Cidades

CHUVARADA

Fevereiro nem terminou e já choveu mais de 2 mil mm em todo Estado

Em Corguinho, 250 pessoas ficaram isoladas devido ao desabamento de pontes

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Ainda faltam 9 dias para acabar o mês e já choveu 2.374,8 milímetros em Mato Grosso do Sul, de acordo com informações do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec).

Até o momento, em três cidades do Estado já choveu mais que o volume esperado para o mês todo, sendo elas: Porto Murtinho, Aquidauana e Santa Rita do Pardo. 

Últimas notícias 

Em Porto Murtinho, o esperado para o mês todo era de 126mm, mas já choveu 161,4mm; em Aquidauana, já choveu 170mm, enquanto o esperado para todo o mês de fevereiro era de 157,2mm. E, por último, em Santa Rita do Pardo, já caíram 241,4mm de precipitações, sendo que o esperado para o mês todo era de 175,6mm. 

Mesmo com tanta chuva, o acumulado até agora não supera o mesmo período do mês passado. “No comparativo com o mesmo período do mês passado, o primeiro mês de 2021 foi bem mais chuvoso”, destaca a coordenadora do Cemtec, Franciane Rodrigues. 

Estragos 

Em Corguinho, município pequeno com 6 mil habitantes, choveu forte nesta última semana, segundo o Cemtec foram registrados 60mm por dia nesta cidade. As tubulações de um supermercado atacadista da capital foram atingidas pela chuva, que adentrou no local.

Buracos em vias urbanas e até mesmo em rodovias tem tirado o sono de muitos moradores. Na avenida interlagos, um buraco deixou por volta de 8 pneus de carros furados. 

Na MS040, buracos estão tomando conta do asfalto. Na MS080, o caso não é diferente e ainda é agravado pelo matagal alto que invade a pista e ficar difícil de enxergar. 

No último temporal desta semana, em um residencial próximo a avenida Guaicurus, moradores precisaram abrir um buraco no muro para dar vazão à água. 

Previsão do tempo para os próximos dias

Conforme o Cemtec, a previsão do tempo é de sol, calor, tempo abafado e céu limpo neste fim de semana em todo o Estado. As chuvas devem retornar ao Estado na próxima terça-feira (23).

Hoje, a umidade do ar deve chegar a 35%; o ideal é de 40% a 70%, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). As manhãs serão frias e tardes serão quentes em Mato Grosso do Sul, o que resulta em grande amplitude térmica, que é a diferença entre a temperatura máxima e a mínima.

"Queda significativa na umidade relativa do ar à tarde. Hidrate-se! Pancadas de chuvas poderão retornar a partir de 23 de fevereiro”, afirma Francine.

Chuvarada de janeiro

Ainda de acordo com o Cemtec, choveu 3.738 milímetros só em janeiro em Mato Grosso do Sul. No mesmo período do ano passado, esse acumulado foi de 2.153,3 mm.

Conforme informações do especialista Natálio Abrahão, as cidades que choveram o dobro do esperado para o primeiro mês de janeiro são:

  • Ponta Porã 490,2mm
  • Maracaju 357,2mm
  • Itaquiraí 362,8mm
  • Dourados 345,2mm
  • Corumbá 338,1mm
  • Caarapó 376,6mm
  • Aral Moreira 563,8mm
  • Angélica 429,1mm
  • Campo Grande 387,2mm

A abundância de chuvas no primeiro mês do ano foi vantajosa para repor níveis de estiagem de rios e favorecer a produção da soja em Mato Grosso do Sul.

Verão

O verão é umas das quatro estações do ano. Compreende os meses de dezembro, janeiro, fevereiro e março. Suas principais características são chuvas recorrentes, tempo úmido, calor e dias mais longos. No Brasil, o verão começou em 21 de dezembro de 2020 e vai até 20 de março deste ano.

Deve-se tomar cuidados em casos de tempo adverso nesta época do ano por conta da chuva forte.

Recomendações em casos de tempo adverso, segundo o CEMTEC

  • Em caso de chuva: não enfrentar pontos de alagamento ou enxurradas; procurar rotas alternativas no trânsito e dirigir devagar;
  • Em caso de raio: evitar locais abertos; não ficar debaixo de árvores; não ficar próximo a cercas de metal; ficar calçado e desligar eletroeletrônicos da tomada;
  • Em caso de granizo: deve-se tomar cuidado no deslocamento após chuva de granizo, pois o chão fica escorregadio.

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Tribunais reunidos

Em meio a escândalo de venda de sentenças, MS recebe cúpula da Justiça brasileira

Com cinco desembargadores afastados, Tribunal de Mato Grosso do Sul é anfitrião do congresso do CNJ que definirá as metas do Poder Judiciário para 2025

25/11/2024 16h33

Operação Ultima Ratio foi desencadeada no dia 24 de outubro

Operação Ultima Ratio foi desencadeada no dia 24 de outubro Marcelo Victor

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Alvo de um dos maiores escândalos de venda de decisões judiciais da história recente do Brasil, com cinco desembargadores afastados no momento, sendo que o atual presidente e o próximo estão entre eles, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul será anfitrião, nos próximos dias 2 e 3 de dezembro, do 18º Encontro Nacional do Poder Judiciário, organizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Em meio às investigações da Polícia Federal da Operação Ultima Ratio, que apura um esquema de venda de decisões que resultou em transferências de fazendas com escrituras falsas, em decisões tomadas por um desembargador sem ler o processo, e por uma ação de execução de honorários contra o Banco do Brasil levada adiante pelo escritório de um casal de filhos de um desembargador, cujo valor se assemelha a um prêmio de Mega-Sena, o evento do início do próximo mês vai “avaliar a Estratégia Nacional do Poder Judiciário”.

O 18º Encontro Nacional do Poder Judiciário, organizado localmente pelas autoridades de Mato Grosso do Sul e nacionalmente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ainda vai, segundo o próprio TJMS, avaliar a “Estratégia Nacional do Poder Judiciário” e “aprovar as Metas Nacionais e Específicas para 2025”. “Bem como divulgar os tribunais agraciados com o Prêmio CNJ de Qualidade 2024.

Este ano serão debatidos temas vinculados à tecnologia, comunicação e sustentabilidade”, informa o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, um dos organizadores do evento juntamente com o CNJ.

A partir do próximo dia 2, quando se completará aproximadamente 40 dias da deflagração da Operação Ultima Ratio, o encontro reunirá a cúpula do Judiciário brasileiro, inclusive corregedores dos tribunais.

“O Encontro conta com a participação de presidentes e corregedores dos tribunais, integrantes da Rede de Governança Colaborativa do Poder Judiciário, responsáveis pela área de Gestão Estratégica e servidores da área de estatística”, acrescenta o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

O encontro que reunirá a cúpula do Judiciário do Brasil estava previsto muito antes da Operação Ultima Ratio, da Polícia Federal. Neste ano, para a realização do encontro, o CNJ realizou duas reuniões preparatórias, a primeira em maio e a segunda em agosto.

O evento, que é direcionado a “presidentes e corregedores dos tribunais, integrantes da Rede de Governança Colaborativa do Poder Judiciário, responsáveis pela área de Gestão Estratégica e servidores da área de estatística”, ainda será antecedido por outro evento, o “Arquipélago da Inovação”, que ocorrerá na tarde do dia 2 de dezembro.

“Esta atividade será exclusiva para gestores técnicos e negociais dos serviços de tecnologia da informação dos tribunais, e visa discutir desafios atuais e construir uma visão de futuro para a área de tecnologia do CNJ e dos tribunais brasileiros.”

Enquanto o Encontro Nacional do Poder Judiciário será realizado no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, em Campo Grande, o “Arquipélago da Inovação” terá como sede o Bioparque Pantanal, conhecido popularmente como “Aquário do Pantanal”, também na Capital de Mato Grosso do Sul.

Balcão de Negócios

A Operação Ultima Ratio, da Polícia Federal (PF), com o apoio da Receita Federal, foi desencadeada no dia 24 de outubro. Ela fechou um imenso balcão de negócios que funcionava no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul e que envolve desembargadores, juiz de primeira instância, advogados (muitos deles, filhos dos desembargadores), conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) e empresários e lobistas que se beneficiaram do esquema de venda de sentenças.

A decisão que autorizou a operação foi do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Francisco Falcão.

Ele determinou o afastamento de cinco desembargadores de suas funções: o presidente da Corte, Sérgio Fernandes Martins; o presidente eleito da Corte, Sideni Soncini Pimentel; o vice-presidente eleito, Vladimir Abreu da Silva; e Marcos José de Brito Rodrigues e Alexandre Bastos. Todos eles estão proibidos de se comunicar entre si e de retornar ao TJMS e deverão utilizar tornozeleira eletrônica.

Os cinco, entretanto, levaram 12 dias para “vestirem” as tornozeleiras eletrônicas. Quando eles passaram a usar o aparelho de monitoramento, todo o processo envolvendo a operação já estava no Supremo Tribunal Federal (STF), sob a relatoria do ministro Cristiano Zanin.

Também estão afastados de seus cargos, com uso de tornozeleira eletrônica e impedidos de se comunicar com outros investigados, o conselheiro do TCE-MS Osmar Domingues Jeronymo e seu sobrinho Danillo Moya Jeronymo, servidor comissionado do TJMS.

Zanin, desde que recebeu a relatoria do caso, não tomou decisão alguma. Os alvos da operação seguem sem prestar depoimento. Também praticamente não há movimentações significativas no processo, que tramita em segredo de Justiça.

Na representação encaminhada no mês passado a Francisco Falcão, os investigadores da Polícia Federal queriam, na verdade, a prisão de alguns dos envolvidos, como o já citado Osmar Jeronymo, além do desembargador aposentado e atualmente advogado Júlio Roberto Siqueira Cardoso, o advogado Felix Jayme Nunes da Cunha, Diego Moya Jeronymo, Everton Barcelos de Souza e Percival Henrique de Souza Fernandes. Felix Jayme e Diego, segundo apuração da PF, eram grandes operadores do esquema, lidando com os pagamentos feitos aos desembargadores.

As decisões suspeitas

As vendas de decisões, popularmente conhecidas como vendas de sentenças, ocorriam de diversas formas e em vários processos. Um caso emblemático envolve desembargadores do TJMS, que aceitaram decisões baseadas em uma escritura falsa, lavrada no estado do Paraná, para transferir a propriedade de uma fazenda em Maracaju.

Outro caso envolve o desembargador Marco José Brito Rodrigues, que deu uma ajuda a um colega do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS): o procurador de Justiça Marco Antônio Sottoriva, após ele ter feito um mau negócio na compra de uma fazenda. Sottoriva queria desistir da compra e enfrentava um contencioso de R$ 5 milhões na Justiça com a outra parte.

Brito Rodrigues decidiu sem ler o processo, delegando ao seu assessor a elaboração da decisão, e atendeu ao pedido do amigo. Posteriormente, Sottoriva conseguiu um acordo para se livrar de pagar parcelas, aluguéis e lucros cessantes no desfazimento do negócio. Sottoriva agradeceu a Brito pela decisão favorável: “Graças a Deus e a seu trabalho”.

Há também o caso do ex-prefeito de Bodoquena, Jun Iti Hada, que pediu para parcelar a compra de uma decisão (para rescindir uma sentença em que ele havia sido condenado) em duas vezes, além de decisões favoráveis para soltar traficantes.

Também há o caso em que o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul impõe um prejuízo de R$ 178 milhões ao Banco do Brasil (BB), referente ao pagamento de honorários advocatícios aos filhos do desembargador Vladimir Abreu da Silva e ao advogado Felix Jaime Nunes da Cunha, apontado como lobista do esquema.

O valor, caso fosse um prêmio da Mega-Sena, seria o oitavo maior da história.

Curiosamente, o valor tem origem em uma dívida cobrada do Banco do Brasil a um casal de Três Lagoas na década de 1990 e nunca recebida. Após a prescrição do processo de execução ajuizado pelo banco, advogados do casal viram o valor dos honorários, negados em primeira instância, subir astronomicamente para R$ 178 milhões na segunda instância.

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Apostas Online

Pessoas procuram CAPS para tratar vício em Bets em Campo Grande

Desde que o Ministério da Saúde enviou uma orientação nacional para o enfrentamento do vício em jogos de azar online, os CAPS estão recebendo pacientes que sofrem de ludopatia

25/11/2024 16h00

Pagu / Correio do Estado

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A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) informou que, entre março e outubro, 42 pacientes procuraram atendimento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) para tratar o vício em jogo online que ficaram conhecidos como Bets.

Conforme explicou a coordenadora da rede de saúde mental da Sesau, Gislayne Budib, a patologia de vício em jogos é conhecida como ludopatia ou transtorno do jogo. Em entrevista ao Correio do Estado, contou que o transtorno tem como característica a necessidade compulsiva de jogar, mesmo que isso acabe trazendo prejuízos financeiros - como os jogos ilegais.

Nota 


Diante do aumento de usuários de jogos online, o Ministério da Saúde distribuiu, no final de outubro, uma nota técnica a todas as secretarias de saúde com orientações sobre o atendimento.


A nota foi divulgada nas 17 Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF) e 7 CAPS.


A Sesau ressalta que essas unidades têm funcionamento 24 horas, com atendimento médio de 1.300 consultas ambulatoriais de saúde mental e 2.000 atendimentos mensais.

Atendimento


O Departamento de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas (DESMAD) do Ministério da Saúde reforçou que tanto a Atenção Primária à Saúde (APS) quanto os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) devem acolher pessoas com vício em jogos, prestar tratamento e realizar o acompanhamento do paciente.

  • Equipe multidisciplinar: compostas por profissionais de saúde de diferentes áreas (EMULIT), trabalhando de forma complementar e integrada às outras equipes da Atenção Primária à Saúde (APS).

  • Rede de Apoio: Familiares e amigos dos pacientes devem receber suporte e orientações sobre como lidar com o paciente no enfrentamento do transtorno de jogo.


A especialista ressaltou que a nota esclarece dúvidas, inclusive entre os profissionais de saúde, sobre como proceder para oferecer o melhor atendimento ao paciente que chega em estado de sofrimento.

O que leva a pessoa a procurar o jogo online?


No começo o jogo pode servir como diversão e até eventuais conexão social, mas depois evolui para outros fatores, como:

  • Conexão e interação social;
  • Satisfação de necessidades psicológicas não atendidas;
  • Escape emocional (principalmente em pessoas mais velhas);
  • Necessidade financeira;
  • Redução de estresse;
  • Ansiedade, depressão e solidão;
  • Luto;
  • Aposentadoria;
  • Dor física e problemas físicos.

Além do jogo, conforme explicou a médica, é comum o uso de outras substâncias, como tabaco e álcool. Eventualmente, a pessoa que desenvolve o vício apresenta:

  • Transtornos afetivos e de humor;
  • Transtornos obsessivos-compulsivos;
  • Risco de suicídio e autolesão.
  • Sinais de alerta
  • A pessoa dedica menos tempo à família;
  • Aumento do consumo de álcool e outras drogas;
  • Sentimento frequente de culpa, arrependimento, insegurança e vergonha;
  • Mentir sobre o tempo e/ou o dinheiro que gasta com o jogo.


Sintomas nas crianças

  • Crianças e adolescentes mostrando sinais de angústia e enfrentando dificuldades na escola;
  • Desempenho reduzido nos estudos ou no trabalho;
  • Mudança nos padrões de sono, alimentação ou relacionamento sexual;
  • Sentimentos de raiva, desesperança, solidão, desvalia e isolamento social;
  • Ideação suicida.

Vício das Bets


Segundo a Pesquisa DataSenado, 22,13 milhões (13%) dos brasileiros com 16 anos ou mais disseram ter jogado algum tipo de jogo de Bet na internet.


O recorte de pessoas que costumam fazer apostas esportivas é o seguinte:

  • Homens: 62%
  • Homens com idade entre 16 a 39 anos: 52%
  • Com ensino médio incompleto: 40%
  • Dos que costumam jogar online, cerca de 3% afirmaram ter usado mais de R$ 769 mil em jogos de aposta.

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