Cidades

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Deputado que propõe criminalizar vítima de estupro defende que criança vá para adoção

Ao ser atacado nas redes sociais, deputado de Mato Grosso Sul, culpou à esquerda, por projeto que condena vítimas de estupro por homicídio caso optem pelo aborto acima da 22ª semana de gestação

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O deputado federal, Luiz Ovando (PP-MS), um dos autores do Projeto de Lei (n° 1.904/2024), que criminaliza vítimas de estupro, defende que criança seja encaminhada para adoção. Entretanto, o PL não indica qualquer suporte do Estado para a vítima, apenas faz aceno para a imputar um crime, a quem sofreu violência. 

Em entrevista ao Correio do Estado, o deputado reforçou que, ainda que se trate de uma gestação fruto de 'produto de aborto' e mesmo não havendo nenhuma especificação no PL de como tratar a vítima a partir de então, caso esteja proibida de realizar o aborto, seria o caso de o Estado tomar conta, sem colocar de maneira clara e objetiva como seria o procedimento com a vítima do estupro.

"Vem uma questão do Estado, a assistência social do Estado que não está aqui previsto [no Projeto de Lei], mas que a gente pode perfeitamente, quero dizer o Estado tomar conta, né? Pessoas podem adotar. Você dá outras destinações aquela criança. Não obrigatoriamente matando a criança porque isso é produto de estupro", disse Ovando.

Favoráveis no Congresso Nacional, ao Projeto de Lei, estão a bancada da bíblia, da bala e do boi.

Na quarta-feira (12), o PL passou com urgência, sem que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, sequer mencionasse o número, em 20 segundos colocou em pauta.

Nesta forma, o projeto não precisa passar por nenhuma comissão especial da Câmara, não serão feitas audiências públicas, debates, restando apenas a apreciação dos deputados federais em aprovar ou rejeitar a proposta.

O Código Penal Brasileiro possui uma  lei específica para situações de aborto que são permitidas (Artigo 128), desde 1940, conhecida como aborto legal, que autoriza a interrupção nas seguintes situações:

  • Caso a gravidez coloque em risco a vida da gestante;
  • de estupro (tido como "aborto humanitário");
  • feto anencefálico.

O código penal de 1940, não define tempo gestacional para realizar a interrupção da gravidez no Brasil. 

O que diz o PL do aborto

O Projeto de Lei, prevê que a gravidez de vítima de estupro acima da 22ª semana, configura como crime de homicídio e criminaliza a mulher ou criança que forem submetidas ao procedimento, assim como a equipe médica.

Neste caso, a vítima que optar por interromper a gravidez, pode ser condenada por homicídio simples com pena de 20 anos de prisão. Enquanto o criminoso que cometeu estupro caso a Justiça estabeleça punição maior seria de 15 anos. 

Luiz Ovando, classificou a resposta que sofreu em suas redes sociais como "argumentação da esquerda falaciosa". 

 

 

Cabe ressaltar, que conforme dados do 17 º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, feito pelo Instituto Patrícia Galvão, em 2022, o Brasil registrou o maior número de estupro na história, foram 74.930 mil casos, a maior parte de vulneráveis com crianças até 14 anos. 

Estupro contra crianças

  • 56.820 mil casos são estupros de vulnerável, ou seja, crimes praticados contra menores de 14 anos;
  • Meninas e negros são as principais vítimas da violência sexual;
  • 88,7% são do sexo feminino

Idade das vítimas:

  • 61,4% têm entre 0 e 13 anos de idade;
  • 10,4% têm menos de 4 anos;

Agressores das vítimas de 0 a 13 anos:

  • 86,1% são conhecidos
  • 64,4% são familiares

Agressores das vítimas a partir de 14 anos:

  • 77,2% são conhecidos
  • 24,3% são de autoria de parceiros ou ex-parceiros íntimos

Nesse aspecto, na maior parte das situações em que a gravidez é descoberta em casos avançados, correspondem a crianças que os pais ou a escola detectam a gestação. Entretanto, o parlamentar, que também é médico, acredita que se ocorra a situação em que o Projeto de Lei, criminaliza o aborto, a criança pode levar a gestação até o final, e colocar no sistema de adoção.

Embora que no texto do projeto de "lei do aborto" não tenha nenhuma especificação relativa a como proceder depois de gestar. Ou seja, a única proposta é imputar uma janela de tempo, que afeta diretamente crianças que teriam que carregar a gestação até o fim. 

Após vários deputados favoráveis ao projeto terem sido inquiridos a respeito do aumento de pena para quem pratique o estupro, alguns chegaram a alinhar o discurso, colocando que estão organizando a pauta para aumentar a pena.

Veja a nota na íntegra:

"A argumentação da esquerda é falaciosa. A pena para homicídio varia de 6 a 20 anos. Para estupro de vulnerável é 8 a 15, com lesão 10 a 20 e com morte 12 a 30.

Assassinato de bebês não é defesa da mulher!

Reconhecemos a profundidade do sofrimento envolvido em situações de violência sexual. É por isso que, em paralelo, estamos trabalhando em um projeto de lei para aumentar a pena de estupro, buscando justiça e proteção para as vítimas".

Ato contra criminalização da vítima de estupro

Após o projeto sofrer uma enxurrada de críticas nas redes sociais, ter sido alvo de protestos em todo pais, na quinta-feira (13), e outros que irão ocorrer no final de semana, manifestantes de Campo Grande estão mobilizando pessoas por meio das redes sociais para ir às ruas neste sábado (15).

Na Capital, organizado pelo movimento feminista e a bancada progressista, o protesto será na Afonso Pena com a 14 de Julho. A organização pede que as pessoas levem cartazes. 

Concentração: Canteiro

Dia: 15/06

Horário: 9h

 

** Colaborou Ketlen Gomes

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moralidade

Conselho entende que 750 iphones do MPMS são gratuitos e engaveta denúncia

Decisão pelo arquivamento da denúncia foi tomada nesta terça-feira (9), dez dias depois da homologação da licitação de R$ 11,22 milhões

10/12/2025 11h45

Denúncia contra licitação para alguel de iphones foi feita em agosto, mas resposta só chegou depois que o certame está concluído

Denúncia contra licitação para alguel de iphones foi feita em agosto, mas resposta só chegou depois que o certame está concluído

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Em decisão tomada nesta terça-feiar (9), o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) arquivou a denúncia do advogado douradense que viu suposta ilegalidade imoralidade no processo de contratação de serviço de telefonia móvel e o comodato de 750 iphones de última geração pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul. 

Conforme o conselheiro Antônio Edílio Magalhães Teixeira, "no caso do MP/MS, ora em análise, trata-se da contratação de serviço de telefonia móvel com empréstimo gratuito de 750 aparelhos destinados tanto à área-fim quanto à área meio" de serviços institucionais do Ministério Público. 

O advogado Ricardo Feltrin havia levado o caso ao CNMP em agosto deste ano. Ele alegou que "a escolha por aparelhos de luxo, sem justificativa objetiva, contraria os princípios constitucionais da legalidade, moralidade, eficiência e economicidade. É um ato que fere a confiança da população e a própria missão do Ministério Público, que deve primar pelo zelo com o dinheiro do povo”, escreveu o advogado. 

De acordo com ele, não existe “demonstração clara da necessidade técnica de tais aparelhos por afrontar, em tese, princípios previstos no art. 37 da Constituição Federal”. Este artigo diz que a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 

A resposta do Conselho, porém, veio somente dez dias depois da conclusão do certame e da homologação do contrato, que terá custo de R$ 11,22 milhões por um período de cinco anos. 

A vencedora da licitação foi a empresa de telefonia TIM, que ofereceu um desconto de 29,4% sobre o valor máximo estipulado no edital, que era de 15.911.820,00. A licitação estipulava gasto de até R$ 265,19 mil ao mês. Porém, o custo do primeiro ano será bem menor, de R$ 187.049,00. 

Uma das exigências do Ministério Público é que sejam aparelhos da marca iphone  de última geração (16 ou uma versão ainda mais atualizada). Além disso, o edital diz que os aparelhos devem trocados a cada dois anos por equipamentos mais modernos. Os "velhos" serão devolvidos à vencedora da licitação, que poderá revendê-los.

E foi exatamente por conta desta cláusula que o conselheiro Antônio Edílio Magalhães Teixeira entendeu que os aparelhos estavam sendo oferecidos gratuitamente. Ele utilizou este argumento porque o advogado havia citado o caso em que o Conselho Nacional de Justiça havia barrado a compra de 50 iphones para o Tribunal de Justiça do Maranhão por considerar "desproporcional" a aquisição dos aparelhos de última geração. 

Indagado pelo Correio do Estado se pretendia recorrer da decisão do CNMP, o advogado afirmou que era o "fim da linha administrativa. E, assim como muitos outros, não estou disposto a entrar com ação popular na Justiça diante de como sabemos que as coisas funcionam. Não ia dar em nada, infelizmente", resignou-se. 

Os salários dos cerca de 1,2 mil servidores do MP variam entre R$ 15 mil e até R$ 200 mil. Porém, não existe previsão de que a cedência dos aparelhos e da linha telefônica com acesso ilimitado à internet seja descontada dos vencimentos. Em setembro a apple lançou a última versão do iphone, o 17, e seu custo médio está entre oito e nove mil reais nas lojas brasileiras. 

O QUE DIZ O MPMS

Conforme o MP, a instituição conta atualmente com 943 servidores e 256 promotores ou procuradores. E,  conforme a assessoria do MP, o "quantitativo de aparelhos foi definido para garantir a cobertura mínima necessária aos serviços institucionais, observando critérios de segurança da informação, natureza das atribuições, disponibilidade de plantão, atuação em campo, qualidade dos registros nas investigações e outras exigências técnico-operacionais". 

De acordo com o MP, o contrato prevê o comodato de aparelhos celulares sob demanda, de forma que pagará apenas pelo que efetivamente utilizar.

A escolha por iphones de última geração ocorreu porque são dispositivos modernos e possibilitam agilidade na comunicação, acesso remoto a informações processuais e administrativas, documentação de evidências com fotos e vídeos de alta qualidade, e segurança da informação. Além disso, diz o MP, "apoiarão operações de combate a crimes organizados e à corrupção, garantindo eficácia na produção de elementos probatórios". 

A medida, explica a assessoria, "visa aprimorar a comunicação institucional, permitindo maior celeridade nas intimações e notificações judiciais e extrajudiciais, e apoiar projetos estratégicos, como o “Alô Maria da Penha”, que fortalece a proteção de mulheres vítimas de violência doméstica e articula a rede de órgãos de segurança e justiça para respostas ágeis e efetivas".

TRÁFICO DE DROGAS

Operação "Casa Bomba II" prende chefes de organização criminosa

Ação localizou imóvel utilizado de depósito para guardar drogas, e criminosos tinham os entorpecentes apreendidos como "reserva de valor"

10/12/2025 10h37

Operação Casa Bomba II preende dois líderes de organização criminosa em Maracaju

Operação Casa Bomba II preende dois líderes de organização criminosa em Maracaju Divulgação

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Durante a manhã desta quarta-feira (10), a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul deflagrou a operação Casa Bomba II, em Maracaju, cidade a 159 quilômetros de Campo Grande. Ação envolveu um helicóptero, além do batalhão de choque e do Canil.

Parte do desdobramento de uma operação de busca e apreensão realizada em julho deste ano no município do interior do estado sul-mato-grossense, a operação estava em busca de uma grande quantidade de drogas. 

Na ação de hoje foram localizados cofres embutidos dentro da parede de uma casa, o que nomeou a operação como “Casa Bomba II”.

Operação Casa Bomba II preende dois líderes de organização criminosa em Maracaju

Com apoio da Delegacia de Rio Brilhante, do 15º Batalhão da Polícia Militar, do Grupamento Aéreo (CGPA), do Batalhão de Choque e do Canil do 11º BPM, a apreensão aconteceu na localização e contou com um helicóptero da CGPA, para realizar a segurança da cidade e possível fuga dos envolvidos, por se tratar de uma organização criminosa.

Avaliada em R$ 120 mil, as drogas apreendidas foram apenas uma parte da operação. Após as investigações, a Polícia Civil identificou a atuação da organização criminosa responsável pela comercialização das drogas na região e pelos esconderijos dos entorpecentes. 

Segundo as informações, as drogas apreendidas eram utilizadas como reserva de valor pelos criminosos e o imóvel em que estavam escondidas havia sido adquirido com dinheiro de origem do tráfico de drogas comandado pela organização.

Conforme as provas reunidas na investigação, foi solicitado ao Poder Judiciário a prisão preventiva dos integrantes da facção criminosa e pelo sequestro do imóvel adquirido com dinheiro ilícito. As ordens, então, foram cumpridas nesta manhã.

Foram cumpridos dois mandados de prisão para os chefes da organização, e outras quatro pessoas foram conduzidas à Delegacia de Maracaju por estarem com porções fracionadas da ‘mercadoria’.

"Casa Bomba"

A operação leva o nome de "Casa Bomba" devido a utilização de um imóvel para armazenar drogas, que são comercializadas posteriormente em pontos de vendas de tráfico de drogas.

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