Cidades

MATO GROSSO DO SUL

Governador defende rapactuação da BR-163 mas cobra início das obras

Além de pedir começo "o mais rápido possível", Eduardo Riedel faz questão de pontuar "duplicação em volume muito maior do que já foi feito"

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Governador do Estado de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel defendeu, na manhã desta terça-feira (19), a recente repactuação da BR-163 aprovada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), cobrando, porém, que isso se reverta no início das obras na rodovia "o mais rápido possível". 

"Tem que lembrar que 2007 foi um lote de concessão, depois de 2014, 2015... e existe uma demanda judicial enorme em torno desse caso, com um passivo favorável para a CCR. Então essa discussão tem que se traduzir em uma única coisa: início das obras o mais rápido possível para equacionar a 163", disse Riedel durante evento realizado no Bioparque Pantanal. 

Após entrega do 19º prêmio sul-mato-grossense de Inovação na Gestão Pública, feita pela equipe técnica do Governo do Estado hoje (19) no Bioparque, Riedel foi questionado pela equipe do Correio do Estado durante "quebra-queixo" com a imprensa e foi categórico quanto à possibilidade de nova licitação. 

"Se não houver essa pactuação, nós vamos para um novo processo de licitação, a CCR vai ter um saldo a receber, da União, muito provavelmente, e nós vamos ter muito tempo para iniciar as obras", comentou. 

Riedel frisa a necessidade de entender o caso para avaliar melhor a situação, o governador esclarece que, do ponto de vista do Estado, o que está cobrado dos órgãos de controlo, como o próprio TCU e União, é que a solução realmente aconteça o mais rápido possível. 

"E início de um projeto viável, uma vez que já está concessionado. Que a tarifa de pedágio esteja dentro do pactuado da média estadual, que não seja nada exorbitante, mas principalmente que as obras de investimento aconteçam". 

Ainda, em complemento do que aparece no olhar do Governo do Estado como cobrança diante dessa repactuação, Riedel cita uma "duplicação em volume muito maior do que já foi feito". 

"Serviço; terceira faixa; o anel aqui de Campo Grande, que a gente precisa resolver essa passagem e travessia... então temos buscado essas soluções", afirma o governador. 

Relembre

Na última quarta-feira (13), o TCU aprovou a otimização do contrato de concessão dos 847,2 quilômetros da BR-163 que, desde 2014, é administrada pela MSVia, em uma repactuação que prevê R$ 12 bilhões de investimentos.

O Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do MS (Setlog-MS) teceu duras críticas à repactuação do acordo de concessão, como bem acompanha o Correio do Estado, diferente da postura adotada há uma década, quando se mostrou entusiasta e defensor da privatização com a chegada da CCR MSVia. 

Vale lembrar que, ainda em setembro de 2023 o início dos investimentos na 163 eram esperados para janeiro deste ano, porém, não foi o que aconteceu. 

Se lançado olhar sobre esses adiamentos, o investimento previsto para janeiro de 2024 mudou para abril deste ano; foi para agosto e outubro, depois alterado para o início de 2025, até cravarem no mês passado que os recursos devem ficar só para o segundo semestre do próximo ano

Segundo previsão atualizada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), os investimentos devem acontecer, agora, dentro de um prazo de oito meses, ou seja, entre meados de junho e julho. 

Há uma década a CCR MSVia ganhou a concessão de 30 anos, para investir nos 843 quilômetros concedidos da BR-163 que passam por 21 municípios em MS, instalando um total de nove praças de pedágio em funcionamento atualmente. 

Porém, diferente do que estava previsto, apenas 150 km da rodovia foram duplicados e, por isso, a falta de investimentos e obras foram cobradas tanto do Tribunal de Contas quanto da bancada federal, pelos deputados da Assembleia Legislativa ainda no fim de outubro. 

 

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DIA DE ZUMBI

Antepassados de Riedel, Tereza e Soraya eram donos de escravos

Investigação inédita da Agência Pública mapeou árvores genealógicas de 116 investigados e listou, entre ex-presidentes, senadores e Governadores, 33 familiares de escravocratas

19/11/2024 13h01

Entre sexto avô e tataravôs, passado de políticos locais mostra raízes ligadas à escravidão

Entre sexto avô e tataravôs, passado de políticos locais mostra raízes ligadas à escravidão Reprodução/Agência Pública

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Às vésperas do 1º Dia Nacional Zumbi e da Consciência Negra", texto investigativo - publicado originalmente pela Agência Pública (que você confere CLICANDO AQUI) no Projeto Escravizadores - lista antepassados de 33 autoridades políticas ligadas à escravidão, onde aparecem três representantes sul-mato-grossenses: Eduardo Riedel; Tereza Cristina e Soraya Thronicke.

Vale lembrar que, após deputados federais aprovarem o Projeto de Lei 3268/21 em 29 de novembro do ano passado, a partir deste 2024 o dia 20, quando se marca celebração da Consciência Negra, será feriado em todo o território nacional. 

Antes disso, poucos Estados tinham leis próprias que declaravam a data como feriado, enquanto 1.200 cidades miravam o mesmo objetivo, das quais quatro ficam em Mato Grosso do Sul, sendo: 

  • Corumbá,
  • Ladário,
  • Itaporã e
  • Jaraguari.

Na análise das árvores genealógicas de ex-presidentes; senadores da República e Governadores, a investigação inédita da Pública mirou 116 investigados dos quais, pelo menos, 33 teriam esses antepassados com relação com pessoas escravizadas.

Dos destaques, o sexto avô do governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, Jerônimo Pereira do Lago, deixou escravizados em seu inventário.

Sua filha, Ana Silvéria do Lago, e o marido, Joaquim Rodrigues Terra, possuíam 15 escravizados em 1831, em Minas Gerais. 

Também compõe a lista a ex-ministra bolsonarista e atual senadora Tereza Cristina (PP), já que seu tataravô, Antonio Côrrea da Costa I, foi proprietário de engenhos e possuía 194 escravizados.

Nascido em 1782, ele também foi presidente da Província de Mato Grosso e deputado. Além disso, tinha 8 mil cabeças de gado e 10 casas em Cuiabá. 

Consta na lista de descendente de escravizadores ainda a senadora Soraya Thronicke, que tem como tataravô Albino Jacinto de Oliveira, que deixou sete escravizados em seu inventário de 1879, incluindo Januário e Damásia, ambos doentes. Ele faleceu em 1879 no Rio Grande do Sul.

Entenda

A pesquisa identificou que, desde ex-presidentes, senadores e governadores, vários políticos descendem de indivíduos que utilizaram mão de obra escravizada.

Importante destacar que, o levantamento foi feito com apoio de genealogistas da Universidade Federal do Paraná e financiado pelo Pulitzer Center, apontando que esses antepassados também estavam envolvidos na repressão de movimentos de resistência negra e indígena.

Dos oito presidentes pós-1964, quase meteade tem vínculos com a escravidão, sendo: José Sarney, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso.

Entre os 81 senadores, 16 têm antepassados envolvidos com a escravidão, incluindo Tereza e Soraya, mas também Marcos do Val e Marcos Pontes.

Já sobre os governadores, 13 dos 27 investigados também apresentam têm raízes escravocratas, incluindo além de Eduardo Riedel: 

  • Tarcísio de Freitas (de São Paulo); 
  • Cláudio Castro (do Rio de Janeiro);
  • Ronaldo Caiado (de Goiás); 
  • Romeu Zema (de Minas Gerais) e 
  • Jorginho Mello (de Santa Catarina).

Esse apontamento, do uso de trabalho escravizado em propriedades, se deu após análise de cerca de 5000 documentos históricos (registros de batismo, casamento e testamentos) e vão além das fazendas, com trabalho usado em atividades comerciais e casas dos senhores. 

O tataravô de Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, estava envolvido na exploração mineral, utilizando pessoas escravizadas.

Sendo que esse estudo foi coordenado pelo sociólogo Ricardo Oliveira, usando registros de igrejas e cartórios, o dito Projeto Escravizadores tenta também ampliar a pesquisa e incluir o Judiciário e outros setores políticos nesse crivo. 

Texto: Tero Queiroz/TeatrineTV| Versão original: Bianca Muniz, Bruno Fonseca, Mariama Correia (Agência Pública).

 

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DISPUTA

Riedel promete peitar o RS para trazer gás argentino por MS

Brasil assinou, nesta segunda-feira (18), acordo com a Argentina para importar até 30 milhões de metros cúbicos por dia e os dois estados querem ser rota de entrada deste gás

19/11/2024 12h20

Conforme Eduardo Riedel, além do Gasbol, existe a possibilidade de o gás argentinho chegar a MS pela região de Porto Murtinho

Conforme Eduardo Riedel, além do Gasbol, existe a possibilidade de o gás argentinho chegar a MS pela região de Porto Murtinho Marcelo Victor

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Um dia depois de os governos brasileiro e argentino terem assinado um memorando para importação de até 30 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia do país vizinho, o governador Eduardo Riedel deixou claro que pretende "peitar" o colega tucano do Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite, para que este gás argentino chegue ao Brasil por Mato Grosso do Sul. 

Este acordo foi assinado pelos ministros Alexandre Silveira, de Minas e Energia, e Luis Caputo, da Economia da Argentina, durante um evento paralelo à cúpula do G20, no Rio de Janeiro (RJ). A previsão é de que o Brasil importe gás proveniente de Vaca Muerta, uma das maiores reservas argentinas, para ampliar a oferta e reduzir os custos no mercado brasileiro.

E, segundo o governador Eduardo Riedel, existem quatro possibilidades para que este gás chegue ao País. Duas delas seriam pelo Rio Grande do Sul e as outras duas, por Mato Grosso do Sul. A primeira seria pelo Gasbol, que entra no Brasil em Corumbá. A outra, seria por Porto Murtinho. 

No primeiro caso seria necessário ampliar a rede de gasodutos na Bolívia para conseguir trazer o gás produzido no sul da Argentina até o Gasbol, ainda na Bolívia.

A outra alternativa seria a construção de um gasoduto novo saindo da Argentinda e atravessando o chaco paraguaio até a região de Porto Murtinho. Dali seria necessário construir um novo ramal e solo brasileiro até a região de Miranda, para conectar-se ao Gasbol. 

Caso a opção seja a entrada pelo Rio Grande do Sul, também haveria necessidade de construir novos gasodutos, tanto na Argentina quanto em território brasileiro e estes trechos seriam mais extensos e onerosos.

Por isso, afirmou o governador na manhã desta terça-feira, "nossa gestão é que essa entrada de gás seja pelo Mato Grosso do Sul. Nós teríamos muitos ganhos se entrasse por aqui e vamos trabalhar para isso". 

Uma das vantagens é a arrecadação de impostos, já que todo o ICMS é cobrado na entrada do gás no Brasil, pelo menos até a implantação definitiva da reforma tributária.

Em média, neste ano, o ICMS do gás gera em torno de R$ 50 milhões mensais aos cofres estaduais, mas o volume já chegou a ser mais que o dobro disso. Caiu porque a oferta de gás boliviano caiu para a casa dos 12 milhões de metros cúbicos por dia. Pelo Gasbol poderiam ser importados até 30 milhões de metros cúbicos por dia. 

Além disso, enfatiza o governador, o simples fato de haver a disponibilidade de gás acaba atraindo investidores. Exemplo disso é a fábrica de fertilizantes que a Petrobras está construindo em Três Lagoas e que finalmente deve ser concluída a partir do próximo ano. 

Conforme a previsão do acordo firmado nesta segunda-feira no Rio de Janeiro, inicialmente devem ser importados 2 milhões de metros cúbicos por dia. O volume será ampliado gradualmente, alcançando 10 milhões de metros cúbicos em três anos e chegando a 30 milhões até 2030, o equivalente a quase um terço do consumo diário atual no Brasil.

"Vaca Muerta é um grande potencial de gás. Então, o Brasil está corretíssimo em assinar esse acordo com a Argentina",  opinou o governador, sem se estender sobre a relação conflituosa entre os governos brasileiro e argentino. 

 A assinatura ocorreu mesmo sob o comando do presidente argentino Javier Milei, de extrema direita, que ameaçava romper as relações comerciais com o que ele classifica com o governo comunista brasileiro. 
 

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