Após duas licitações vazias, a obra de revitalização da antiga sede do Clube Surian, no Centro de Campo Grande, terá que aguardar um novo posicionamento da prefeitura, uma vez que a reforma saiu da programação do Reviva Campo Grande. Agora, a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) é a responsável pelo edifício, mas ainda não definiu qual destino dará para a edificação.
A proposta inicial era transformar o prédio do antigo clube, construído por descendentes de libaneses, em uma Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) por meio do programa que busca revitalização de alguns pontos da Capital com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O prédio, que já estava inativado muito antes de ser transferido para a prefeitura, está sem previsão de ser reaberto. A edificação está sem manutenção, com as grades enferrujadas e com o terreno tomado pelo mato, até mesmo as plantas ornamentais estão sem cuidados.
A reportagem esteve no local e constatou que, com exceção de um cadeado no portal, o local não conta com qualquer sistema de segurança que impeça a entrada de invasores, vândalos ou outras pessoas que possam depredar o espaço.
Além disso, o prédio também não conta mais com a identificação antiga que remetia ao clube, mas também não há indicação que a edificação pertence à prefeitura. Há tempos, existe apenas um prédio branco, com a pintura suja e descascada, com grades velhas e árvores que crescem sem supervisão, alcançando inclusive a fiação elétrica dos postes, tanto na Avenida Mato Grosso quanto da rua 13 de Junho, onde o espaço fica localizado.
Ao Correio do Estado, a Subsecretaria de Gestão e Projetos Estratégicos (Sugepe) informou que a quantia de R$ 7 milhões que seriam destinados para a revitalização do espaço, agora serão destinado para a implantação de uma rede de fibra óptica na rua Rui Barbosa e para o Cadastro de Drenagem de Campo Grande.
A obra foi anunciada em 2019, quando os proprietários do local o transferiram para o Executivo Municipal em troca de perdão nas dúvidas resultantes de impostos municipais não quitados.
O conjunto de dívidas incluía 18 anos de Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), que não foram pagos de 2001 a 2019, e débitos da Taxa de Coleta de Resíduos Sólidos de 2003 a 2005.
O processo aconteceu de forma conciliatória e não foi necessário judicialização do caso para o pagamento das dívidas. O valor total dos débitos era de R$ 1,5 milhão e o imóvel foi avaliado em R$ 1,9 milhão, sendo que os administradores repassaram o prédio pelo preço das dívidas, abrindo mão da diferença.
Antes de retirar a revitalização do Reviva, a prefeitura abriu duas licitações: uma em novembro de 2021 e outra em fevereiro de 2022, sendo que ambas fecharam sem interessados na execução da obra.
Caso alguma empreiteira ganhasse a licitação, teria R$ 7,5 milhões para construção de um bloco pedagógico e um administrativo, reforma da edificação já existente, realização do paisagismo e instalações elétricas. Também estaria em contrato, a instalação de aparelhos de ar condicionado e central de gás.
A estrutura atenderia cerca de 400 alunos da educação infantil, do berçário ao grupo cinco, que teriam à sua disposição salas de aula, espaço para amamentação, sala multimídia, área lúdica e uma brinquedoteca.