primeiro. Na época, o termo "Divórcio online gratuito" cresceu mais de 5.000%, e "divórcio online", 1.100%.

O divórcio também foi o terceiro tema mais julgado em varas paulistas no ano de 2020 -em 2019, havia sido o quarto.

A pandemia foi vista por especialistas como um momento em que casais -isolados e obrigados a ficar mais tempo na presença do outro- conseguiram perceber problemas em suas relações.

Além disso, o período de apreensão e incerteza gerou tensões que podem ter resultado em brigas mais frequentes.

Divórcio Online 

Lançada em junho de 2020, em meio às restrições de deslocamentos causadas pelo ápice da crise sanitária no país, a plataforma e-Notariado (www.e-notariado.org.br).

Regulamentada nacionalmente pelo Provimento nº 100 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), permite a prática de 100% dos atos notariais em meio eletrônico, entre eles todos os tipos de escrituras, procurações, testamentos e atas notariais.

Para realizar o divórcio em Cartório de Notas o casal deve estar em comum acordo com a decisão e não ter pendências judiciais com filhos menores ou incapazes.

O processo pode ser realizado de forma totalmente online, por meio da plataforma e-Notariado (www.e-notariado.org.br), onde o casal, de posse de um certificado digital emitido de forma gratuita por um Cartório de Notas, poderá declarar e expressar sua vontade em uma videoconferência conduzida pelo tabelião. 

Após entrar em contato com o Cartório de Notas de sua escolha, é agendada uma videoconferência com o tabelião para realizar a escritura, que é assinada digitalmente com certificado digital Notarizado ou por ICP-Brasil, assinatura digital de padrão nacional utilizada, por exemplo, para declarar o Imposto de Renda.

Os serviços desta plataforma também estão disponíveis em aparelhos celulares.

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Em 15 municípios

Registros de casos de dengue tipo 3 acendem alerta em MS

Entenda o porquê do sorotipo 3 ser o mais preocupante da doença

11/02/2025 08h05

Foto: Reprodução / SES

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Casos de dengue sorotipo 3 (DENV-3) foram registrados em 15 municípios de Mato Grosso do Sul, e acenderam um alerta das autoridades de saúde, já que em muitas localidades tal variante não era registrada há décadas.

Em Campo Grande, por exemplo, o último registro de circulação da DENV-3 havia ocorrido em 2007. Isso significa que grande parte da população, especialmente os mais jovens, nunca teve contato com este vírus.

O primeiro caso de dengue tipo 3 na capital foi confirmado pela Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (Sesau). A paciente é uma mulher de 35 anos, que apresentou os primeiros sintomas no dia 23 de janeiro.

“Por isso, é crucial seguir todas as orientações que estamos passando. Tire pelo menos 10 minutos do seu dia para limpar o seu quintal”, reforçou a secretária municipal de Saúde, Rosana Leite.

Além de Campo Grande, os municípios de Alcinópolis, Costa Rica, Chapadão do Sul, Cassilândia, Paranaíba, Aparecida do Taboado, Selvíria, Três Lagoas, Água Clara, Brasilândia, Inocência, Nova Andradina, Glória de Dourados e Maracaju também apresentaram casos do tipo 3.

Por que o sorotipo 3 é o que mais preocupa?

Segundo o Ministério da Saúde, o DENV-3 é considerado um dos sorotipos mais virulentos do vírus da dengue, tendo maior potencial de causar formas graves da doença.

Estudos indicam que, após a segunda infecção por qualquer sorotipo, há uma predisposição para quadros mais graves, independentemente da sequência dos sorotipos envolvidos. No entanto, os sorotipos 2 e 3 são frequentemente associados a manifestações mais severas. 

A introdução de um novo sorotipo em uma população previamente exposta a outros tipos pode levar a epidemias significativas

No Brasil, por exemplo, o aumento da incidência da doença entre 2000 e 2002 foi associado à introdução do DENV-3, elevando o risco de epidemias de dengue e febre hemorrágica da dengue.

O que são os sorotipos da dengue?

Sorotipos são variações do vírus que, embora pertençam à mesma espécie, possuem diferenças em sua composição antigênica. No caso da dengue, os quatro sorotipos (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4) são suficientemente distintos para que uma infecção por um deles não ofereça imunidade contra os outros. 

Isso significa que uma pessoa pode ser infectada até quatro vezes, uma por cada sorotipo. Além disso, infecções subsequentes por diferentes sorotipos aumentam o risco de formas mais graves da doença. 

A infecção por determinado sorotipo tem efeito protetor permanente contra aquele sorotipo especifico e efeito protetor temporário contra os outros sorotipos. 

Prevenção e cuidados

Diante da circulação dos quatro sorotipos no país, é fundamental intensificar as medidas de prevenção, especialmente no controle ao mosquito transmissor.

Manter os quintais limpos, eliminar focos de água parada, não jogar lixo em terrenos baldios, fazer o uso de repelente e colocar telas nas janelas são medidas simples, mas extremamente eficazes na prevenção.

“A dengue não escolhe vítima. O mosquito se prolifera onde há condições para isso. Se cada um fizer a sua parte, podemos evitar novos casos e proteger a população”, destacou a secretária de Saúde de Campo Grande, Rosana Leite.

Vacinação 

Além das medidas de prevenção diárias, a vacinação é uma das formas mais eficazes de proteção contra casos graves de dengue.

Segundo o último boletim epidemiológico, divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) referente à 5ª semana do ano, 123.907 doses do imunizante contra a dengue já foram aplicadas para idade permitida na bula na população. Ao todo, Mato Grosso do Sul já recebeu do Ministério da Saúde 207.796 doses. O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três meses entre as doses.

A vacinação contra a dengue é recomendada para crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, 11 meses e 29 dias de idade, faixa etária que concentra o maior número de hospitalização por dengue, dentro do quadro de crianças e adolescentes de 6 a 16 anos de idade.

Atenção aos sinais e sintomas da dengue

Todo indivíduo que apresentar febre (39°C a 40°C) de início repentino e pelo menos duas das seguintes manifestações:

  • Dor de cabeça 
  • Prostração 
  • Dores musculares e/ou articulares 
  • Dor atrás dos olhos 

Deve procurar imediatamente um serviço de saúde para obter um tratamento oportuno. A detecção precoce e o tratamento adequado são fundamentais para evitar complicações. Recomenda-se também evitar a automedicação.

Boletim

Mato Grosso do Sul já registrou 1.621 casos prováveis de Dengue, sendo 554 casos confirmados, em 2025

 Estes dados foram apresentados no boletim referente à 5ª semana epidemiológica, divulgado pela SES na última sexta-feira (07). Segundo o documento, há um óbito registrado por dengue e dois em investigação.

Nos últimos 14 dias, Sete Quedas e Inocência registraram alta incidência de casos confirmados, já Pedro Gomes e Japorã registraram média incidência de casos confirmados para a doença.

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Investigação

Na mira do Coaf, atacadistas da cocaína movimentaram milhões em MS

Casal de Corumbá, com renda de R$ 4 mil/mês teve R$ 24 milhões em movimentações suspeitas

11/02/2025 05h00

Quadrilha da Capital ostentava carros de luxo, como este Porsche

Quadrilha da Capital ostentava carros de luxo, como este Porsche Gerson Oliveira

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O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) foi fundamental para que os policiais da Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras) de Campo Grande chegassem a uma das principais quadrilhas fornecedoras de cocaína no atacado e no varejo da Capital.

Um casal que mora em um bairro humilde de Corumbá – responsável por receber os pagamentos da quadrilha – movimentou, em um período de 33 meses dentro de quatro anos, 
o montante de R$ 24,4 milhões.

Mais da metade desse valor, conforme indicam os relatórios de inteligência financeira do Coaf, por meio do minucioso trabalho de investigação realizado pelas equipes do Garras, foi movimentada em 2023 e 2024.

As contas do “atacadista” de cocaína localizado em Corumbá eram de A.C.P.C. e da mulher dele, C.T.A. Apenas as iniciais foram citadas porque o casal, que os policiais acreditam ser laranja de um grande chefão do tráfico na cidade, ainda está sob investigação.

Ele, o qual se declara representante comercial e tem uma renda aproximada de R$ 2,2 mil por mês, e sua mulher, que se declara estudante e afirma ter uma renda de R$ 2 mil mensais, emprestavam suas contas para receber os pagamentos feitos por Lucas Pereira da Costa e Matheus Henrique Lemos Diniz.

A maior parte dos R$ 24 milhões movimentados pelo casal foi por meio de Pix. O monitoramento do Coaf também mostra que, em algumas situações, o representante comercial e a estudante sacavam parte desses valores para gerar dinheiro em espécie.

Esse representante comercial, que já havia sido investigado por tráfico de drogas em 2020, teve uma receita de R$ 7,014 milhões nos 33 meses analisados pelo Coaf, além de R$ 6,54 milhões em despesas no mesmo período, totalizando uma movimentação de R$ 13,5 milhões.

Apenas entre julho e novembro de 2024, ele movimentou mais de R$ 3 milhões. As entradas em suas contas foram de R$ 1,55 milhão, enquanto os débitos totalizaram R$ 1,53 milhão.

Já as operações da estudante também apresentam valores semelhantes de entrada e saída de recursos. O período de monitoramento dela pelo Coaf foi menor, de 24 meses, mas os montantes movimentados não ficam muito atrás dos valores do marido.

Em dois anos, passaram pelas contas dela nada menos que R$ 10,8 milhões – mesmo ela tendo uma renda declarada de R$ 2 mil por mês. No período, foram creditados R$ 5,4 milhões, e o mesmo montante foi debitado.

A maioria das transações foi realizada com integrantes da quadrilha investigada pelo Garras na Operação Facilem Vitam, sendo Costa e Diniz os principais nomes.

Ambos também tinham uma vasta rede de laranjas. Segundo a investigação do Garras, entre eles estavam a mãe de Diniz, Elizângela da Silva Lemos, o casal Raphael de Souza e Vivan dos Santos Paiva, além da jovem K.S.C., que declarou à polícia ter apenas emprestado a sua conta bancária a Diniz com a promessa de receber R$ 500 mensalmente. K.S.C. é beneficiária do programa Bolsa Família.

LUXO E OSTENTAÇÃO

O casal de Corumbá recebia os pagamentos pelas cargas de cocaína enviadas a Campo Grande. Na Operação Facilem Vitam, realizada no dia 3, os policiais do Garras fecharam duas biqueiras – em uma delas, havia uma pequena refinaria de cocaína.

Quadrilha da Capital ostentava carros de luxo, como este PorscheTraficantes moravam em torres de luxo na Capital de MS/Gerson Oliveira

Esses pontos de venda pertenciam ao grupo de Costa e Diniz, de onde a droga era comercializada em pequenas embalagens.

Os policiais do Garras não confirmam se a dupla enviava cocaína para outros estados, mas também não descartam essa hipótese.

A convicção dos investigadores, porém, diante dos valores movimentados, é de que o esquema ilegal era altamente rentável. Além dos milhões de reais circulando nas contas, o grupo ostentava apartamentos em condomínios de luxo e carros de alto valor, como um Porsche Boxster apreendido com Diniz.

Ele morava em um apartamento no 11º andar do Edifício Liège, localizado na Rua 15 de Novembro, enquanto Costa residia no 27º andar do Edifício Gaudí, na Avenida Ricardo Brandão – todos esses endereços se encontram em Campo Grande.

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