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PANTANAL EM CHAMAS

Combate a incêndio no Pantanal esbarra na falta de aeronaves

Governo do Estado pediu que União ajude na demanda pois várias áreas atingidas pelo fogo são de difícil acesso e bombeiros não conseguem chegar

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A falta de aeronaves para combate à incêndios é uma das principais dificuldades do Estado para conter as chamas no Pantanal. Segundo o secretário-executivo de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul, Arthur Falcette, o apoio foi solicitado ao governo federal.

"Essa é uma das nossas principais demandas hoje com o governo federal, esse apoio através de aeronaves, deslocamentos. A gente sabe que em muitas localidades do Pantanal o acesso é um problema, então não é tão simples quanto ter disponibilidade de homens", explicou.

O Pantanal enfrenta o pior incêndio da história, que já consumiu mais de 480 hectares do bioma, ultrapassando a devastação provocada pelo fogo em 2020, que havia sido o recorde até então.

Nesta terça-feira (18), o secretário extraordinário de Controle de Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial no Ministério do Meio Ambiente, André Lima coordenou em Campo Grande uma oficina para debater Ações e Planejamento Integrado para o Enfrentamento dos incêndios Florestais no Pantanal, que reuniu representantes dos governos de MS e de MT e dos Corpos de Bombeiros dos estados.

A reunião teve objetivo de avançar na identificação de prioridades, análise da situação e articulação das ações de campo para o combate aos incêndios no Pantanal sul-mato-grossense. 

O secretário-executivo da Semadesc afirmou que o Corpo de Bombeiros está bem estruturado para o combate, assim como outras instituições que atuam na ponta, como o Prevfogo, por exemplo, mas que o problema está em chegar até as áreas de incêndio.

"O acesso é importante, esse deslocamento, as trocas de turno, tem toda uma dinâmica para atender os incêndios que depende dessas aeronaves. O Corpo de Bombeiros também já acionou outros estados e está levantando disponibilidade de recursos para que a gente possa também ter esse suporte", reforçou.

O governo estadual tem uma aeronave Air Tractor que já atua nos pontos, lançando água nos locais de difícil acesso, além de ajudar no reconhecimento das chamas. No entanto, como a área afetada é grande, mais aviões são necessários.

"Basicamente, a gente precisa de aeronave, a gente precisa de ajuda nesse acesso e é muito importante que esse diálogo e essa integração ela flua, para que as instâncias de tomada de decisão possam se comunicar melhor, esses mecanismos fluam de uma melhor forma e a gente consiga empregar todo recurso que a gente tem. Nesse momento, não dá para dizer que não existe atuação por falta de recursos, pelo contrário, todos os recursos estão empregados", acrescentou Falcette.

O secretário extraordinário do Ministério do Meio Ambiente, André Lima, afirmou que não está descartada a opção de recorrer ao Centro de Coordenação de Respostas de Emergência da União Europeia para auxílio com as aeronaves.

"A instância internacional não está fora do nosso radar, tanto é que uma das medidas que estamos trabalhando no âmbito do governo federal é viabilizar a celeridade para que que aeronaves internacionais e pilotos internacionais possam pilotar essas aeronaves no Brasil", afirmou.

No entanto, ele ressalta que o foco atual é articular melhor os recursos disponíveis nas ações de prevenção e combate, pois os incêndios estão ocorrendo mais cedo do que o esperado, que historicamente é o mês de agosto. Ele não informou qual recurso será enviado.

"Ontem nós fizemos já a primeira reunião da sala de situação, coordenada pela Casa Civil, onde nós apresentamos um conjunto de demandas e necessidades do ponto de vista de logística, de aeronave, de embarcação, de comunicação, porque o grande desafio é fazer com que os brigadistas cheguem no local, fiquem no local e possam fazer o bom combate no local, além das aeronaves. Isso tudo foi apresentado e nós vamos recolher as respostas do Ministério da Defesa e dos demais ministérios dos recursos disponíveis", disse.

Ele acrescentou que há uma dificuldade no momento pois os esforços do Ministério da Defesa também se concentram em outras duas frentes, que são a calamidade do Rio Grande do Sul, que sofre com enchentes desde o fim de abril, e também os garimpos nas Terras Yanomami.

"Então nós estamos agora com uma terceira frente [incêndios] que está começando a ser gestada, então nós vamos ter que equilibrar as forças e trabalhar bem aí o cobertor curto".

Por fim, Lima pediu para que as pessoas tenham extremo cuidado ao acender fogo, seja para fazer churrasco ou queimar lixo, já que o Estado está em alerta máximo para queimadas e que qualquer ignição pode sair de controle e gerar um incêndio.

"O clima realmente está muito diferente. Não dá para comparar o número de focos de incêndios desse primeiro semestre com o primeiro semestre do ano passado, nós estamos em uma situação bastante diferente. No primeiro semestre do ano passado choveu, a situação hídrica era outra. Então nós estamos praticamente hoje em um outro ecossistema. Portanto, não atear fogo em hipótese alguma", concluiu.

Pantanal em chamas

Conforme reportagem do Correio do Estado, até o dia 15 de junho deste ano, de acordo com dados do Laboratório de Aplicação de Satélites Ambientais (Lasa), do departamento de meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), já foram consumidos pelo fogo no Pantanal 479.900 hectares do Pantanal, valor que já representa quase o dobro do que foi devastado no mesmo período de 2020, ano em que o bioma registrou a pior queimada da história.

Naquele ano, até o dia 15 de junho, foram consumidos 245.950 hectares, o que representa que neste ano o aumento é de 95% na área devastada.

Os dados também mostram que as queimadas deste ano começaram muito cedo e o ano de 2024 tem despontado como um dos piores da série história da plataforma, que analisa dados do bioma desde 2012.

O Pantanal já vive uma estiagem severa, com escassez hídrica em toda a bacia. Historicamente, a escalada de incêndios acontece em agosto.

Segundo o governo do Estado, o Corpo de Bombeiros atua no bioma há 77 dias no combate aos incêndios florestais em várias regiões.

Ainda segundo o governo do Estado, na atual fase da Operação Pantanal 2024, mais de 100 bombeiros e militares atuam em operações de combate aos incêndios, inclusive com o apoio do Exército e da Marinha.
Brigadistas de diversas entidades também estão colaborando no combate às chamas.

Previsão do tempo

Confira a previsão do tempo para hoje (19) em Campo Grande e demais regiões de Mato Grosso do Sul

Baixa umidade segue em todo o estado, assim como as altas temperaturas

19/09/2024 04h30

Recomenda-se a ingestão de muita água, devido ao calor e tempo seco no estado

Recomenda-se a ingestão de muita água, devido ao calor e tempo seco no estado Arquivo

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Nesta quinta-feira (19) a previsão indica tempo firme, com sol e variação de nebulosidade. Essa situação ocorre devido a atuação de um sistema de alta pressão atmosférica favorecendo o tempo quente e seco no estado de Mato Grosso do Sul. O destaque é que as temperaturas voltam a ficar acima da média, podendo atingir os 39°C aliado a baixos valores de umidade relativa do ar, com valores entre 10% e 30%.

Por isso, recomenda-se que a população beba bastante líquido, evite exposição ao sol nos horários mais quentes e secos do dia e umidifique os ambientes. Além disso, as condições meteorológicas previstas, de tempo quente e seco, tornam o ambiente atmosférico favorável para a ocorrência de incêndios florestais. Desta forma, recomenda-se que a população não ateie fogo em nenhuma situação, pois é crime ambiental. 

Confira abaixo a previsão do tempo para cada região do estado: 

  • Para Campo Grande, estão previstas temperatura mínima de 23°C e máxima de 36°C. 
  • A região do Pantanal deve registrar temperaturas entre 25°C e 39°C. 
  • Em Porto Murtinho é esperada a mínima de 26°C e a máxima de 39°C. 
  • O Norte do estado deve registrar temperatura mínima de 25°C e máxima de 39°C.
  • As cidades da região do Bolsão, no leste do estado, terão temperaturas entre 21°C e 38°C. 
  • Anaurilândia terá mínima de 19°C e máxima de 35°C. 
  • A região da Grande Dourados deve registrar mínima de 18°C e máxima de 35°C. 
  • Estão previstas para Ponta Porã temperaturas entre 20°C e 33°C. 
  • Já a região de Iguatemi terá temperatura mínima de 18°C e máxima de 32°C. 

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CASO MARCEL COLOMBO

Jamilzinho é condenado a mais 15 anos e penas já somam 69 anos

Os outros três réus envolvidos na execução de Marcel Colombo, em 2018, também foram condenados pelo júri que acabou 02:05 horas da madrugada desta quinta-feira, após três dias de julgamento

19/09/2024 02h18

Somente dois dos réus, Marcelo Rios e Rafael Antunes, acompanharam todo o julgamento no plenário do fórum de Campo Grande

Somente dois dos réus, Marcelo Rios e Rafael Antunes, acompanharam todo o julgamento no plenário do fórum de Campo Grande Gerson Oliveira

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Preso desde o dia 27 de setenbro de 2019 e já condenado anteriormente a 54 anos de prisão, o empresário Jamil Name Filho, o Jamilzinho, foi condenado a mais 15 anos de cadeia pela morte de Marcel Hernandes Colombo, executado em 18 de outubro de 2018 em um bar na região central de Campo Grande. Com mais esta condenação, a soma de suas penas chega a 69 anos.

Além do empresário, os jurados também condenaram os guardas municipais Marcelo Rios e Rafael Antunes. O primeiro foi condenado a 15 anos em regime fechado e o segundo, a 2,5 anos em regime aberto. O quarto réu, o policial federal Everaldo Monteiro de Assis, pegou a pena de 8 anos e 4 meses. 

Jamil Name filho participou do júri por videoconferência do presídio federal de Mossoró, onde está desde novembro de 2019. Ele já havia sido condenado pelo assassinato do estudante Matheus Xavier, em julho do ano passado, a 23,5 anos de prisão, e tem outras três condenações por crimes descobertos pela operação Omertà. 

Marcelo Rios cumpre pena no mesmo presídio, mas participou presencialmente do júri que começou na segunda-feira pela manhã e terminou às 02:05 da madrugada desta quinta-feira (19). A previsão é de que seja levado de volta ao mesmo presídio. Ele também já cumpre pena pela morte de Matheus Xavier e por outros três crimes. 

Rafael Antunes, que atualmente está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica, poderá recorrer em regime aberto. O policial federal também pode recorrer da sentença em liberdade.

Os debates entre a acusação e defesa só acabaram quando já passava da meia noite, por volta das 00:15 horas. Depois disso, o juiz esvaziou o plenário para se reunir com os 7 jurados e somente à 01:40 a sessão foi retomada. 

O CASO

Conforme tese acatada pelo júri popular, Marcel Hernandes Colombo foi executado por Juanil Miranda, que está foragido, a mando de Jamil Name Filho. Os outros três condenados atuaram como intermediários para contratação do pistoleiro e ocultação de provas.

De acordo com a denúncia, Jamil Name Filho encomendou a morte de Marcel porque cerca de dois anos antes foi agredido pelo Playboy da Mansão, como era conhecido Marcel, em uma casa noturna da região central de Campo Grande. 

Desde aquela agressão, conforme a investigação, Jamilzinho pretendia matar o Playboy, mas não recebia autorização do pai, Jamil Name, que também foi preso em setembro de 2019 e acabou morrendo aos 82 anos no presídio federal em junho de 2021, vítima de covid.

Mas, depois que Marcel divulgou áudios fazendo chacotas da família Name, o pai liberou o filho para que matasse Marcel, conforme concluiu a investigação e conforme acataram os jurados. 

A investigação sobre o assassinato estava prestes a ser arquivada, pois até a descoberta de um arsenal com fuzis, pistolas e espingardas em uma casa no bairro Monte Líbano a polícia não tinha provas que ligassem Jamilzinho ao crime, embora houvessem suspeitas desde o dia do assassinato. 

Cerca de quatro meses depois da descoberta do arsenal, Jamil Name e o filho foram presos e não saíram mais da cadeia. 

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