Cidades

"compras públicas"

Dono do 'cursinho' de R$ 1,5 milhão é comissionado na Câmara de Campo Grande

Empresa que agora fatura R$ 1,5 milhão da Prefeitura, ministrou em abril curso personalizado sobre Nova Lei de Licitações, capacitando por R$ 232.990,00, 50 servidores em 90 horas-aula

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Análise das assinaturas feitas em contratos, entre a Secretaria Municipal de Gestão (Seges) e a Empresa Atrea Premium Ltda., mostram que o representante da marca que embolsou R$1,5 milhão do Executivo de Campo Grande para inscrição de 300 servidores em "cursinho" de 25 horas-aula, também aparece na lista de comissionados da Casa de Leis da Cidade Morena. 

Quem assina pela Empresa Atrea Premium Ltda., é Rodrigo Rodrigues Barbosa, nome esse que, como mostra o espelho da folha de pagamento da Câmara Municipal de Campo Grande, recebe comissão pelo cargo de diretor da escola do legislativo. 

Conforme os demonstrativos das folhas de pagamento da Casa de Leis, o diretor da Escola do Legislativo é listado com um salário que soma R$15.629,16 em valores brutos totais, que após os descontos dariam um recebimento líquido de R$11.947,50 mensais. 

Inscrito na relação de servidores comissionados, com lotação marcada como "presidência", a admissão de Rodrigo data de 04 de janeiro de 2021, o que aponta para mais de três anos na Câmara de Campo Grande. 

Diante disso, os valores mensais multiplicados pelo tempo de comissão na Casa de Leis, apontam para mais de meio milhão (R$562.649,76) de recebimento bruto nesse intervalo desde sua admissão. 

Atrea MS

Conforme o código da atividade econômica, a Atrea Cursos e Treinamentos LTDA. (que a abertura data de setembro de 2019 e com situação ativa desde dezembro de 2022), o foco da empresa é ofertar treinamento para desenvolvimento profissional e gerencial 

Com sede apontada para a sala 903 do edifício Evolution Business Center, que fica na Av. Afonso Pena, 5723, em Campo Grande, a empresa deixa poucos "rastros" no mundo virtual, com exceção para o perfil do Seminário Nacional de Compras Públicas (Senacop). 

Autointitulado "o maior evento de licitações" do País, enquanto a conta do Seminário no Instagram conta com 2.567 seguidores e cerca de 224 publicações, dedicadas às edições anteriores, falta atenção aos perfis da Atrea mantidos nessa e em outras redes sociais. 

No facebook, por exemplo, a última publicação data de 20 de maio de 2019, enquanto a página no Instagram conta com uma única postagem feita ainda em fevereiro de 2016, a oferta para um curso de "capacitação em pregão presencial e eletrônico" que seria realizado entre os dias 25 e 27 daquele mês e ano.  

Além disso, ambas as páginas das redes sociais levam o público para o site da Atrea, que apesar de conter diversas abas e ícones de redirecionamento, as opções como "saiba mais"; "fale conosco agora", ou mesmo "traga seu projeto" não levam a lugar nenhum. 

Entenda

Ainda em 04 de novembro foi publicado extrato sobre o gasto de R$ 1,5 milhão, por parte do Executivo Municipal através da Seges, com o intuito de inscrever 300 servidores para o evento anual da Atrea Educação, que acontece entre 12 e 14 deste mês em Campo Grande. 

Prevendo 25 horas-aula, esse "cursinho" sai ao custo de R$ 204,00 a hora por servidor, 300 inscrições totais que custaram R$ 5.199 a unidade, somando R$ 1,5 milhão que, inclusive, poderia ter custado R$ 210 mil a menos caso a prefeitura tivesse adquirido essas centenas de capacitações ainda em primeiro lote. 

Como se não bastasse, o gasto foi criticado na Câmara Municipal, pelo vereador professor André Luis, que foi categórico em questionar não somente a quantidade de servidores inscritos, como também frisar que tais capacitações são oferecidas de graça pelo Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul e pela plataforma GOV.BR.

Em defesa da inexigibilidade, a Prefeitura cita que "não é possível comparar os preços de serviços singulares", o que justificaria a falta de cotação de preços junto a potenciais prestadores, desconsiderando as opções citadas, por exemplo, pelo vereador.

"A ATREA PREMUIM está ofertando as inscrições para participação no Seminário Nacional de Compras Públicas - SENACOP 2024 constante na proposta com valores similares para este órgão do que os preços que ela própria prática no mercado, conforme comprovação através da nota fiscal", diz o município.

Cabe lembrar que a mesma empresa que agora recebe R$1,5 milhão, firmou ainda em abril deste ano outro contrato com o município, para ministrar o curso "In Company" personalizado sobre a Nova Lei de Licitações e Contratos (Lei n. 14.133/2021), ao custo de R$232.990,00.

À época, esse curso seria para atender turma de 50 participantes, prevendo carga horária total de 90 horas-aulas mais outros três meses corridos de atendimento virtual, que serviriam para sanar qualquer dúvida. 

Tanto a Prefeitura Municipal de Campo Grande foi procurada, questionados sobre a diferença desse curso para o ministrado em abril, bem como a Atrea MS foi incitada a se manifestar sobre o assunto, porém, até o fechamento da matéria não foi obtido retorno.  O espaço segue aberto para posicionamento. 

 

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Cidades

Mais de 700 kg de maconha são apreendidos em Ponta Porã

Valor comercial da droga apreendida equivale a R$ 1,4 milhão

08/11/2024 15h30

703 kg de maconha

703 kg de maconha Divulgação

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A Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira (Defron) apreendeu 703 kg de maconha no município de Ponta Porã na última quarta-feira (6). A ação faz parte da Operação Protetor, que visa combater o tráfico de drogas na região de fronteira.

A operação foi desencadeada após a polícia receber informações sobre a movimentação suspeita de veículos no Assentamento Itamaraty.

Os policiais se deslocaram até a localidade e localizaram uma chácara com um galpão ao fundo, sem portões. No momento da chegada da equipe, não havia ninguém no local.

Durante a vistoria, os policiais encontraram um veículo Toyota Corolla preto, ano/modelo 2010/2011, carregado com diversos tabletes de maconha.

O veículo e o entorpecente foram removidos para a sede da Defron em Dourados. A droga foi pesada e totalizou 703 kg, com um valor estimado de R$ 1.406.000,00 nos grandes centros.

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Cidades

Favelas em Mato Grosso do Sul crescem 287% nos últimos 10 anos

Das mais de 16 mil pessoas morando nas 31 comunidades registradas, quase a metade morava em Campo Grande

08/11/2024 14h30

Favelas em Mato Grosso do Sul crescem 287% nos últimos 10 anos

Favelas em Mato Grosso do Sul crescem 287% nos últimos 10 anos Gerson Oliveira

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De acordo com o Censo 2022 divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Mato Grosso do Sul possui o segundo menor número de favelas do país, se comparado com todas as outras unidades da federação, com 31 Favelas e Comunidades Urbanas. 

Comparado ao último censo publicado em 2010, quando em MS havia apenas oito favelas e comunidades urbanas, houve um aumento de 287,5% em 2022. 

Já em relação à distribuição dessa população, atualmente há oito municípios com favelas e comunidades urbanas, um aumento de 300% comparado a 2010, nesta época, eram apenas dois: Corumbá e Campo Grande - que continua sendo a cidade com o maior número (16), e o maior porcentual (56,1%).

Favelas em Mato Grosso do Sul crescem 287% nos últimos 10 anos

Conforme apresentado ontem (07) na reportagem do Correio do Estado apenas 16.678 pessoas vivem nestas condições em MS. Em São Paulo esse número de moradores salta para 3,6 milhões ao passo que no Rio de Janeiro são 2,1 milhões de pessoas.

Em relação ao percentual de pessoas residentes em Favelas e Comunidades Urbanas de todo o Brasil, o Estado do Amazonas lidera entre todas as Unidades da Federação do País, com 34,7%, seguido pelos Estados do Amapá (24,4%) e do Pará (18,8%).

Além de Mato Grosso do Sul, Goiás, Santa Catarina, Mato Grosso, Roraima e Tocantins, apresentaram menos de 3,0% da sua população residindo em Favelas e Comunidades Urbanas.

Ainda segundo o Censo, das mais de 16 mil pessoas morando nas 31 comunidades registradas, quase a metade morava em Campo Grande (7.862 pessoas), cidade onde também ficava a comunidade com o maior número de habitantes (Homex 3.317 pessoas).

Por fim, entre as Grandes Concentrações Urbanas, definidas como aquelas com população superior a 750.000 habitantes, Campo Grande se destaca por apresentar a menor população total, além de registrar o menor percentual de moradores em favelas e comunidades urbanas. No município, apenas 0,9% da população vive nessas áreas.

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