Adriane Lopes afirmou, durante nomeação de Sandro Benites como novo secretário de Saúde de Campo Grande, na manhã desta terça-feira (06), que não irá pagar reajuste dos professores.
"Este ano não temos caixa", disse a Adriane Lopes, afirmando que não irá pagar o ajuste dos professores.
Paranaense, a atual prefeita de Campo Grande esteve do lado de Marquinhos Trad durante seis anos, desde seu primeiro mandato, acompanhando as tratativas com diversas categorias, inclusive com os professores.
Portanto, vale ressaltar que, esteve presente com o ex-prefeito enquanto este negociava com o Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP), acertando a integralização do piso salarial até 2024.
Com isso o escalonamento definido, de 10,39% de reajuste pago nessa segunda parcela a partir de novembro, já ficaria nas mãos da atual prefeita, o que não foi comprido.
Devido à falta de compromisso da Prefeitura, ainda na última sexta-feira (02), a categoria dos magistrados da educação, através da ACP, definiu o começo da greve.
Em sua fala, Adriane diz que na discussão entre ACP e Marquinhos Trad, "todos tinham conhecimento" de que a prefeitura se encontravam no chamado limite prudencial.
"E ali foi tomada uma decisão e a mesma lei que dá o aumento, tem uma restrição no artigo segundo, que fala que: somente será concedido o aumento de 10,39% quando o limite prudencial estiver abaixo, hoje está em 57,1%", expõe.
Ainda, ela diz estar "construindo ações diariamente", para atender o pleito dos professores, que considera justo.
"Mas o que eu podia fazer agora para evitar a greve, que as nossas crianças tivessem a conclusão do ano letivo, foi uma proposta que não foi aceita pela ACP", completa a prefeita.
Sobre o que apontou o vereador Marcos Tabosa hoje (6), em sessão, que Pedrossian Neto, antigo secretário de finanças, assumiu que deixou R$ 800 milhões em caixa, a prefeita diz ser mentira.
"Se tivesse o próprio secretário de gestão passada, teria cumprido", complementou Adriane.
Movimento grevista
Pautada inicialmente para durara até a próxima sexta-feira (09), o movimento grevista dos professores poderia ter fim a qualquer momento, desde que a Prefeitura sinalizasse que iria cumprir o acordo.
Desde o início, os professores buscavam diálogo com a Prefeitura, com atos organizados inclusive em frente ao Paço Municipal, antes de a categoria recorrer à Câmara dos Vereadores para tentar diálogo com Adriane.
"A prefeita não recebeu a gente na sexta (02), nem ontem (5). Hoje viemos na Casa como programação da greve, pedir apoio dessa casa para destravar e marcar uma reunião com ela [Adriane], para atender a ACP", afirma Lucílio Nobre.
Presidente do Sindicato Campo-Grandense dos Professores da Educação Pública, ele sinaliza que a ACP realiza amanhã, às 08h, uma assembleia para avaliar o movimento grevista, e propor novas ações.
"Não significa que, ao chegar dia 9 e a prefeita não tiver uma solução, a gente não discuta, rediscuta e planeje outras formas de paralisação, ou até mesmo outra greve", disse o então presidente eleito da ACP, Gilvano Bronzone ainda ontem (05).
Vale ressaltar que, Adriane chegou a ingressar no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), pedindo que esse movimento dos professores seja considerado ilegal.