Cidades

Bioma em risco

Recuperação de pastagens degradadas no Pantanal custaria R$15,96 bilhões, diz estudo

No bioma, 50% das áreas de pastagem apresentam degradação severa

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Estudo desenvolvido pelo Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgado em outubro do ano passado, revelou que seriam necessários R$ 15,96 bilhões para recuperar e reformar todas as áreas de pastagem do Pantanal que apresentam algum nível de degradação.

No bioma, 50% das áreas de pastagem apresentam degradação severa, 35% apresentam degradação moderada, e apenas 15% não apresentam degradação, como mostra o Map Biomas (imagem abaixo).

“Os diferentes níveis de degradação tornam necessários níveis também distintos de intervenção para que a recuperação seja realizada. Por exemplo, áreas em estágios iniciais de degradação exigem menor intervenção e menores custos operacionais a fim de conter a redução da produtividade. Por outro lado, se o processo de degradação se encontra em estágio avançado, são necessárias ações mais intensivas e dispendiosas, uma vez que, o alto grau de degradação compromete a capacidade de manter a produção e a qualidade da forragem e a resistência aos efeitos nocivos de doenças, pragas e plantas invasoras", explica Sabrina de Matos Carlos, pesquisadora do Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da Fundação Getulio Vargas.

Para Leonardo Gomes, Diretor de Relações Institucionais do Instituto SOS Pantanal, falta em Mato Grosso do Sul uma política de prevenção e controle do bioma inserido no Estado, e até mesmo um incentivo econômico relevante aos produtores que conservam o ecossistema.

"Existem algumas iniciativas de restauração em curso, mas são de pequena escala e com custo muito elevado. O Map Biomas mostra que grande parte das pastagens plantadas dentro do Pantanal está em situação de degradação moderada ou severa, por falta de manutenção, e a FGV mostra que o custo de restauração somente destas pastagens degradadas seria de quase R$16 bilhões de reais", destacou.

Fonte: Map Biomas

"Fica claro que conservar o que temos é muito mais barato do que restaurar o que perdemos", conclui Gomes.

Decreto impulsionou desmatamento

A degradação do Pantanal em Mato Grosso do Sul ganhou ainda mais força após o Decreto Estadual 14.273, de 8 de outubro de 2015, que permite que até 60% de áreas de fazendas pantaneiras tenham sua vegetação nativa (não arbórea) suprimida, além de 50% das árvores. 

A média de autorizações de desmatamento chegava a 29 mil hectares por ano entre 2009 e 2015. Nos últimos 3 anos e 8 meses, foram autorizadas intervenções em 194 mil hectares de vegetação, o que corresponde a 53 mil hectares por ano, um aumento de 82,7% na área desmatada anualmente em relação ao período que antecede o decreto.

Estudo "comprado"

Conforme noticiado anteriormente pelo Correio do Estado, o principal embasamento científico apontado à época para viabilizar o decreto foi um parecer da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq), unidade da Universidade de São Paulo (USP). Agora, porém, o Ministério Público Estadual diz que esse estudo foi comprado e que não é da ESALQ-USP.

No inquérito instaurado no dia 31 de julho, o MPE diz “que a Esalq informou em ofício DIRE-016/2023 que tal estudo não é de sua responsabilidade e não representa o posicionamento daquela instituição, afirmando que o estudo foi fruto de um contrato entre a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul e produzido pela Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz, não representando o posicionamento institucional da ESALQ-USP”. 

Ainda no inquérito que recomenda a imediata suspensão de novas licenças para desmatamentos, o MPE alega que esse estudo só foi contratado pela Federação de Agricultura de Mato Grosso do Sul (Famasul) depois que uma “Nota Técnica da EMBRAPA entendeu que a maior exploração sustentável nessa área seria de supressão de 35% da vegetação nativa”. 

Os promotores alegam que os fazendeiros encomendaram seu próprio “estudo científico" para afrouxar a legislação estadual.

“Após a emissão da Nota Técnica da EMBRAPA, houve contratação de alguns professores da Esalq, por meio da FAMASUL Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul entidade privada e com interesse representativo de classe”.

Ministério Público quer respostas

No início da semana, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) instaurou inquérito para apurar omissão e permissividade por parte do governo do Estado e do Instituto de Meio Ambiente de MS (Imasul) a respeito de desmatamentos autorizados no Pantanal.

A sugestão do MPMS é de que haja uma avaliação ambiental integrada do impacto acumulativo de todos os desmatamentos, ilegais e legais, que vêm sendo realizados ao longo dos últimos anos, para verificar se o bioma comporta esse ritmo de desmatamento, e que as áreas de monocultura sejam embargadas até serem autorizadas ou não por meio do licenciamento ambiental. 

O Estado pode ou não aceitar as indicações feitas pelo MPMS, que estão de acordo com diretrizes do Ministério do Meio Ambiente e de outras entidades ambientais. 

Com informações de Neri Kaspary e FGV

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Cidades

Pecuarista de MS morre durante corrida de carros de luxo em São Paulo

Ele pilotava uma BMW no evento de velocidade e bateu em outros dois carros; chovia no momento do acidente

27/04/2025 18h00

Coelho Neto morreu durante corrida de carros de luxo

Coelho Neto morreu durante corrida de carros de luxo Foto: Reprodução / Facebook

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O empresário do agronegócio Wilson Araujo Coelho, de 47 anos, conhecido como Coelho Neto e morador de Campo Grande, morreu durante uma corrida amadora de carros de luxo em Gavião Peixoto, no interior de São Paulo, nesse sábado.

De acordo com informações do Estadão, o pecuarista pilotava uma BMW M3 Competition, quando bateu em outros dois veículos, que estavam no sentido oposto, após a primeira volta, e não resistiu aos ferimentos. Chovia no momento do acidente.

O evento do qual o pecuarista participava era o Driver Top Speed 2025, realizado na pista de pousos e decolagens da Embraer. A corrida teria sido encerrada na sequência da batida

Informações da organização são de que os motoristas dos outros dois veículos atingidos tiveram ferimentos leves. Além disso, o evento afirmou que adota "rígidos padrões de segurança".

“Apesar do atendimento imediato da UTI móvel, ele não resistiu aos ferimentos”, diz a nota dos organizadores.

“Nossos pensamentos estão com a família e amigos de Wilson neste momento difícil”, completam os organizadores.

Um boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia de Polícia Civil de Araraquara, que irá investigar se houve homicídio culposo e lesão corporal culposa. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo disse que o local foi preservado e passou por perícia.

“O local foi preservado e periciado”, completou a Secretaria da Segurança Pública (SSP) em nota.

De acordo com o regulamento do evento, os pilotos que atingissem mais de 321,8 km/h ganhariam um certificado especial. Não foi divulgada a velocidade em que Coelho Neto estava.

O evento conta com provas de meia milha (804 metros), uma milha (1,6 km) e duas milhas (3,2 km). Os pilotos largam com os carros parados e, no fim, são registradas as velocidades máximas atingidas em cada distância. A pista tem 4,9 km de extensão.

Homenagens

Segundo informações, Coelho Neto pertencia a uma família influente na pecuária sul-mato-grossense. Era casado e tinha dois filhos.

O sepultamento ocorreu na tarde deste domingo (27), no cemitério Parque das Primaveras, em Campo Grande.

Nas redes sociais, familiares e amigos prestaram homenagens.

“Querido genro e filho. Seu legado de amor a Deus e sabedoria permanecerão para sempre”, disse a sogra do empresário.

O deputado estadual Jamilson Name (PSDB) também manifestou pesar.

“Deixa um legado de trabalho, amizade e respeito na comunidade de Campo Grande (MS), onde sempre foi reconhecido pelo seu espírito empreendedor e pela dedicação à família e aos amigos”, comentou.

* Com Estadão

PREVENÇÃO

Vacinação será em todas as unidades de Campo Grande a partir de segunda (28)

Sesau informa ainda que haverá intensificação de vacinações nos colégios e Escolas Municipais de Educação Infantil

27/04/2025 17h00

Governo do Estado busca ampliar ainda mais os postos de vacinais por meio de parcerias

Governo do Estado busca ampliar ainda mais os postos de vacinais por meio de parcerias Marcelo Victor/Correio do Estado

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Depois de aplicar cerca de 800 doses contra a gripe, em ação emergencial neste domingo (27), a vacinação contra influenza em Campo Grande será aberta em todas as Unidades de Saúde da Família (USFs) da Capital a partir desta segunda-feira (28). 

Segundo balanço da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), cerca de 800 doses foram aplicadas entre 09h e 13h na ação de vacinação na Igreja Universal na região central de Campo Grande. 

Essa medida, conforme o Executivo, serve para conter o avanço dos casos de síndromes respiratórias, com o município decretando recentemente, inclusive, o estado de emergência pela falta de leitos hospitalares devido aos casos das chamadas síndromes respiratórias agudas graves (SRAG). 

Com isso, as 74 unidades de saúde serão abertas para vacinação, com o município planejando ainda demais pontos que serão anunciados durante a semana, já que a imunização serve para proteção individual mas também coletiva, frisa a titular da Sesau, dra. Rosana Leite. 

"Vacinação é uma das formas de prevenção que faz com que o nosso organismo produza anticorpos. Quando alguém tiver uma infecção, a doença será mais leve. A vacina não impede que tenhamos a gripe, mas evita muitos casos graves e, consequentemente, internações", disse. 

A ideia, segundo Rosana, é bloquear a circulação de vírus respiratórios em Campo Grande, principalmente nesse período que favorece a transmissibilidade, ainda mais que cerca de apenas 56 mil doses haviam sido aplicadas até a ocasião. 

Nessa primeira etapa foram priorizados os chamados "grupos de risco", que contempla crianças, idosos, gestantes, pessoas com comorbidades, entre outros. 

A Sesau informa ainda que haverá intensificação de vacinações nos colégios e Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs), bem como nas instituições de longa permanência para idosos. 

Além disso, o Governo do Estado busca ampliar ainda mais os postos de vacinais por meio de parcerias, o que pode levar novas ações de imunização até mesmo nos finais de semana. 

Vacinação

Em Campo Grande a abertura da campanha contra a Influenza aconteceu em 27 de março, com a superintendente de Vigilância em Saúde e Ambiental de Campo Grande, Dra. Veruska Lahdo, já reforçando que o próximo 10 de maio segue reservado para o chamado "Dia D". 

Cerca de um mês depois, o total do público-alvo foi imunizado estava abaixo de 16% do previsto, atingindo apenas cerca de 56,7 mil pessoas. 

O Estado de emergência ainda estabelece o uso obrigatório de máscaras dentro das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) já a partir da próxima semana. 

“Nós já temos mais de 70 óbitos de síndrome respiratória grave desde janeiro até agora, e nos últimos meses, nós tivemos óbitos de quatro crianças abaixo de quatro anos, sendo duas com idade abaixo de um mês e uma com um mês”, disse a secretária na ocasião. 

 

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