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Terceiro ano do Ensino Médio será prioridade para a volta às aulas no Estado

Secretária de Educação de MS disse que avalia começar aulas com alunos que farão o Enem e vestibulares para prepará-los para as avaliações

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Faltando 16 dias para terminar o prazo estabelecido para as aulas remotas em Mato Grosso do Sul, a titular da Secretaria de Estado de Educação (SED), Maria Cecília Amêndola da Motta, afirmou que a principal preocupação da pasta é com os alunos do 3º ano do Ensino Médio, em virtude das provas para ingresso no Ensino Superior. 

Por isso, a secretaria avalia a possibilidade de retorno dessa turma.

As aulas presenciais na Rede Estadual de Ensino (REE) foram paralisadas no dia 23 de março deste ano, em função dos primeiros casos registrados do novo coronavírus em Mato Grosso do Sul. De lá para cá, foram realizadas várias prorrogações em função da doença.

A última ocorreu no início de setembro, quando ficou estabelecido o dia 8 de outubro como o novo prazo da determinação. Ainda não foi definido se haverá nova extensão dessa medida, mas o que a SED já trabalha é com uma maneira para ajudar esses alunos que deixam este ano o ensino regular.

“Vamos seguir realmente a orientação do Prosseguir. Para isso, montamos uma comissão de volta às aulas, estamos com tudo adquirido e temos de pensar no 3º ano do Ensino Médio. Temos tempo para definir e estamos pensando talvez em voltar o 3º ano”, declarou a secretária, frisando que essa volta pode não ocorrer agora no início de outubro, mas em outra data.

Segundo Maria Cecília, na quinta-feira haverá uma nova reunião com a comissão de volta às aulas. 

“Estamos terminando o plano de biossegurança para ficar com protocolo pronto e aprovado pelo COE [Centro de Operações de Emergência], assim que decidir a volta já temos tudo definido”.

A secretária disse que ainda é “impossível antecipar a notícia” sobre a prorrogação ou não, mas reforçou a preocupação com os mais velhos. 

“A situação do Ensino Médio é preocupante por conta do vestibular, eles estão tendo videoaula, as atividades. Estamos tentando agilizar o cursinho, mas é tudo on-line, estou bastante preocupada com eles”, disse.

“Nós conseguimos adiar o Enem para janeiro, então eles têm tempo para estudar, mas é importante esse contato com o professor. Então eles vão ser prioridade, com certeza, para o retorno. Pode ser que só eles voltem, mas ainda estamos avaliando”, complementou.

MUNICÍPIO

No caso das escolas públicas municipais de Campo Grande, a titular da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Elza Fernandes Ortelhado, afirmou que a pasta está analisando se compensa o retorno para menos de dois meses de aulas.

Uma grande probabilidade é que as crianças das Escolas Municipais de Ensino Infantil (Emeis) não retornem em 2020. 

“Se houver um retorno este ano, vamos ter de decidir qual faixa etária que fará parte dessa volta. A Educação Infantil é improvável o retorno, porque tem a questão da alimentação, do banho, então acho muito difícil, mas vamos ver o que o Estado vai resolver, vamos tentar construir em conjunto”, declarou Ortelhado.

Diferentemente do governo do Estado, que tem os pré-vestibulandos como prioridade, a prefeitura tem apenas alunos do Ensino Fundamental, por isso não demonstra pressa para que esse retorno aconteça.  

“Nós temos só uma escola com Ensino Médio, que é a técnico agrícola, nas outras apenas o Ensino Fundamental, então temos que ver se compensa, será que compensa esse retorno para um mês e meio de aula? Vamos sentar e fazer essa avaliação”, disse a secretária.

ADEQUAÇÕES

Até o início de outubro, a Semed disse que tomará uma decisão sobre a nova prorrogação das aulas on-line. 

A secretaria ainda não realizou todas as compras de insumos e, segundo Ortelhado, a pasta está “fazendo levantamento para ver o que vai precisar comprar de [equipamentos de proteção individual] EPIs” e quais as adequações serão necessárias nas escolas.

“Temos de colocar pias nas entradas, tem a questão dos bebedouros, que temos um impedir o uso, a criança vai ter que levar copo, garrafa. Então, a partir do momento em que nós decidirmos abrir, todas essas coisas têm de estar prontas”, completou a titular da Semed.

A Semed disse que nesta semana o financeiro da pasta fechará o balanço dos gastos que serão necessários para a volta.

Saúde

Anvisa tem maioria para manter proibição de cigarros eletrônicos

Medida está em vigor desde 2009

19/04/2024 20h00

Sarahjohnson/ Pixabay

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A maioria dos diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) votou nesta sexta-feira (19) por manter a proibição aos cigarros eletrônicos no Brasil. Com esse placar, continua proibida a comercialização, fabricação e importação, transporte, armazenamento, bem como de publicidade ou divulgação desses produtos por qualquer meio, em vigor desde 2009. 

Dos cinco diretores, três votaram a favor da proibição. Faltam os votos de dois diretores.

Os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), conhecidos como cigarros eletrônicos, são chamados de vape, pod, e-cigarette, e-ciggy, e-pipe, e-cigar e heat not burn (tabaco aquecido). Dados do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel 2023) revelam que 4 milhões de pessoas já usaram cigarro eletrônico no Brasil, apesar de a venda não ser autorizada.

O diretor-presidente da Anvisa e relator da matéria, Antonio Barra Torres, votou favorável à manutenção da proibição desses dispositivos.

“O que estamos tratando, tanto é do impacto à saúde como sempre fazemos, e em relação às questões de produção, de comercialização, armazenamento, transporte, referem-se, então, à questão da produção de um produto que, por enquanto, pela votação, que vamos registrando aqui vai mantendo a proibição”.

Antonio Barra Torres leu por cerca de duas horas pareceres de 32 associações científicas brasileiras, os posicionamentos dos Ministérios da Saúde, da Justiça e Segurança Pública e da Fazenda e saudou a participação popular na consulta pública realizada entre dezembro de 2023 e fevereiro deste ano, mesmo que os argumentos apresentados não tenham alterado as evidências já ratificadas pelos diretoras em 2022.
Em seu relatório, Barra Torres se baseou em documentos da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da União Europeia, em decisões do governo da Bélgica de proibir a comercialização de todos os produtos de tabaco aquecido com aditivos que alteram o cheiro e sabor do produto. Ele citou que, nesta semana, o Reino Unido aprovou um projeto de lei que veda aos nascidos após 1º de janeiro de 2009, portanto, menores de 15 anos de idade, comprarem cigarros.

Ele mencionou ainda que a agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (U.S Food and Drug Administration) aponta que, mesmo com a fiscalização, há comércio ilícito desses produtos.

O diretor ainda apresentou proposições de ações para fortalecimento do combate ao uso e circulação dos dispositivos eletrônicos de fumo no Brasil. 
 

Cidades

Justiça recusou 6 pedidos de tratamento para réu que morreu na prisão, diz advogado

José Roberto de Souza, acusado de matar o empresário Antônio Caetano de Carvalho durante audiência no Procon, morreu de complicações causadas por uma pneumonia

19/04/2024 18h30

Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Defesa do ex-policial militar reformado, José Roberto de Souza, que morreu nesta manhã em decorrência de complicações causadas pela Influenza tipo A, alega que a Justiça recusou seis pedidos de atendimento médico ao réu nos últimos oito meses.

O ex-pm está preso desde o dia 16 de fevereiro de 2023, três dias após o crime que resultou na morte do empresário Antônio Caetano de Carvalho, de 67 anos, no Procon/MS.

A defesa foi informada da morte por volta das 11 horas da manhã desta sexta-feira (19). O último pedido para tratamento médico havia sido feito pouco antes da morte de José, às 8h.

"Este caso deixa tanto a mim quanto a minha equipe, em uma situação extremamente triste, até com uma sensação de impotência. Porque eu e o doutor Jackson, que foi quem manuseou grande parte dos pedidos desde que aconteceu aquele fatídico problema no Procon, temos informado ao juiz da segunda vara do tribunal do júri as complicações físicas da doença que o nosso cliente possuía", declarou o advogado de defesa, José Roberto da Rosa.

Segundo o advogado, além de problemas psiquiátricos, o réu possuía doença renal crônica e diabetes, além de complicações cardíacas. O primeiro pedido para atendimento médico de José foi feito em setembro do ano passado, mas recusado, já que o Ministério Público teria alegado que a defesa não teria conseguido provar que o cliente estava doente.

"Chegou em um ponto que nós interpusemos um habeas corpus junto ao tribunal, não obtivemos a prestação jurisdicional, e antes da saída para o final do ano [2023], nós ingressamos com outro habeas corpus, mais precisamente no dia 22 de dezembro, onde havíamos dito que o nosso cliente estava doente e precisava de tratamento", acrescentou Rosa.

A única medida tomada pela Justiça, segundo o advogado, foi retirar o réu do presídio militar, onde ele não estava recebendo os tratamentos adequados - por falta de escolta e por falta de médicos -, para transferí-lo a outra unidade penal "comum", onde ele poderia receber atendimento médico especializado.

"Ao invés de determinar que ele fosse tratado, o Tribunal de Justiça tirou a condição dele de policial militar e o direito de estar no presídio militar, e o mandou para um presídio comum. Aí ele ficou no Centro de Triagem, com o atendimento dos médicos", explicou o advogado. 

Na última semana, os advogados foram visitar José, que pediu por socorro. Ele teria pedido "doutor, eu preciso de atendimento médico".

"E todos os pedidos rechaçados pelo juiz da segunda vara do tribunal do júri. O habeas corpus, que nós entramos em dezembro do ano passado, até hoje não foi posto em mesa para julgamento. Então, é uma decepção enquanto advogado", afirmou Rosa.

Segundo o advogado, a morte de José pode ser colocada na conta do Poder Judiciário.

"A  conta sobre a morte desse homem é exclusivamente debitada ao Poder Judiciário. Talvez agora, com a certidão de óbito, a gente consiga provar que o nosso cliente estava doente, porque foram oito meses de peticionamento em que promotor disse que nós não conseguimos provar que o nosso cliente estava doente, onde todos os pedidos que foram encaminhados, o juiz de direito, que oficia perante a segunda vaga do Tribunal do Júri, disse que não ia liberar ele para tratamento. Então agora eu vou juntar a certidão de óbito para mostrar que nós tínhamos razão", disse o advogado.

O advogado quer que a família da vítima entre com um processo para culpabilizar o Estado.

"Infelizmente, agora não adianta mais autorizar o tratamento. Ele morreu hoje em decorrência do quadro agravado pelo problema renal crônico. Ele foi contaminado com influenza dentro do presídio, porque o sistema imunológico dele estava muito comprometido, o tratamento que ele precisava receber, ele não recebeu, e infelizmente hoje ele não aguentou", finalizou.

O Crime

No dia 13 de fevereiro deste ano, o empresário Antônio Caetano de Carvalho, de 67 anos, foi morto a tiros pelo policial militar reformado, José Roberto de Souza, durante audiência de conciliação realizada no Procon.

A vítima era proprietária da empresa Aliança Só Hilux, especializada em peças de Hilux e SW4, que havia realizado a troca do motor de uma SW4 para José Roberto.

Durante a primeira audiência de conciliação, realizada na sexta-feira anterior, dia 10 de fevereiro, José Roberto pediu que Caetano entregasse as notas fiscais referentes aos serviços prestados pela empresa para a troca do motor de seu veículo blindado, trabalho avaliado em quase R$ 30 mil.

Aproveitando as tratativas, Caetano cobrou do cliente R$ 630 reais devidos, referentes a uma troca de óleo realizada no ano anterior. Na segunda audiência, então, Caetano levaria as notas fiscais e José Roberto o dinheiro que devia.

No entanto, após uma desavença logo no início da audiência de conciliação, José Roberto efetuou três disparos contra Caetano, dois na cabeça e um na nuca. A vítima morreu no local.

Três dias após o crime, José Roberto de Souza se apresentou à polícia.

primeira audiência que investiga o caso foi realizada no dia 3 de julho do ano passado, e ouviu testemunhas de acusação e defesa. Oito pessoas prestaram depoimento, sendo duas delas funcionárias do Procon, uma advogada que presenciou o crime, um funcionário da vítima, o investigador da 1ª Delegacia de Polícia de Campo Grande, responsável pelo caso, o filho da vítima e dois conhecidos de longa data do acusado.

Valéria Christina, a conciliadora que trabalhava com o caso, não compareceu para prestar depoimento. Segundo informado durante a audiência, a servidora foi transferida para outro órgão após o ocorrido, e segue afastada desde então por questões de saúde.

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