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Entenda prisão de Braga Netto; da busca pela delação de Cid à posição da PGR

Por ser militar, ele será entregue ao Exército e ficará sob custódia

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Neste sábado (14), o general da reserva que foi ministro do governo Jair Bolsonaro e candidato a vice na chapa derrotada de 2022, Walter Braga Netto, foi preso, após tentar obter detalhes do da delação de Mauro Cid e ter aval da Procuradoria Geral da República para sua condução feita pela Polícia Federal. 

Ainda na última terça-feira (10), quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, assinou a decisão, a prisão de Braga Netto recebeu também o aval de Paulo Gonet, o procurador-geral da República (PGR).

“O pedido da autoridade policial (PF) convence da imprescindibilidade da providência em prol do avanço das investigações (...)”, disse o procurador.

Gonet explicou no parecer que haveria “clara pertinência lógica”, e que haveria “necessidade”, “adequação” e “proporcionalidade da medida”.

"Interferência em investigações"

Por isso, a prisão preventiva seria uma medida capaz de garantir a ordem pública, segundo Gonet, para evitar a “continuidade do esquema criminoso deflagrado” e também a “interferência nas investigações que seguem em curso.

Ainda de acordo com o PGR, a partir do que se colheu de provas, são necessárias mais diligências para um juízo adicional e mais abrangente sobre a autoria dos crimes.

O procurador-geral também identificou que existem provas o suficiente para as medidas de busca e apreensão nas casas dos investigados.

Isso porque há, na avaliação do PGR, fortes indícios dos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado democrático, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima, além de deterioração do patrimônio tombado. 

Ex-ministro de Bolsonaro

Braga Netto, general e ex-ministro na gestão de Jair Bolsonaro, que inclusive foi chefe de Estado-Maior do Comando Militar do Oeste (CMO), sediado em Campo Grande, no ano de 2009, como abordou o Correio do Estado, foi preso na manhã deste sábado (14) pela Polícia federal.

Segundo a Polícia Federal, ele estaria tentando atrapalhar a investigação no inquérito da tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Na decisão que autorizou a prisão, Moraes diz que a PF identificou que o general tentou obter detalhes da delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, prestada em setembro do ano passado, o que fica caracterizada obstrução de Justiça.

Ele fez contatos com o pai de Mauro Cid, o general Mauro César Lourena Cid.

“[Os contatos] tinham a finalidade de obter dados sigilosos, controlar o que seria repassado à investigação, e, ao que tudo indica, manter informado os demais integrantes da organização criminosa”, aponta a decisão de Moraes.

Mauro Cid confirmou a tentativa do general à Polícia Federal. Outro argumento aponta que a PF, no dia 8 de fevereiro deste ano, data da deflagração da operação “Tempus Veritatis”, encontrou papeis na mesa do coronel Flávio Botelho Peregrino, assessor de Braga Netto, que orientariam perguntas e respostas sobre delação.

Braga Netto foi preso em sua casa, em Copacabana, no Rio de Janeiro, e levado para a sede da Polícia Federal na cidade. Ele passará por audiência de custódia ainda hoje, às 14h. 

Por ser militar, ele será entregue ao Exército e ficará sob custódia. 

 

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interior

'Justiceiros' matam a pauladas homem que batia na mulher com pedaço de pau em MS

Esposa correu em busca de ajuda após voltar da formatura da filha e ser agredida pelo companheiro

14/12/2024 17h01

Mato Grosso do Sul já ultrapassou o índice de feminicídios registrados em 2023

Mato Grosso do Sul já ultrapassou o índice de feminicídios registrados em 2023 Reprodução/Internet

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Longe cerca de 425 quilômetros da Capital sul-mato-grossense, uma sequência de crimes registrados tem ocupado a polícia local após "justiceiros" matarem a pauladas um homem que agredia a própria esposa com pedaço de pau. 

Conforme o boletim de ocorrência, a equipe da Polícia Militar foi acionada até o bairro Boa Esperança, localizado no município de Ladário, que fica distante aproximadamente sete quilômetros do centro da Cidade Branca de Corumbá. 

Ao chegarem no local, a equipe policial se deparou com o corpo de Antônio Brito da Silva, de 33 anos, lançado ao chão e com vários indicativos de ferimentos graves, como um afundamento na região frontal da cabeça, além de uma hemorragia intensa. 

Acionado, o Corpo de Bombeiros Militar chegou ao local apenas para constatar o óbito, sendo o local isolado até a chegada de agentes da perícia e Polícia Civil, para a tomada das devidas providências. 

Em busca de apurar o que poderia ter acontecido com Antônio, os agentes do Estado começaram a se deparar com uma série de violências que se desdobraram até a morte do homem. 

"Justiceiros"

Ao questionar os moradores da vizinhança, os populares relataram a série de acontecidos que teriam começado após a mulher de Antônio, cerca de dez anos mais velha que seu esposo, chegar da formatura da filha. 

Conforme os vizinhos, o homem foi agredido por "terceiros", que também usaram pauladas para "punir" o agressor. 

Como a mulher havia dado entrada junto ao Pronto-Socorro do município de Corumbá, os policiais foram até a unidade de saúde questionar a esposa de Antônio. 

Sob cuidados médicos, ela, por sua vez, detalhou que tinha presenciado a formatura na escolha de sua filha e posteriormente voltado para casa, momento esse que encontrou Antônio embriago em sua residência. 

Conforme relato da vítima, que apresentava profundo corte localizado na lateral esquerda da cabeça, Antônio usou um pedaço de pau para fazer as agressões. 

Correndo em busca de socorro, a mulher fugiu para o meio da rua e pediu ajuda para alguns "meninos", segundo ela, que estavam próximos do local, indivíduos esses que ela não soube qualificar aos policiais quem seriam. 

Além disso, ainda que os vizinhos confirmem que Antônio foi morto por "terceiros", ninguém soube apontar quem seriam os agressores, já que esses disseram que não viram o ocorrido e apenas avistaram o homem já desfalecido. 

Com o caso qualificado como homicídio simples; violência doméstica e tentativa de homicídio, a Polícia Civil ainda busca pelos envolvidos na morte de Antônio. 

Feminicídios em MS

Mato Grosso do Sul já ultrapassou o índice de feminicídios registrados em 2023, quando ainda faltavam dois dias para o fim de novembro deste ano e Vanderli Gonçalves dos Santos foi morta com um tiro na cabeça, tornando-se a a 31.ª mulher morta no Estado em 2024. 

Desde a instituição da "Lei do Feminicídio" (n.º 13.104/2015), os números desse crime em Mato Grosso do Sul apresentam perfil oscilante, com o primeiro ano dessa legislação à época encerrando com 18 mulheres mortas. 

De lá para cá, o índice teve altos e baixos, com o pico de feminicídios observado em 2022, quando 44 mulheres vítimas em território sul-mato-grossense. 

Atrás, o segundo pior índice foi anotado em 2022 (41 feminicídios), seguido pelos anos: 

  • 2016: 37 feminicídios 
  • 2018: 36 feminicídios 
  • 2021: 36 feminicídios
  • 2017: 33 feminicídios. 

 

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SAÚDE

Com 32 mortes no ano, MS faz sábado de reforço na luta contra a dengue

Mato Grosso do Sul adota a estratégia dos "10 minutos de cuidado" nos 79 municípios neste Dia D Nacional contra o mosquito transmissor dessa arbovirose

14/12/2024 15h00

Além da dengue, o mosquito Aedes aegypti é responsável também pela transmissão da Zika e Chikungunya

Além da dengue, o mosquito Aedes aegypti é responsável também pela transmissão da Zika e Chikungunya Marcelo Victor/Correio do Estado

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Mato Grosso do Sul, que já soma 32 óbitos por dengue neste ano, adotou a estratégia dos "10 minutos de cuidado" Neste Dia D Nacional de mobilização contra o mosquito transmissor dessa e de outras arboviroses. 

Conforme o Governo do Estado, apesar de simples, a atividade de 10 minutos de fiscalização em casa - que é executada hoje nos 79 municípios de MS - é "essencial para eliminar possíveis criadouros do mosquito".

Com base nos dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), a Secretaria de Estado de Saúde (SES) indica que 32 pessoas morreram em Mato Grosso do Sul vítimas de dengue, conforme balanço compilado até a primeira semana de dezembro. 

Ou seja, com outros 17 óbitos possivelmente relacionados à dengue em investigação, Mato Grosso do Sul pode alcançar 49 mortes causadas pela doença e ultrapassar o maior índice registrado desde 2021. 

Pelo panorama dessa série histórica em Mato Grosso do Sul, quanto aos casos confirmados e óbitos pela doença, desde 2021 o Estado registrou os seguintes números: 

  • 2021 : 8.027 casos confirmados - 14 mortes
  • 2022: 21.328 casos confirmados - 24 mortes 
  • 2023: 41.046 casos confirmados - 43 mortes

Como bem destacou a Ministra da Saúde, Nísia Trindade - conforme apuração da Agência Brasil -, durante a Mobilização Contra a Dengue hoje (14), em evento no Rio de Janeiro: "75% dos focos se encontram nas nossas casas ou no entorno delas".

Ações regionais

Há cerca de um mês - às vésperas do Dia D Estadual em 18 de novembro, como acompanha o Correio do Estado -, Mato Grosso do Sul ainda batia 30 óbitos por dengue. 

Então, a partir da data citada o Governo do Estado, através da Secretaria de Saúde intensificou uma série de ações já visando os meses que são característicos como mais chuvosos. 

Entre as ações do plano do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul aparecem: 

  • Visitas domiciliares e mutirões: limpeza para eliminação de criadouros em áreas críticas;
     
  • Bloqueio químico e monitoramento estratégico: uso de máquinas de UBV (Ultra Baixo Volume) para pulverização em áreas de maior infestação;
     
  • Capacitação de agentes de saúde: treinamentos técnicos para manejo integrado de vetores e uso de ferramentas como o e-Visit@s Endemias;
     
  • Campanhas informativas: distribuição de materiais educativos; blitzes e palestras;
     
  • Criação de comitês municipais: formação de equipes para coordenação e monitoramento das ações;
     
  • Engajamento comunitário: orientação direta à população, através de visitas domiciliares e mobilizações coletivas;
     
  • Atualização do Plano de Contingência de MS: medidas específicas para municípios de fronteira e áreas indígenas;
     
  • Revisão de equipamentos: manutenção e distribuição de máquinas de UBV e insumos para operações de campo;
     
  • Apoio técnico municipal : assessoria técnica para gestores locais;
     
  • Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegyptI (LIRAa): identificação de áreas críticas com índices de infestação predial superiores a 1% para ações direcionadas;
     
  • Relatórios semanais: monitoramento constante da incidência de casos, etc. 

Importante lembrar que, além da dengue, o mosquito Aedes aegypti é responsável também pela transmissão da Zika e Chikungunya, que costumam ter suas propagações aumentadas principalmente durante o período de festas de fim de ano. 

 

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