Cidades

rota pantaneira

Empresa que vencer relicitação da BR-163 terá de investir R$ 17,9 bilhões

Serão necessários R$ 8,4 bilhões para duplicação da via e recuperação asfáltica, além de R$ 9,5 bilhões em custos operacionais

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A empresa que vencer o processo de relicitação da BR-163 – que passará a administrar os 1.094 quilômetros das BRs 163 e 267 – terá de fazer um investimento de R$ 17,9 bilhões, de acordo com estudos apresentados esta semana pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). 

Serão investidos R$ 8,4 bilhões em duplicação da via, recuperação do asfalto e construção de viadutos e mais R$ 9,5 bilhões em custos operacionais, que envolvem mão de obra, veículos e equipamentos. A previsão é de que sejam gerados 107,5 mil empregos diretos e indiretos.

De acordo com a agência, um novo estudo – que trouxe estas informações –, intitulado BR-163-267 Rota Pantaneira, está em andamento. 

A autarquia afirma que esta rota é importante porque “promove a logística da região nordeste de MS, que apresenta crescimento expressivo na produção agrícola e atualmente é a segunda maior do Estado na produção de soja e milho, contribuindo para o desenvolvimento regional do Centro-Oeste e Norte do País, do qual importantes rodovias fazem parte”.

Embora tenham sido divulgados dados parciais, como os valores dos investimentos, até então não foi definido o valor do pedágio a ser cobrado dos usuários, uma vez que ainda depende dos estudos sobre tráfego de veículos, retorno financeiro, expectativas econômicas e outros fatores que influenciam no cálculo. Também falta estipular o tempo de concessão da rodovia.

Estas definições devem ocorrer com a proximidade da relicitação, que ocorre, segundo previsão da ANTT, após outubro do ano que vem. Nessa nova privatização da rodovia, foi incluída a BR-267 – trecho entre Bataguassu e divisa com São Paulo –, porque a legislação impede que seja relicitado o mesmo trecho que foi concedido à CCR MSVia em 2014.

Desta forma, o estudo feito até agora da relicitação prevê englobar 1.094 quilômetros, sendo 847 km da BR-163 e 247 km da BR-267, com a previsão de construção de pelo menos mais três praças de pedágio entre Bataguassu e divisa com São Paulo, conforme foi divulgado em fevereiro deste ano pelo comitê de transição do processo de relicitação – com representantes do governo federal e da atual gestora da rodovia. 

Além dos novos pedágios, chegou a ser cogitado que o novo processo de licitação dividisse a BR-163 em duas tramas, uma incluindo a BR-267 e outra a BR-262, que não prosperou.

Agora, a divulgação parcial do estudo aponta que a BR-163 será relicitada junto da BR-267, com previsão de investimentos de R$ 17,9 bilhões pela ganhadora do certame. 

Os investimentos de capital (Capex) de R$ 8,4 bilhões a serem feitos pela nova concessionária em capital físico compreendem a recuperação emergencial, a recuperação das rodovias, todo o trabalho de manutenção das rodovias, a duplicação da pista, as obras de ampliação de capacidade e de melhorias físicas e operacionais, bem como projetos, desapropriações e desocupações. 

As obras previstas incluem construção e alargamento de vias, instalação de passarelas, bem como rotatórias e trevos. Já outros R$ 9,5 bilhões serão em custos operacionais (Opex), que envolvem a operação da concessão, tais como: mão de obra, veículos, equipamentos, consumo e terceirização de serviços, se for o caso. 

Além dos custos operacionais, são também incluídas neste item as despesas administrativas da concessionária.

Com a relicitação da concessão da BR-163, “pretende-se garantir uma logística eficiente por meio da integração da malha, reduzir custos, ampliar a capacidade de transportes e aumentar a competitividade do País. 

O trecho da BR-163/MS tem importância por promover a logística regional de escoamento da produção agrícola de soja e milho, contribuindo para o desenvolvimento regional do Centro-Oeste do País”, afirma o Programa de Parceria de Investimentos (PPI), colegiado do governo federal que define as obras e os projetos considerados prioritários.

Para viabilizar a relicitação, os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental foram encomendados pelo Ministério da Infraestrutura à Empresa de Planejamento e Logística (EPL) e envolvem o levantamento de informações de tráfego, de demanda, de operação, de engenharia, de modelagem econômico-financeira e análise jurídica.

RELICITAÇÃO

Enquanto o Ministério da Infraestrutura não define todos os parâmetros da relicitação da BR-163, a CCR MSVia continuará administrando a rodovia sem ter de obrigatoriamente fazer novos investimentos em duplicação da pista e outras obras. 

A empresa terá de manter a pista de rolamento em condições de uso e continuará cobrando o pedágio normalmente. No último balanço trimestral da MSVia, divulgado no mês passado, a própria empresa avalia que terá o direito de receber R$ 1 bilhão pelas obras que realizou desde 2014.

O valor é 43% inferior ao montante de R$ 1,9 bilhão que a empresa alega ter investido nos últimos sete anos por considerar a depreciação (redução contábil aplicada pelo desgaste natural e uso das obras realizadas).

Saiba: O estudo feito até agora pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) sobre a relicitação prevê englobar 1.094 quilômetros, sendo 847 km da BR-163 e 247 km da BR-267, com a previsão de construção de pelo menos mais três praças de pedágio entre Bataguassu e divisa com São Paulo.

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Itaquiraí

Mãe e filha morrem em acidente triplo na BR-487

Colisão ocorreu em trecho conhecido como estrada boiadeira, próximo ao município de Itaquiraí

13/12/2025 16h30

Foto: Portal Conesul

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Gabrieli de Freitas Vieira e sua filha Julia Pereira de Freitas, de apenas 3 anos morreram na manhã deste sábado após um acidente triplo na manhã deste sábado (13), na BR-487, próximo a região do Assentamento Santo Antônio, situado em Itaquiraí, distante 405 quilômetros de Campo Grande.

Conforme a imprensa local, ambas estavam em um Jeep Compass com uma familiar de 40 anos, e seguiam de Maringá (PR) com destino a Dourados, cidade em que possuíam comércio. A família seguia na rodovia sentido BR-163 quando tentou uma ultrapassagem forçada e atingiu a traseira de um veículo Polo, que seguia na mesma direção.

Com o impacto da colisão, testemunhas afirmam que o veículo teria capotado e batido na traseira de uma carreta que seguia na pista contrária, impacto suficiente para arremessar o carro da família para fora da pista, ao lado de uma borracharia. 

De acordo com a imprensa local, o acidente aconteceu por volta das 9h30. Gabrieli e a filha morreram no local. Socorrida, a outra pessoa da família foi levada ao hospital de Itaquiraí, consciente e orientada, apesar de cortes na cabeça.

Os demais motoristas envolvidos não sofreram ferimentos graves e testaram negativo para consumo de álcool.. Equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Civil, da Polícia Rodoviária Federal e da Perícia estiveram no local. As causas do acidente serão investigadas na Delegacia de Itaquiraí.

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Cidades

TCE suspende licitação para reforma de ponte sobre o rio Paraguai

Inconsistências e riscos de gastos excessivos na licitação levaram o Tribunal de Contas do Estado a suspender o certame

13/12/2025 13h30

Imagem divulgação

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Menos de um mês depois de assumir como conselheiro do Tribunal de Contas, o ex-integrante do governo do Estado, Sérgio de Paula, suspendeu a licitação de R$ 11,7 milhões para obras na ponte da BR-262, sobre o Rio Paraguai.

A decisão foi publicada nesta sexta-feira (12), em edição extra do Diário Oficial do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul.

No dia 26 de novembro, a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul) lançou a licitação prevendo investimento de até R$ 11.728.608,10 para a execução de obras de recuperação estrutural.

Os envelopes com as propostas feitas pelas empreiteiras seriam abertos na segunda-feira (15). No entanto, foi determinada a suspensão do certame após a equipe técnica do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) identificar “inconsistências e lacunas” em informações como:

  • Caderno de desenhos;
  • Relatório de critérios e especificações técnicas;
  • Verificação estrutural;
  • Projeto de recuperação estrutural;
  • Projeto de sinalização temporária;
  • Plano de execução.

A justificativa para suspender o processo licitatório da reforma da ponte foram inconsistências no Projeto Básico, que podem gerar gastos acima do necessário. Para isso, foi apontada a necessidade de atualização dos dados técnicos.

“Tais inconsistências podem acarretar riscos de sobrepreço, aditivos contratuais futuros e execução inadequada da obra, comprometendo a economicidade e a eficiência, em desacordo com a Lei nº 14.133/2021. Embora o projeto tenha avançado em sua conformidade com a nova Lei de Licitações, as lacunas técnicas e a necessidade de atualização são significativas. Para uma decisão embasada e para mitigar risos futuros, é crucial que as informações complementares e as atualizações necessárias sejam providenciadas e analisadas”, consta no ato.

Diante dos indícios de irregularidades no Estudo Técnico Preliminar (ETP) e no Projeto Básico, o relator, conselheiro Sérgio de Paula, determinou a aplicação de medida cautelar para suspender o processo licitatório até a regularização dos pontos apontados.

Previsão

Com previsão de início das obras somente no segundo trimestre de 2026, o valor estimado, como adiantou o Correio do Estado, indica que a reforma da ponte pode custar o dobro do apontado pelo ex-secretário de Obras, Hélio Peluffo.

Em 2023, ele previu gastos em torno de R$ 6 milhões na recuperação da estrutura da ponte, que tem sofrido diversas intervenções e situações que resultaram em tráfego em meia pista.

Essa situação ocorreu em 2023, quando a interdição durou mais de um ano, até que os reparos emergenciais fossem concluídos na pista de rolamento.

Além disso, há situação emergencial nos “amortecedores” instalados entre as pilastras e a parte superior da ponte (pista), que apresentam desgaste por falta de manutenção. Essa obra deverá ser bancada, agora, com recursos públicos.

Pedagiada "até ontem"
 

Investimento público em uma ponte seria algo normal não fosse a cobrança de pedágio, feita até setembro de 2022. Pequena fatia da receita era repassada ao Estado e a única obrigação da empresa era fazer a manutenção da estrutura, que tem dois quilômetros e foi inaugurada em 2001.

Porém, em 15 de maio de 2023 a empresa Porto Morrinho encerrou o contrato e devolveu a ponte Poeta Manoel de Barros sem condições plenas de uso, embora tivesse faturamento milionário.

Em 2022,  com tarifa de R$ 14,10 para carro de passeio ou eixo de veículo de carga, a cobrança rendeu R$ 2,6 milhões por mês, ou R$ 21 milhões nos oito primeiros meses daquele ano.

No ano anterior, o faturamento médio mensal ficou em R$ 2,3 milhões. Conforme os dados oficiais, 622 mil veículos pagaram pedágio naquele ano. Grande parte deste fluxo é de caminhões transportando minério. A maior parte destes veículos têm nove eixos e por isso deixavam R$ 126,9 na ida e o mesmo valor na volta.

Esse contrato durou longos 14 anos, com início em dezembro de 2008, e rendeu em torno de R$ 430 milhões, levando em consideração o faturamento do último ano de concessão. 

Em março de 2017, a Porto Morrinho conseguiu um abatimento de 61% no valor da outorga. Na assinatura, em 22 de dezembro de 2008, o acordo previa repasse de 35%  do faturamento bruto obtido com a arrecadação tarifária estabelecida em sua proposta comercial. A partir de março de 2017, porém, este valor caiu para 13,7%. 

Se tivesse de repassar 35% dos R$ 2,6 milhões arrecadados por mês em 2022, a Porto Morrinho teria de pagar R$ 910 mil por mês ao Estado. Com a repactuação do contrato, porém, este valor caiu para a casa dos R$ 355 mil. Em ambos os casos os valores teriam alguma variação porque ainda seria necessário descontar impostos.

Ou seja, a repactuação garantiu R$ 555 mil mensais a mais aos cobres da concessionária, que mesmo assim não cumpriu com sua única obrigação, que era manter a ponte em condições de uso. 

E, mesmo depois de parar de cobrar pedágio, ela continuou cuidando da ponte, entre setembro de 2022 até maio de 2023.  Neste período, recebeu indenização milionária, de pouco mais de R$ 6 milhões. 

O pedágio acabou por causa do fim do acordo do governo estadual, que construiu a ponte, com o DNIT, já que a rodovia é federal. Porém, o governo federal só aceita receber a ponte depois que estiver em boas condições de uso. 

** Colaborou Neri Kaspary

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