Dois casos de atropelamento e morte de pedestres em Campo Grande foram registrados no início deste mês, superando as ocorrências de todo o primeiro semestre deste ano.
De acordo com os dados do Batalhão de Polícia Militar de Trânsito (BPMTran), no primeio semestre, apenas um óbito de pedestre em acidente de trânsito foi registrado. O caso ocorreu em fevereiro.
Apesar de ser um número baixo, o que chama atenção é que, em menos de 10 dias deste segundo semestre, duas mortes de pedestres ocorreram em Campo Grande, uma no domingo e outra nesta terça-feira.
Em comparação com o ano passado, em Campo Grande ocorreram seis mortes de pedestres em acidentes de janeiro a junho. Sendo assim, a redução no número de casos de pedestres que vieram a óbito em função de acidentes que era de 83% se tornou, em poucos dias, uma redução de apenas 50%.
Rosimar Ferreira dos Santos, de 51 anos, foi a vítima no caso mais recente de atropelamento. O homem foi atingido por uma caminhonete no cruzamento da Avenida Afonso Pena com a Rua 13 de Maio, em frente à Praça Ary Coelho.
O motorista do veículo envolvido prestou socorro, acionando equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas Rosimar não resistiu aos ferimentos.
Na madrugada de domingo, um homem morreu após ser atropelado por um carro no cruzamento das Avenidas Afonso Pena e Ernesto Geisel.
Os dois casos ocorreram na Avenida Afonso Pena, que, segundo o BPMTran e a Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), é a via de Campo Grande com mais registros de sinistros nos dois últimos anos.
De acordo com o BPMTran, o grande número de acidentes na via se dá pelo alto fluxo de veículos que passam pela avenida, aumentando as chances de acidentes caso os envolvidos não respeitem os sinais de trânsito ou transitem na avenida sem a devida cautela.
ACIDENTES NA CAPITAL
Dados do BPMTran apontam que, de janeiro a junho deste ano, aconteceram 6.350 acidentes de trânsito em Campo Grande, um aumento de 4,72% no número de ocorrências em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram registradas 6.064 ocorrências.
Do total de sinistros, 2.187 tiveram vítimas neste ano e 4.143 não tiveram vítimas. Ambos os números são maiores que os registrados no ano passado, com aumento de 0,88% dos acidentes com vítimas envolvidas e de 7,13% dos acidentes sem vítimas.
De acordo com o BPMTran, ocorreram 28 óbitos no primeiro semestre deste ano, redução de 22,22% no número de mortes, já que em 2024 ocorreram 36 óbitos em Campo Grande.
Praticamente todas as mortes neste primeiro semestre (26) tiveram motociclistas como vítimas. Em apenas uma das mortes a vítima era condutor de carro. Até agora, neste ano não houve nenhuma ocorrência de óbito de ciclistas e passageiros.
Mesmo sendo considerado o mês da prevenção a acidentes, maio, conforme os registros do BPMTran, foi o mês com mais registros de óbitos causados por acidentes no primeiro semestre em Campo Grande, com 7 vítimas. No mês passado, ocorreram 6 óbitos no trânsito, o segundo mês com mais mortes no ano.
Para o BPMTran, as principais causas que levam à ocorrência de acidentes em Campo Grande são a falta de atenção e a desobediência à sinalização de trânsito.
“As causas permanecem as mesmas nos dois anos, indicando a persistência de comportamentos de risco, o que requer reforço nas campanhas educativas e na fiscalização”, informou o BPMTran.
VIAS MAIS PERIGOSAS
Avenidas movimentadas no centro de Campo Grande estão entre as mais perigosas para se trafegar, de acordo com dados da Agetran.
A Avenida Afonso Pena, assim como no ano passado, segue sendo a mais perigosa, registrando, até abril, 169 acidentes. No ano passado, de janeiro a abril, 180 ocorrências envolvendo trânsito foram atendidas na principal avenida da cidade.
As Avenidas Mato Grosso (107), Duque de Caxias (88), Presidente Ernesto Geisel (67) e Guaicurus (64) são as vias que completam a lista das mais perigosas de se trafegar em Campo Grande.




