Falta de medicamentos em postos de saúde de Campo Grande, em especial nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) tem prejudicado o tratamento de pacientes, que precisam de remédios específicos, mas são tratados com medicamentos mais “simples”, que não surtem o efeito esperado.
Conforme denúncia feita ao Portal Correio do Estado, faltam remédios, como Dexametasona (anti-inflamatório), Plasil (anti-nauseante), Hioscina (indicado para tratamento de cólicas gastrintestinais), além de antibióticos endovenosos.
Há pelo menos dois meses está em falta nas UPAs, segundo a denúncia, o Ceftriaxone, utilizado no tratamento de meningite, pneumonia e outras infecções, como infra-abdominais, renais, ósseas, articulares, de tecidos moles, peles, feridas e em pacientes com sistema imunológico com baixa resistência.
Denunciante revelou que quando chega na UPA um paciente com quadro clínico considerado grave, médicos iniciam o tratamento com antibióticos “simples” porque o mais indicado para essas situações está em falta. Como esperado, o paciente não responde bem ao tratamento e é encaminhado para outro local por conta da falta de medicação.
Conforme profissionais da área, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) envia medicamentos em pequena quantidade. Quando acaba, a unidade fica um tempo sem até que outra pequena remessa seja encaminhada.
O problema é que pacientes são prejudicados com essa falta de regularidade no abastecimento das farmácias dos postos de saúde.
Recentemente, durante tratamento de paciente com pneumonia, foram administrados os medicamentos Amoxicilina e Clavulanato, que estavam disponíveis na unidade. A mulher evoluiu mal e então o tratamento passou a ser feito com outro remédio, o Azitromicina, embora ela precisasse mesmo de medicamento via endovenosa, que não tinha.
A paciente então precisou ser encaminhada para outro local e ficou dois dias esperando a chegada do remédio adequado. Enquanto isso, recebeu tratamento insuficiente.
Há relatos de pacientes que chegam nos postos com quadro clínico de vômito e, por conta do vazio nas farmácias, médicos não encontram medicação para administrar. A situação é tão caótica, que falta até Dipirona, remédio analgésico, antitérmico e antipirético muito usado no tratamento de dores e febre, normalmente provocadas por gripes e resfriados.
OUTRO LADO
Questionado sobre a denúncia, o secretário municipal de Saúde, Jamal Salém, negou e disse que recentemente recebeu 15 carretas com medicamentos e que nos próximos dias chegarão mais remédios. “Atrasou a chegada de alguns pedidos, mas nunca faltou remédio nas unidades de saúde. Estamos com estoque suficiente”, garantiu.